quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O MITO KENNEDY - UMA HISTÓRIA DA ASCENSÃO DO LUMPEN CAPITALISMO NOS EUA



1- Os chamados democratas mundiais incensaram, no dia 22, a personalidade de John Fitzgerald Kennedy, então Presidente dos Estados Unidos da América, assassinado, naquele dia do ano 1963, em Dallas, Texas, quando visitava a cidade.

Fizeram questão de esquecer quem representava, na realidade, politicamente, John Kennedy e obscurecer, senão totalmente, pelo menos, em parte, que a sua morte esteve ligado a um golpe de Estado interno, maquiavelicamente organizado e com justificações ingénuas de um atirador isolado, justificações estas que foram estruturadas e difundidas, com o apoio das empresas de comunicação social do país, com uma aceitação, sem contestação, no chamado Mundo Livre.

Mas, procuraram nem sequer referir, que desde os princípios do século XX, quando começaram adquirir *uma cidadania imperial capitalista*, os Estados Unidos, como um dos esteios crescentes do poder monetário do capitalismo em expansão efectuou as maiores barbaridades civilizacionais, que passaram por assassinatos selectivos, invasões encobertas e abertas, golpes de Estado sangrentos, saques e massacres de uma ferocidade inumana, incluindo massacres colectivos de centenas de milhar de pessoas, com a utilização da bomba atómica, em 1945 sobre o Japão, com a justificação cínica de que tais actos salvariam a vida "a milhares de norte-americanos".

Uma actuação, aliás, em consonância com uma verdadeira política nazi, naturalmente efectuada noutra situação e realizada nos cânones da democracia burguesia, e dilatada no tempo, sem uma guerra mundial declarada, mas com muitas guerras regionais e locais de uma ferocidade sem precedentes, como o Vietname, o Laos e o Cambodja, e recentemente, a guerra Irão-Iraque (anos 80 do século XX), e as invasões do Iraque, Afeganistão e Líbia.


John F. Kennedy à esquerda a bordo de um iate

John F. Kennedy, na altura da sua candidatura, era o legislador "playboy", metido na política por intervenção e influência do pai, Joe Kennedy.

Este de origem irlandesa pertenceu, nos anos de Depressão, a gangues de contrabando de bebidas e, na sua ascensão no seio do lumpen capitalista financeiro, (além de contrabandista e mafioso, e controlador da indústrias cinematográfica de Hollywwog, com as máfias italianas e judias, que o ligaram aos magnates de Wall Street), com a especulação, com o dinheiro ganho ilegalmente, nas bolsas dos Estados Unidos, abalado pela depressão de 1929, depois de se servir de informação privilegiada actuando na hierarquia da administração estatal dirigente interna do controlo económico e bancário, primeiro como Presidente da Comissão Marítima (que regulava o transporte por mar), em seguida como Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), em estreita ligação com a família do então Presidente Franklim D. Roosevelt.


Frank Sinatra, membro da cúpula mafiosa e John Kennedy

(Um filho daquele James foi seu sócio, primeiro, nos negócios ilegais de bebidas, mais tarde, após o fim da Lei Seca, na representação legal de grandes marcas de whisky e gin escoceses).

Joe Kennedy que foi embaixador dos Estados Unidos da América no Reino Unido entre 1940 e 1943 teve de abandonar o cargo depois de criticar a política externa norte-americana que naquele ano último ano começava a apoiar, activamente, a própria Inglaterra.
O pai do falecido Presidente considerava que a neutralidade dos EUA era essencial para evitar, de certa maneira, uma queda rápida de Adolf Hitler.

(Uma curiosidade que convém salientar: o senador Joseph McCarthy, -católico irlandês como Joe Kennedy -, que esteve à frente da Comissão do Senado para controlo das actividades anti-americanas, e perseguiu dezenas de milhares de intelectuais, políticos e mesmo homens de negócios, com acusações vagas de adesão ao comunismo - tido como atentado à segurança de Estado!!! - e homossexualidade, foi um dos fiéis aliados políticos do pai de John Kennedy.

Este, como membro da Câmara dos Representantes, nunca se opôs à actividade pidesca de características nazis de McCarthy. Foi cúmplice da sua nefasta acção política organizada. Aquele foi afastado, numa votação no Senado, depois da maioria da população se ter pronunciado contra ele, incluindo a mulher do antigo Presidente Roosevelt. Sem uma palavra dos Kennedys...)


2 - A ascensão de John Kennedy à candidatura presidencial, e, posteriormente, à própria Presidência dos Estados Unidos da América surge, precisamente, numa conjunção de apoios, em que se destaca o lumpen capital financeiro em ascensão, a corporação de gangues mafiosos - que dominam os negócios dos jogos de casino, a disseminação da traficância de droga, da lavagem de dinheiro, e que de uma maneira ou de outra, se interligam com aquele e também do crescente papel que o complexo industrial militar começa a ter no aparelho de Estado.

É, justamente, no início dos anos 60 do século passado que o sistema financeiro norte-americano começa a utilizar a extracção contínua de dólares, (como moeda internacional poderosa e única), lançando no mercado para expandir e solidificar o seu comércio.
Ou seja, a especulação entrou num processo crescente de globalização sob a supervisão norte-americana, que JFK apoiou sem reservas.

É, também, no início do mandato presidencial de Kennedy, que é criado o chamado "Peace Corps", com tradução em português de "Corpos da Paz", unidades de intervenção castrense imperialista no mundo, sob cínicas argumentações de "apoio voluntário" ao desenvolvimentos dos povos das apelidados "países do terceiro mundo".



Esta expansão militarista estava em interligação com o complexo industrial militar, que preconizava o incremento armamentista e a intervenção crescente nos assuntos internos dos países, em nome "da democracia" dos Estados Unidos.

A mais conhecida intervenção de Washington - até porque falhou estrondosamente - foi a chamada invasão da baía dos porcos, em Cuba, em 1961.

Uma operação, cuidadosamente, preparada, em segredo, ainda antes da vitória eleitoral de Kennedy, pelos chefes militares e pela CIA, com a direcção do pró-nazi Allen Dulles.

