segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS OU FORÇAS ARMADAS EUROPEIAS?


1 – De repente, nos últimos dias, começou a surgir no interior da actual classe dirigente, um sector militar de topo, formado, essencialmente, por antigos chefes de Estado-Maior e próximos, na reserva/e/ou reforma, que se coloca em bicos de pés e pretende dar orientações para a governação do Estado, como se eles fossem, na realidade, os mentores políticos do poder executivo.

Merece, todavia, uma reflexão.

Porque este movimento e as suas propostas não são apenas corporativas, nem estão enquadradas,  somente,  no seu desejo de fazer vir ao de cima a supremacia castrense, com alguns privilégios e prebendas que mantiveram ao longo de toda a segunda metade do século XX.

A questão dos cortes orçamentais nas Forças Armadas portuguesas, que é real, não pode ser analisada apenas do ponto de vista do nacionalismo lusitano, e da sua maior ou menor importância isolada na geo-estratégia europeia e até mundial, como os antigos chefes militares transmitem nos seus argumentos.

O assunto português, e o pretenso patriotismo e nacionalismo desses cínicos que foram os chefes militares desde o 25 de Novembro de 1975, cúmplices com o poder político e económico, tem de ser visto e debatido dentro de um avanço político e estratégico que foi a criação da Unidade Europeia.

A unidade europeia, construída desde a segunda metade do século XX, não é uma questão que possa ser posta em prática, isoladadamente por cada Estado, com a actual crise mundial, provocada pelos Estado Unidos da América, como centro do grande capital financeiro lúmpem e especulativo e não é, além do mais, uma questão centrada, presentemente, na Alemanha.

É um problema político criado pelas burguesias nacionais, que perderam poder e querem sacar mais valias internas à custa do levantamento de uma questão nacional, que é artificial, tal como é colocada por essa gente, mas que somente pode ser equacionada pela perda de poder reivindicativo e económico das classes laboriosas.

2 – A unidade europeia não é produto de uma “ideia utópica” de homens como Monet, Schumann, ou até de Gaulle.

A unidade europeia surgiu, cresceu e vingou, porque se tinha conjugado dentro das diferentes classes - mas principalmente entre as classes trabalhadoras que saíram sempre massacradas pela guerra e entre a parte mais avançada do capital industrial e comercial, que era sempre atingido em larga escala - que somente a interligação económica e política transnacional poderia fazer prosperar a Europa, e colocá-la na vanguarda do desenvolvimento económico e impedia a sua fragmentação entre conflitos nacionais e interesses mesquinhos das respectivas burguesias pró-imperialistas, com a alemã, a francesa, a inglesa, e em menor escala, a italiana.


Ou seja, a unidade europeia tem, no seu bojo, um interesse sumamente económico e material.

Como se agigantou, economicamente, num tempo relativamente curto, desde a segunda metade dos anos oitenta até à primeira década deste século, este unidade, para ser preservada, teria – e terá -  de ser construída não só contra os “poderes económicos internos” (não pudemos esquecer que figuras políticas como Cavaco Silva eram contra, antes de ascenderem ao governo e aos dinheiros da Comunidade Europeia, tentaram minar essa construção), mas também contra os “nacionalismos” bacocos de Partidos que se dizem internacionalistas, como o PCP/Verdes/MDP e PC (R) /UDP, este hoje defunto), mas contra as potências político-económico-militares, como o caso principal dos Estados Unidos da América.

Ora, as forças políticas e sociais que forjaram a Unidade Política Europeia deveriam ter a percepção que para se conseguir manter essa unidade,  haveria necessidade, de imediato, de lhe dar uma componente unificada de poder militar.

Porque para construir o Estado Federal ou Confederal  tem de ser enquadrado por uma força castrense e pública, que seja capazes de agir, colocando-se, acima dos conflitos inevitáveis, de uma reorganização de envergadura como é o avanço dos Estados nacionais para o Estado federal ou confederal , como “ autoridade superior” a todos os empecilhos nacionais, que vão aparecer.

E, se não se conseguir dar este passo, naturalmente os interesses económicos mais pujantes da burguesia imperial alemã, que está a “cristalizar-se” no poder naquele país, sobrepor-se-ão à não existência de uma instituição que, por muito deficiente que seja, tem o poder violento, de retirar veleidades de supremacia a essa mesma burguesia e a outras como a francesa, representada actualmente pelo senhor Hollande.

3 -   Significa isto que é mais importante, do meu ponto de vista, que se planeie, desde já, um Orçamento Europeu Militar de Segurança Interna e Externa, do que se façam debates intermináveis sobre a capacidade militar de Portugal, que será sempre nula, na actual conjuntura geo-estratégica, será uma estrutura de servidão de potências, normalmente exteriores ao espaço europeu, como está  a acontecer agora.

Porque não houve até agora a definição de um Plano Europeu Comum de Defesa Estratégica?

Porque não uma Marinha Comum Europeia, em que o comandante de um porta-aviões seja português e fique estacionado no rio Tejo, e o imediato um holandês, ou o contrário, porque naõ se estrutura uma flotilha de submarinos de raiz comunitário, cujo espaço principal de actuação seja a zona exclusiva, no presente, portuguesa, flotilha essa que fique sob o comando de um francês.

O mesmo para a Força Aérea ou para o Exército.

Apesar de toda a crise financeira, concentrada desde 2008 num ataque sem precedentes à moeda europeia, porque será que o euro continua a ser uma moeda forte, e atractiva para outros espaços territoriais, fora da órbita da potência norte-americana?

Porque continua a ser a Unidade Europeia, o principal espaço económico produtivo e de consumo comparativo com os valores da sua produção interna e da sua capacidade produtiva, bem como do espaço mais valioso em termos de valor comercial.


4 – Finalmente,  umas breves notas sobre a questão castrense e a autoridade.

A História tem-nos mostrado, inclusive nos períodos revolucionários de envergadura, como a Comuna de Paris e a Revolução Soviética de Outubro de 1917, que a possibilidade de construir um novo sistema de autoridade e de organização militar somente terá viabilidade se houver capacidade material e política de dar corpo a um outro Estado social.

Naturalmente, temos de lutar contra a imposição desumana da repressão classista,  da autoridade brutal  do cacete e da fuzilaria sobre os explorados.  

E é nessa luta que se vai construindo a possibilidade de vir a criar e constatar que é possível outro tipo de Estado e  de organização social mais igualitária.
Mas, a sociedade onde vivemos tem de continuar a existir e a organizar-se. 

Ora, tal pressupõe um sentido de autoridade, que leva em caso extremo à subordinação, apesar de estar assente em leis anti-democráticas. Temos de combate-las.

Todavia, a sociedade actual tem as suas formas de organização, desde a fábrica até à superestrutura militar.

Enquanto o poder estiver nas mãos das classes dirigentes e exploradoras o seu sistema de organização é que prevalece.

Somente quando houver condições materiais para criar uma outra estrutura económica, politica e social, serão corridas as formas repressoras daquelas classes.

Mas, não podemos esquecer que mesmo uma revolução social, para vingar, terá de fazer prevalecer os seus próprios princípios de autoridade.
    

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O PODER: ANDA TUDO LIGADO


1 – Na intrincada cena política superficial da superestrutura do poder de Estado português, assiste-se a um “jogo de sombras” de fazer rir os mais infantis e pacóvios da nossa política mesquinha. 

