sábado, 29 de junho de 2013

O CAPITAL PROCURA UMA SAÍDA: O SETEMBRO DE 1939 ESTÁ A SER RECLICADO PARA OS DIAS DE HOJE



1 – Depois de uma derrota clamorosa das forças capitalistas mais radicais e tenebrosas com a II Grande Guerra, hoje existe uma forte corrente de pensamento “teorizando” que é uma surpresa, logo apresentado como uma incompreensão das pessoas, que as ideologias que sustentaram essas forças estejam a ressurgir e tenham aceitação em sectores populares.

A questão não é um mero assunto de memória, mas a visão que se faz dos acontecimentos históricos, da evolução societária, das relações económicas de produção e da implantação classista do poder político.

O revês capitalista-imperialista brutal e assassino premeditado dos anos 30 e 40, que teve o expoente na guerra de 1939/45 não foi um recuo, produto de uma acção revolucionária; nem a derrota da máquina bélica e ideológica desse modelo de capitalismo ultramontano foi efectuada segundo o domínio do poder das classes laboriosas, nem foram estimuladas as verdadeiras aspirações de classe, ainda que uma parte substancial dos que participaram transportava, com fervor e militância, na sufocação militar do capitalismo de carácter nazi-fascista, que avassalou uma parte respeitável da Europa (no poder) e do Extremo-Oriente.
Tudo foi controlado pelo grande capital financeiro.
A primeira análise que se tem de debater é que as ideias hitlerianas (ou seja, o domínio capitalista brutal e insano face ao ascenso das reivindicações proletárias e populares) não medravam apenas na Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, elas avançavam, paralelamente, nos chamados Estados democráticos ocidentais como a Inglaterra (o rei Eduardo VIII, Churchill), ou nos Estados Unidos (com magnates como Henry Ford, Max e Paul Warburg, que chegou a ser considerado criminoso de guerra, Charles J.Stewart, que foi presidente da Manufactures Hanover Corporations, os principais dirigentes do grupo du Pont, entre os quais Irenee, abertamente um diligente apoiante de Hitler, entre outros, ou políticos, como Allen Dulles, que dirigiu os Serviços Secretos, o secretário de Estado do Tesouro Henry Morgenthau ou responsáveis policiais, como o chefe do FBI, Edgar Hoover). 
Os grupos nazis militantes não eram apanágio (como não são actualmente!) da Alemanha, da Grécia e até de França, mas, de suma maneira, dos Estados Unidos, onde aparentemente reinava a democracia parlamentar, onde germinavam como cogumelos, apoiados no grande Capital e em parte significativa do aparelho de Estado: nos anos 30 do século passado, eram referenciados nos EUA mais de 700 grupos fascistas diferentes, dentre os quais se destacaram o Partido Nacional-Socialista Americano, a Liga Germano-Americana, a Frente Cristã, os Camisas Prateadas, o Primeiro Comité da América, o Mobilizador Cristão, a Liga Nacional dos Trabalhadores e o Comitê do Milhão, além de diversas facções do Movimento das Mães que se declaravam como sendo abertamente fascistas.

Em 7 de Setembro de 1926, sem qualquer descaradamento, Irennee du Pont, presidente daquele grupo, discursou, perante a American Chemical Society, mostrando-se favorável à criação de uma raça de “super-homens” por meio da injeção de drogas em crianças seleccionadas, de “raça pura”.

Durante os anos 30, o grupo du Pont investiu, fortemente, na Alemanha nazi, através das empresas ligadas à sua sede social nos EUA.

Apenas a General Motors, controlada então pelo grupo du Pont, investiu, já com os hitlerianos no poder, 30 milhões de dólares na alemã I.G. Farben, holding do sector químico que chegou a ser a quarta maior empresa do planeta durante a existência da Alemanha nazi, composto por algumas companhias que existem até hoje como AGFA, BASF, Bayer e Hoechst.
A I.G. Farben foi, entre outras coisas, responsável pelo fornecimento do gás Zyklon B, utilizados nas câmaras de gás dos campos de concentração durante a fase final do regime de Hitler.


Em um depoimento do próprio responsável máximo da du Pont a uma comissão do Congresso norte-americano tornou-se público que este estava ciente de que Wendell Swint, seu representante na Europa, concordava em que a I.G. e a Thysen Krupp contribuíssem com meio por cento de sua folha de pagamento para o Partido Nazi. 

Mais ainda: du Pont estava plenamente a par de que a General Motors contribuía para o esforço de guerra dos nazis por meio de suas operações na Alemanha, a empresa Opal.


O grupo du Pont apoiou ainda as actividades de grupos pró-Hitler nos EUA, tais como o Grupo pela Liberdade Americana (American Liberty Lobby), os Cruzados de Clark (que afirmavam possuir 1,2 milhão de membros) e a Liga da Liberdade.
Os Warburg, judeus, financeiros internacionais e magnates da navegação mundial (Hamburg-America Line), apostaram grandemente no financiamento directo ao partido de Hitler. (Dos Warburg, Paul foi secretário de Estado e um dos principais accionista do Banco Kuhn,Loeb & Co. Foi um filho deste, Sidney, que levou o dinheiro directamente a Hitler).

2 – A radicalização actual do Capital para formas fascistas depende, em primeiro lugar, da situação dos ataques populares ao domínio desenfreado do capitalismo financeiro, que actua, perante o seu descalabro, como forma de auto-defesa, mas a sua inserção mais rápida está ligada, precisamente, aos resquícios nazi-fascistas que ficaram inseridos e resguardados, propositadamente, nas sociedades capitalistas parlamentares saídas da II Grande pelos diferentes poderes que se instalaram no poder desde 1945. 



Ora, esse aspecto da contribuição para a manutenção de poderes “ocultos” nazi-fascistas cobertos pelas democracia norte-americanas e europeias, por um lado, por outro, pelo poder ditatorial instalado na antiga União Soviética no rescaldo da derrota da revolução socialista de 1917, estão ligados às cumplicidades daquelas perante as personalidades dos regime de Hitler e Mussolini, que foram acobertadas pelos regimes vencedores da guerra de 1939/45.

Começamos, precisamente, pela França, que teve uma contribuição elevada dos guerrilheiros de influência comunista no afastamento por um lado das tropas de ocupação alemão, por outro, dos colaboracionistas pró-nazi de Vichy.

Pois, o sector burguês da Resistência liderada por De Gaulle e a intervenção directa imperial da ex- URSS de Stáline evitaram que o poder fosse ocupado pelos genuínos representantes dos cerca de 120 mil “franco-atiradores” armados, anti-capitalistas. (Foi a primeira grande dissidência no interior do então secretariado do PCF).

O regime que se institui, com o afastamento dos homens em armas, teve uma preocupação enorme, mas subtil, de dar cobertura aos cúmplices colaboracionistas nazis, como François Mitterrand, que chegou à Chefia do Estado.

Não referimos aqui a cobertura de fascistas assassinos, como Klaus Barbie, já muito divulgados, mas de homens que, durante anos, foram branqueados e tornados impolutos democratas e socialistas, como o antigo Ministro da Defesa francês Charles Hernu.

A confissão está estampada numa revista da franco-maçonaria, que, claro, com a sua perspectiva “suave” do assunto, as relata, no entanto, com todas as letras.