Kennedy deu o assentimento imediato ao acto, que teve lugar, sobre a forma de "operação encoberta".

Os invasores de Cuba seriam , nominalmente, "refugiados" daquele país, treinados, municiados e conduzidos até Cuba em unidade navais dos EUA, com a cobertura de aviões norte-americanos B-52, uns tripulados por cubanos, outros, sem identificação, por aviadores norte-americanos.

A operação começou a 17 de Abril de 1961, e, dois dias depois, tinha sido desbaratada pelo novo regime cubano, liderado por Fidel Castro, que "nacionalizou" toda a actividade da Máfia e parceiros financeiros no jogo de casino, na indústria petrolífera e nas grandes plantações latifundiárias de tabaco.

A intervenção mais lucrativa norte-americana, e que acabou agora passado 50 anos, com a retirada de *calças na mão* das Forças Armadas norte-americanas, deu-se no Iraque - e razão, essencial, da mesma foi o controlo do petróleo iraquiano pelas grandes companhias anglo-americanas.

Em 1963, o governo de Kennedy, seguindo as directivas das sete "irmãs do petróleo" (Esso, Texaco, Socony e Soca, bem como a Standard, a Shell e a Amoco. Hoje estão concentradas em quatro) preparou um golpe de Estado no Iraque contra o governo do general Abdul Karim Qassen, que cinco anos antes derrubara a monarquia imposta pelos ingleses durante a II Grande Guerra.

Qassem nacionalizou a produção petrolífera do país e formou um governo nacionalista, que enquadrou forças e partidos ditos de esquerda.

Entrou em acção a CIA, que arregimentou figuras cimeiras do Partido Baath, que se dizia socialista islâmico, liderado por Abdul Salam Arif, e que contava, no seu seio, com jovens oficiais, um dos quais veio a ser o principal aliado norte-americano no Médio-Oriente, o então capitão Saddam Hussein.

Foi a CIA que forneceu uma extensa lista de supostos esquerdistas e comunistas, que incluíam milhares de intelectuais, médicos, professores, advogados, engenheiros, bem como militares e políticos, que deveriam ser eliminados, o que sucedeu.

Finalmente, de destacar, duas acções, intimamente ligadas ao complexo militar e Wall Street: a guerra do Vietname e o programa militar de conquista do espaço, e uma terceira de jogo de forças de geo-política: a chamada crise dos mísseis em Cuba.

Aparentemente, Washington ganhou em toda a linha com esta terceira, pois obrigou a antiga União Soviética, de Nikita Krutchov, a capitular e a retirar os mísseis instalados na ilha. Mas, com o compromisso escrito de não haver uma invasão norte-americana, e de um compromisso secreto, cujos contornos se conheceram mais tarde, de que retiraria os seus mísseis atómicos instalados na Turquia, o que foi cumprido.

O que sucedeu, na realidade, é que, economicamente, Cuba ficou refém da ex-URSS, o que levou, em definitivo, ao afastamento político e ideológico entre Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara, este, desde então, completamente, abandonado pela direcção política cubana, embora, cinicamente, continuem a afirmar que mantiveram, sempre, os laços políticos.

A guerra do Vietname foi, integralmente, planeada pela Administração Kennedy, que estabeleceu um "plano de ajuda militar" de 16 mil "conselheiros militares" ao regime fantoche, liderado por um general de opereta chamado Ngo Dinh Diem, instaurado no Vietname do Sul, com a capital em Saigão.


Assassinato do general Diem

A corrupção e ineficácia desse exército sul-vietnamita levou os norte-americanos a fomentarem um golpe sangrento de Estado, em Julho de 1963, que conduziu à prisão e execução sumária de Diem e do seu irmão Ngo Dinh Nhu, chefe dos serviços secretos - o curioso é que quem faz o anúncio oficial destas mortes são as autoridades norte-americanas na região -, sendo substituídos por uma "Junta Militar", sob o comando de um outro general Duon Van Minh.

Para sustentar o regime, o governo de Washington começou a enviar, em crescendo, soldados expedicionários, que chegaram a atingir mais de 500 mil homens.

As tropas norte-americanas praticaram das maiores barbaridades no terreno, (não só no Vietname, mas também no Laos e Cambodja) comparáveis ao desvario nazi em toda a Europa.

Foi um período áureo de incremento do militarismo norte-americano no mundo.

O chamado programa espacial norte-americano, que teve o seu papel exterior e mediático com a chegada de uma equipa de astronautas à Lua em 1969, teve no entanto um objectivo central: o desenvolvimento de todo o sistema de mísseis balísticos intercontinentais, em concorrência desenfreada com a então URSS, ultrapassando-a.

3 - A vida privada dos Presidentes dos Estados Unidos, e, neste caso em particular de John Kennedy, é um poço sem fundo de imundice, de cinismo, de devassidão típica da lumpen grande burguesia capitalista, de que, numa parte significativa pertencia ou a eles estavam ligados como alto representantes.

Tudo era cenário, tudo era encoberto, tudo era mascarado. Os Kennedys políticos, tidos como progressistas, católicos fervorosos e liberais, eram de uma cupidez sem qualquer tipo de moralidade ou ética humana.



E, toda a armação política e de segurança que rodeava os Presidentes estava montada para o encobrimento da sujidade que os rodeava.

Kennedy era um escroque político e humano.

4 - Afirmar que a morte de John Kennedy foi uma acção isolada de um homem vulgar, sem grandes aptidões para se concentrar, sem capacidade militar experiente e sofisticada para disparar, a grande distância, uma arma de segunda ordem, uma espingarda da II Grande Guerra conhecida por Mannlicher-Carcano 6.5X52 mm, com uma mira telescópica quase obsoleta, que conseguiu iludir toda a vigilância dos serviços secretos e policiais que esquadrinharam, atempadamente, todos os espaços circundantes, incluindo habitações e centros comerciais,
é uma estória da carochinha.