Mas nos exorcismos e ressurreições de mortos-vivos da economia (actualmente, já no activo como Mira Amaral, Jardim Gonçalves, Braga de Macedo, António Borges, entre outros) e das tramóias brutais que conduziram, nas três últimas décadas, ao maior enredo de roubos efectuados, em nome do Estado, contra os contribuintes, em particular contra as classes trabalhadoras, estão, em primeiro lugar, as cabeças semi-feudais das magistraturas e das investigações criminais.


Enchem-se de prosápia sobre a sua independência e a sua alta catadura de estatuto, mas transformam-se em cordeirinhos benevolentes de cachaço no cepo sempre que os poderosos se perfilam nos processos judiciais.

Temos de descer à terra para iniciar a romagem às confrarias que colocam os seus homens e decidem sobre a sua “justiça”.

Qualquer pessoa medianamente conhecedora da evolução do enquadramento do sistema de justiça em Portugal, depois da queda do regime marcelista em 1974, verificou que, no estrebuchar da semi-revolução, que se seguiu ao golpe de Estado militar da jovem oficialidade em 25 de Abril, os vaidosos e ufanos juízes, magistrados e advogados que se anicharam nos cargos, fizeram rotações e golpes de rins de um extremo ao outro do sistema político, após o processo de recriação do sistema bancário após o início da sua caminhada para a privatização em meados de 1980.

Façamos, pois, um exercício de memória

A – Nos anos 1974-75, o Sindicatos dos Magistrados do Ministério Público forma-se, sob o esboço sindical criado pouco antes denominado sindicatos dos delegados dos Procuradores da República. Por esta altura, forma-se a Associação Sindical dos Magistrados e Juízes portugueses, hoje Associação Sindical dos Juízes Portugueses.

Muitos dos actuais magistrados do Ministério Público e Juízes tiveram uma acção preponderante nessa implantação da vida sindical – o que, em si, é louvável, mas fizeram sob concepções ideológica e de praxis política, que nada tem a ver com as suas opções e práticas presentes, algumas das quais embrenhadas em aventais e outras utilizações político-religiosas.

Desde António Cluny, Rodrigues Maximiano, Cândida Almeida, Maria José Morgado, Noronha do Nascimento, Joana Marques Vidal até Ricardo Cardoso, foram nomes que representaram posições ideológicas consideradas avançadas. 




Depois, como se costuma dizer “escolheram as garras”, integraram-se em grupos ou capelas, colaram-se ou entraram mesmo para estruturas ligadas ao sistema estabelecido, embora, naturalmente, se possam considerar “impolutos”.

Mas quem entra em certos jogos e em certas “capelas” classistas, o impoluto deixa de ser um termo sem mácula.

B - Ainda que, de vez em quando, digam da sua justiça.

Mas em política materialista, julga-se a sua prática. E apenas isso.

Ou seja, até hoje, nunca vimos serem condenados (com prisão efectiva e continuada) banqueiros ou os seus representantes políticos, que provocaram a actual crise.

É um crime de prisão sem remissão. Não há justificação para argumentações do tipo “não conseguimos detectar os branqueamentos, nem as fugas de capitais”. Balelas.

Quem tem o poder político pode fazer tudo, se quiser praticar a verdadeira justiça.

2 - Reparemos como observadores sem grandes elevações culturais, o que se passa, justamente, entre a evolução do sistema económico, com a sua cúria de grandes empresas de advocacia, para a supremacia maciça do grande lúmpen financeiro, que está no poder.

Grande lúmpen este que controla toda a actividade actual da sociedade portuguesa e o engrandecimento e empolamento dos chamados “grandes advogados”, que criaram escritórios e cartéis, por onde passam, em impetuoso êxito de enchimento dos bolsos, políticos que se tornaram causídicos de “gabarito” e de advogados que, nos intervalos e pour cause, enxameiam, en passant, os executivos governamentais, como peças-chaves do controlo societário a seu favor.

Os advogados foram e são governantes – e vice-versa – e os advogados ou governantes foram juízes, saltitaram por vários postos e são agora os advogados da banca, da traficância, do branqueamento, do favorecimento, da passagem de testemunho entre portas (ou seja, entre confrarias, com segredos de lugar para a tumba), mas que, no fundo, servem o verdadeiro amo, que tudo controla: o grande sistema financeiro capitalista mais desclassificado.

Em 10 das maiores “empresas de advogados”, e basta só meia dúzia de indicações para se percorrer toda a cadeia da engrenagem entre o poder económico, o poder político, a magistratura, e os sequazes de joelhos amarrados para servir, a babarem-se como aves necrófagas, os seus amos.

Uma engrenagem sórdida, mas verdadeira, uma engrenagem tenebrosa, estribada na força do que eles consideram ser a legalidade, que legislaram e praticam.


Comecemos pela sociedade de Advogados “A.M.Pereira, Saragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados (comporta 200 causídicos. Os outros andam pelo mesmo número, mais para baixo um pouco).

Além do sócio fundador, já falecido, António Maria Pereira, que foi deputado e dirigente do antigo PPD, hoje PSD, nela consta como sócio de topo José Miguel Júdice, até, há bem pouco tempo, um dos “barões” do mesmo partido.

Até se tornar um salto-pocinhas político, age como habitual do negócio, que tem na mira e lhe convém.

Retiramos deste último – Júdice - da Wikipédia: “Ocupou os cargos de Vogal do Conselho Superior da Magistratura (1997-2001) e 22.º Bastonário da Ordem dos Advogados Portugueses (2002-2004). É professor associado convidado da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, desde 2004, membro do Conselho da International Bar Association, desde 2005, árbitro do Centro de Arbitragem Comercial das Associação Comerciais de Lisboa e do Porto, presidente da Secção Portuguesa do Tribunal Europeu de Arbitragem e membro dos Conselhos Editoriais das revistas European Lawyer e Iberian Lawyer.

José Miguel Júdice foi militante do Partido Social Democrata, tendo presidido à respectiva Comissão Política Distrital de Lisboa(1985-1986). Em 2006 desfiliou-se do PSD, tendo sido mandatário da candidatura do PS, encabeçada por António Costa, à Câmara deLisboa, em 2007.

Em 2008 foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Frente Tejo, sociedade para a reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa, mas demitiu-se pouco tempo depois.

Participou no programa televisivo Regra do Jogo, da SIC Notícias, e mantém uma coluna no Público.
É proprietário da Quinta das Lágrimas, em Coimbra, e foi accionista do Banco Privado Português (Não esquecer…).

Pertenceu à cúpula do grupo terrorista MDLP”.

Saragga Leal, um dos fundadores da empresa, vem mais de antanho, foi secretário nacional da Emigração no tempo de Marcelo Caetano.

Mas a empresa tem ainda como sócios o ex-ministro Morais Sarmento e o ex-secretário de Estado Pais Antunes e como consultores o ex-ministro Rui Vilar, igualmente ex-Presidente do Conselho de Administração da Fundação Gunbenkian, bem como Rui Machete, que foi líder do PSD, ex-vice-primeiro-ministro e ex-ministro da Justiça, e ex-Presidente da Fundação Luso-Americana, entre muitos outros cargos ou tachos.

Meditemos agora sobre a sociedade “Abreu & Associados”, que se apresenta com um ganho anual de 15 milhões de euros.