Citamos dessa revista, intitulada “Franc-Maçonnerie Magazine”, no seu nº 24, Mai/Juin 2013: “se a franco-maçonaria francesa perdeu um certo número dos seus durante a segunda guerra mundial, caídos na defesa dos valores da sua ordem, ela também serviu para branquear um certo número de colaboradores. Testemunhando as alucinantes biografias de Charles Hernu e de Jean-André Faucher, duas figuras, cujos percursos não honram nem a maçonaria nem a República”.



De certo modo e em certo sentido, se pode frisar, com veemência, que todas as instituições de cariz parlamentar franceses, desde os gaullistas aos socialistas e dirigentes do então PCE, bem como a Igreja Católica e a magistratura, foram cúmplices da ascensão de um colaboracionista, como François Mitterrand, ao novo aparelho de Estado saído de 1945 e, posteriormente, à própria chefia do Estado.

A revista assinala, nomeadamente, que Charles Hernu foi um importante quadro do STO (Serviço do Trabalho Obrigatório) do ocupante alemão, mas foi mais longe, trabalhou para a Gestapo e foi um repressor anti-semita.

Teve, no pós guerra, o apoio, segundo a revista, de importantes responsáveis da franco-maçonaria francesa no seu branqueamento, como Guy Penne (membro do comité permanente da convenção das Instituições Republicanas. Foi conselheiro para os assuntos africanos de Mitterrand entre 1981 e1986).

O outro grande colaborador na Presidência de Mitterrand foi Jean-André Faucher. Este foi um colaborador activo e conhecido com o regime de Vichy e os ocupantes nazis de França.

Pois, foi julgado como informador da Gestapo e condenado pelo Tribunal de Limoges à pena de morte por contumância “por crime de traição em tempo de guerra”.

Nada sofreu.

Ascendeu na hierarquia da franco-maçonaria francesa com apoios diversos, desde o seu grão-mestre da altura até de um cristão novo socialista, hoje ministro dos Negócios Estrangeiros do actual governo, o judeu Laurent Fabius, que, segundo a revista citada, quando, em 1981, Mitterrand se torna Presidente, nomeia o nazi - Fabius era Ministro do Orçamento - membro do Conselho Económico e Social.

Faucher será o homem poderoso da informação de Mitterrand na chefia do Estado.

A revista não enumera mais casos, nem se estende mais sobre a situação actual do aparelho de Estado francês e as suas ligações tenebrosas ao colaboracionismo de Vichy.

3 – Mas o país central do surgimento do nazismo, a Alemanha foi aquele que, apesar de cindido em dois (RFA e RDA), mais se reformulou sob os parâmetros estatais do mesmo modelo, aparentemente com uma fantasmagoria mascarada de parlamentarismo ocidental.

E neste caso, falamos, em primeiro lugar, da chamada República Federal Alemã, protectorado oficial dos Estados Unidos da América.

(Enquanto não se cortarem todas as ligações +clandestinas+ que permanecem em todo o aparelho de Estado – desde a economia aos serviços secretos – com os EUA, será difícil vingar uma Alemanha perfeitamente integrada no espaço europeu).

Mesmo antes de instalarem um governo em Bona, os EUA firmaram uma parceria com um general nazi dos Serviços Secretos Militares Reihnard Gehlen, que estruturou toda a máquina de inteligência e vigilância para controlar a futura política estatal da RFA: mais 200 quadros das SS, das SS Waffen, e da Secreta Militar constituíram a “ossatura” do novo sistema de polícia secreta, o BND.



Eles vasculharam os dossiês, as vidas e actividades de todos os novos agentes principais do novo Estado, impedindo que qualquer democrata ascendesse a posto de relevância.



Branquearam os financeiros capitalistas, como os Krupp, os Thyssen, os Porsche, entre muitos outros, que deram o poder económico à máquina assassina de Hitler.



Colocaram, em perfeita sintonia, com a Administração norte-americana, primeiro de Henry Trumann, depois do general Dwight Eisenhover, um dos teóricos do nazismo, Hans Globke, o teórico das leis rácicas de Nuremburga, como o conselheiro de segurança nacional do chanceler escolhido, Konrad Adenauer, o dirigente do Partido Católico, que fez coligação com Hitler, antes da ascensão plena e única daquele ao poder, Globke este que ficou a controlar a formação militar e de polícia, bem como a diplomacia.



Foi essa mesma parceria que depois vai escolher um nazi, membro do Partido de Hitler desde 1933, Kurt Kiesinger, para suceder a Adenauer.


E mais tarde, Helmut Heinrich Waldemar Schmidt, já então branqueado no Partido Social-Democrata, que começou como membro da juventude hitleriana e foi oficial das SS blindadas na frente russa e nas Ardenas, com o posto de tenente.


Willy Brandt, seu antecessor, foi aceite, simplesmente, porque trabalhou para a CIA (Fonte Victor Marchetti, antigo quadro superior daquela central).


A RDA, que se constituiu, desde o início como Estado policial, veio dar, com a reunificação nos anos 90, políticos de destaque, como Ângela Merkell, que ocupa o cargo de chanceler, fazendo-nos crer que o regime de Berlim, na altura, permitia que alguém ascendesse na sua hierarquia sem dar o contributo para “o socialismo real”.

Merkell pertenceu à elite da Alemanha Oriental.


4 – Uma das mais importante e sofisticadas operações de cobertura e cumplicidade na fuga de altos dignitários nazis e fascistas deveu-se a uma estrutura que ficou conhecida por ODESSA (sigla alemã de Organisation der ehemaligen SS-Angehörigen, que significa "Organização de antigos membros da SS").

Os principais apoios foram dados pelas hierarquias da Igreja Católica Romana (quer central no Vaticano, quer regionais em Estados que se identificavam com a ideologia e a prática do nazismo, quer na Europa, quer ma América).



Convém referir que a Igreja Católica Romana, ou seja o Sumo Pontifíce da mesma, vulgo o Papa, estabeleceu, por Concordatas, relações políticas, ideológicas e económicas próximas e de aprovação, com os regimes que professavam o nazi-fascismo na Europa (anos 20/30 do século passado): Itália, Portugal, Espanha, Alemanha.



(A propósito da concordata vaticanista com o Estado nazi nela está envolvido, directamente, o então núncio apostólico romano, arcebispo Montini, mais tarde, cardeal, Secretário de Estado e Papa, com o cognome de Paulo VI).



Esta organização a “ODESSA”, no entanto, para vingar como vingou, recebeu apoios directos de grupos fascistas, montados pelos serviços de informação italianos e pela NATO, por exemplo a +operaçãp Gladio+, formada na época da Guerra Fria, criada para destroçar as movimentações populares, mas justificada por um dos seus mentores, Giulio Andreotti, que foi filiado no Partido fascista de Benito Mussolini, recentemente falecido, como um obstáculo a uma eventual invasão da Itália pela União Soviética.



(Ora, isto é uma falácia, pois foi a então URSS que deu o seu assentimento, em 1946, após concordância da IC, à formação de um governo entre a Democracia Cristã, de de Gasperi e o PCI, de Palmiro Togliati, em detrimento das forças guerrilheiras armadas italianas, colocadas, praticamente, fora da lei, com o beneplácito de Josef Stáline).



Socorremo-nos, em síntese, dos dados já divulgados.

Durante a Guerra Fria, quase todos os países da Europa Ocidental organizaram redes “clandestinas” anti-comunistas, sob o controlo da NATO (Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Noruega, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia e Reino Unido).