Lee Oswald poderia ter participado no complô, mas nunca o confessou, nem nada de comprovativo ligado à sua pessoa foi encontrado na arma que foi apresentada como sendo o objecto que produziu a morte do antigo Presidente dos EUA.

Nem se pode sequer considerar como sério que os serviços de segurança e policiais deixassem, quase sem protecção, um pretenso assassino, Oswald, de um Chefe de Estado, tal à vontade para se abatido, em plena via pública, por um membro da Máfia Jack Ruby, que se apresentou como "justiceiro" do magnicídio presidencial.

(Curiosamente o Ruby era judeu, chamava-se Jacob Rubistein e trabalhava para "a família mafiosa" de Chicago).

Nada foi investigado, com objectivo de descobrir os promotores do passamento de Kennedy, incluindo todos os que eventualmente estivessem em relação conflitual com ele, desde o vice-Presidente Lyndon Jonhson, ao expoentes máximos do CIA de então, desde Allen Dulles, afastado, depreciativamente do cargo, pelo então Presidente, até ao chefe do FBI, Edgar Hoover, que lhe mostrava os dossiês que o atingiam como forma de o pressionar, nem as redes mafiosas, (italianas, cubanas, irlandesas) que o envolviam e que ele estava envolvido, desde o cantor Frank Sinatra ao seu cunhado o actor Peter Lawford, casado com uma irmã do assassinado, nem a toda a hierarquia da segurança pessoal e policial do Texas.

E inclusive a uma parte dos homens de negócios de Wall Street, que mantinham uma relação de desconfiança com a "rede capitalista", onde estava inserido o seu pai.

Todo este encobrimento (a família Kennedy nunca denunciou publicamente o que realmente se passou) faz parte do próprio sistema político e económico corrupto dos Estados Unidos e, tal como com o assassinato de Kennedy, nada se sabe de concreto com o que se passou com o 11 de Setembro de 2001, que seria impossível de concretizar por meia dúzia de "aprendizes de pilotos", vindos das montanhas do Afeganistão e Paquistão e conseguiam ultrapassar o maior sistema de vigilância electrónica aero-naval dos Estados Unidos da América.

Os golpes de Estado nos EUA procuram sempre transmitir-se para uma opinião pública acéfala como contos de encantar.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O CAPITAL FINANCEIRO DESEJA UMA CONTRA-REVOLUÇÃO MUNDIAL


1 – Os moralistas burgueses, e os seus acólitos que se intitulam comentadores e, mesmo alguns jornalistas escrevinhadores, lançam frases de horror cínico, quando são denunciados casos em vários países, desde a Inglaterra aos Estados Unidos, passando pela Grécia, França e a Holanda, de soldados e policias, ora fazendo a saudação nazi, ora sabendo-se que são componentes essenciais de “milícias” fascistas, de apoio ou mesmo filiados em partidos pró-nazis, candidamente rotulados apenas, na linguagem oficial, de extrema-direita.

Até como sucede na Grécia e na Alemanha, actuando como *braços assassinos* das hierarquias políticas e policiais contra imigrantes ou activistas políticos anti-nazis.

Contudo, não analisam, nem reagem, com sincera indignação, quando se sabe e, eles têm perfeito conhecimento que, pelo menos, ALGUNS desses partidos já são (ou foram recentemente) membros de nove  *respeitáveis* governos europeus. 

Na Inglaterra


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Na Grécia

Aliás, olimpicamente, pouco preocupados estão com tais factos. 

O essencial, para esses servidores, é a “estabilidade” dos actuais regimes corruptos.

Mas o que significa, na realidade, a ascensão desses partidos ao poder político e o silêncio tenebroso da grande comunicação social internacional face a esse evento?

Se nos concentrarmos no nascimento e evolução da restauração, porque é disso que se trata, a restauração dos projectos nazi-fascistas no chamado mundo ocidental, claro que noutras condições e situações, verificaremos que eles ganham espaço, presença e são incentivados, a partir do momento que se iniciam as grandes crises da finança internacional, cujo começo situaremos na chamada “crise do petróleo” de 1973.

A crise foi um “rastilho inicial” de um processo, que hoje verificamos ter sido perfeitamente delineado, da recuperação da lúmpen grande burguesia financeira, que trucidando as restantes facções da grande burguesia, principalmente industrial e comercial, que chegou a uma “encruzilhada” em 2008 – esvaziamento progressivo das economias nacionais, sem dó, nem piedade; redefinições dos processos produtivos, com a dispersão territorial desordenada, somente baseada no lucro imediato, dos projectos industriais para países de mão-de-obra intensiva e barata, com um incremento, sem qualquer regra, dos fluxos de capitais e empréstimos, que, naturalmente, e os seus promotores, estavam cientes disso, teria de ter um cais de chegada, onde se bateu fragorosamente.

Tudo isto foi conduzido dentro do poder das chamadas democracias parlamentares, que, aliás, os poderes económicos centrais, do judeu capitalista de Wall Street e ao cínico sagrado do Vaticano já “magicavam” há muito, tudo fazendo para que este sistema de regime político, se alargasse o mais possível, desde a Europa até ao Extremo-Oriente, com passagem pela Grande Rússia/ex-URSS.

(O exemplo mais escabroso e sinistro que levou à execução do então primeiro-ministro Aldo Moro, foi a tentativa de golpe fascista em Itália nos finais dos anos 70, quando se registava o descalabro dos partidos do regime - Democracia Cristã e Partido Socialista - posto a nú quando se descobriu a aliança directa do Vaticano/Banco Ambrosiano e a Loja Maçónica P-2, e as ditaduras sul-americanas.

E nelas pontificavam dirigentes fascistas assumidos, responsáveis da Democracia Cristã, como Giullio Andreotti - agente político directo da Máfia, do Vaticano/IOR e da finança internacional na política interna), e do PS italiano, como Pietro Longo, os principais chefes militares, dos serviços secretos e da diplomacia e as grande figuras do lumpem capital financeiro em crescimento, como Berlusconi, Roberto Calvi, Michele Sindona (o banqueiro da Máfia e do Vaticano nos EUA), Umberto Ortolani, bem como vários cardeais e bispos católicos, dos quais se destacam dois antigos secretários de Estado da Santa Sé, Jean Villot e Agostino Casarolli).