Alguns nomes de sócios: José Eduardo Martins, ex-secretário de Estado do PSD, Ricardo Vieira, deputado (CDS) à Assembleia Regional da Madeira e Augusto Marques, antigo director regional do Trabalho da Madeira. 


Dois consultores de referência: Luís Marques Mendes, ex-lider do PSD e várias vezes ministro e Paulo Teixeira Pinto, ex-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros de Cavaco Silva e ex-Presidente do banco BCP.

Saltemos para a "Vieira de Almeida & Associados", um “poço sem fundo” de ligações político-económico-judiciais.

O seu líder é Vasco Vieira de Almeida. Esteve ligado, no passado da juventude, possivelmente como "compagnon de route" ao PCP, mas ao mesmo tempo teve intervenção directa na banca no tempo de Salazar e Caetano.

Foi Ministro da Economia num dos governos provisórios e embaixador itinerante do governo português em 1976.

Citemos um dos seus sócios principais: Nuno Ruiz.

Por onde andou? Técnico superior do Gabinete de Direito Europeu do Ministério da Justiça (1981-1982). Vogal do Conselho da Concorrência entre 1983 e 1997. Consultor da Comissão Europeia e do Banco Mundial para o desenvolvimento do direito e das políticas de concorrência (1999-2001).

Ainda outro: Pedro Simões Coelho, que entre outras funções foi jurista sénior na CMVM - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários onde foi responsável pelas áreas de Instituições de Investimento Colectivo e Relações Internacionais na Divisão de Intermediários Financeiros.

E apenas um dos seus consultores: José Pedro Fazenda Martins.

Ocupação no interior do aparelho de Estado? Director do Departamento de Mercados, Emitentes e Informação Financeira da Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários e como membro do Comité de Direcção do Colégio de Supervisores do Euronext. 


Nesta qualidade, interveio, pelo lado do regulador, nas principais ofertas públicas de aquisição e distribuição de valores mobiliários e nas admissões à negociação em mercado regulamentado dos últimos 5 anos, incluindo duas combinações entre Bolsas internacionais.

Meditem só no que isto representa!!!


Explanemos agora sobre a “Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados”

Um dos fundadores, já falecido desta mega firma, foi João Morais Leitão. Ligado à banca antes do 25 de Abril. Foi, também, um dos fundadores do CDS e Ministro, primeiro dos Assuntos Sociais, depois Ministro das Finanças (governos da AD).

A ele esteve ligado a essa formação da firma, José Manuel Galvão Teles, hoje, na prática, o líder desta poderosa estrutura de advogados.

Abandonou, formalmente, logo que o “ponteiro do relógio” mudou, a política de extrema-esquerda, apologista do comunismo. (Foi um dos membros criadores do Movimento de Esquerda Socialista – MÊS-, juntamente com Agostinho Roseta, Augusto Mateus, Jerónimo Franco, Jorge Sampaio, Marcolino Abrantes, Paulo Bárcia, Rogério de Jesus, António Machado, Luís Filipe Fazendeiro, Luís Manuel Espadaneiro, Carlos Pratas, José Galamba de Oliveira, Joaquim Mestre, Eduardo Ferro Rodrigues, Nuno Teotónio Pereira e César de Oliveira).

E, naturalmente, entrou, na política prática do regime saído do 25 de Novembro. Foi membro do Conselho de Estado e embaixador de Portugal junto das Nações Unidas até 1976, entre outras actividades.

Outro importante sócio é Miguel Galvão Teles, que foi conselheiro de Estado entre 1982 e 1986.

Dois sócios são de fazer ressaltar: António Pinto Leite (ex-vice-presidente e ex-deputado do PSD); o outro é António Lobo Xavier (Foi membro do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, entre 1986 e1991, e colaborador da Reforma Fiscal de 1988.

Na área empresarial, é gestor de topo na Sonaecom e vogal (não executivo) do Conselho de Administração da Mota-Engil.

Anteriormente foi membro do Conselho de Administração do Futebol Clube do Porto e da Cerâmica de Valadares.

Faz parte dos órgãos de várias instituições, sendo vogal da Direcção da Associação Comercial do Porto e dos Conselhos de Administração da Fundação de Serralves e da Fundação Belmiro de Azevedo. E muitas mais coisas…

Militante da Juventude Centrista e do Centro Democrático Social, foi deputado à Assembleia da República, de 1983 a 1996, candidato à liderança do CDS, em 1992, presidente do seu Grupo Parlamentar, entre 1992 e 1994.

Preside à Assembleia Municipal de Penafiel, desde 2005. É comentador político na Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, desde 2004.

Casou com Mafalda Maria Teixeira de Azevedo Bensusan, de uma família abastada de ascendência judaica,

Um dos consultores de referência da firma – um jovem turco do PS, ligado ao consulado de José Sócrates: João Tiago de Silveira (o sublinhado é meu e propositado). Curricullum oficial – membro da Comissão Técnica para a preparação do programa para a qualidade e eficiência dos actos normativos do Governo; director do Gabinete de Política Legislativa do Ministério da Justiça, adjunto do Ministro da Justiça, do Ministro dos Assuntos Parlamentares e do Ministro da Presidência. Foi ainda Presidente da Secção Permanente do Conselho Superior de Estatística, Vogal do Conselho Superior de Estatística, membro da comissão para a adaptação da legislação nacional à Convenção das Nações Unidas do Direito do Mar. Desempenhou ainda vários cargos públicos, entre os quais os de Secretários de Estado da Justiça, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e director do gabinete de Política Legislativa e Planeamento do Ministério da Justiça e ainda membro eleito pela Assembleia da República do Conselho Superior do Ministério Público.


Centremo-nos por agora numa das principais empresas ibéricas transnacionais a “Quatrecas, Gonçalves Pereira”.

Comecemos justamente por alguns sócios espanhóis (a interligação poder-justiça-governo é a mesma).

Um nome: Carlos Gallego. Do curriculum oficial. Advogado do Estado em licença sem vencimento, tendo ocupado a direcção dos Serviços Jurídicos do Estado no País Vasco e em Cantábria, tendo participado em importantes litígios e processos de obras públicas da Administração Geral do Estado.

Posteriormente, exerceu funções na Subdirección General de lo Consultivo de la Abogacía General del Estado, prestando assessoria em assuntos da competência do Governo e da Administração Central do Estado.

Foi membro do Conselho de Administração da Autoridad Portuaria de Santander e dos Consejos Municipales de Aguas y Transportes Urbanos de Santander.

Outro sócio espanhol. Francisco Perez Crespo - Advogado do Estado desde 1 de Março de 1988, em licença sem vencimento.

Subdirector do Serviço Jurídico da Agencia Tributaria durante quatro anos; previamente à sua integração na Sociedade, foi

Secretario Geral do Grupo Aceralia, tendo participado no respectivo processo de privatização e integração europeia.


A “truta” maior da parte portuguesa: André Gonçalves Pereira. Sócio fundador da Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados.


Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa de Janeiro de 1981 a Junho de 1982.


E antigo representante de Portugal nas Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional, UNESCO.

Na qualidade de membro da Secção Especial para a reforma das falências, participou na redacção do anteprojecto da reforma da Lei de Falências.

Alguns consultores: Enric Picanyol - Consultor Jurídico do Estado de Nova Iorque.