No entanto, a existência da Gladio - da qual apenas se suspeitava até as revelações feitas pelo membro da Avanguardia Nazionale, Vincenzo Vinciguerra, durante seu processo, em 1984 - só foi reconhecida pelo Presidente do Conselho italiano, Giulio Andreotti, em 24 de Outubro de 1990, quando se referiu a uma "estrutura de informações, resposta e salvaguarda".



A Gladio foi acusada de ter tentado influir na política interna de vários países, particularmente em Itália, usando a estratégia da tensão, com execução de atentados e assassinatos, como a da estação de Bolonha. (O ataque – 85 mortos - foi materialmente atribuído a uma pequena organização terrorista neofascista Nuclei Armati Rivoluzionari. As suspeitas de envolvimento do serviço secreto italiano surgiram pouco depois, devido ao uso de explosivos ​​da bomba e o clima político em que o massacre ocorreu).

Verificou-se que esta trama, que desde a Gládio à extrema-direita, estava ligada à Loja maçónica P-2, que preparava uma tentativa de golpe de Estado, que envolvia parte da hierarquia da IC, da Democracia Cristão, dos Serviços Secretos e policiais, bem como da estrutura máxima das Forças Armadas.


De certo modo, foi o embrião organizativo da chamada loja maçónica P-2 (que juntou cardeais, entre os quais Agostino Casaroli, generais, magistrados, ministros e até jornalistas, onde medraram homens como Andreotti e Berlusconi), que pretendeu instituir um Estado fascista, caso houvesse um colapso dos governos parlamentares.



A “Operação Odessa” foi denunciada, logo no seu início, como estrutura fascista, com o apoio directo da Igreja Católica, pelo bispo brasileiro Carlos Duarte Costa, morto em 1961.



Pois, o Papa Pio XII – exactamente o mesmo que apoiou Mussolini - excomungou-o.



5 - Como também já foi referido, mas convém realçar, com o fim da Segunda Guerra Mundial, houve a "caça aos cientistas alemães", quer por parte dos EUA, que da então URSS. Isso é conhecido por todos.

Os conhecimentos sobre os capturados pela antiga União Soviética, ainda hoje constituem “segredo de Estado”.


Mas, os EUA integraram os cientistas nazis no seu aparelho de Estado da investigação e dos negócios científicos.


O mais conhecido foi Werner Von Braun, o arquitecto da NASA e o "herói" da conquista do espaço.

Procurou-se escamotear o que ele representou no Reich Alemão e na sua máquina de guerra destruidora. Convictamente.

Quando uma parte da opinião pública norte-americana questionou a “inserção” maciça de quadros naziss, os seus dirigentes procuraram contornar a questão, pois, praticamente todos os cientistas, já em solo dos EUA, teriam de ser expatriados de volta para a Alemanha.



Quer o Secretaria da Defesa, quer a CIA, quer o complexo-industrial militar (curiosamente onde já estavam os capitalistas judeus) não queriam perder o seu contributo, fruto de muitos projectos avançados que tinham decorrido na Alemanha nazi.

A Agência de Investigação do Departamento da Guerra (JIOA), conduziu investigações sobre o passado dos cientistas.

O seu director, Bosquet Wev, submeteu o primeiro conjunto de dossiês ao departamento da justiça para serem apreciados.

Os dossiês eram, naturalmente, arrasadores.

Samuel Klaus, o representante do Procurador-Geral da Justiça,, afirmou que "todos os cientistas do conjunto eram nazis convictos". Os pedidos de visto de entrada foram recusados.

Wev reagiu mal. Considerava que a devolução à Alemanha dos cientistas iria constituir uma ameaça maior à "segurança dos Estados Unidos" do que mantê-los em território norte-americano.

Quando o JIOA começou a investigar os nazis, Reinhard Gehlen, chefe da inteligência na frente leste, encontrou-se com Allen Dulles, o director da CIA. Dulles prometeu-lhe que a sua organização ficaria em segurança dentro da CIA.

Wev decidiu contornar o problema. Dulles mandou alterar os dossiers sobre os cientistas alemães, removendo-lhes quaisquer informações incriminatórias. Dulles integrou a organização de Gehlen na CIA, donde foi responsável por vários projectos de espionagem e relacionados com as experiências nazis durante a guerra.



Baseamo-nos na imprensa norte-americana para referir o que se passou.

A Inteligência Militar "limpou" os dossiês relativos aos cientistas. Em 1955, mais de 760 cientistas nazis tinham já cidadania norte-americana, tendo-lhes sido dadas posições de relevo na comunidade científica americana.

Alguns exemplos destes cientistas:

ARTHUR RUDOLPH

Durante a guerra, Rudolph foi director da fábrica Mittlewerk nos campos de concentração Dora-Nordhausen, onde 20.000 trabalhadores morreram de espancamentos, enforcamentos e fome. Rudolph era membro do partido nazi desde 1931.

O seu ficheiro militar dizia em 1945 "100% nazi, do tipo perigoso, ameaça à segurança. Internamento sugerido".

O Dossier final do JIOA dizia: "nada no seu registo indica que tenha sido um criminoso de guerra ou um nazi convicto"

Rudolph recebeu cidadania norte-americana e projectou, mais tarde, o Saturno V, usado nas missões Apollo. Em 1984, o seu registo de guerra foi finalmente investigado, e ele fugiu para a Alemanha Ocidental.



WERNHER VON BRAUN

De 1937 a 1945, von Braun foi o director técnico de Peenemunde, onde o foguetão V2 foi desenvolvido. O seu dossiê foi reescrito para que não surgisse o facto de ser um nazi fervoroso.

Von Braun trabalhou em mísseis teleguiados para o exército do EUA e foi mais tarde director do Marshall Space Flight Center da NASA e, mais tarde seu administrador executivo.

KURT BLOME

Um cientista nazi de alto nível, disse aos seus interrogadores militares em 1945 que tinha sido mandado em 1943 investigar o efeito de vacinas em prisioneiros dos campos de concentração.

Foi julgado no Tribunal de Nuremberga, sob a acusação de ter praticado a eutanásia em prisioneiros doentes e conduzido experiências em seres humanos. Apesar de absolvido, as suas alegações prévias eram conhecidas, e era aceite a sua participação em experiências sinistras.

Dois meses depois do seu julgamento em Nuremberga, Blome foi entrevistado em Camp David, acerca de guerra bacteriológica. Em 1951, foi contratado pelo Corpo de guerra química do Exército dos EUA. O seu ficheiro não menciona o seu julgamento em Nuremberga.

MAJOR GENERAL WALTER SCHREIBER

O Tribunal Militar dos EUA em Nuremberga investigou provas sobre "Schreiber ter encarregado médicos de conduzir experiências nos prisioneiros dos campos de concentração e ter arranjado os fundos para financiar essas experiências".

O delegado do Ministèrio Público afirmou que Schreiber teria sido condenado se os soviéticos não tivessem retido as provas de 1945 até 1948 e as apresentado em tribunal.

Mais uma vez, o ficheiro de Schreiber não menciona este facto. Schreiber foi colocado na Escola de Medicina da Força Aérea em Texas. Quando estes dados foram tornados públicos, a JIOA tratou de lhe fornecer "visto e um emprego na Argentina, onde a sua filha vivia". Em 22 de Maio de 1952, fugiu para Buenos Aires.