Com a profundidade da crise económica e financeira de 2008, a questão, agora, para o lumpem capital financeiro, coloca-se em torno da harmonização do seu poder real económico ao um tipo de poder ditatorial e transnacional, que amordace, repressivamente, quer pela força das armas, quer por toda uma nova concepção de regime político, que enquadre novas legislações constitucionais ou para-constitucionais sem contestação, laboral, de expressão, de ensino, de saúde, fiscal, e mesmo monetária.

No fundo, para essa burguesia financeira, será necessário uma contra-revolução total, com o controlo absoluto da toda a vida societária.

2 – Claro que os fautores e pensadores da grande burguesia financeira internacional não preconizam, abertamente e de uma assentada, que se instale esse poder ditatorial e repressivo, fazem-no, com cautelas e, aparentemente, jogando, enquanto lhe interessa,  nas regras da democracia parlamentar, que, aliás, controlam no essencial.

Inventam e produzem, agora com maiores evidências, as maiores vigarices manipuladoras para atrair para os seus objectivos, essencialmente, as grandes massas populares.

A realidade é esta : Nove países europeus têm (ou tiveram recentemente) na sua composição governamental, directamente, alianças de executivo central, ou como apoiantes declarados nos respectivos parlamentos, partidos declaradamente fascistas, apelidados, cândida e selectivamente, para não ferir as susceptibilidades burguesas liberais, de extrema-direita.

Iremos voltar ao tema.

Vamos, justamente, concentrarmo-nos no país, onde a recuperação total da lumpen grande burguesia financeira ocupa toda as esferas de poder, e onde essa restauração alcançou os resultados mais profundos, e, se tornou o maior centro de corrupção mundial, mais ampliou, sem qualquer pudor, a sua dívida, *enrola*, na mais pura vigarice à custa dos oprimidos de todo o mundo,  o seu crescente défice, com alardes fictícios de recuperação económica e lança o ónus da crise em que está estrangulada para cima de outros países, em particular, ao que mais no interessa, a União Europeia.

A grande burguesia financeira, para actuar com a maior impunidade e desfaçatez, tem de ter uma rectaguarda territorial mais ou menos segura e poderosa.

Estamos a falar dos Estados Unidos da América.

Embora se diga que os dois maiores bancos mundiais, em termos de valores activos, sejam chineses, na realidade estes bancos têm uma concentração territorial ainda pouco ampliada.

E, além do mais, uma parte da estrutura accionista é estrangeira. (Não significa tal, um menosprezo sobre o seu poder, pelo contrário é sinal de um crescimento do capital financeiro naquele país, mas, por enquanto, o seu poder real tem balizas restritas).

Na realidade, são os grandes bancos norte-americanos -  JP Morgan, Bank of América, Citigroup, Wells Fargo, Goldman Sachs e Morgan Stanley, juntamente com o HSBC, o primeiro da escala, embora não tendo a sede principal nos EUA, mas em Londres, a estrutura principal accionista remete para o capital centrado em Wall Street, que detém o controlo efectivo das bolsas internacionais, das grandes empresas multinacionais de alta tecnologia, das grandes empresas de transportes – marítimo, aéreo e terrestre, do processo produtivo, industrial e distributivo das grande riquezas naturais (petróleo, gás, diamantes, carvão, lítio, urânio, entre outras), uma parte significativa da agro-produção, agro-indústria e agro-comércio, e, acima de tudo, do negócio do armamento, que tem levado a uma crescente militarização do país.

(O total de gastos militares dos Estados Unidos em 2012 foi de cerca de 1,75 biliões  de dólares, superior a 40% da despesa militar mundial e maior do que todos os próximos 14 maiores gastos militares nacionais somados. Dado este que já pressupõe uma restrição face ao ano anterior, produto da crise onde estão atolados).

É esse capital financeiro centrado em Wall Street, dominado em grande parte pelos capitalistas judeus, hoje em competição com o Vaticano,  que desde a crise de 2008 se apresentou, sem rebuços, como também o centro da corrupção mundial:  são eles, que descaradamente, fazem o lavagem do tráfico internacional de droga ( estima-se que, anualmente, circulem pelo sistema financeiro mais de 500 mil milhões de dólares) e gerem os investimentos e as trocas dos dinheiro que fomentam o chamado “terrorismo internacional”, que eles criaram, através da AlQaeda e formações afins.

(O HSBC foi, recentemente, condenado a pagar uma multa de 1,2 milhões de dólares, por ter sido o veículo privilegiado dessa lavagem de dinheiro proveniente de magnates do Médio-Oriente. Todavia, nem um só administrador do banco foi beliscado, nem os seus promotores alvos de denúncia pública. Qual seria o valor real da lavagem? Certamente, muito superior a biliões de dólares!!!).

Falávamos, nós, da crise de 1973, e veremos agora os seus reflexos práticos na interligação entre esse grande capital e a caminhada para tomar o poder legislativo, executivo e militar no interior do aparelho de Estado norte-americano, e principalmente, a montagem da necessidade do “Estado forte”, da necessidade de intrusão nos “assuntos internos” de outros Estados para “fomentar a democracia” para defender “os interesses nacionais” dos Estados Unidos, pactuando para tal como todo o tipo de “ditaduras” favoráveis à implantação das “leis do mercado”.

Ou seja, a fascização lenta e continuada dos Estados, 

com a supremacia dos EUA.

A crise de 1973, embora sendo uma crise económica, foi, também, uma forma de afrontamento ao capital financeiro através dos países produtores de petróleo, e tal facto colocou na ordem do dia, para Wall Street/oligarcas e magnatas das chamadas oito irmãs, a questão de impor “o seu espaço vital” sob a forma ditatorial em todo o mundo.