Jordi Puigbó- Foi magistrado do Social durante 10 anos. Actualmente encontra-se abrangido por licença sem vencimento na carreira judicial.

Pablo Garcia - juiz emérito do Tribunal Constitucional. Juiz especialista em contencioso-administrativo. Magistrado jubilado do Tribunal Supremo.

Foi membro do Consejo General del Poder Judicial de 1985 a 1990 e é membro permanente da Comissão Geral de Codificação.

Viremo-nos agora para a “Sociedade Rebelo de Sousa & Advogados Associados”.

O seu líder é Pedro Rebelo de Sousa.

Alguns dados “profissionais”: Desde 1992 - Administrador Executivo (até 1993) e membro não executivo de órgãos sociais de várias Empresas.

1990 a 1991 - Presidente do Conselho de Administração (responsável pela reprivatização) do Banco Fonsecas & Burnay, S.A.

1988 a 1990 - Vice-Presidente da Divisão Internacional de Mercados Financeiros do Citibank N.A., Nova Iorque, EUA.

1985 a 1988 - Vice-presidente do Departamento de Sindicatos _ consórcio de empresas capitalistas _ de Empréstimos e Reestruturações do Citicorp Investment Bank, Nova Iorque, EUA.

Um outro sócio: José Carlos Soares Machado.

Alforrias? Leiam.

1984 a 1989 – Assessor Jurídico Principal do Contencioso do Ministério dos Assuntos Sociais.

1979 – Chefe de Gabinete do Ministro do Trabalho, no V Governo Constitucional.

1978 a 1980 – Secretário-Geral da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Desde 1977 – Advogado e membro de órgãos sociais de várias Empresas.

Vejamos um terceiro: Manuel Lopes Porto.
Danças de cargos? 

Presidente da Assembleia-Geral da Caixa Geral de Depósitos

Presidente da Assembleia Municipal de Coimbra.

De 2004 a 2008 – Presidente mundial das ECSA’s (European Community Studies Associations).

De 2000 a 2007 – Presidente da Assembleia Geral da Ana, Aeroportos e Navegação Aérea.

De 1999 a 2005 – Presidente do Conselho Nacional de Educação.

De 1989 a 1999 – Deputado do Parlamento Europeu.

De 1987 a 1988 – Membro da Comissão de Reforma Fiscal.

De 1986 a 1989 – Presidente do Conselho Nacional do Plano.

De 1976 a 1989 - Presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro.

Filtremos, por curiosidade, uma sócia ainda jovem (como a igualdade em sistema capitalista as transforma em identitárias do homem!).
O seu nome: Maria França Gouveia. 

De 2004 a 2005 - Directora do Gabinete de Auditoria e Modernização do Ministério da Justiça.

2002 a 2004 - Consultora do Gabinete de Política Legislativa e Planeamento do Ministério da Justiça.
2002 - Assessora do Gabinete da Ministra da Justiça.

Ressaltemos uma outra enorme e poderosa firma transnacional ibérica, com ramificações para a América do Sul: Uría Menéndez-Proença de Carvalho

O seu principal dirigente em Espanha é Rodrigo Uria Gonzalez

É Presidente da Uría y Menéndez e presidente del Real Patronato del Museo del Prado.


Rodrigo Uría foi presidente de Saint-Gobain Cristalería e conselheiro do Barclays Bank. 

Uría representou o banco británico Barclays no processo de aquisição do Banco de Valladolid.

Foi assessor dos bancos Santander e Central Hispano durante a sua fusão em 1999. (Um aparte são bancos ligados ao OPUS DEI).

O outro sócio principal espanhol: Aurelio Menéndez Menéndez.

Primeiro marquês de Ibias, título doado pelo actual rei de Espanha.

Foi ministro da Educação e Ciência nos tempos do consulado de Adolfo Suarez e magistrado do Tribunal Constitucional, com indicação da Casa Real espanhola. Foi tutor do príncipe Felipe

Centremo-nos agora no dirigente máximo da parte portuguesa da firma: Daniel Proença de Carvalho.


Foi magistrado do Ministério Público, de 1965 a 1967, e inspector da Polícia Judiciária, até 1969. 

Após o 25 de Abril, aderiu ao PS, assumiu a direcção do Jornal Novo, em Novembro de 1975.

Em 1978, é nomeado Ministro da Comunicação Social do IV Governo Constitucional, de Carlos Mota Pinto. 



Em 1979 torna-se presidente do Conselho de Administração da Radiotelevisão Portuguesa.

Virou depois a agulha política, saltou do carro em andamento e foi dirigir a campanha presidencial de Diogo Freitas do Amaral, em 1986.

Foi mandatário nacional da candidatura presidencial de Cavaco Silva, em 1996.

Como advogado, participou em vários processos mediáticos da justiça portuguesa, entre eles o caso Herança Sommer.

Fundou a Proença de Carvalho & Associados, em Lisboa.

No mundo empresarial é presidente do Conselho de Administração da ZON Multimédia, desde 2007, e integra a Comissão de Remunerações do Banco Espírito Santo, desde 2008.


Presidente da Zon e da Cimpor e ainda Presidente da Assembleia Geral da CGD, Mota e Engil, Galp e Estoril Sol.

Um outra empresa de “sucesso”: "Rui Pena, Arnaut & Associados".

Rui Pena foi ministro da Defesa Nacional (2001 -2002) e Ministro da Reforma Administrativa (1978 – governo PS/CDS).

Em 1986, membro da Assembleia Municipal de Lisboa.

Em 1985, foi indicado pelo governo português para integrar o corpo de árbritos e conciliadores do ICSID - International Centre for Settlement of Investment Disputes).

Entre 1976 – 1983 foi Deputado à Assembleia da República, sendo eleito presidente do Grupo Parlamentar do CDS.

É desde 2010 Presidente da Assembleia Geral da EDP e por inerência membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP.
Ao longo da sua carreira foi Administrador não executivo de diversas empresas industriais e comerciais. 

Foi Presidente do grupo Português da União Interparlamentar.

Enumeremos alguns sócios: José de Matos Correia.

Chefe do Gabinete do Primeiro-Ministro (XV Governo Constitucional), entre Abril e Dezembro de 2002.

Adjunto do Ministro dos Negócios Estrangeiros (XII Governo Constitucional), entre 1992 e 1995.

Adjunto do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (XI e XII Governos Constitucionais), entre 1987 e 1992.

Presidente da Assembleia-Geral da “Casa da Sorte” (desde Abril de 2009).

Foi administrador (não executivo) da Económica, S.G.P.S (2003-2007).
Administrador (não executivo) da Universidade Lusíada, entre 1986 e 1994.

Deputado à Assembleia da República (desde Junho de 2011), eleito pelo círculo de Lisboa (XI Legislatura), sendo Presidente da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional

Membro do Conselho Superior de Defesa Nacional e, em representação da Assembleia da República, membro do Conselho Superior de Informações e membro suplente do Conselho de Estado.

Membro do “Círculo de Amigos da Aliança das Civilizações” (estrutura de aconselhamento do Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, cuja liderança pertence a Jorge Sampaio

José Luís Arnault. É desde 1992 Mandatário Europeu de Patentes junto do Instituto Europeu de Patentes (Munique).