HERMANN BECKER-FREYSING e SIEGFRIED RUFF

Estes dois, junto com Blome, pertenciam aos 23 acusados no Julgamento de Nuremberga àcerca dos "Casos médicos". Becker-Freysing foi condenado a 20 anos de prisão por conduzir experiências em prisioneiros de Dachau, tais como fazê-los passar fome e depois fazê-los beber à força água do mar que tinha sido quimicamente alterada para a tornar potável. Ruff foi absolvido (numa decisão muito renhida) de acusações de que ele tinha morto pelo menos 80 prisioneiros de Dachau em câmaras de baixa pressão para simular as condições a 20000 metros de altitude.

Antes do seu julgamento, ambos foram pagos pela Força Aérea do Exército para escreverem relatórios acerca das suas experiências grotescas.

6 – Naturalmente, o mundo desde a II Grande Guerra mudou, sofreu evoluções, o capitalismo sofisticou-se, o seu poder no entanto concentrou-se num lúmpen capitalismo financeiro sem qualquer tipo de pudor, nem de “guião” de conduta.

As relações de produção capitalistas deram um salto enorme, mas criaram os tiques da sua própria destruição. Por detrás, da opulência desenfreada desse Capital está uma movimentação popular assalariada, ainda sem grande capacidade de direcção, e sem um programa definido de expropriação dessse mesmo Capital.

O mundo está prenhe de uma nova sociedade. Não sabemos quando se dará o parto.



Um facto que se manifesta hoje entre as lutas intercapitalistas, (principalmente entre os EUA e a Europa) que na altura dos anos 30, conduziram à guerra, advem todavia de uma realidade já então latente: as tensões agudizaram-se, justamente, com o estilhaçamento do sistema especulativo bolsista, que começou em 1929 nos Estdaos Unidos, e veio a ter repercussões terríveis na Europa, com os países a confrontarem-se entre si, por interposta pessoa.

E quem beneficiou, no final da Guerra, foram essencialmente os magnates infames judeus norte-americanos que encheram os bolsos à custa dos empréstimos concedidos aos países europeus, que os pagaram integralmente.

Como agora está a suceder com a crise de 2008.

Somente a ruptura política, financeira e militar da União Europeia com os Estados Unidos, pode fazer caminhar essa mesma EU para um período que leve à harmonia co operacional entre Estados, que já estão organizados pela economia e pela moeda.

Temos de avançar para a política, a estrutura militar e a diplomacia conjunta intereuropeia, como forma de contribuir para outras harmonias idênticas que estão a surgir noutras áreas do Mundo, seguindo o projecto europeu.

sábado, 15 de junho de 2013

A JUSTIÇA DE ELVAS E AS TRAPAÇAS DE CAVACO


1 – Rapidez extraordinária da Justiça portuguesa, dos doutos juízes que se espreguiçam, durante anos e anos, para dobrar um papel para iniciar o julgamento dos maiores ladrões, vigaristas e proxenetas políticos de Portugal.

(Nove anos demorou a instrucção do processo *Furacão Dourado* …Não é?.

E eu não estou a falar de cor, porque sou parte interessada num processo que corre pelos Tribunais há mais de 10 anos !!!).

Mas, foram contundentes em condenar um homem vulgar, detido, domingo, em Elvas, sob a acusação de injúrias a essa ilustre personalidade popular e honesta da nossa praça, chamada Aníbal Cavaco Silva, por exercer o cargo de Presidente da República, que supervsiona um bando de ladrões, legitimados pelo voto, chamado governo de Portugal.


Que rouba idosos, pensionistas, trabalhadores que nada mais tem para sua defesa do que os seus braços.

Mas este impoluto Chefe de Estado tem a polícia ao seu lado – aquela ouviu tudo ao pormenor, registou tudo, que, de imediato deteve o jovem de 25 anos, residente em Campo Maior, porque apelidou o senhor Aníbal Cavaco Silva daquilo que ele representa.

Foi-lhe aplicada uma multa que, certamente, se o homem de 25 anos, for empregado, será superior ao salário do arguido.

Para que conste, a sentença foi decidida pelo Tribunal de Elas.

A detenção ocorreu, a meio da tarde de domingo, quando o Presidente da República se dirigia a um encontro com militares que se encontravam no centro da cidade de Elvas para participarem nas cerimónias oficiais do 10 de Junho.


2 – Porque será que a Justiça portuguesa pende sempre para um lado?

Porque é um justiça de classe.

Não é independente. Serve o regime que a institui e a regulamenta.

Os juízes são seres humanos, ligados, pela própria situação classista, à burguesia, quer pela parte económica, ou/e pela parte ideológica.


Claro que existem uns quantos com integridade e honestidade.

Mas a grande maioria são membros representantes da classe dirigente.


Não são auditados e investigados por entidades fora da sua área da acção.

Muitos pertencem a estruturas clandestinas ou semi-clandestinas da chamada “sociedade civil”.

Actuam conforme os ditames das mesmas porque foram nelas foram integrados com esse objectivo.

São muito poucos, os que se associaram àquelas por convicções.

Quem vive no meio - desde o simples funcionário judicial ao advogado – sabe que são muitos os casos de corrupção que enxameiam os membros da magistratura.


Prová-lo? Perguntam.

Ora, se houver uma investigação independente será fácil chegar ao busílis da questão.

O que pressupõe, também, a questão de um outro poder.

Se houver uma mudança drástica de poder de Estado saber-se-á muito rapidamente de tudo.

3 - Voltemos ao insulto ao Chefe de Estado.

Cavaco Silva é um reformado e quis voltar à vida activa candidatando-se a Presidente da República, tendo vencido as eleições e ocupa o cargo no seu segundo mandato.

Pois, o Presidente da República abdicou do salário como Chefe de Estado e optou por ganhar dez mil euros mensais de duas reformas (duas…para que conste).

É, realmente, de uma *elevada* ética do mais importante é o “serviço público”: venha cá o meu.


Vejamos de onde vêm essas reformas: do Banco de Portugal e outra da Caixa Geral de Aposentações, por ter sido professor universitário, principalmente da sua carreira de catedrático, na Universidade Nova de Lisboa.

Enquanto Chefe de Estado o seu vencimento é de 6.523 euros, que resultam já de um corte de 5 por cento em 20120, mais um corte de 10% em 2011.


Quando fez esta opção, agiu com transparência e honestidade?
Temos ou não direito de o insultar por esta falta de ética?

Há cerca de um ano, no calor do debate em torno dos roubos das pensões por parte do governo, o Presidente da República quis apresentar-se como um pobre remediado e fez declarações patéticas.

Retiro o relato da imprensa.

"Devo receber 1300 por mês, não sei se ouviu bem 1300 euros”, disse Cavaco aludindo à pensão da CGA.

Além disso, terá direito à pensão do BdP. "Tudo somado não dá para pagar as despesas".


Em declarações aos jornalistas no final da primeira etapa da visita de dois dias que está a fazer ao Porto, Santo Tirso, Famalicão e Guimarães, o Presidente da República recusou pronunciar-se sobre as recentes nomeações políticas para a EDP, afirmando que não devia expressar a sua opinião.

“Como Presidente da República não tenho qualquer intervenção em qualquer nomeação para cargos empresariais ou para cargos na administração pública. É uma matéria que é totalmente da competência de outros cargos ou da competência de accionistas não devo, de facto, de expressar a minha opinião”.