O capital financeiro, através de fundações e institutos que, financia e controla, normalmente sedeados em grandes cidades como Nova Iorque e Washington, também na Califórnia, como o Institute for Educacional Affairs, Project for The New American Century (PNAC), American Enterprise Institue (AEI), Hudson Institute, Claremont Institute e  Heritagem Foundation, entre muitas outras ligadas a universidades como Harvard, Yale e John Hopkins, iniciou um processo constante, planeado e concertado de “assalto ao poder”.

Não sendo por acaso, todas as figuras intelectuais cimeiras desta rede de pensamento, que se intitulou “neoconservadorismo”, são de origem judia e todos, embora alguns não sendo judeus, estavam ligados ao “lobby” respectivo, como Rumsfeld, Cheney,  Condolezza Rice ou mesmo o general Collin Powell.

À medida que, após 1973, as crises capitalistas (crise da queda do Xá da Pérsia em 1979, e a subsequente guerra Iraque-Irão, das bolsas de valores de Tóquio,  de 1990, entre outras) se sucediam, havia, todavia, um impulso  num incremento  económico e tecnológico, implosivo e em grande extensão, ultrapassando as grandes fronteiras,  fechadas há dezenas por um grande proteccionismo do capitalismo de Estado,  o que colocou em marcha novas burguesias regionais poderosas em ascensão.

Contudo,  o grande capital financeiro tinha noção que entrava, por um lado, numa grande crise estrutural , e, por outro, numa crise de superprodução, que conduziu, em grande parte a actual situação.

Um beco, cuja saída está a ser buscada numa reestruturação capitalista, numa primeira fase, sob a forma de regimes de carácter fascistas,  mais ou menos “democratizados”.

Naturalmente, depois poderá surgir uma guerra de proporções para refazer  os “territórios de conquista”.

Esse capital – sedeado essencialmente em Wall Street, EUA - usou os seus “tentáculos” políticos (governo, legislativo, judicial, policial), ideológicos (centros de pensamento e meios de comunicação social,) e mesmo religiosos (seitas fanáticas comerciais, estilo evangélicos, ortodoxos judeus, cristãos irredentistas) para colocar o Estado, a obedecer, sem restrições, aos seus interesses económicos. 

Começaram, em força em meados dos anos 70 do século passado pela ideologia, lançando programas, e divulgando-os em eventos e coberturas mediáticas dos grandes jornais e televisões, ligados ao capital de Wall Street, como o Washington Post, Los Angeles Times, Wall Street Journal, New York Times, New York Post, USA Today, Financial Times, CNN, CBS, ABC; NBC, FOX.

Propunham, em síntese, entre outras coisas, “uma postura externa mais agressiva, com mais iniciativa, mais gastos militares, mais atenção para os temas de segurança e da defesa e, fundamentalmente, a construção de uma ordem internacional guiada pelos valores dos EUA”.

À medida que ganhavam espaço, os seus asseclas eram colocados como assessores governamentais e das câmaras legislativas, isto, de maneira incisiva já na Administração Reagan.

Foquemo-nos no PNAC, que começa a ter projecção em 1997, e vejamos quem foram os seus promotores iniciais e preponderantes depois nos postos chave da administração norte-americana, com George W.Bush -  Paul Wolfowitz, John Bolton, Dick Cheney, Perle,  Donald Rumsfeld.

Eis o trecho chave da sua declaração de princípios: “ a existência de um Exército forte e preparado para enfrentar os desafios presentes e futuros, a manipulação da política externa no sentido de impor os princípios norte-americanos e uma liderança nacional que aceite as responsabilidades dos Estados Unidos”.

Os ideólogos dos chamados neocons foram, inicialmente, Ivring Kristol, Max Schatchatman, Elliot Cohen, Irving Howe e Gertrude Himmelfarb, todos de origem judia e em sintonia com o AIPAC, a principal associação lobista judia norte-americana.

Depois surgem Norman Podhoretz, Paul  Wolfowitz, David Wurmser, Abraham Shubby, Richard Perle e Douglas J. Feith, entre outros. Também, eles, todos judeus.

Embora não judeus, personalidades como Collin Powel l - que veio a ser Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, mas antes já andara no governo de Reagan, como assistente do Secretário Adjunto da Defesa Frank Carlucci, e, depois,  membro do Conselho Nacional de Segurança -  e Condolezza Rice, e não sendo intelectuais dos neocons, são aliados e cúmplices das suas orientações.

Passam para a administração governamental, a partir de Ronald Reagan em lugar secundário, a não ser  Rumsfeld, que foi secretário da Defesa (mas nesta altura não têm a força adquirida posteriormente, com a passagem pela administração de parte do complexo-industrial militar), ascendem à dominância com George W. Bush:  

DicK Cheney é o vice-Presidente,  Powell  secretário de Estado,  Donald Rumsfeld, secretário da Defesa, secretário do Tesouro Paul Henry O´Neil ( que lhe sucedem John Snow e Henry Paulson) e o secretário da Justiça John Ashcorft, pouco depois substituído por um incondicional da política dos neoconservadores, Alberto Gonzales.

Os homens da confiança cega na supremacia norte-americana, todos ligados ao lobby judaico expandem-se pelo governo Bush: o secretário de Estado adjunto é Richard Armitage, Paul Wolfowitz éo secretário adjunto da Defesa.

Condolezza Rice, negra, toma posse como Conselheira de Segurança Nacional. Richard Perle, que, inicialmente, foi seu assistente, transitou, pouco depois, para a Secretaria da Defesa, como Adjunto para a Segurança Internacional.  

O ideólogo do PNAC Paul  Wolfowitz ascende a número dois de Rumsfeld na Secretaria de Defesa. Douglas J. Feith vai, também para a Defesa, como subsecretário de Estado para as questões políticas.

John Bolton, que terminou a carreira política – permanece lobista activo-, como embaixador dos EUA na ONU, foi uma peça chave no Departamento de Estado, como subsecretário de Estado para o controlo de armas e segurança internacional.

David Wurmser foi assistente especial de Dick Cheney para o Médio Oriente.