Desde 1996 é Mandatário Europeu de Marcas junto do Instituto de Harmonização do Mercado Interno da União Europeia (Alicante) e Agente Oficial da Propriedade Industrial, junto do I.N.P.I. – Instituto Nacional da Propriedade Industrial.


Em 1996 integrou a Comissão de Acompanhamento e Revisão do Código da Propriedade Industrial e entre 1998 – 1999 foi Membro da Comissão de Revisão do Código da Propriedade Industrial.

É desde 1999 Deputado à Assembleia da República.


Foi Ministro-adjunto do Primeiro-Ministro (José Manuel Durão Barroso) entre 2002 – 2004 e Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional (2004 – 2005). 

Foi Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Assembleia da República (2005 – 2008) e é desde 2009 Presidente da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional da Assembleia da República.

Destaquemos uma outra sociedade: "a Correia, Seara, Caldas, Simões e Associados".

Comecemos pelo dirigente máximo:

Júlio Castro Caldas.

Ministro da Defesa no XIV Governo Constitucuional (1999-2001);

Vogal do Conselho Superior do Ministério Público (2005-2011);

Árbitro em múltiplas arbitragens internacionais da CCI de Paris e da Associação Comercial de Lisboa e Porto;

Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Zon Multimédia;

Presidente da AG da NAVALROCHA, SA – Sociedade de Construção e Reparação Navais;

Presidente do Conselho de Administração da SESAV – Sistema Integrado de Tratamento e Eliminação de Resíduos, SA;

Administrador não executivo da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal.

João Correia.

Secretário de Estado da Justiça no XVIII Governo Constitucional (2009-2010);


Membro da Comissão de Análise e Sistematização da Legislação do Trabalho (2000-2002);

Fernando Seara.


Foi dirigente do CDS, tendo se passado para o PSD. 

Antes foi docente universitário, um dos “filhos adoptivos” do professor Adriano Moreira como seu secretário-geral quando aquele liderava o partido agora conhecido por CDS/PP.

Coordenou o departamento jurídico da Associação Nacional de Empreiteiros e Obras Públicas (ANEOP) e director do departamento jurídico da Sociedade Mota & Companhia.

Foi chefe de gabinete do Ministro da Educação;
Presidente do Conselho Superior do Desporto, membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social e membro do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol;

Foi Presidente do Conselho de Opinião da RTP;

É colunista em dois jornais diários e comentador de uma estação de televisão. (Está a deitar faladura para quê?). E naturalmente Presidente da Câmara de Sintra e putativo candidato para idêntico cargo em Lisboa.

António Monteiro Fernandes.

Foi secretário de Estado do Trabalho no XIII governo constitucional, mas é gestor e dirigente em empresas, nas áreas da regulamentação do trabalho e gestão do pessoal (pelo menos entre 1975/95).

Presidente da Comissão de Análise e Sistematização da Legislação Laboral (2000/2002);

Presidente da Comissão do Livro Branco das Relações Laborais, encarregada de preparada a revisão do Código do Trabalho (2006/07). Ao serviço de quem?

Vejamos um homem no governo e na liderança de uma firma a “JOSÉ PEDRO AGUIAR BRANCO & ASSOCIADOS”.

José Pedro Aguiar Branco é Ministro da Defesa Nacional.
Um outro sócio: Diogo Feio, um dos dirigentes de topo do CDS, actualmente deputado no Parlamento Europeu.

A lista é exaustiva, referimos, agora, à "APORT – Advogados Portugueses em Consórcio”. O nome em “consórcio” diz tudo.

Um dos sócios principais é Silvio Cervan.

Deputado na Assembleia da República (CDS) de 1995 até 2002,

Presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, em funções desde 2001,

O outro é Luís Coutinho. Iniciou a sua actividade como advogado em 1995.


Pois desde então já ocupou numerosos cargos em órgãos sociais de várias empresas.

Consultores: João Mota de Campos.


Foi Secretário de Estado da Agricultura entre 1960 e 1962; Ministro de Estado e do Plano entre 1971 e 1973 e Ministro da Agricultura e Comércio até Abril de 1974.

João Luís Mota de Campos

Foi membro do Conselho de Administração do Porto de Sines entre 1988 e 1992; Membro da Comissão Nacional de Eleições entre 1999 e 2001; Secretário de Estado da Justiça entre 2002 e 2004

Agora passemos para a "Servulo & Associados".

O seu principal líder: Sérvulo Correia – Alguns aspectos da carreira como “verdadeiro advogado”.

Director dos Serviços Jurídicos da Administração do Grupo Entreposto de 1979 a 1995;


Membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, entre 1977 e 1979;


Deputado à Assembleia da República, Vice-Presidente do Grupo parlamentar do PSD;

Secretário de Estado da Emigração.

Advogado dos Serviços Jurídicos do Banco de Portugal entre 1972 e 1979. (longo o período, não é?).

José Lobo Moutinho.

Um sócio principal, não muito conhecido nos meios de comunicação, mas com larga penetração na legislação do sistema político vigente (um perito, não é?): membro e secretário da Comissão de Revisão do Código de Processo Penal); membro e secretário da Comissão de Revisão do Código da Estrada e este passo curricular – vejam – investigador do Centro de Estudos aplicados da Universidade Católica Portuguesa entre 1989 e 1994 (Centro de Estudos Aplicados de quê? De Manuseamento de dinheiro?).

Pedro Furtado Martins.


Também pouco conhecido do grande público, mas muito “entrado” nos meios patronais da legislação do trabalho. (um perito, não é?) – como membro da Comissão do Livro Branco encarregada da revisão do Código de Trabalho, árbrito do Conselho Económico e Social, por parte do patronato (grande homem!), desde 2006, membro da Comissão de Análise e Sistematização da Legislação Laboral entre 2001 e 2002, e, como carreirista internacional, membro do grupo de Peritos encarregada do acompanhamento dos trabalhos desenvolvidos pela Comissão Europeia sobre o regime jurídico da cessação do contrato de trabalho nos Estados-Membros da União Europeia entre 1994 e 1996, que acrescenta ao facto de ser o assessor jurídico do Conselho Permanente da Concertação Social entre 1988 e 1991(naturalmente concertado entre o governo e o patronato).

3 – Naturalmente, o sistema político dominante utiliza entidades, ditas independentes, largamente formatadas pela assessoria de imprensa dos centros de poder, para serem apresentadas como defensores últimos e indefectíveis da legalidade e da própria anti-corrupção.

Inventa então instâncias de penache que apelida de “rigorosamente imaculadas”, dando-lhe um manto diáfano de puritanismo e um ritual de imparcialidade. 


Estamos a citar, justamente, o Tribunal Constitucional.

É ele, na realidade, um antro de artimanhas maquinadas pelos partidos do arco do poder, e da ligação íntima com o a grande burguesia financeira.

Comecemos pelo seu primeiro Presidente, já falecido, Armando Marques Guedes, cujo filho é, nem mais, nem menos, o actual secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.

Armando Marques Guedes foi um catedrático instituído pelo poder de Salazar e Caetano da Instituto de Ciências Sociais e Política Ultramarina, como universidade formadora dos quadros coloniais: logo, estreitamente, ligada ao “coração” ideológico do Estado Novo e da sua noção de Império.

Marques Guedes foi medrando como aparente insuspeito mestre dessa instituição. 


