sexta-feira, 29 de abril de 2011

EUA: AÍ ESTÃO AS MEDIDAS PRÁTICAS DO MILITARISMO





Os EUA estão a transformar-se num Estado militar. Os generais já comandam Exércitos privados.
















































1 - O Presidente dos Estados Unidos Barack Obama, anunciou, quinta-feira, que o actual director dos Serviços Secretos Externos norte-americanos, CIA, Leon Panetta, será o novo secretário de Estado da Defesa (Ministro da Defesa) do país e que o general de quatro estrelas, David Petraeus, que nomeou, há meses, com trombetas, para "pacificar" o invadido Afeganistão ocupará o cargo de director da mesma agência secreta, sem ter conseguido, como chefe militar, fazer algo naquele país do Médio-Oriente.

Recentemente, a meados do mês de Abril, o mesmo Chefe de Estado norte-americano apresentou para serem postas em práticas as mais duras e draconianas medidas de austeridade que os assalariados dos EUA vão sentir na pele desde há muitas décadas: aumento substanciais dos impostos e cortes drásticos em despesas e prestações sociais públicas. Segundo Obama, estas medidas visam reduzir o enorme e descomunal defice do país em quatro biliões de dólares até 2023.

(Na História das nomeações dos directores da CIA, apenas dois militares de alta patente de carreira ocuparam aquele cargo: o almirante Stansfield Turner -1977/1981- e o general Michael Hayden - 2006/2009. Nenhum deles teve grande operacionalidade, nem pertenceu aos altos comandos de intervenção em guerras de envergadura).


Mas estas nomeações surgem, justamente, num momento preciso da evolução económica dos EUA e numa ocasião sem precedentes de grande importância para o Estado norte-americano, desde a Segunda Grande Guerra, no que diz respeito à sua capacidade militar.



Em primeiro lugar, a dívida pública total daquele país, e baseando-me em dados oficiais do Departamento de Estado, aumentou 19 por cento face a ano anterior, de 17.422 mil milhões de dóares para 20.713 mil milhões. Numa comparação com o ano de 2006, as taxas de juros cresceram enormente, de modo que elas atingirão um tal volume que os EUA terão de pagar qualquer coisa como 915 mil milhões de dólares/ano.



Ora, em grande medida, este crescimento acelerado da dívida pública está ligado às despesas ao próprio empolamento exponencial dos gastos militares.



Os Estados Unidos da América tornaram-se a principal potência económica mundial depois da II Grande Guerra devido ao progresso gigantesco da sua indústria.



E este progresso industrial deu-se, quer pelo incremento da sua produção interna e a colocação a preços competitivos no mercado mundial, quer pelo progresso industrial do complexo militar. Eles souberam revolucionar esse progresso castrense, com armas mais sofisticadas, mas também com a sua aplicação organizativa e estratégica na arena internacional. Ou seja, souberam utilizar essa evolução na própria arte castrense, interligando-a à sua estratégia imperial crescente.



Todavia, o que está a acontecer desde os finais do século passado até agora é que se deram mudanças muito radicais no campo da indústria militar.


Os progressos desta última na sofisticação já não pertencem apenas aos EUA. Estes estagnaram. Outros Estados poderosos em crescimento já estão ao nível de evolução que aqueles alcançaram. Desde a Índia até à China, passando pela Rússia e União Europeia (em alguns dos seus países integrantes), até países menos desenvolvidos economicamente, como o próprio Irão. Ou seja, mulplicaram-se os gastos de defesa a nível mundial.



E os Estados Unidos, com esta concorrência, estão a levaram a um grau de tal maneira elevado a sua capacidade militar, como forma de pretender manter a sua "ideia" e prática de força hegemónica. Mas, tal esforço não pode efectuar-se com voluntarismo, está a realizar com despesas crescentes, gastos orçamentais acrescidos.



O Estado - e as nomeações do director da CIA para a Secretaria de defesa e do general Petraeus para a liderança dos principais serviços secretos operacionais, militarizando-os, o que já acontecia desde o chamado 11 de Setembro - está a ser "tomado" pela estrutura militar.



Esta orientação, ou seja as receitas do Estado estão canalizadas, em grande medida, para manter as Forças Armadas, e esta estrutura castrense já não é apenas o soldado vulgar, mas sim, e de maneira crescente, a sua mercenarização, não só interna, como externa.



Mais de metade das forças militares presentes nos principais teatros de guerra dos EUA no estrangeiro, com especial destaque para o Iraque e Afeganistão, onde estarão destacados perto de 250 mil a 300 mil soldados, são constituidos por membros das chamadas "forças de segurança privada", que não são mais que "mercenários", que transportam as armas mais sofisticadas e fazem muitos dos "trabalhos sujos" e recebem quatro a cinco vezes mais que os membros do Exército convencional. O seu número poderá ultrapassar os 300 mil.



O curioso, pelo memos para o Iraque é que foram "contratados" pela Secretaria de Estado, embora estejam ligadas ou directamente à CIA, ou sob o comando - conselhos de administração das empresas - de oficiais generais operacionais na reserva norte-americanos, como é o caso da L-3 MPRI, cujo Presidente actual é o general de quatro estrelas John Craddock, que foi, até 2009, o comandante Supremo Aliado na Europa (SACEUR).



2 - Ora, estas despesas crescentes e em expoente dos EUA têm um peso redobrado no Orçamento de Estado da União.


Realmente, existe uma produção elevada no complexo industrial militar. Existem lucros exageradamente elevados neste sector, mas, contudo, a produção industrial interna está a fraquejar, a produtividade dos sectores económicos que produziam a grande riqueza do país (indústrias e agro-industriais) estão a "baquear", e, logicamente a produzir desemprego em massa, falências nunca vistas naquele país.


Ou seja, está em declínio o lado mais importante do que permitiu o grande progresso económico e social dos EUA.


Certamente, tal facto ir-se-á já revelar na apresentação do Orçamento estatal do próximo Outono. O defice fiscal é grandioso e terá de ser contabilizado, então, com transparência.


Segundo os analistas e economistas ligados ao sistema financeiro, as despesas que terão que ser feitas para o resgaste das instituições financeiras falidas, avolumadas desde a crise de 2008, estarão na ordem dos 1,5 biliões (repito biliões!!!) de dólares.


Temos que a receita orçamental ( da ordem dos 2,4 biliões de dólares) é quase toda "comida" pelas despesas militares, pelos resgastes dados aos magnatas do sistema financeiro e pelo pagamento (em parte) dos juros da dívida pública.


O que significa que a situação está muito escura. Deverá haver uma crise de maiores proporções. São muitos os que falam em catástrofe financeira que terá repercussões, possivelmente, em todo o Mundo.