(Perle, Feith, Wurmser, pelo menos, continuam a ser “conselheiros” muito próximos do primeiro-ministro de Israel Benjamim Netanyahu e do partido Likud).

3 – Quando se dão as eleições que vão colocar George W.Bush no poder, 2000, os Estados Unidos estão a ser percorridos por uma crise social e mesmo política: a parte final da época governativa de Bill Clinton estava envolta em polémica, com os seus casos amorosos e sexuais.

Os eleitores pouca atenção davam ao próximo acto eleitoral, que colocaria frente a frente o vice-presidente em exercício Al Gore e o ex-governador do Texas, o filho mais velho do antigo presidente Bush, George W. Bsuh, totalmente apoiado pelo capital financeiro e pelos seus intelectuais neo-conservadores e pelo complexo industrial-militar, cujo expoente era Donald Rumsfeld .

Mesmo assim, Al Gore alcança o maior número de votos, mas o colégio eleitoral da Florida, Estado onde dominava o seu irmão Jeb, o governador, contabilizou, fraudulentamente, uma maioria de votos a favor do irmão.

(O Estado da Florida tem um peso acrescido face a outros pelo seu número de eleitores. O Presidente é eleito por um colégio de eleitores conforme os votos de cada Estado, e não directamente do voto popular).

Alcança, pois deste modo, o poder: no desânimo interno e na apatia geral da população.

A ascensão da Administração George W. Bush está nas ruas da amargura.

A economia dava indícios de quebra.

De repente, em 11 de Setembro de 2001, surge um inesperado ataque, militarmente organizado ao pormenor, às Torres Gêmeas de Nova Iorque e ao edifício do Pentágono, atribuídos a uma célula da Al Qaeda, cujos eventuais promotores entraram, legalmente,  no país, vindos da Arábia Saudita, com a autorização da CIA e do Departamento de Estado.


O pseudo embate de um avião Boeing no Pentágono

Ainda não se sabia o que se estava a passar, já os principais responsáveis da Administração Bush, como o vice-Presidente Dick Cheney à cabeça defendem uma intervenção, unilateral, no Afeganistão.

São postas, em prática, interna e externamente, legislações clandestina que permite as prisões arbitrárias, sumárias e secretas.

É organizado um campo de concentração secreto na base de Guatánamo, em território cubano.

Verifica-se uma sintonia, em cadeia, entre a administração Bush, os principais chefes militares (desde os generais Richard Meyrs e Richard Pace, respectivamente, chefe e vice-chefe do Estado Maior Conjunton e o próprio general  Shelton, que liderava anteriormente), os directores das diferentes departamentos de serviços secretos (CIA, NSA, de cada ramo militar, do Departamento de Estado e o FBI), e o poderoso complexo industrial militar, umbilicalmente ligado a Wall Street.

A partir daqui foi criado, interna e externamente, um clima de medo e arranjado um inimigo clandestino chamado “terrorismo”, que transformou os Estados Unidos em “centro nazi” de actuação mundial: invasões de países, aumento repressivo interno, vigilância mundial, todos os países que se oponham aos ditames de Washington são “cúmplices” ou apoiantes directos desse “terrorismo”.

Apesar da crise de 2008 e das restrições orçamentais que existem nos Estados Unidos, este país nunca deixou de enveredar pelo militarismo mais descarado para manter o que considera ser o seu “espaço vital”.

Fora dos Estados Unidos, as suas Forças Armadas têm operacionais  865 bases e instalações, com forças castrenses destacadas em mais de 150 países.

O “golpe de Estado” de 11 de Setembro, que alicerçou o regime ditatorial nos Estados Unidos, deu-lhe capacidade, a pretexto do incremento do sistema securitário –no país e estrangeiro – para impulsionar “verdadeiros exércitos privados”, que, teoricamente, sendo empresas, na realidade são “forças militares” (com dezenas de milhares de membros) que actuam sob supervisão directa da Secretaria da Defesa.

O seu primeiro grande campo de actuação foi o Iraque e depois o Afeganistão – agiram, todavia, na Líbia e noutros países -, e constituíram-se como “empresas”, como a Blackwater e a DynCorp International – têm dezenas de aviões para treino e transporte, navios de desembarque, armas de calibres diversos e sofisticados, incluindo mísseis terra-terra e terra-ar. Estão preparadas “para intervir”, segundo os seus responsáveis, em “áreas de conflitos”, abordagem de navios, resgates, treinos de exércitos, em “qualquer parte do mundo”.

Claro em defesa dos interesses imperiais dos Estados Unidos.

(O salário de um “soldado” deste exército privado estatal é, em média, da ordem dos 90.000/100.000 dólares anuais, enquanto do soldado voluntário das FA`s ronda os 40.000 dólares/ano, mas o “mercenário” pode ganhar mais de 360.000 dólares em contrato em “zona de conflito explosivo”).
O equipamento de mercenários oficiais

Tudo o que neoconservadores construíram, para a fascização do regime, com George W. Bush, foi continuado com a Administração Barack Obama.

Os dois partidos rotativos da gestão desse regime são, exactamente, iguais nos seus projectos.

De um dia para o outro dizem-se democratas, do dia para a noite, moldam o poder ao modelo nazi.

Simplesmente, porque não é questão de um homem no poder, (eles são a face diferente de uma mesma moeda), é a questão da defesa do regime do capital financeiro. 

São dois em um, na realidade.

Estão preparados, para, intitular-se dirigentes de um novo poder estritamente ditatorial.

4 – Regressemos à Europa.

O dedo apontado, precisamente, a França, que  é presidida pelo socialista François Hollande.

Formalmente, não pode ser considerado um partido fascista, atendendo ao seu programa teórico. 

Ficamos por aí.

Vamos ver a sua prática de poder.

Repressão sobre os estrangeiros, tal como preconiza o Front Nationale, de Marine Le Pen, apoio aos “capital nacional”, tal como defende o partido fascista, com medidas de austeridade sobre as classes trabalhadoras para financiar “a dívida pública” que está nas mãos dos chamados bancos nacionais, que o são apenas nominalmente, pois grande parte é capital judeu ou do Vaticano, casos do Crédito Agricole e do BNP Paribas.