No turbilhão de perguntas que os jornalistas lhe colocaram, a que criou maior embaraço a Cavaco foi a que teve a ver com o facto de o chefe de Estado receber subsídio de férias e de Natal, como reformado do Banco de Portugal.

O Presidente da República olhou o jornalista durante alguns instantes e depois de fazer uma prolongada pausa disse: “Vou responder.”

“Neste momento já sei quanto é que irei receber da Caixa Geral de Aposentações. Descontei quase 40 anos uma parte do meu salários para a CGA como professor universitário e também descontei durante alguns 30 anos como investigador da Fundação Calouste Gulbenkian e devo receber 1300 por mês, não sei se ouviu bem 1300 euros por mês”, disse Cavaco, olhando o jornalista. “Tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República”, disse Cavaco.

Ora, as pensões de Cavaco Silva são da ordem dos 10 mil euros mensais.

Mas, já antes destas declarações já o Presidente da República, Cavaco Silva, procurou omitir, no final do segundo segundo mandato, os seus verdadeiros rendimentos.



E foram os meios de comunicação social que divulgaram a declaração oficial de rendimentos, que depositou no Tribunal Constitucional.

Cita-se:

“1.Trabalho dependente

Em 2010, Cavaco Silva reportou rendimentos de trabalho dependente que ascenderam a 138.942,02 euros

2.Pensões

Entre o fundo de pensões do Banco de Portugal e a reforma da Caixa Geral de Aposentações, o Presidente da República recebeu em 2010 141.519,56 euros.

3.Depósitos à ordem

De acordo com a declaração entregue no Tribunal Constitucional, Cavaco Silva era, em 2010, titular de quatro contas à ordem, cujo valor total era de 41.417,16 euros, distribuídos da seguinte forma: BCP (16.881,65 euros); BPI (5543,24 euros); CGD (10.688,15 euros); Montepio Geral (6.304,12 euros).

4.Depósitos a prazo

Cavaco Silva surgia, em 2010, como titular de cinco depósitos a prazo: BCP (185.000,00 euros); BCP (175.000,00 euros); BPI (91.000,00 euros); BPI (141.000,00 euros); CGD (20.000,00 euros).

5.PPR


O Presidente da República é detentor de um plano de poupança reforma que, no final de 2010, tinha 53.016,21 euros.

6.Obrigações

Cavaco Silva reportou também uma aplicação em obrigações, constituída na CGD, que era de 15.000,00 euros.


7. Acções

O Presidente da República declarou ter 101.960 acções de 10 empresas portuguesas, incluindo da Jerónimo Martins e do BCP”.


Tem ou não o cidadão o direito de se insurgir, com apelidos de falta de transparência do actual Chefe de Estado?



O Presidente da República fez, a determinada altura, outra das bem “formuladas” argumentações. 

Era ele quem alimentava a sua mulher, Maria Cavaco Silva, que dera o corpo ao manifesto na sua vida e recebia uma misérrima pensão.


Como pouco descontou, recebe, no entanto, uma reforma de… 800 euros.

Irra, que piolhice, vociferam os homens do Presidente!!!


Com esta pensão, como é que esta senhora adquiriu os rendimentos abaixo descritos? 

É uma pergunta natural.

Deveriam ser dissecados pela justiça portuguesa. Não é verdade?

DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS de MARIA CAVACO SILVA:

- BCP: Conta à ordem nº 882022 (1ª Titular) - 21.297,61 Euros;

-Depósito a prazo:350.000,00 Euros (vencimento04/04/2011);

- BPI: Conta à ordem nº 60933.5 - 6.557 Euros

Depósito a Prazo:140.000,00 Euros (juro2,355 %, vencimento em 21/02/2011);

-Depósito a Prazo: 70.000.00 Euros (juro 2.355%,vencimento em 20/03/2011).

-PPR: 52.588,65 Euros;

-Acções detidas:

BPI - 6287;

BCP - 70.475;

BRISA - 500;

COMUNDO - 12;

ZON
– 436;

Jerónimo Martins - 15.000;

- Obrigações BCP FINANCE: 330 unidades (Juro Perpétuo 4.239%);

FUNDOS DE INVESTIMENTO:

- Fundo AVACÇÕES
DE PORTUGAL - 2.340 unidades;

- Milenium EURO CARTEIRA - 4.324.138 unidades;

- POJRMF FUNDES EURO BAND EQUITY FUND - 118.841.510 unidades !!!!!


3 – Mas, Cavaco Silva foi um especulador bolsista. 

Dizem os seus apoiantes: mas o homem estava fora da política.

Digo eu, mas fora político de primeiro plano, ministro das Finanças, chefe de governo, e, no interregno, preparava o regresso à política. 

Tanto assim foi que regressou e ocupa o cargo que ocupa…Não é verdade?

E não foi o especulador bolsista vulgar. Utilizou as acções num Banco BPN/SLN, que não podia cotar acções em bolsa e, ele sabia-o, estava fora da lei há muito tempo. 

Até porque os seus principais accionistas tinham sido seus governantes e mantinham relações estreitas com o “chefe”.

Ora, Cavaco Silva e filha lucraram com acções do BPN/SLN. Uns meses antes daquele banco entrar no rol da justiça.

Cavaco Silva foi accionista da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), detentora do Banco Português de Negócios (BPN) entre 2001 e 2003.

Ao sair teve um ganho de 147,5 mil euros.

A sua filha Patrícia também teve acções da SLN e lucrou ainda mais ao sair: 209,4 mil euros.

De acordo com o jornal 'Expresso', que publica cópias das ordens de venda emitidas por Cavaco Silva e pela filha, endereçadas ao então presidente do conselho de administração da SLN, José Oliveira e Costa, Cavaco Silva detinha 105378 acções, adquiridas a um euro cada, que foram depois vendidas a 2,4 euros cada (a SLN não estava cotada na Bolsa e por isso não havia preço de referência, mas, segundo o jornal, este valor estava em linha com outras transacções de acções do grupo naquela altura).


A filha era detentora de 149640 acções.

As acções do actual PR e da filha foram vendidas, por ordem do presidente da administração, à SLN
Valor, principal accionista da SLN, que agregara os maiores investidores individuais da empresa, entre eles Oliveira e Costa.



O 'Expresso' contactou Cavaco Silva, mas fonte oficial da Presidência da República disse que o Chefe de Estado nada tem a acrescentar em relação ao comunicado emitido em Novembro de 2008.

Nessa altura, Cavaco disse que “nunca exerceu qualquer tipo de função no BPN ou em qualquer das suas empresas; nunca recebeu qualquer remuneração do BPN ou de qualquer das suas empresas; nunca comprou ou vendeu nada ao BPN ou a qualquer das suas empresas”.

Mas, omitiu a sua participação accionista na dona do banco, a SLN.

Quando rebentou o escândalo em torno das vigarices do BPN/SLN, veio a saber-se que um dos beneficiários de empréstimos, quase a fundo perdido, era o genro do actual Chefe de Estado. Um “empresário” chamado Luis Montez.



O valor real do dinheiro em débito de Montez ao BPN e outros negócios ainda são, praticamente, “um segredo de Estado”.

Mas, fonte que considero credível referiu-me que “existem certamente dossiês sobre o caso nas mãos de elementos destacados da nossa praça”.

Algo foi, entretanto, divulgado. Apenas algo.