Significa isto que: ou os EUA "refreiam" a todo o vapor o seu papel de potência militar, cortando na orientação militarista, ou poderá entrar em colapso económico nos próximos anos.


Claro que tal não acontece de um dia para o outro.


O que está a suceder, ainda que de maneira subtil, muito subterraneamente, é que a evolução económica dos Estados Unidos, ainda formalmente grande, está a ficar atrás, concorrencialmente, de outros Estados e zonas políticas em crescimento.


Ou seja, está a ser "tapada" por outros poderes políticos. Isto aumenta o clima de tensão não só no interior do país, mas também na arena internacional. E poderá levar certas fracções do sistema financeiro dominante nos EUA a um fuga para a frente, que se um reforço do militarismo dentro e fora das fronteiras. Com os argumentos mais descabidos sob capas de defesa da democracia e "civilização ocidental".


Todavia, se optar pela militarização ainda maior, isso levará à resposta de militarização de outros Estados. E, neste caso, colocar-se-á a necessidade de confronto.





terça-feira, 26 de abril de 2011

O MILITARISMO ESTÁ A OCUPAR OS PODERES DE ESTADO












































1 - Nas últimas duas dezenas de anos, assistiu-se, primeiro paulatinamente e e na maioria dos casos de forma cirúrgica, à intervenção brutal dos Estados Unidos da América, com a cumplicidade descarada dos governantes europeus conservadores e social democratas, nos assuntos internos de vários Estados, desde a América Latina e África, mas atingindo, igualmente, os principais Estados europeus de leste que não se integravam, directamente, na esfera de influência da entidade imperial militar chamada NATO (sigla em inglês) ou OTAN (versão francesa), literalmente, em português, Organização do Tratado do Atlântico Norte.


Depois da desagregação do regime de capitalismo de Estado, que se dizia comunista, em toda a área de influência directa da ex-União Soviética, o sistema de equilíbrio geo-estratégico entre as duas grandes superpotências de então - EUA e URSS, rompeu-se e, unilateralmente, os dirigentes de Washington consideraram e fomentaram, arrogantemente, a ideia e a prática de que poderiam agir, a nível mundial, como suseranos únicos e omnipotentes do planeta.


Estabeleceram uma doutrina nacionalista, que impuseram aos seus cobardes aliados, segundo a qual a sua influência imperial se estendia a todo o mundo, de acordo com os seus interesses próprios - o interesse nacional do capitalismo norte-americano foi usado para invadir o Afeganistão, o Iraque, bombardear a Sérvia, colocar Kosovo como protectorado ianque - com o desprezo mais absoluto do sentimento nacional dos povos.


"Armaram" esta prática de quero, posso e mando, sob a ideologia bacoca de que estavam a agir, como deuses do Olimpo, em nome da liberdade, da democracia e dos direitos humanos. A cáfila burguesa europeia bateu-lhe palmas, e em muitos casos, tornou-se mais papista que o Papa, dando o seu assentimento a uma política de terra queimada sobre tudo o que não se integrasse no redil da política expansionista norte-americana.


2 - Ora, esta prática política trouxe, na realidade, um desprezo total pelos direitos nacionais dos povos, pelos seus direitos humanos e materiais, conduziu a carnificinas sangrentas e sem qualquer justificação, em nome de um progresso capitalista e da própria democracia.

Os EUA e os dirigentes seus aliados europeus e asiáticos, como o Japão, são os fautores da actual desorganização política no mundo, são agentes directos e indirectos de crimes contra a Humanidade.

Ora, esta situação, a prazo, não pode durar.


Por um lado, e em primeiro lugar, a Europa, apesar do servilismo dos seus dirigentes e dos principais representantes do Capital (França, Alema e Reino Unido), que se encontra interligados com o sistema financeiro internacional, onde predominam os capitalistas judeus, sedeado em Wall Street, tem um projecto histórico de unidade.

Percorreu várias épocas, e apesar de desaires e retrocessos, houve uma conjugação, a que não esteve alheia a grande burguesia europeia de antanho para a criação de uma grande Europa, que pudesse ultrapassar divisões, fomentar circulação de ideias, comercial, de grandes projectos industriais, de pessoas e até de dinheiro.


Ora, esta unidade europeia, na sua fase actual, ultrapassou, a partir da sua implantação inicial - a principal - o maior incremento económico (produtivo, social epopulacional), não do mundo capitalista ocidental, mas, até pelo exemplo, as diferentes regiões que rodeiam o império norte-americano.


E, acima de tudo, representou, para as classes assalariadas, o centro de um novo polo mais avançado de provável ruptura para a construção de um novo modelo de sociedade.

Começou a constituir para as grandes nacões em desenvolvimento, hoje dizem-se vulgarmente emergentes, mas especialmente para todos os Estados - grandes e pequenos - que foram (ou estão a ser) espezinhados pela política de arrogância e prepotência violadora e violenta dos sentimentos nacionais e, acima de tudo, possuidores das riquezas naturais brutas, como o "farol" possível de formular o estabelecimento mais harmónico de novas regras na vivência desses povos e Estados.


Pela maneira como se constitui a União Europeia na economia, na criação de uma moeda credível e sustentada, como procurou, antes da crise, evitar as fricções nacionais que ainda subsistem no seu interior.


Transformou-se, deste modo, no pólo principal concorrencial da potência dominante militarmente, ainda primeira no PIB, e em certas áreas da economia, mas em decadência na sua capacidade produtiva própria industrial e agro-industrial e na credibilidade da sua moeda, o dólar.


Para os Estados Unidos, a União Europeia é um alvo a abater - ou pelo menos, a neutralizar. Além do ataque mais soez ao sistema financeiro europeu, optou pelo reforço do militarismo.



Em segundo lugar, os chamados "emergentes". Os desenvolvimentos capitalistas gigantescos que se estão a dar em zonas distantes, como a China, a Índia, o Brasil (e neste caso uma zona económica que pode vir a ter, a prazo, dez/vinte anos, uma pujança como a Europa, atravês do MERCOSUL).


Estes novos grandes espaços económicos capitalistas, trazem para os EUA o espectro de poderem perder as suas "zonas de influência" de poder geo-estratégico, mas, especialmente, de domínio absoluto nas disputas de mercados e matérias-primas.


Em grande medida, para os senhores de Washington o incremento da capacidade militar, o desenvolvimento das mais ultra-sofisticadas armas para defender o seu "espaço vital" face às concorrências, não só da Europa, mas de todos os "emergentes", com participação directa e influente nos negócios mundiais, transformou-se em obsessão.Está a ter o fim principal do seu poder de Estado.