Ou seja, são estes partidos, que se apelidam de socialistas e democráticos, que permitem a “corrida” em ascensão dos partidos fascistas, financiados, justamente, …pelo grande capital.

Sim, porque não são as quotas de desempregados e de biscateiros que “ajudam” um partido de tal tipo a manter-se, com todas as benesses aos seus dirigentes!!!

Na realidade, na sociedade francesa o aparelho colaboracionista de Vichy da II Grande Guerra nunca foi, totalmente, desmantelado.

Nem os grandes capitalistas industriais, que serviram fielmente o regime ocupante nazi, como Renault, Louis Vuiton, Chanel, são minimamente beliscados.

Pelo contrário, foram acarinhados pelas novas autoridades, que governaram em conjunto, os gaullistas, os partidários do general Giraud (pró-americano) e comunistas de Thorez.

Quando de Gaulle chega ao poder nos pós guerra, acolhe torcionários daquele regime, que colaboraram, directamente, com a Gestapo:  Maurice Papon, que fora dirigente policial pró-nazi, ascende a chefe da polícia de Paris, e certamente modela a nova estrutura policial da V República, onde também prosperou outro criminoso chamado René Bousquet.

(Papon foi Presidente da Sud Aviation, tesoureiro do partido gaullista, Ministro do Orçamento sendo Raymon Barre, primeiro-ministro).
Maurice Papon, chefe da polícia do regime de Vichy

Robert  Buron, organizador das COIC, trabalhos forçados de judeus, foi Ministro dos Trabalho, e, mais tarde ministro das Finanças.

(Já não damos destaque neste artigo, porque os fizemos num anterior: homens da colaboração estreita com Vichy, como François Mitterrand, cuja cumplicidade foi “rigorosamente” silenciada ao longo dos anos. Pois, com essa cumplicidade consciente, transformou-se em líder do PSF e Presidente da República. E até fez uma aliança governamental, nos anos 70 do século XX, com o PCF,  de Georges Marchais).

Referimos, ainda, o caso da Alemanha, dita Ocidental, embora sem dar mais exemplos, porque já divulgados, porque estão inseridos em outros textos deste blogue: a formação dos serviços secretos foi  idealizada e montada por antigos oficiais dos Serviços Secretos Militares e das SS nazis (o seu mentor era o general hitleriano Gehlen, o Exército foi modelado por Hans Globke, ideólogo do Partido Nacional-Socialista e, mais tarde, no pós guerra, conselheiro de segurança nacional de Konrad Adenauer, o chanceler do Partido Católico, que foi parceiro de coligação com o Partido Nazi, até 1933. 

Alguns dos chanceleres iniciais, estiveram ligados como Kurt Kiesinger e  Helmut Schmidt, ao nazismo puro e duro.

Na parte Oriental da Alemanha, ficou sob o domínio soviético, não se conhece ainda com dados documentais suficientes o posicionamento de certas figuras do regime nazi no aparelho de Estado da ex-RDA.

(Sabemos que o general da SS Sepp Dietrich, que foi o comandante do Regimento ligado directamente a Adolf Hitler, que ficou no lado ocidental no pós Guerra, não foi sequer condenado e se tornou um “parceiro comercial privilegiado com o regime de leste).

Sepp Dietrich e Himmler

Situemo-nos, finalmente, na situação actual da União Europeia.

E, analisemos, primeiramente e com mais pormenor, dois casos de presença de partidos nazis no aparelho de Estado: um o caso holandês, porque nos mostra a ligação directa entre um partido fascista típico e o regime israelita.

Estamos a falar do Partido da Liberdade, cujo Presidente é Geert Wilders: racista, xenófobo, ligado ao grande capital.
Wilders faz questão de salientar tal “parceira” sem qualquer rebuço. Ele vai a Israel, recebe apoio e enaltece, descaradamente, o regime que ele sabe que só existe porque é sustentando pelo lobby capitalista judeu internacional.

Aposta, directamente, na dissolução da UE, tal como o desejam os capitais de Wall Street.

O outro é o caso grego, cujo partido fascista Aurora Dourada, foi o sustentáculo parlamentar inicial do governo da coligação entre o partido conservador – Nova Democracia -de Antonis Samaras e o socialista –PASOK – de Evangélos Venizélos, que sucedeu ao executivo de George Papandreou.

Sentindo as costas quentes, o  Aurora Dourada tentou nos últimos meses entrar na via da violência fascista descarada, com a morte de um artista e o aparecimento de grupos paramilitares fardados nos seus comícios e manifestações.

Tal facto obrigou o governo actual grego a actuar, com panos quentes, sobre alguns dirigentes daquele partido.

Pelos documentos que lhe foram aprendidos, verificou-se que ele era suportado financeiramente por grandes capitalistas e pela própria Igreja Ortodoxa, a seita religiosa dominante no país e a ligação real que existia entre o partido uma parte da hierarquia das Forças Armadas e policiais.

Na Noruega, o fascista partido do Progresso, cuja presidenta é uma mulher, (actual ministra das Finanças, Siv Jensen. Convém referir que era este partido onde estava filiado Andres Breivik, o, oficialmente, considerado único autor e promotor do massacre de 77 jovens) tem no governo, liderado pelo Partido Conservador, sete ministérios (não é por acaso que, além das Finanças, controlam o dos Petróleos e dos Assuntos Sociais).

Curiosamente, a chefe do governo, Erna Solberg, também é mulher.

Erna Solberg e Siv Jensen

(Significa tal que os fascistas são tantos homens, como mulheres, ou seja a igualdade de sexos, tanto dá, em política, para ser torcionários, os machos, como as fêmeas).