Dois meses depois da nacionalização do banco, Luís Montez foi chamado ao BPN para pagar 260 mil euros de uma conta caucionada e de uma livrança, escreveu a revista "Sábado".



Luís Montez, genro de Cavaco Silva e sócio gerente da empresa de espectáculos Música no Coração, recusou em declarações à revista "Sábado" ter sido privilegiado.

"Foi proposta à Música no Coração a transferência para um outro produto de modo a proceder á amortização do montante utilizado, o que foi aceite", referiu Luis Montez.

Esta transacção foi cumprida?


Nada sabemos.

Aliás, nada sabemos de nada do que está a acontecer na Justiça em torno do BPN/SLN.
Mas sabemos quem estava na rede gestora e accionista deste *polvo*: Oliveira Costa, Dias Loureiro, Arlindo de Carvalho, Miguel Cadilhe, Abdool Vakil, Joaquim Coimbra e Fernando Lima (actual grão-mestre da Maçonaria do Grande Oriente Lusitano). Todos estão ligados a Cavaco Silva, tirando, aparentemente, e digo, aparentemente, porque Lima pertenec a outra “família” política.

Convém não esquecer que o empresário Américo Amorim, foi o principal accionista do banco, e a ele regressou com a “passagem” da instituição para as mãos de “accionistas angolanos”.




Entretanto, o actual governo colocou à venda um imóvel público que custou mais de 55 milhões de euros. O pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa.

O seu valor de compra rondou os 11 milhões.

Desconfiados. Não. Tudo legal….Ah, pois.

A venda do Pavilhão Atlântico foi feita ao consócio Arena Atlântico, liderado pelo empresário Luís Montez.

Claro que Montez é um testa de ferro, cuja *testa* circula entre Belém e o Banco Espírito Santo.

Retiramos do jornal Expresso.


Ao que aquele jornal apurou, refere o periódico de Pinto Balsemão, o apoio do BES foi fundamental, já que a Arena Atlântico se destacou dos americanos da AEG e do outro consórcio encabeçado por António Cunha Vaz e Álvaro Covões na componente financeira, depois de estarem em situação de igualdade nos restantes critérios da privatização.

É tudo transparente, sem qualquer espécie de caricatura, de manipulação de jogos de influência.

Não é verdade?

4 – E voltamos ao sistema judicial e a quem serve.

Cavaco Silva recebeu uma casa grande em troca com uma de menores dimensões, não se sabe muito bem como porque não houve até agora meios capazes de penetrar no segredo.

Tudo porque Cavaco Silva “comprou” uma vivenda na zona da Coelha, Algarve, em 1998, já em construção, dando como troca uma sua antiga vivenda mais pequena de nome Mariani, situada em Montechoro.

Na vivenda da Coelha, o PR tem como vizinhos Oliveira Costa, Eduardo Catroga, Carapeto Dias e Fernando Fantasia, este um homem do negócio imobiliário da SLN/BPN.

Quando se procurou saber os documentos deste negócios, e citamos o jornal Pùblico:

“Tribunais recusam acesso a avaliação de casa de Cavaco Silva no Algarve

MARIANA OLIVEIRA


03/12/2012


Supremo Tribunal Administrativo validou sentença da instância inferior, para a qual a informação pedida por um jornalista do PÚBLICO às Finanças não teria interesse, não se justificando a quebra do sigilo fiscal

O Supremo Tribunal Administrativo recusou avaliar novamente uma divergência entre as Finanças e um jornalista do PÚBLICO que reivindicava o direito de consultar o processo de avaliação da casa de Cavaco Silva no Algarve, na aldeia da Coelha, validando assim uma decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul, que não autorizou a consulta por considerar que os dados estavam abrangidos pelo sigilo fiscal.

O jornalista José António Cerejo estava a realizar uma investigação sobre a forma como o actual Presidente da República adquiriu a casa da Coelha, em 1998, quando ela se encontrava em fase adiantada de construção, dando em troca a sua antiga vivenda Mariani, situada em Montechoro.

Em análise estavam ainda os impostos que Cavaco Silva deveria pagar pela transacção com a Constralmada, uma empresa que tinha como sócio Fernando Fantasia, seu amigo de infância, que mais tarde se tornou administrador de empresas ligadas ao BPN.


Inicialmente não foi pago nada a título de sisa (actual IMT), já que as partes atribuíram às duas propriedades o mesmo valor, de 135 mil euros (27 mil contos). Contudo, as Finanças abriram de imediato um processo de avaliação da propriedade da Coelha - como mandava o Código da Sisa - o que acabou por obrigar Cavaco, após uma segunda avaliação, a desembolsar 8133 euros. Isto porque a casa da Coelha foi avaliada em mais 81.330 euros do que aquela que havia sido dada em troca, segundo informou no ano passado a própria Presidência da República, que agora optou por não fazer comentários.


Mas esta segunda avaliação, feita pelas Finanças de Albufeira, deixou várias dúvidas por esclarecer, já que teve como pressuposto que na propriedade de 1891 metros quadrados estava construída uma moradia com uma área bruta de construção de 318 m2, quando, afinal, estava lá uma outra com quase o dobro da área bruta: 620 m2. A primeira obra tinha sido licenciada em 1994, antes de dois lotes contíguos terem sido juntos, e acabou por nunca ir por diante. Em Outubro de 1996, foi pedido um novo licenciamento de uma única moradia a erguer no espaço conjunto dos lotes 18 e 19, que não tinha qualquer semelhança com o projecto anterior.


O que não se sabe e o jornalista queria esclarecer é se a segunda avaliação, que fixou a sisa a pagar, foi feita depois de Cavaco ter reclamado da primeira, de valor superior, fundamentando a reclamação com a entrega de um projecto que não correspondia à moradia construída - mas a uma de muito menor valor, aquela que não existe, mas serviu de base à avaliação.


Em 13 de Janeiro de 2011, o jornalista solicitou por isso a consulta do processo de avaliação às Finanças de Albufeira. A 31 de Janeiro, a administração fiscal recusava-lhe o acesso invocando o sigilo fiscal. "Tal dever de sigilo apenas cessa em caso de autorização do contribuinte, cooperação legal da administração tributária com outras entidades públicas, assistência mútua e cooperação da administração tributária com as administrações tributárias de outros países e colaboração com a Justiça", referia a resposta.


Contestando que os dados da avaliação fossem de natureza pública, como sustentava o jornalista, defendia-se que "o processo de avaliação integrava não apenas dados de natureza pública, mas também dados suceptíveis de revelar a situação tributária dos contribuintes, protegidos pelo dever de sigilo".


Em Março desse ano, José António Cerejo faz um novo pedido, solicitando mais uma vez o acesso ao processo, expurgado de quaisquer elementos abrangidos pelo sigilo. Quinze dias mais tarde, as Finanças voltam a recusar, tendo o jornalista intentado uma acção judicial para tentar consultar os documentos.

STA recusou apreciar o caso

Contudo, em Setembro de 2011, o Tribunal Fiscal de Loulé confirma a recusa, argumentando que "o valor apurado na avaliação serve de base de cálculo do imposto de Sisa a pagar, pelo que tais dados são susceptíveis de revelar a capacidade que o contribuinte tem de pagar o imposto". Os dados, defendeu o juiz, são , por isso, confidenciais.