Como não foi político de serviço do dito, foi aproveitável pelos discípulos que se integraram, de imediato, no regime saído do 25 de Abril de 1974. E assim em 1983, se transformou em primeiro Presidente do Tribunal Constitucional.

Esse Tribunal se constitui, sorrateiramente, em última instância dos “advogados”, profissionais ou não, da defesa dos altos anseios da ascensão ao domínio absoluto do capital financeiro.

Eles aí estiveram, como António Vitorino, incensado pela comunicação social do mesmo capital como grande “cabeça”, que passou pelo PS, deputado e dirigente, pelo governo de Macau, onde apenas havia casinos, droga e prostituição, pelo governo Ministro da Defesa, pela Comissão Europeia (Comissãrio dos Assuntos Internos), hoje afoito advogado sénior da Quatecasas, Gonçalves Pereira, ou Assunção Esteves, então imberbe advogada, mas casada, na altura, com o maçon e dirigente do PS, hoje um obscuro do sexo, José Lamego, ou José Magalhães Godinho, também maçon, …, mas igualmente Maria dos Prazeres Beleza, de uma família que subiu na política deste regime, casada com um Queiró, dirigente do CDS, primos de outros Queirós, que por lá se banqueteiam à custa …do contribuinte, mas mais recente, o caso de Paulo Mota Pinto, que se elevou de imediato no PSD, sendo seu deputado, onde está na berra para se tornar um seu barão, tal como seu pai, foi uma personalidade de relevo do centrão que nos governa. 



Mas, e a terminar - mas antes falemos de um casal especial Rui Pereira e Fernanda Palma, que circulam pelos corredores deste poder, servindo as respectivas alavancas dos que o detêm - dizia a terminar - um reparo à recente aquisição de Pedro Chancerelle de Machete, filho do dilecto ministro deste regime Rui Machete, onde se anichou e prosperou, sem nunca se ter comprometido na vida.

Seu filho segue-lhe as pisadas e salta, como um gamo feliz de um escritório de advogados para juiz das causas privadas que ele defende.


4 – Vamos ao epílogo.


Quantos banqueiros que lançaram o país no caos, fizeram transferências brutais de dinheiro público - porque na realidade o dinheiro dos bancos é publico - para contas “encobertas” em paraísos fiscais, que as autoridades judiciais e policiais sabem muito bem onde se encontram - estão na cadeia?

Nem um.

Mas haverá casos para tal tipo de repressão?

A olhos vistos. Os gritantes: BPN, BPP, BES, BCP, BANIF, os mais encobertos, BPI, CGD, Santander.

Quantos processos de corrupção em grandes empresas.

Mais que muitos. Não há provas. Claro eu não as tenho. Mas se tivesse o poder era em três temos que os fulanos que estão à frente delas estavam a sofrê-las na pela.

PT, EDP, CTT, TAP, ANA, CP, REN, etc, etc. A enumeração é extensa.

Quantos governantes alvos de processos que são arquivados ou prolongados no tempo sem qualquer e mera admoestação? Centenas.

Desde os governos de Mário Soares até ao actual.

O velho argumento. Mas tens provas? Claro que não, mas sei onde buscá-las.

Terei é de ter o poder.

Ou, precisando com a propriedade política certa: haver alguém, como partido ou formação política, honesto e recto, que subindo ao mesmo poder, determine que se façam os processos em três meses.

Não se sabe o que fez Dias Loureiro ou Oliveira Costa?

Pedofilia organizada e controlada, com o beneplácito encoberto do aparelho de Estado.

Até hoje não há um único pedófilo preso do caso Casa Pia, em Tribunal desde…2007. Até já foram condenados. Mas, claro, eles são muitos mais e estão em lugares chaves.

O poder judicial e o poder policial de investigação têm os dados mais que suficientes.
Claro que seriam implicados figuras graúdas, muito acima do estatuto do Carlos Cruz ou do Jorge Rito.

Naturalmente, com o actual sistema político nenhum destes casos serão resolvidos com justiça, com a devida rectidão.

Mas, a paz podre está a terminar, a última fase da actual crise portuguesa – e mundial – está a terminar, e ela vai trazer, necessariamente, mudanças.

Serão trágicas seja qual for a solução.

Certamente, os objectivos dessas tragédias vão atingir sectores diferentes das classes sociais.



E então será a doer.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O PAPA SAIU DE CENA E DEU LUGAR AOS ACONTECIMENTOS FUTUROS



O Papa da Igreja Católica Romana, que se auto-intitulou, como seu Sumo Pontífice, há cerca de oito anos, com o nome de Bento XVI, anunciou, num consistório (na linguagem ritual e cifrada da Santa Sé, é uma reunião de cardeais),  efectuado no Vaticano, no passado dia 11, logo após o domingo de Carnaval ocidental, que iria abdicar do seu cargo, porque, segundo ele, as suas faculdades “já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino”.

Esperando pela noite de cristal  

É uma explicação esfarrapada, pois o seu antecessor, em condições físicas mais extremadas, ocupou o cargo até ao fim. 

É um pormenor, certamente. 

Mas não a verdadeira razão. 

Os hierarcas da Igreja Católica são os mentores mores da mentira e da manipulação. Tem uma experiência contínua de mais de dois mil anos…

Este acto de renúncia não mereceria uma simples notícia se o Vaticano não fosse a maior instituição financeira mundial no presente momento. 

Os problemas dessa enorme seita são, pois, humanos, e, essencialmente, do âmbito da economia.

É um poder dominante e explorador, portanto.  Mas merece, também, um enquadramento.

1 - Há dois mil anos, começava a formar-se numa parte do Império Romano uma formação religiosa próxima do judaísmo, praticamente desconhecida.

De acordo com os próprios dignitários do poder de então de Roma, como Plínio, o Jovem, governador da Bitínia, uma extensa região na actual Turquia asiática – ele escreve ao imperador Trajano, sendo, portanto, o primeiro documento oficial e documental a admitir a existência de cristãos nos princípios do século II DC – essa formação, em que os seus membros se intitulavam cristãos, eram, para o Império, “uma sociedade secreta”.

Tornaram-se subversivos – os cristãos primitivos - face a Roma, porque, - retiro da carta de Plínio -, em primeiro lugar, não reconheciam a autoridade imperial, nem lhe devotavam religiosidade como deus, e, nos seus rituais diferenciados do comum romano, em determinados dias, costumavam comer antes da alvorada e rezar responsivamente hinos a Cristo, como a um deus; obrigavam-se por juramento a não praticar algum crime, mas à abstenção de roubos, rapinas, adultérios, perjúrios e sonegação de depósitos reclamados pelos donos. Concluído este rito, costumavam distribuir e comer seu alimento. Este, aliás, era um alimento comum e inofensivo”. 

E Plínio acrescentava: “Esta superstição contagiou não apenas as cidades, mas as aldeias e até as estâncias rurais”.

Da descrição daquele alto funcionário imperial romano, infere-se que, na hierarquia dessa nova formação religiosa nascente, perigosa, nesses primórdios, para Roma imperial, se encontravam também mulheres, “chamadas diaconisas”.

O chefe romano não explicita a existência de outros hierarcas, incluindo bispos ou o seu equivalente feminino, como entidade superior. O que pressupõe que não haveria nessa região, pelo menos.

(Uma curiosidade: pouca referência de “missionação” existe nos textos cristãos canónicos nos inícios do cristianismo naquela região do Império).