Claro que esta obsessão e pretensão norte-americana "obriga" os chamados grandes Estados em ascensão e a própria Europa em construção a optar também pela via do militarismo. È uma realidade internacional, que pode vir a ser muito perigosa.


Todavia, esta via é custosa para os Orçamentos de Estado, para os contribuintes, pois o apetrechamento castrense em crescimento, os gastos constantes em intervenções militares obrigam agastos descomunais de dinheiro. Contribuem, melhor dizendo, aceleram o descalabro financeiro.


As opções pelo empolamento dos complexos industriais militares coloca, em lugar secundário, o próprio desenvolvimento económico industrial, agro-industrail e mesmo da economia agrícola.


Isto está a acontecer, também, porque a grande burguesia capitalista especulativa está a chegar a uma beco sem saída no campo das suas alternativas práticas de gestão económica e da governação e da estruturação do aparelho de Estado.


Abre-se, deste modo, caminho para que possam surgir novas formas de poder. Que tem de ser mais global.



3 - Antes dos chamados atentados contra as Torres Gémeas, em Nova Iorque, EUA; em 11 de Setembro de 2001, conjuntamente com uma explosão havida no Pentágono e uma queda de um avião, que nunca foi explicada, na Pensilvânia, não havia intervenções directas dos Estados Unidos nos Estados do mundo arábe, mas sim através de operações-encobertas.


Com estes atentados - ou pseudo-atentados -, os EUA puseram, rapidamente, em prática, uma política de intervencionismo militar, que intitularam "guerra ao Terror".


Até hoje, os dirigentes de Washington ainda não apresentaram publicamente qualquer prova real de que os citados atentados tivessem sido obra de uma organização, chamada Al-Qaeda. Esta foi responsabilizada, de imediato, como a autora moral e material dos mesmos atentados.


Até hoje ainda não se efectuou, publicamente e com conhecimentos dos meandros processuais judiciais, qualquer julgamento dos chamados implicados nos atentados. Acusações houve. Prisões aos milhares houve. Secretas ou não. Torturas a prisioneiros são mato. Mas realidades concretas não há uma única que seja credivelmente do domínio público.


Convém esclarecer que a Al-Qaeda foi uma estrutura montada pelos serviços secretos norte-americanos no Afeganistão pra combater, nos anos 80, a presença soviética naquele país. O que é certo é que Bin Laden, o misterioso líder da Al-Qaeda, "teoricamente" escondido algures num pequeno território montanhoso entre a fronteira do Afeganistão e Paquistão, até hoje, apesar dos sofisticados métodos de investigação e actuação dos norte-americanos.



O atentado mais sangrento realizado depois do 11 de Setembro de 2001 num país confinante com o Afeganistão, a Índia, (Setembro de 2008) e atribuido, rápida e inicialmente pelos principais meios de comunicação social norte-americanos, com citação com as autoridades de Washington, à Al Qaeda, veio a saber-se, meses depois, que o principal organizador do mesmo era um norte-americano de nome David Colem Headley, que trabalhava, com agente da CIA, junto de uma organização islamista, que, curiosamente, era dominada, conjuntamente, pelos servicos secretos dos EUA (CIA) e do Paquistão ( ISI). No atentado morreram, oficialmente, 166 pessoas.

O Gabinete Federal de Investigação (FBI) dos Estados Unidos recusou-se a apresentar quaisquer provas contra David Coleman Headley, bem como a extraditá-lo para a Índia para julgamento.


Outro elementos ligado aos serviços secretos dos EUA, Adil Hadi al Jazairi Bin Hamlili, apresentado, anteriormente como operacional da Al-Qaeda responsável por ataques bombistas a duas igrejas cristãs e a um hotel de luxo, no Paquistão, trabalhava, além dos norte-americanos, também como informador dos serviços secretos do Reino Unido e do Canadá.

Agora veio a saber-se, via Wikileaks, que a maior parte dos presos, apelidados de "perigosos terroristas" pelas autoridades militares e judiciais dos Estados Unidos, nada tinham a ver com qualquer movimento ligado aos talibãs. Cerca de 160, considerados pelos próprios carcereiros e torturadores como inocentes, estiveram detidos vários anos em Guatánamo, sem direito a julgamento e e sujeitos a interrogatórios sem a presença de advogados.


Pelo menos 360 eram "soldados sem preparação" ou apenas estrangeiros. Os jornais citaram os documentos diplomáticos dos serviços secretos, enviados ao próprio Departamento de Estado: "El Pais" (Espanha), "The New York Times" (EUA), "Le Monde" (França) e "La Reppublica" (Itália).


Curiosamente, segundo os mesmos documentos, as autoridades norte-americanas libertaram, sem qualquer acusação os prisioneiros perigosos de "alto risco" (127 é o número).

Porquê? Afinal, porque invadiram os EUA o Afeganistão? por estratégia e controlo das matérias-primas do país.


Sucedeu o mesmo com o Iraque.


Está a acontecer, justamente, idêntico processo - descarado, vergonhoso, terrorista - na Líbia.



Sempre com o mesmo argumento: lutar pela "democracia", para conquistar realmente o petróleo. Com milhares de mortos, mas sem qualquer denúncia de que estão a cometer crimes contra a humanidade.


E os chamados anti-capitalistas e anti-colonialistas estão calados que nem ratos.

























segunda-feira, 25 de abril de 2011

O ACTUAL REINO MUNDIAL DOS BANQUEIROS SOMENTE PRODUZ POBREZA

























1 - Quando o furação da crise financeira de 2008 parece ter passado nos finais de 2009, verificamos que, no espaço geo-estratégico mundial, apenas se estavam a movimentar os mesmos vigaristas que estiveram na origem dessa crise.

Esperava-se uma limpeza geral entre os petulantes financeiros de Wall Street, e os seus compichas europeus e orientais, como japoneses e chineses, que colocaram, praticamente, na bancarrota toda a economia mundial.

Mas, nada disto aconteceu. Em nome da "estabilidade financeira" do mundo capitalista, os seus representantes políticos nos diferentes governos, desde Washington até Bruxelas, prontificaram-se a refinanciar os autores do crime, em nome da...democracia e da liberdade, mas à custa dos dinheiro dos contribuintes assalariados.

Deu-se, de repente, um empobrecimento geral dos assalariados, ao mesmo tempo que os bancos centrais emprestavam somas enormes a juros insignificantes ao sistema banqueiro privado, que cobrava depois a juros incorpotáveis a quem necessitava, transformando, ao mesmo tempo a dívida privada em dívida pública. Sem pejo de qualquer vergonha, solicitavam então novas medidas restritivas sobre as classes trabalhadoras para pagamento da divída que...era dos próprios bancos.