Na Hungria, está no poder o partido FIDESZ, considerado, oficialmente, pelos burocratas da UE, como conservador, tendo como primeiro-ministro, Vitkor Orban, que defende uma “revolução nacional” fascizante (embora, formalmente, esteja integrado na mesma UE, daí a tímida classificação de conservador), com apoio ao nacionalismo, à repressão sobre emigrantes, o reforço do capitalismo “liberal”, em perfeita sintonia como partido fascista Joblitz, que o apoia, com todas as forças, no Parlamento.

Na Dinamarca, esteve no governo, até 2011, o Partido fascista do Povo Dinamarquês, que obrigou a realizar um corte com o acordo de Schegen, com controlo policial de todo o cidadão que não fosse dinamarquês, mesmo sendo da UE, em aliança pacifica –e sem qualquer entraves da própria União – com o chamado partido conservador, de Lars Lokke Rasmussen.

Ora, com a actual governação, encimada pela social-democrata Hellen Thorne-Schmidt, toda esta legislação restritiva e fascista permanece em actividade.

Vejamos, agora, Itália. 

Formalmente, uma democracia parlamentar. 

O governo, encabeçado por Enrico Letta, do Partido Democrata (o antigo PCI, hoje uma vulgar formação liberal) está em coligação com a coligação Forza Itália (que junta o Partido da Liberdade, de Berlusconi, pró-fascista, e o partido fascista Liga do Norte, de Fini).

Ignazio La Russa, antigo Ministro da Defesa, do Partido de Berlusconi, durante uma cerimónia que assinalava a Resistência italiana em Roma na II Grande Guerra, fez um rasgado elogio às tropas nazis de ocupação e o antigo Presidente da Câmara de Roma, Gianni Alemano, do mesmo partido, assumidamente nazi-fascista, sustentou, numa alocução pública, quando exercia o cargo, que o “fascismo não foi mau”.

Pela mesma altura, a então secretária de Estado de Berlusconi Gabriela Santaché convidou Marine Le Pen, presidente do Front Nationale francês, para estar presente, como convidada especial num comício do partido que teve lugar em Milão.


Marine le Pen em comício em Itália a convite de governantes de Berlusconi

Ora, os democratas de Letta governam, pacificamente, com estes representantes directos do fascismo italiano e internacional.

Na Áustria actual, o governo resulta de uma coligação entre os sociais democratas (SPO), cujo primeiro-ministro e´ Werner Faymann e os conservadores do Partido do Povo (OVP), que tiveram, respectivamente, 27 % e 23 %.

O terceiro mais votado (22 %) é a formação fascista Partido 
da Liberdade (FPO), cujo presidente é Heinz Christian Strache, que já fez parte do governo com o OVP e que deu controvérsia, mas acabou por ser aceite pela própria UE.

Está em ascensão, em particular nos Estados federados, Lands, nomeadamente Viena,

Um percurso similar, no que refere em ascensão, é apresentando pelo partido Verdadeiros Finlandeses. 

O grupo pró-nazi viu quadruplicar o número de eleitores em 2011, tornando-se a força política na Finlândia, com projectos programáticos nacionalistas, de saída da UE, de endurecimento à concessão de nacionalidade finlandesa a estrangeiros e propondo que mulheres nacionais estudem menos para ter tempo de dar à luz "verdadeiros finlandeses".

Vejamos os números de deputados: conservadores – 44, sociais democratas – 42, Verdadeiros Finlandeses, 39, centristas, 35, Aliança de Esquerda, 14, Verdes, 10, Partido popular sueco, 9, democratas cristãos, 6.

Para formar governo, formou-se uma aliança controversa – conservadores, sociais democratas, comunistas (Aliança de Esquerda), Verdes e Democratas Cristãos e partido popular sueco, mas com medidas anti-populares, como as restrições salariais, contracções na saúde, menos férias, maior duração da actividade profissional. A idade da reforma passou em cinco anos de 60 anos para 62.

Na Eslováquia, em 2006, o partido fascista Nacional Eslovaco (SNS) ascendeu ao governo,  cujo principal partido era o socialista (SMER), da “família” socialista europeia, numa aliança que se estendia a um partido pró-fascista Movimento para uma Eslováquia Democrática, do ex-primeiro-ministro Vladimir Meciar.

Com as eleições legislativas de 2012, o partido social democrata SMER regressou ao poder, com uma maioria absoluta na Assembleia Parlamentar.

Idêntica situação se deu nas eleições na Polónia, em 2006, a “Liga das Famílias Polacas (LPR), fascista católico e o partido pró-fascista Samoobrona  entraram , directamente, para o governo chefiado pelo conservador Kazimiera Marcinkiewicz, sob os auspícios e a conivência do Presidente católico pró-fascista Lech Kaczynski.

Nas eleições de 2011, deu-se uma reviravolta e o partido fascista católico desapareceu da cena parlamentar.

5 – O capital financeiro internacional, que criou a crise económica, política e social em 2008 parece estar a levar a água ao seu moinho na regeneração da sua própria situação.

Todavia, trouxe um facto perverso: levou a crise, praticamente, para todo o mundo, de diversas maneiras e em etapas diferenciadas, e levantou uma enorme panóplia de contradições, que o levam a subverter, quase todos os dias, as relações políticas e económicas e a criar sintomas assustadores de que em qualquer momento pode irromper uma crise militar.

Consciente, ou inconscientemente, por medidas planeadas, em parte, mas também, por não ter uma alternativa consistente, está a ser acossado, em grande parte do mundo ocidental, em especial na Europa, por uma desconfiança acentuada sobre a sua própria supervisão política.

Sentem-se os indícios de uma certa balbúrdia económica, e uma raiva crescente contra os privilégios e benesses do sistema capitalista internacional.

É um período chave para uma contra resposta das classes trabalhadoras.

Um potencial que está a ser desprezado, porque concentrado nas visões nacionais em detrimento de uma resposta unificada internacional, em especial na União Europeia.

A auréola de Wall Street esta a empalidecer, com o surgimento de outros centros, ainda incipientes, de financiamentos nas relações internacionais.


Os povos e as novas potências em ascensão irão, certamente, produzir uma grande modificação na geo-política internacional na próxima década.