O jornalista recorreu para o Tribunal Central Administrativo do Sul, que colocou a questão como uma disputa entre dois direitos constitucionais: o direito à informação e o direito à intimidade da vida privada. Desvalorizando os cargos públicos assumidos por Cavaco Silva, os juízes sustentam que a invocação da condição de jornalista e o propósito de uma investigação jornalística "não são suficientes para produzir a identificada e necessária compressão do sigilo fiscal".

Os magistrados realçam que a transacção ocorreu quando Cavaco ainda não era Presidente da República e dizem que "a informação pretendida, por princípio, nenhum interesse revestiria, porque relativa a um aspecto muito técnico e volátil da tributação do património, nesta medida bastante discutível". Num acórdão de Abril, concluem que deve prevalecer a "intimidade privada do cidadão, neste momento, Presidente da República".



O caso subiu ao STA, mas os conselheiros recusaram agora, a 21 de Novembro, apreciar novamente a questão, por não encontrarem no acórdão anterior "qualquer erro grosseiro ou decisão descabidamente ilógica e infundada que imponha a admissão da revista como claramente necessária para uma melhor aplicação do direito".

Está tudo dito.


Onde se colocam os juízes perante os interesses de classe?

segunda-feira, 10 de junho de 2013

ABANDONAR O EURO É UM RETROCESSO CIVILIZACIONAL


1 - A União Europeia entrará numa crise política e social mais aguda, se seguir a política imperial norte-americana de alargar a acção da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) à Colômbia.

Claro que, oficialmente, a NATO negou que quisesse a presença colombiana naquela estrutura militar. 


O Ministro da Defesa da Colômbia, Juan Pinzon, veio agora desdizer o que o seu Chefe de Estado divulgou dias antes: vamos começar uma parceria, para entrar posteriormente.

Naturalmente, o senhor Juan Manuel Santos, o Presidente da República do narco-Estado colombiano, supervisionado pelos Estados Unidos e cujos narcóticos (desde a produção à entrada no sistema financeiro) são controlados directamente pelos banqueiros de Wall Street, não ia fazer esta proposta sem ter o beneplácito de Washington.


Claro que, para a NATO, dizer não, teve de haver uma reacção, pelo menos, do seu sector europeu.

A questão irá ficar em banho-maria. Mas está lá na agenda e permanecerá em espera, dentro do conflito concorrencial EUA/UE.




E isto porque, no cerne da questão está concorrência, sem dó, nem piedade, entre as potências em decadência, mas ainda poderosas, como os Estados Unidos e as potências em ascensão, umas sem poder armamentista suficiente, como a União Europeia, e MERCOSUL/UNASUR, outras com um grande poder de dissuação essencialmente, geo-estratégico e militar nuclear, como a Rússia e a China.

2 - Hoje, ninguém nega, inclusive a própria grande burguesia, que a economia capitalista mundial - desde os Estados Unidos à China, passando pela União Europeia e Brasil e África do Sul, entre outros - está, toda ela, "ensopada" em sintomas evidentes de um recessão que está a atingir todo o planeta. 


E os intervenientes e personagens que se
colocam em diferentes campos da barricada estão conscientes de que um furacão se avizinha.

Os senhores do sistema financeiro internacional, que foram fomentadores da crise, têm procurado, e continuam em conclaves, por vezes, caricatos, outras vezes criminosos, a definir estratégicas e a por em prática a sua política de continuar a ser o único pilar do sistema dominante para prosseguir o seu enriquecimento sem fim à custa da pilhagem constante do erário público, empobrecendo, paulatinamente, as classes assalariadas e mesmo camadas crescentes das classes médias.

Mas, a história da ascensão meteórica actual da lumpen grande burguesia internacional foi conduzida, essencialmente, por uma grande potência económica e militar, os Estados Unidos da América, numa parceria submissa, embora busque, progressivamente, fugir, sem laivos de ousadia, ao seu controlo maciço, que é o caso da União Europeia.

Mas, dentro desta, há divergências e pontos de vista diferentes, uns, os mais perigosos, em regime permanente de chantagem, como a Inglaterra e a Holanda, que tudo têm feito para "destruir" a unidade europeia, pensando sobreviver como "Império de segundo grau" (financeiro) em aliança permanente com os norte-americanos, outros numa
dúplice atitude de buscar uma nova supremacia, que lhe pode ser fatal, para ela, mas também para os povos europeus, como é o caso da Alemanha.

Os EUA utilizaram a NATO, como arma de propagação da sua prática de violência e sangue para impor o domínio mundial do seu sistema político (de uma falsa democracia tutelada por dois partidos do grande capital em oligopólio, que são o Republicano e o Democrata) e o sistema económico-financeiro de domínio absoluto da grande burguesia financeira, solidificada durante muito tempo somente pelo lobby judeu, hoje, em parceria consistente com o poder crescente do Vaticano nos negócios mundiais.

E essa utilização não foi pacífica, nem teve o condão de propagar democracia aos povos "bárbaros" dominados pela islamismo radical. 


Foi um política económica alicerçada pela violência, pelo sangue, pelo saque de riquezas sem contemplações.

Teremos de analisar esta fase, porque está interligada com o facto e a importância do aparecimento da União Europeia e do euro, por um lado, mas também, por outro, pela contribuição para o despertar de outros povos para se reunirem e formarem blocos, em oposição clara à supremacia imperial dos Estados Unidos (e implicitamente da NATO. 
Hoje é mais que claro que o bloco europeu daquela, praticamente, já não cola em nada com o sector norte-americano).

Com o fim da estrutura político-militar imperial da ex-URSS, os Estados Unidos da América arrogaram-se no direito e na praxis de tornar os seus submissos aliados em marionetas da sua política para se imiscuir, a qualquer preço e sem prestar contas, em toda o território europeu. 


Chegaram ao ponto de fomentarem a divisão entre a
"Velha e a "Nova" Europa, inundando de dólares algumas das velhas cliques soviéticas que ficaram no poder nos antigos territórios do COMECON/Pacto de Varsóvia, como a Roménia, a Hungria e a própria Federação Russa, de Ieltsin.




No principio da década de 90, precisamente, quando a União Europeia começava a ter direito de cidadania mundial, o poder de Washington fomentou, militarmente, os 
conflitos dos Balcãs, colocando europeus contra europeus, e forçou a intervenção armada da NATO desastrada e criminosa, fora do perímetro dos seus país-membros, primeiro, na Croácia, depois na Bósnia-Herzovina, para, pouco depois, unilateralmente, impor um embargo aéreo em todo o território da ex-Jugoslávia.

Depois expandiu a sua acção para África, Médio-Oriente e até Ásia.

Colocou o Iraque a ferro e fogo, destruiu, praticamente, o Afeganistão, voltou-se para o Sudão (que dividiu em dois Estados, conforme a importância do petróleo na produção). 


Está por detrás da guerra sangrenta dos Grandes Lagos, - lítio, diamantes, petróleo, urânio, etc - (Uganda, Ruanda, República Democrática do Congo e Angola). 

Fomentou o que se apelidou chamar de "Primavera Árabe", destruindo o Estado Líbio, nomeadamente, não porque desejassem expandia a sua fé na "democracia", mas porque queriam controlar, directamente, o crude do país, em associação directa com a Al-Qaeda (Ela está instalada em Tripoli, com o seu chefe no poder de governador e comandante militar!!!)

Pode parecer que tiveram sucesso. Foi só aparente.

Os sintomas evidentes dos fracassos estão à vista.