À medida que se conhecia a extensão desta imensa fraude e descarado roubo do Estado, fomentando um novo enriquecimento mais rápido dessa burguesia finaneceira especulativa, verificávamos que eram as figuras deploráveis que governavam os principais países do mundo ocidental - e contribuiram para a crise - que continuavam a exigir sacríficios, justificando, agora, sem qualquer veleidade de encobrimento que a questão central era o pagamento das especulações financeiras dessa gente.





2 - E os banqueiros perderam então completamente "a sua discrição" e, arrogantemente, vieram para a praça pública, com o apoio descarado dos grandes meios de comunicação social, dizer que eles eram os senhores todos poderosos da governação, e, chantageando, com o apoio de todos os agiotas que se tem servido do poder, desde 0 25 de Novembro de 1975, não iriam financiar mais o Estado, se este não recorresse a mais empréstimos externos. Ora, como informação a divida externa da banca portuguesa aproximou-se este anos dos mais 700 por cento...isto 700 cento. Ou seja, é a banca e o sistema financeiro-empresarial é que está com a corda ao pescoço!!! E quer lançá-la cada vez mais para os de baixos.

O caso em apreço é, pois, Portugal.






Todavia, o que verifica em todo o Mundo, incluindo os Estados Unidos, e mais à frente se falará nisso, é que esta chantagem atravessa os dois lados do Atlântico, numa guerra financeira sem tréguas, cujo objectivo principal da especulação centrada em Wall Street (e em particular no capitalismo judaico internacional sedeado na América do Norte) é atingir e refrear no mínimo o crescimento político e económico da União Europeia.

O chamado mundo ocidental em primeiro lugar - mas todos os países chamados emergentes, em rápido desenvolvimento capitalista, como a China, a Índia e o Brasil - transformou-se, nos últimos 30 anos, numa enorme empresa societária accionista para sacar as riquezas dos povos, e cujos lucros se repartem essencialmente por um cáfila de desclassificados e vis grandes financeiros, que escondem o dinheiro em off-shores e sociedades anónimas sedeadas em paraísos fiscais.








A cabeça desta serpente localiza-se, precisamente, em Nova Iorque e concretamente em Wall Street.





3 - A desfaçatez actual do magnatas financeiros está assente no rescaldo das derrotas dos levantamentos revolucionários da década de 60 (Cuba 1960, Maio de 1968 em França, revoltas estudantis nos EUA em 1969, entre outros) do século XX e da deterioração das revoluções vitoriosas dos movimentos nacionalistas anti-colonialistas de toda a primeira metade da década de 70 do mesmo século (antigas colónias portuguesas, Vietname, Laos e Cambodja), cuja face mais mediática na Europa foi o golpe de Estado português de 1974, transformado numa semi-revolução, jugulada, em nome do liberalismo económico, em Novembro de 1975.





O progresso civilizacional que se pensava ter efectuado nesses períodos em todo o mundo, onde se consolidaram avanços sociais, em particular na Europa, como os serviços sociais de saúde universais, educação e cultura, contratação colectiva de trabalho, com melhorias, controlos bancários e inclusive nacionalizações dos mesmos não levou a um incremento revolucionário.






Pelo contrário, esses levantamentos e movimentos revolucionários, sem programas de ruptura com o sistema dominante de capitalismo liberal instituido e sem edificarem formas novas de organização política, que se separassem dos modelos de capitalismo de Estado, desacreditados, mas ainda institucionalizados nos antigos países do Leste europeu e China, definharam rapidamente, muitos entraram em processos contra-revolucionários e deram azo a que a grande burguesia capitalista financeira alastrasse o seu poder a praticamente todo o mundo.






Sem alternativa, sustentada num certo incremento produtivo que se regista na década de 80, a grande burguesia financeira começou a avassalar os poderes de Estado, primeiro nos Estados Unidos da América, e depois na Europa ocidental, coincidindo com uma criação com sucesso de uma União Europeia, e pela primeira vez na sua História, sem guerras e numa certa harmonia económica.





Com a desagregação do capitalismo de Estado da antiga União Soviética, a arrogância desse capital financeiro - essencialmente organizado nos EUA - atingiu uma patamar nunca visto. Ela ditava a orientação política, ameaçava sem despudor e, através do poderio militar, tentava dominar, sem qualquer concorrência, os espaços geo-estratégicos, as matérias primas, o próprio poder soberano dos Estados, através de imposições unilaterais nas organizações internacionais, como a ONU.






Procurou - e procura - mesmo proclamar uma nova ordem única política capitalista internacional: Os poderes políticos teriam de se sujeitar ao "miraculoso" sistema do enriquecimento sem freios através da especulação, transferindo os sistemas produtivos de cada país para os chamados países de "baixo preço", centrando grande parte dos sectores produtivos nacionais dos países mais desenvolvidos em enormes complexos industriais-financeiros militares, virados para impôr, pela força, a vontade do poder dos banqueiros.





Mas, tal como a transferência dos sectores produtivos veio, a prazo, transformar-se em retrocesso na evolução económica interna desses países, a voragem do militarismo obrigou a despesas inauditas que exauriram os próprios tesouros nacionais.Ora, a riqueza de um país mede-se, em grande medida, pelo potencial da sua própria produção económica.






Este "reinado" de cerca de 30 anos da grande burguesia capitalista especulativa, o mais desclassificada e rapace possível, trouxe a privação financeira dos próprios Estados.





Estamos perante uma crise de tais proporções, porque não é apenas de uma crise conjunta de um pequeno número de países, mas essencialmente das principais potências económicas mundiais. Esta crise atinge, portanto, os países mais desenvolvidos, mas também aqueles onde se geraram, em várias fases da evolução mundial, os principais movimentos revolucionários que produziram as grandes mudanças e as grandes rupturas civilizacionais.

Poderá ser um rastilho para novos incrementos de alavancas revolucionárias, pode ser um primeiro passo para uma nova fase revolucionária, cujas consequências, a surgirem, não sabemos as proporções.






Mas tal, a irromper, pode não conduzir a uma nova ruptura no actual sistema político. Têm de existir condições subjectivas de teoria e programas que clarifiquem as relações sociais actuais, que sirvam para amadurecer as aspirações de mudanças que surgem em toda a parte. Em particular, é necessário, na Europa, uma interligação de interesses programáticos em todos aqueles que lutam por uma nova sociedade.