Historicamente, com confirmação fidedigna coeva, igualmente, é desconhecida a existência dos chamados primeiros Papas.
  
Era, na altura, realmente, uma verdadeira formação revolucionária, que recusava o poder ditatorial de Roma, a usura, os lucros excessivos obtidos pela extorsão de impostos e de empréstimos por prestamistas ligados ao reinado imperial.

Esses revolucionários imiscuíram-se na administração do Império, controlaram as próprias Forças Armadas, desobedeceram, ainda que com repressão sem freio, dos Pontifex Maximus e Imperatores colocados em Roma.

Os autocratas de Roma, vendo o crescimento subversivo da nova religião, começaram a fazer alianças com os chefes cristãos, que se começaram a hierarquizar em bispos, presbíteros e patriarcas, e já detinham algum poder temporal regional.

No século IV,  em 380 DC, com a anuência dos bispos,  o cristianismo foi declarado como religião de Estado exclusiva do Império Romano.

A partir daqui, o Império passou a ser um Estado confessional e os seus maiores defensores foram os Papas, que entretanto foram transformados, com o apoio directo imperial, em chefes teocráticos unificados e ferozmente centralizados pelo novo poder.

Desde então, embora com altos e baixos, o Papado romano adquiriu um poder temporal de invejar, um poder de interferência directa nos reinos e nos Estados, principalmente do Mundo Ocidental.

E, com esta “ascensão”,  toda a história do cristianismo primitivo foi reescrita e destruídos os documentos que a ele se referiam e contrariavam a nova orientação dos responsáveis da religião agora já consolidada.

E aconteceu sem contemplações, trucidando tudo o que pusesse em causa a supremacia e os dogmas criados para o estabelecimento da teocracia ditatorial do Papa Católico Apostólico Romano.

2 – Desde então, o Papa Romano desempenha o cargo monárquico teocrático ditatorial mais antigo do Mundo.

O cargo, como atrás referimos, não existiu nos princípios do cristianismo. 

Tornou-se, no entanto, uma realidade à medida que a Igreja Católica foi centro de poder, quer pela posse territorial (muitos dos bispos na decadência do Império Romano, no século VI, tornaram-se condes e duques, com amplos poderes político-militares), quer pelo poder da autoridade religiosa, interligada com os poderes patrimonial e militar (cujo início se pode situar com o rei dos francos Carlos Magno, de que daremos uma breve explicação mais à frente), como sucedeu em toda a Idade Média e no Renascimento, quer, como sucede, nos últimos 80 anos, com o acesso ao controlo, de parte substancial, do sistema societário financeiro, industrial, comercial, educacional e político transnacional.

Foi, realmente, com Carlos Magno, que começou por ser rei dos francos, em 768 DC, e se tornou Imperador do Ocidente (Imperatur Romanorum), de 800 a 814, que abrangeu a Europa Ocidental e Central e o reino de Itália, tudo em íntima associação com as ordens religiosas e o Papado. 

O Sumo Pontífice Católico Leão III coroou-o como Imperator Augustus. 


Com ele. e, a partir dele, a Igreja Católica controlou toda a estrutura económica e cultural do que foi o reino de França e  senhor do Sacro Império Romano Germânico.

Os hierarcas religiosos foram, frequentemente, arcebispos-bispos-condes e, mais tarde, duques. 

Das suas famílias, da dos réis católicos, ou dos seus protegidos, foram escolhidos, os cardeais e entre estes os Papas, ao longo dos séculos.

(Um dos filhos do infante português Pedro, duque de Coimbra, filho do rei João I e da duquesa de Urgel Isabel, de nome Jaime foi arcebispo de Lisboa (com 20 anos, 1453), de Arras e cardeal-infante (1456) . Morreu com 25 anos (1459) e está enterrado em Florença (Convento de S.Miniato).

3 – A Igreja Católica somente ganhou poder e supremacia no Mundo, quando teve na sua posse bens terrenos patrimoniais e financeiros, que lhe garantiram (e garantem) uma capacidade de influenciar os diferentes poderes.

(O banco mais antigo do mundo ocidental, o Monte dei Paschi di Siena, nascido em 1472, aparentemente pertencente à comuna de Siena, na prática, em maioria, na mão da Igreja, quer directamente pela arquidiocese de Siena, quer instituições de voluntariado. O seu presidente executivo actual é o anterior presidente do banco do Vaticano o Unicredit)

Sem estes “atributos”, a Santa Sé, apesar dos prosélitos religiosos, pouco ou nada contou na política europeia, como aconteceu no final do século XIX, com a extinções dos chamados Estados Papais e o corte da circulação monetário, quando os revolucionários italianos unificaram o país. 

O Papa e a religião católica ficaram reduzidos a um “estado de espírito”, cujo poder de influência se baseava na manutenção do seu fanatismo e obscurantismo confessionais.

A inversão deste estado de coisas deu-se, em primeiro lugar, com o apoio directo e militante ao fascismo italiano e ao apoio cúmplice à ascensão do poder nazi na Alemanha.

O camareiro papal alemão Von Pappen foi indigitado, através do partido católico e a benção da Santa Sé, vice-chanceler alemão, tendo como líder Adolf Hitler.

Mas, situemo-nos na Itália, em 1929,  onde o Papa Pio XII se comprometeu a dar o seu aval sem qualquer subterfúgio ao regime fascista de Benito Mussolini, em troca de um vultosa quantidade de liras e da garantia da religião católica se tornar a religião oficial do Estado ditatorial, ao mesmo tempo que permitiu a existência de um pequeno Estado papal no Vaticano, com todas as garantias de imunidade para os negócios da Santa Sé. Chamou-se o Tratado de Latrão, a esse acordo, que vigora ainda hoje, com certas modificações.

O dinheiro do Estado italiano doado por Benito Mussolini foi assim distribuído 750 milhões de liras a pronto pagamento e mil milhão de liras em Títulos do Tesouro a bom juro.


No Estado do Vaticano,meses depois, foi instituída como Lei Fundamental, a concentração de poderes, sem qualquer espécie de discussão, (legislativo, executivo e judiciário) nas mãos do Papa.

Isto no bairro do Vaticano propriamento dito e em mais 12 edifícios espalhados  por Roma, bem como no Palácio de Castelgandolfo. No fundo, a administração financeira, patrimonial, meios de comunicação social vaticanistas, tudo ficaria (a ainda está) ao arbítrio do Chefe de Estado da Santa Sé, ao mesmo tempo Sumo Pontífice universal da Igreja Católica e bispo de Roma.

4 – Os dignitários do Vaticano aplicaram este dinheiro – com o assentimento directo do regime fascista – primeiro, dentro da própria Itália. 

Entraram nas finanças (os principais bancos), nas seguradoras, na indústria (química, armamento, ferrovia, aviação, marítima), no comércio (empresas distribuidoras alimentares), na educação (escolas e universidades), comunicação social (a RAI) e na própria actividade partidária (fundaram um partido católico- A Democracia Cristã). 

O Banco de Itália é, maioritariamente, administrado por sicários da Santa Sé.

Ler, para o efeito, o livro “Empório do Vaticano”, do jornalista norte-americano, correspondente na Santa Sé do "New York Herald Tribune" durante oito anos, Nino LoBello, falecido em 1997, onde, além de referenciar os principais patrimónios controlados pela Igreja, assinala que a ligação entre o Vaticano e a Máfia era tão forte que “muita gente” considerava que a Sicília não era mais do que um edifício do Papado.