Saem de rabo entre as pernas do Iraque e, possivelmente, do Afeganistão. Soam os tambores da revolta na própria Turquia pró-americana.


Estão a perder a influência que pretendiam no mundo árabe. 

Não destruíram a Síria, nem fizeram
claudicar o Irão. 


Nesta parte do globo, ficam confinados ao apoio material de uma parte do problema do Médio-Oriente: as monarquias corruptas e medievais do Golfo e Israel. (A Jordània cujo monarca é da dinastia hashemita  - hoje já está sustentado com a presença tropas norte-americanos no país-, nada tem a ver com os milhões de berberes, que habitam este Estado, os Saud da Arábia Saudita foram colocados no poder pelos colonialistas ingleses, bem como os Thani do Qatar, que só sobrevivem porque os Saud são a sua guarda pretoriana).

3 - E, também, a sua relação entre os Estados Unidos e a União Europeia se começa a pautar pela conflitualidade permanente, embora seja abafada pela grande comunicação social dos dois lados do Atlântico. (Veja o que se está a passar com o relatório do FMI face à crise europeia, atirando com o ónus do descalabro para cima da Comissão Europeia!!!).

Desde o princípio da crise de 2008, iniciada, fomentada e exportada por Wall Street , esta atiçou ódios e divergência no seio da UE.

Procurou destruir a sua moeda e, através dos seus títeres, instalados nos governos europeus, quer sejam de origem conservadora (democrata cristã, popular, ou simplesmente pró-americana, ou de tutela dos chamados Partidos Socialistas ou Sociais Democratas), alimentar as desigualdades económicas para pagar a "salvação", primeiro, dos grandes bancos norte-americanos (pois muitos dos bancos dos países europeus são de accionistas dos EUA), depois dos grandes bancos europeus, que são
donos, também eles, de outros bancos de diferentes Estados da "Eurolândia".




Ora, esta crise trouxe para a União Europeia (os seus sectores mais esclarecidos politicamente), a ideia de que para avançar somente o poderá fazer criando um fosso concorrencial, económico, político, militar e diplomático com os Estados Unidos, por um lado, e, por outro, afastando todos os responsáveis internos causadores da crise e do sistema recessivo na economia que percorre toda a União Europeia.

No meio da crise mundial, foi justamente na Europa, que se deram as maiores manifestações e mais concorridas, os maiores enfrentamentos classistas, as denúncias mais incisivas sobre o desenvolvimento da crise mundial, bem como as maiores evoluções no interiores dos partidos e inclusive se deram alguns avanços para projectos 
transnacionais dentro da Europa para forjar uma nova política anti-capitalista.

Apesar da profunda crise recessiva que atravessa a UE, ela continua a ser uma força económica de primeira grandeza e uma estrutura política, que quer crescer, assente numa moeda forte. 


Os países europeus, que estão fora do euro, continuam a quer fazer parte dessa unidade monetária.

O avanço para a unidade europeia não é um projecto criado do zero nos finais dos ano 60 do século passado.


Desde os primeiros passos do Renascimento, sejamos mais precisos, desde a Média Idade Média, precisamente, com Portugal (século XII) a História ensinou-nos que o caminho para uma nova Europa foi construído com a formação, primeiro, dos grandes Estados nacionais, ultrapassando os empecilhos feudais, depois apareceram projectos, normalmente de carácter imperial, para uma unificação europeia forçada.

Com essas "marchas forçadas" e ditatoriais apreendeu-se e tiraram-se lições no século passado. Alguns agora fazem por esquecer.


O caminho para a Unidade europeia, posta em prática com a Comunidade do Ferro e do Aço, depois da II Grande Guerra, e da Comunidade Europeia, hoje União Europeia, 
teve um pressuposto que está subjacente à instituição dos grandes Estados nacionais pré-renascentistas, e, essencialmente renascentistas, a busca de uma cooperação transnacional assente na relação de constituir uma nova forma de estabelecer  forças produtivas iguais e distribuídas entre Estados europeus para via a formalizar uma entidade superior supranacional, poderosa, com uma nova política.

(Claro que quem esteve à frente deste avanço foi um sector esclarecido da grande burguesia. Certo. Mas, por detrás, estavam as reivindicações dos assalariados dos diferentes países europeus, que levaram inclusive a unificações formas de bem-estar, de lazer,  de aumentos de salários para se buscar aproximações. Não foram *dádivas* burguesas...).

Foi, portanto, o primeiro grande bloco político supranacional em nascimento, resultado da conjugação de Estados-soberanos, onde mais se desenvolveram as relações de produção capitalistas num espaço relativamente curto (cerca de 30 anos), que ombreavam com a grande potência económica internacional os EUA.


Foi (e é) modelo de projecto de interligação com os novos pólos emergentes, como o Mercosul e o bloco que se procura formar no Extremo-Oriente, que vão ser os futuros centros de poder multipolar provavelmente nas próximas duas dezenas de anos.

É nesta União Europeia que estão os processos mais avançados da destruição do próprio capitalismo. 


Destruí-la é favorecer a recomposição do capitalismo numa perspectiva mais desesperada, mais contundente, possivelmente mais nazificada na sua perspectiva política internacional.

Do ponto de vista da economia política, a União Europeia está em condições mais propícias para ultrapassar a crise, - maior controlo da dívida pública (títulos de Tesouro, Dívida soberana) pelo Banco Central.

Todavia, esta somente terá efeitos práticos de relançamento se a definição prática da construção da sua unidade, ultrapassando particularismos nacionais, for efectuada pelo alargamento de uma nova estrutura de poder, que tenha em contra o progresso humano, as reivindicações das classes mais desfavorecidas, o alargamento das decisões
democráticas de base popular, o objectivo de alcançar uma cooperação dentro dos diferentes Estados dessa União (federativa ou confederal) mais igualitária e harmoniosa, 
sem a qual não poderá haver uma nova Europa Federal de Estados Confederais em igualdade de tratamento e condução política.

4 - A economia mundial irá piorar nos próximos tempos, talvez anos. 


Pode-se imaginar que alguns países não estão em estado tão calamitoso, como parece estar a Europa.

Não é verdade. 


Os Estados Unidos da América estão em semi-coma, mascarada com uma injecção maciça de dinheiro, que já não se pode esconder com o poder encobridor dos petro-dólares. 

Porque há desconfiança naqueles, porque há novas formas de trocas monetárias entre Estados, que os ultrapassam e desprezam. Deixam de ser moeda de referência, sem contestação. 




Há indícios, nos Estados Unidos, de novas bolhas imobiliárias, e de possíveis falências de grandes bancos, como o próprio JP Morgan emaranhado em operações duvidosos, inclusive com o próprio negócio do ouro.

A China tem uma recessão de dimensões nas suas exportações e vira-se para a expansão do seu mercado interno.

Os chamados países emergentes estão a elaborar estratégias de incremento do comércio dentro dos seus espaços de parceria, o que pressupõe um aparecimento de proteccionismo por blocos, com uma congregação em torno de moedas dos seus países e fora da supremacia norte-americana.

Certamente, está a desenhar-se uma nova ordem mundial, com diferentes centros de poder, centros estes que se estão a militarizar crescentemente.


Está no tempo certo da UE avançar para uma maior unidade, em torno de um novo poder e uma cooperação com outros blocos que façam frente ao poder cada vez mais militarizado e fascizante do Estados Unidos da América, acossados, fortemente armados, mas em decadência económica acelerada.