4 - A crise do sistema especulativo financeiro dos Estados Unidos de 2008, que levou por arrasto praticamente todo o sistema mundial, não amainou, contudo. Parece vir a ter, possivelmente, nos finais deste ano uma amplitude não imaginável. A dívida pública norte-americana atingiu este anos os 13,5 biliões de dólares e está a crescer a um ritmo aproximado de cerca de 4 mil milhões por dia.

Esperemos para ver o que se vai passar no próximo Outono com a política orçamental dos Estados Unidos. A grande potência mundial está em grande austeridade, e isto apesar de se pensar que não aconteceria. O Banco central - A Reserva Federal, o antro da oligarcia financeira dos EUA - não pode continuar a fazer dólares à tripa forra. Vai ter de apresentar contas no próximo Orçamento federal face aos muitos biliões de dólares que foram colocados a circular, sem qualquer cobertura. Agora, terão de ser pagos. Naturalmente, irão surgir novas medidas de austeridade.










Até porque os credores internacionais apertam, em especial a China e o Japão.






Em Fevereiro passado, o primeiro-ministro chinês afirmava:
“Temos feito uma quantidade enorme de empréstimos aos Estados Unidos e, obviamente, nos preocupamos com a proteção dos nossos activos. Sinceramente, estou um pouco apreensivo”.






Nesse Fevereiro, a China estava na posse de títulos norte-americanos avaliados em 744 mil milhões de dólares. Desde então aquele país tem-se desembaraçado de uma parte substancial desses títulos. Parece que o comprador-mor tem sido o Banco Central norte-americano.






O Japão também é um grande credor dos Estados Unidos. A situação interna daquele país irá no mesmo sentido da China, pois necessita de dinheiro para a reconstrução do Estado, afectado pelo sismo.






Os títulos do Tesouro norte-americano estão espalhados entre os activos de outros países que vão seguir o mesmo caminho. Até porque o dólar começa a ser, cada vez mais, uma moeda não fiável nas transacções internacionais.




As dívidas públicas europeias são preocupantes, mas os dirigentes da zona Euro começaram agora a verificar a extensão da especulação que contra eles foi realizada. E a implosão na UE seria uma implosão nos principais países do mesmo. Daí a preocupação que foi manifestada para defender o euro. Com avanços e recuos, de maneira atabalhoada, o certo é que estão a ser definidas algumas medidas. Não se sabe a sua extensão, mas está a atrapalhar o ataque vindo de Wall Street.




Até porque, o principal aliado de Washington na Europa, o Reino Unido é mais preocupante, do ponto de vista financeiro e económico, que as economias europeias do sul da Europa. Um "estouro" em Londres, que é prevísivel irá expor ainda mais as mazelas de Washington.




Os próximos meses vão ser muitos sombrios para os Estados Unidos, e é sobre este facto que se deve estar muito atento.













































































































domingo, 17 de abril de 2011

UM ORÇAMENTO DE LUXO PARA UM ÓRGÃO QUASE INÚTIL































No Diário da República, Série II, de 4 de Abril deste ano, por sucessivos despachos, que abaixo se discriminam, a Presidência da República, através do seu gabinete, fez uma série de nomeações.

Nada teria de especial, se tal disposição fosse pouco pesado para o erário público, mas o que é certo é que o ORÇAMENTO da Presidência excede, anualmente, os 25 milhões de contos. Um despesa grandemente inútil.


Além dos seus empregos, tachos e sinecuras, todos têm direito a "gratificação" a fixar por despacho do Presidente da República.



Despacho n.º 5765/2011
Nomeia o Dr. Fernando Serra Leal da Costa consultor da Casa Civil

Despacho n.º 5766/2011
Nomeia o licenciado Abílio Manuel Pinto Rodrigues de Almeida Morgado
consultor da Casa Civil, que desempenhará também as funções de
secretário do Conselho de Estado

Despacho n.º 5767/2011
Nomeia o Doutor Jorge Manuel Moura Portugal da Rocha consultor da Casa Civil

Despacho n.º 5768/2011
Nomeia o juiz conselheiro jubilado António Manuel Macedo de Almeida
consultor da Casa Civil

Despacho n.º 5769/2011
Nomeia o licenciado Vítor Ângelo Mendes da Costa Martins consultor da Casa
Civil

Despacho n.º 5770/2011
Nomeia a licenciada Carla da Cruz Mouro consultora da Casa Civil

Despacho n.º 5771/2011
Presidência da República - Gabinete do Presidente
Nomeia o licenciado Tiago Pitta e Cunha consultor da Casa Civil

Despacho n.º 5772/2011
Nomeia o mestre António Carlos Candeias de Araújo,consultor da Casa Civil

Despacho n.º 5773/2011
Nomeia José Carlos da Graça Vieira, assessor da Casa Civil

Despacho n.º 5774/2011
Nomeia o Prof. João Borges de Assunção consultor da Casa Civil

Despacho n.º 5775/2011
Nomeia Maria Elisabete Setra da Costa Caixeiro de Oliveira Parrinha

Despacho n.º 5776/2011
Nomeia Isabel Diana Bettencourt Melo de Castro Ulrich consultora da Casa
Civil

Despacho n.º 5777/2011
Nomeia Maria Celeste de Fragoso Brejos Castilha Sobral

Despacho n.º 5778/2011
Nomeia Fernando Manuel de Lima consultor da Casa Civil

Despacho n.º 5779/2011
Nomeia a licenciada Maria Helena de Carvalho e Silva Afonso para o
cargo de secretária-geral-adjunta da Presidência da República

Despacho n.º 5780/2011
Nomeia o mestre João Taborda da Gama consultor da Casa Civil

Pelo que verificamos o Presidente da República, um órgão estatal, praticamente inútil, que, teoricamente, representa apenas formalmente o Estado, adiquiriu, desde 1976, um empolamento humano, verdadeiramente inacreditável.

(Ora quem formulou esta verdadeita gangrena na dívida do Estado foram precisamente os vencedores do 25 de Novembro de 1975, onde se se enquadravam entre outros, o então Presidente da Reública general Ramalho Eanes, o Primeiro-Ministro Mário e o Ministro das Finanças, Henrique Medina Carreira, que hoje se apresenta como um homem impoluto face ao regime).

Assim em 1976, pela pena daqueles três e ainda do coronel Costa Brás é promulgado um decreto
em que é criado: "junto do Presidente da República um gabinete destinado a prestar-lhe apoio directo e pessoal, que será constituído por um chefe de gabinete, um adjunto e três secretários, da sua livre escolha".

Depois organiza-se uma Casa Civil como "um serviço de consulta, de análise, de informação e de apoio técnico ao Presidente da República.

•A Casa Civil é constituída pelo Chefe da Casa Civil e pelos assessores, adjuntos e secretários.