Escreveu ainda o livro “The Vatican Papers", em 1978.

Lo Bello sublinhava, com dados, que o Vaticano, já naquela altura, segunda metade dos anos 60 do século passado, “era um dos maiores accionistas do Mundo”.

Descrevia ainda que o número de companhias de que a Santa Sé era proprietário, ou continha uma participação societária relevante, era de tal modo elevado, que nem dava para acreditar, desde os principais bancos, as seguradoras, a Italgás, que era a única empresa fornecedora de gás a 36 cidades italianas. 

Por seu turno, esta ultima empresa controlava 11 outras formas desde os anidridos, minérios de ferro, fósforo, carvão, destilados, água potável (a EPAL de Roma), fogões de gás e industriais, grandes construtoras civis. Controlava a Montecatini-Edison, então uma das maiores instituições industriais de Itália.

Expandiram o seu negócio pela Europa, pelos Estados Unidos, pela América Latina.

Depois seguiram para África. Hoje apostam, em grande, na Ásia, incluindo a China.

Fundaram empresas de fachada, multiplicaram e entrecruzaram centenas de “off-shores”. “um império secreto”, como lhe chamou recentemente (Janeiro de 2013) o jornal inglês The Guardian.

A revista The Economist, igualmente, tem acompanhado com frequência a evolução do poder político, económico e financeiro da Santa Sé.

Dois livros de um jornalista italiano chamado Gianluigi Nuzzi, um intitulado “Vaticano S.A – a verdade sobre os escândalos financeiros e políticos da Igreja”” (2009), e “Sua Santidade – As carta secretas de Bento XVI – Como o Vaticano vendeu a alma”,  são fontes que ajudam a conhecer toda a trama em que se transformou a Santa Sé.

Uma outra personalidade investigou profundamente os negócios do Papado. Trata-se do aristocrata e filósofo britânico Avro Manhattan, morto em 1990, que escreveu,  em 1983, a obra, entre outras, “Os Biliões do Vaticano”.

Antes de sair da Igreja Católica foi cavaleiro da Casa de Sabóia e Templário.

Indicamos estes jornais, investigadores e jornalistas, porque os seus relatos nunca foram postos em causa.

Deles respigamos – e, essencialmente, de dezenas de publicações de vários países, incluindo italianos – que a Igreja Católica é sócia maioritária – ou com intervenção decisiva – em quase todos os principais bancos de grande projecção internacional: desde o Bank of América, Stanley Bank, Chase Manhattan, City Bank, JP Morgan Chase, Bankers Trust., dos Estados Unidos, aos Rothschilds, Hambros, Barclays e Royal Bank of Scotland (Inglaterra), Crédit Suisse, UBS (Suíça)  NBP Paribas (França),  Santander, Bilbao y Vyscaya (Espanha).

Mas, igualmente, mantém uma forte componente accionista em empresas de grande gabarito industrial, como a General Motors , a General Electric e a Bethlem Steel no sector da do aço, automóvel e electricidade, Boeing, Lockeeh, Douglas e Curtis Wright, da aviação,  ou a Gulf e a Shell, do petróleo.

Mas, segundo as investigações que estamos a referenciar, nos Estados Unidos, a sua penetração económica é muito superior: na educação, desde jardins de infância até universidades, passando por colégios e instituições de ensino primário e secundário. E isto, pago a taxa zero pelos contribuintes norte.americanos, através de organismos ditos de “assistência” ou “caridade”. 

E a seguir na saúde: hospitais, centros de reabilitação, clínicas de apoio a doenças crónicas. Registos ainda que podem passar pelas empresas de construção civil, empreendimentos turísticos.

5 – A penetração dos investimentos do Vaticano no Mundo não se fazem somente de maneira subtil e sub-reptícia, mas também pelo papel desempenhado pelos seus representantes no aparelho de Estado.

Assim como o lobby judaico domina os principais corpos legislativos norte-americanos (Senado e Câmara dos Representantes) e muitos dos governadores de Estado, e através particularmente de Wall Street, a Igreja Católica segue-lhe o mesmo caminho.

No Senado, existem 25 representantes que se confessam abertamente católicos (16 democratas e nove republicanos) e na Câmara dos Representantes, num total de 436, 134 afirmam professar e seguir a Igreja Católica Romana.

No Supremo Tribunal dos Estados Unidos, actualmente, a maioria pertence a praticantes católicos.

Na política, dois nomes a reter: o vice-Presidente Joe Biden e o Secretário de Estado, recentemente nomeado John Kerry.

6 – A renúncia do Papa Católico Bento XVI, que ele fez, oficialmente, em 11 de Fevereiro em consistório, não nos pode emocionar pelo argumento da velhice. 

Dizia ele: “Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para  administrar bem o ministério que me foi confiado”.

Parece uma linguagem simples, propositadamente púdica, hipocritamente admitida, elevada pelos outros hipócritas hierarcas e confrades da Igreja Católica a uma virtude de frontalidade.

Na quarta-feira de cinzas católica, um dia depois, Bento XVI  fustigava com os verdadeiros argumentos: fracassara a sua tentativa de ser mediador e o verdadeiro controleiro das lutas intestinas do Vaticano, minadas pelas confrarias do poder financeiro que se foram constituindo e ocupando posições que já ombreiam com o próprio poder do autocrata.     
                                                                                                               
Cito da imprensa:

Foi a última missa pública do Papa Bento XVI e a ocasião não poderia ser mais simbólica. Na Quarta-feira de Cinzas, que lembra o carácter transitório e efémero da vida humana, Bento XVI apelou à superação dos "individualismos e rivalidades" no período da Quaresma, num sinal "humilde e precioso para aqueles que estão distantes da fé ou indiferentes".

Bento XVI comentou a sua renúncia: "É uma ocasião propícia para agradecer a todos, agora que me preparo para concluir o ministério de Pedro."

Bento XVI deixou também vários alertas e avisos, contra "a hipocrisia religiosa", contra "o comportamento de quem quer aparecer" e contra "as atitudes que procuram aplausos e aprovação".

"A qualidade e a verdade da nossa relação com Deus é o que certifica a autenticidade de qualquer gesto religioso", frisou o Papa, num tom grave, segundo o relato da agência AFP.

Numa missa interrompida pelos aplausos dos presentes, Bento XVI alertou contra o que considera ser "os golpes contra a unidade da Igreja" e a "divisão do corpo eclesiástico", lamentando que "o rosto da Igreja seja, por vezes, desfigurado".

O Papa criticou ainda aqueles que se dizem prontos "a rasgar as próprias roupas face aos escândalos e às injustiças, naturalmente perpetrados por outros", mas que não se mostram "prontos a agir de acordo com o seu próprio coração, a sua consciência e as suas intenções", cita a AFP.

Ou seja, o Sumo Pontífice da Igreja Católica confessou, com a sua renúncia, que não sabia ou não conseguia governar ou gerir o saco de lacraus e altos interesses económico-financeiros  que estão a surgir com a própria crise mundial, nem estava a conseguir apoiar-se numa das facções para contar as outras, nem destruir ou trucidar as mais afoitas. 

Nem queria romper com elas.

Deixou, saindo de cena, que o curso dos acontecimentos possa resolver a questão.