•Integra ainda a Casa Civil um corpo de consultores, constituído por especialistas.

•Junto da Casa Civil funciona um núcleo de apoio administrativo.

ELEMENTOS QUE INTEGRAM A CASA CIVIL

Chefe da Casa Civil

– José Manuel Nunes Liberato

Assessora do Presidente da República
– Ana Palha

Consultora
– Teresa Sanches

Assessoria para as Relações Internacionais

Assessor
– Domingos Fezas Vital

Consultor
– Jorge Monteiro

Consultor
– Mário Martins

Assessoria para os Assuntos Políticos

Assessor para as Autarquias Locais e Comunidades Portuguesas
– José Luis Fernandes

Assessor para os Assuntos Parlamentares
– Nuno Sampaio

Consultor
– António Araújo

Consultor para os Assuntos Políticos e da Sociedade
– José Luís Jacinto

Consultor
– Fernando Lima

Consultor
– João Taborda da Gama

Consultora
– Diana Ulrich

Assessoria para os Assuntos Jurídicos e Constitucionais

Assessora
– Ana Martinha

Assessor
– Gonçalo Matias

Consultor para os Assuntos de Justiça
– António Macedo Almeida

Consultor para os Assuntos Constitucionais
– Carlos Blanco de Morais

Assessoria para a Juventude, Educação, Ciência e Ambiente

Assessora para a Educação
– Suzana Toscano

Consultor para o Ambiente, a Ciência e o Mar
– Tiago Pitta e Cunha

Consultora para os Assuntos da Juventude
- Carla da Cruz Mouro

Assessoria para a Segurança Nacional

Consultor
e Secretário do Conselho de Estado
– Abílio Morgado

Assessoria para os Assuntos Económicos e Empresariais

Assessor
– Luís Bernardes

Consultor para os Assuntos Económicos
– João Borges de Assunção

Consultor para os Assuntos Empresariais
– Pedro de Almeida

Consultor para a Inovação
– Jorge Portugal

Consultor para os Assuntos Agrícolas e o Mundo Rural
– Armando Sevinate Pinto

Consultor para os Assuntos Europeus
– Vítor Martins

Assessoria para os Assuntos Sociais

Assessor
– David Justino

Consultor para os Assuntos da Saúde
– Manuel Antunes

Consultor para os Assuntos da Política da Saúde
– Fernando Leal da Costa

Consultor para os Assuntos de Trabalho
- António Nunes de Carvalho

Adjunta
– Maria Luísa Cunha

Assessoria para os Assuntos Culturais

Assessor
– Pedro Rapoula

Consultor
– Diogo Pires Aurélio

Assessoria para a Comunicação Social

Assessor
– José Carlos Vieira

Consultora
– Ana Zita Gomes

Gabinete do Cônjuge

Assessora
– Margarida Mealha

É ainda formada a Casa Militar como "um serviço de apoio ao Presidente da República na sua qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas.

•A Casa Militar é constituída pelo Chefe da Casa Militar, assessores e ajudantes de campo, todos oficiais das Forças Armadas, sendo apoiada por secretariado e pessoal administrativo.

Chefe da Casa Militar

– Tenente–General Carlos Alberto de Carvalho dos Reis


Assessoria para a Marinha

Assessor
– Capitão-de-Fragata António José de Jesus Neves Correia


Assessoria para o Exército

Assessor
– Tenente–Coronel Sérgio Augusto Valente Marques


Assessoria para a Força Aérea

Assessor
– Tenente-Coronel João Carlos de Bastos Jorge Gonçalves


Ajudantes de Campo

Marinha
– Capitão–Tenente Pedro Manuel da Cruz Rafael

Exército
– Tenente-Coronel Pedro Miguel do Vale Cruz

Força Aérea
– Major Sérgio Lino de Almeida Estrela

Temos ainda a Secretaria-Geral da Presidência da República como "um serviço de apoio técnico, administrativo, informativo e documental da Presidência da República".

São atribuições da Secretaria-Geral, entre outras, as seguintes:

a) Assegurar os procedimentos administrativos e financeiros adequados à organização e funcionamento da Presidência da República e executar as deliberações do conselho administrativo;
b) Assegurar a gestão dos recursos humanos, financeiros e patrimoniais da Presidência da República;
c) Administrar e promover a conservação dos imóveis afectos à Presidência da República sem prejuízo das atribuições de outros serviços;
d) Assegurar a gestão do parque automóvel;
e) Organizar solenidades, cerimónias e recepções do Presidente da República, sem prejuízo das atribuições dos serviços do Protocolo do Estado;
f) Proceder a estudos, definir, coordenar e realizar acções em ordem à execução sistemática de métodos e técnicas de aperfeiçoamento organizacional e de modernização e racionalização administrativa;
g) Promover a aplicação das providências de ordem geral tendentes à modernização da Administração;
h) Assegurar a administração e a gestão do sistema informático da Presidência da República, promovendo a respectiva expansão pelos seus órgãos e serviços;
i) Assegurar no âmbito dos serviços e estruturas existentes na Presidência da República a recolha, o tratamento, a análise e difusão da informação;
j) Prestar apoio ao Presidente da República eleito, nos termos do artigo 26.o da Lei n.o 7/96, de 29 de Fevereiro.


No âmbito da Presidência funciona o Conselho de Estado, órgão apenas consultivo, mas que custa dinheiro

"Os membros do Conselho de Estado têm direito ao reembolso das despesas de transporte, público ou privado, que realizem no exercício ou por causa das suas funções.

2. Os membros do Conselho de Estado têm ainda direito às ajudas de custo fixadas para os membros do Governo, abonadas pelo dia ou dias seguidos de presença em reunião do Conselho e mais 2". Ponto final
....

terça-feira, 12 de abril de 2011

PEDOFÍLIA: ELES ESTÃO AÍ....










Os indiciados do caso Casa Pia, pedófilos sem pejo de o negar - um pedófilo nunca assume que o é - que se encavalitam no aparelho de Estado e nas suas mercadorias e sinecuras, como bancos e outros, estão de regresso, depois de travessias no deserto, pensando que "tudo já terminou".


Sem qualquer marca de vergonha, são chamados pelos seus pares entranhados no poder político para ocuparem cargos políticos em futuras gestão do país. Utilizam aventais e outros que tais para mascarar a sua criminalidade, usam a arrogância do poder que pensam deter para lançar campanhas de descrédito sobre as suas criminosas actividades, que, certamente, de uma maneira ou de outra, possivelmente, mais encoberta continuam a praticar. Só que a memória não tem esquecimento!!!. Eles existem. Foram indiciados, e por artimanhas e pequenos ou grandes poderes, "limpos de cadastro".


Só que este se mantém. Porque há muito gente que sabe que foram eles. Quem anda na lufa lufa do jornalismo sabe, perfeitamente, quem são. Provar, no sentido jurídico do termo, é difícil, mas existem dados mais que trocados que apontam numa direcção. Os principais autores no início do processo Casa Pia afirmaram aos jornalistas quem eram alguns dos implicados e sustentaram que tinham documentos compremetedores.


Quando o caso chegou ao ponto da ameaça directa, retiraram-se ordeiramente e deram o dito pelo não dito. O primeiro caso foi conhecido ainda nos 70 do século XX, mas no meio jornalístico já se citavam outros casos mesmo antes do 25 de Abril.


O General Eanes, então Presidente ds República, e a ex-secretário de Estado Teresa Costa Macedo souberam, perfeitamente, do sucedido em 1980.


Caso abafado.


O "estouro" surge, por acaso, em 2002, numa reportagem da jornalista Felícia Cabrita, no jornal Expresso. Ficou a meio.


A Cabrita, um antigo aluno da Casa Pia confessou ter sido violado como menor na instituição. Os principais implicados nessas violações de menores eram figuras públicas e um ex-funcionário da Casa Pia, Carlos Silvino, mais conhecido como Bibi.


Da investigação, as autoridades policiais admitiram que, pelo menos, 100 rapazes e raparigas da Casa Pia nessa altura, teriam sido molestados. Foram citados um rol de personalidades - portuguesas e estrangeiras. Da política, das finanças e da Igreja Católica. Após triagens, cirurgicamente realizadas, a Procuradoria- Geral da República, indiciou: Carlos Silvino, funcionário da Casa Pia e antigo aluno da instituição. Herman José e Carlos Cruz, duas figuras mediáticas da televisão portuguesa.

(Herman saiu porque a sua homossexualidade foi provada, apenas, com jovens com mais de 14 anos. Oportuno, não é verdade?)


Embaixador Jorge Ritto, já referenciado, no estrangeiro, quando efectuou missões diplomáticas, como pedófilo.


O arqueólogo Francisco Alves e o médico da zona do Restelo, com algumas ligações à Casa Pia, Ferreira Diniz. (Convém referir que este médico prestou cuidados a muitas crianças da zona bem do Restelo...).


O ex-Ministro da Segurança Social e actual deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso.


//Situemo-nos em Pedroso, porque o seu caso foi dos mais incisivos como montagem de uma extrema pressão política a alto nível para o ilibar. Foi apresentado como suspeito de 15 casos de abusos contra menores, com datas precisas entre 1999 e 2000. Ora, por pressão de altas figuras do Estado. Jorge Sampaio (Chefe de Estado) a Ferro Rodrigues (secretário-geral do PS), passando por António Costa (actual Presidente da Câmara de Lisboa) puseram *a cabeça no cepo* reclamando a sua inocência e levantado um tese de cabala. Não esquecer o papel do irmão de Pedroso, que na altura era Desembargador de Tribunal de segunda instância (não se sabe como mas isso é outra coisa).


O que sucedeu: arquivamento do processo. Pedroso garimpa e coloca o Estado em Trubunal (2008), pedindo uma indemnização. Um Tribunal de primeira instância ainda deu sentença de que o Estado deveria pagar 100 mil euros a Paulo Pedroso, por ter sido preso por erro nas causações pedófilas.


A Segunda Instância não concordou e no Supremo Tribunal a condenação foi mais taxativa: a prisão preventiva de Paulo Pedroso esteve bem determinada, por haver «fortes e consistentes indícios» da prática de abusos sexuais de jovens da Casa Pia por parte daquele antigo Ministro e que era «bastante provável» nessa altura que viesse a ser condenado em julgamento.


O mesmo Tribunal sublinhou que «a prova produzida evidencia» que figuras responsáveis do PS fizeram uma série de «diligências» que perturbavam o processo e pressionariam as testemunhas//.


Uma delas foi Ferro Rodrigues. Ora em 2003, o jornal Expresso referia, baseado num relatório policial, que quatro menores situavam o então secretário-greal em locais onde teriam havidos actos de molestação de crianças. Houve acusações de Ferro Rodrigues contra os jovens e inclusive formulação de processos judicias. O tribunal não considerou tais fundamentos e arquivou o processo por "falta de provas".


Mas, o que é certo é que Ferro Rodrigues se afasta de Portugal e recebe uma sinecura como embaixador de Portugal junto da OCDE. Está agora de regresso.


Muitas manobras foram realizadas para que não houvesse julgamento, mas ele teve lugar em 2010.


E dele saiu o seguinte: Carlos Silvino : 18 anos de Prisão Efectiva; Carlos Cruz: 7 anos de Prisão; Manuel Abrantes: 5 anos e 9 meses de prisão; Jorge Ritto: 6 anos e 8 meses de prisão; Ferreira Diniz: 7 Anos de Prisão; Hugo Marçal: 6 anos e 2 meses de prisão; Gertrudes Nunes: Absolvida.


Os advogados dos condenados recorreram para a II Instância.

Começa, então, uma nova fase organizada para desacreditar todo o julgamento.

Aparece de repente um trabalho de um tal Carlos Tomás, que se afirma jornalista "por conta própria" autor de um livro, que rubrica em conjunto com Marluce, associada e ex-mulher de Carlos Cruz, que teria pago 15 mil euros a uma das testemunhas mais relevantes do processo para alterar a sua versão dos acontecimentos, informação entretanto negada pelos visados.

Ora, depois este mesmo Tomás entrevista Carlos Silvino, cujo texto aparece, sem mais nem menos, na revista "Focus", onde o funcionário pedófilo nega agora o que disse no processo.

Curiosamente, o jornal Expresso aparece com uma outra entrevista, que foi paga, -- aí este mercenarismo sem qualquer pejo de ética dos chamados grandes órgãos de comunicação social --a sustentar o mesmo argumento. E manipulação das manipulações, o jornal a exigir que as declarações deveriam ser alvo de nova investigação policial.


Os pedófilos da alta roda estão novamente aí. E têm guarida nos grandes meios de comunicação social.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

ELEIÇÕES/DÍVIDA: OU SE MUDA DE POLÍTICA OU TUDO FICA NA MESMA ATÉ À BANCARROTA














1 - Os chamados partidos responsáveis do poder dominante actual em Portugal - o PS, PSD e CDS - estiveram na governação do país desde o primeiro governo constitucional de 1976. Foram eles que orientaram a execução prática da política de Estado até ao momento presente. É um facto. É uma realidade. Não a podem escamotear por mais que o façam. São, portanto, responsáveis. Ponto final.




2 - Claro que sofreram os efeitos de uma crise financeira internacional, que, aparentemente, não se iniciou em Portugal. Teve o epicentro no modelo financeiro especulativo capitalista dos Estados Unidos da América. É um facto. É uma realidade. Não se pode escamotear. Ponto final.




3 - Mas, a realidade que, também, não se pode escamotear, é que tanto os governos do PS, do PS/PSD, do PSD ou PSD7CDS seguiram esse modelo económico, concientemente, e contra a opinião de quem os criticava. Eles permitiram, com toda a sobranceria e irresponsabilidade, o domínio económico e político do Capital financeiro especulativo do mais puro arrivismo e desclassificação. Eles consentiram, com toda a naturalidade e clarividência, serem os lacaios dos maiores vigaristas financeiros que se estabeleceram em Wall Street, incensando-os, bem como os seus seguidores em Portugal.




4 - Não podem afirmar ou sustentar que não podiam fugir à crise. Não quiseram. Optaram por uma via de governação deliberada. Eles foram os cordeiros executantes da política dessas grande burguesia capitalista. Permitiam fazer barbaridades sobre o povo, barbaridades estas que atingem a criminalidade.




Terão de ser penalizados e julgados pela sua acção política. Não só em Portugal, mas igualmente nos EUA e na UE. Os governos destes países ou conjunto de países foram os "braços" políticos dessa grande burguesia capitalista desclassificada e venal, ávida de um lucro fácil, sem qualquer pejo de desbaratar os tesouros públicos ou as finanças do Estado.


5 - Situemo-nos, primeiro em Portugal. Desde os finais dos anos 70, mas de maneira evidente, sustentada e defendida até aos dentes, quer por PS, primeiro, mas, essencialmente, pelo PSD, com Cavaco Silva em Primeiro-Ministro, fez-se uma mudança radical na econonia, tendo como eixo o dominío do capital financeiro. Foi um regabofe com as privatizações. Tudo virado para a entrega a esse capital. As empresas públicas, que representaram mais de 50 por cento do PIB, ou foram estranguladas ou privatizadas para entregra os homens do Capital. Os sectores produtivos industriais nacionais foram neutralizados a favor de empresas de capital estrangeiro dominado pela finança europeia e internacional. Outro sector produtivo esssencial para a vida populacional do país, a agricultura, em lugar de ser modernizada ou reorientada para uma produção nacional mais efectiva foi, pura e simplesmente, desmantelada. O mesmo aconteceu com a pesca e com os transportes marítimos, para não falar na construção e reparação naval. As empresas de serviços quase inúteis de capital estrangeiro saltiraram por todo o país, liberalizado o sector do trabalho e baixando os salários, com o argumento de impor a competividade face à "concorrência" estrangeira. Balelas. A economia produtiva portuguesa desde 2000 está praticamente estagnada.




Houve melhorias sociais reais, mas estão asentes em pés de barro. Dependem e dependiam da entrada de capitais. A realidade é que, depois dos investimentos iniciais da UE, começou a verificar-se que havia penúria financeira. Não tinha sido estabelecida uma harmonia económica no desenvolvimento do país. Ora, na perspectiva de uma crise, a míngua financeira dos cofres do Estado foi colocada e está nas mãos do grande Capital.




6 - Perante uma crise da envergadura da actual, será impossível levar a gestão do Estado a reganhar e impulsionar a produção nacional, sem reconduzir o Orçamento estatal a uma posição de equilíbrio entre a despesa e a receita do mesmo. E como fazer isto? Sem ferir os interesses estabelecidos dominantes, sem ir aos bolsos do capital financeiro especulativo? É impossivel, continuando a governação do Estado a seguir as mesmas regras. O interesse desse Capital é manter o défice, fazer aumentar a dívida publica, para aumentar a especulação. É o que está a acontecer. Ou se muda esta política (na economia, na sociedade), ou se aumenta a política de austeridade para os de baixo para satisfazer o apetite constante do Capital financeira por lucros, sem baixar as suas condições de vida e existência. Esta é a questão de fundo. Esta é a questão que estará frente a frente nas próximas eleições legislativas portuguesas. Mas irá estar na frente da batalha política e eleitoral em toda a Europa.




Existe uma alternativa de poder? Existe. É acabar radicalmente com a especulação financeira. Acabar com o poder dessa alta burguesia, que está a levar o Estado à bancarrota. Pode fazer-se frente. Pode. Veja-se o caso da pequena Islândia, que curiosamente desapareceu dos notíciários da grande imprensa. Não pagaram a especulação, mudaram de política e prenderam a maioria dos vigaristas especuladores.




7 - É a questão da dívida , do equilíbrio orçamental um problema dos países periféricos da União Europeia? Não. É uma questão global. Atinge os próprios EUA. O desequilíbrio entre receita e despesa é monumental nos Estados Unidos.


Segundo os dados publicados pelo Departamento do Tesouro (Ministério das Finanças) dos EUA (http://www.treas.gov), valores relativos a Fevereiro passado, a dívida pública total, aumentou 19%, de 17.422 para 20.713 mil milhões de dólares!


Se fizermos uma comparação interpretativa entre as taxas de juro implícitas de 2006 com estes dados mais recentes, referentes a Janeiro 2011 sobre a dívida verdadeira, ou seja, se verificarmos o custo dos juros da dívida actual à taxa de de juro de 2006, os EUA terão de pagar 913 mil milhões de dólares/ano.


Quer queirarmos quer não, este aumento vertiginoso, que não tem correspondido um real aumento produtivo interno naquele país, os EUA poderão estar na véspera de uma nova crise financeira, e, em termos práticos, pode afirmar-se que a potência militar está a utilizar o incremento do complexo militar-industrial, com exportações massivas de armas, e fomento de formas de neo-colonialismo, para mascar - ou atrasar momentaneamente - um espectro de bancarrota.


O poder executivo em Washington está atolado com a pressão dos banqueiros de Wall Street para efectuar novos contratos favoráveis à banca, o que, em termos práticos, irá aumentar a especulação sobre os países vassalos para sacar mais dinheiro para cumprir o pagamento dos juros sempre crescentes do seu próprio país.


Como vai evoluir toda esta situação? Não há receitas acabadas. Mas a principal é colocar toda a enregia em travar o poder do capital especulativo.


Há movimentações em todo o Mundo. Há tentativas de desacreditar tudo o que possa ser um embrião de novas formas de poder. Pode dar resultados imediatos.


Mas também forjar explosões sociais.


E elas podem caminhar da periferia para o centro. Como estarão a UE e os EUA daqui a um ano?