quinta-feira, 26 de abril de 2012

QUEM SÃO OS VERDADEIROS RESPONSÁVEIS PELOS "DIAMANTES DE SANGUE"?





































































1- O intitulado Tribunal Penal Internacional - TPI (sediado em Haia, Holanda) condenou um antigo Chefe de Estado da Líbéria Charles Taylor por crimes contra a humanidade.

Em causa estariam crimes praticados no seu país, como responsável político, de crimes ligados ao exercício violento e bárbaro de poder no seu país, para controlo da produção de diamantes, que levaram ao assassinato de trabalhadores das minas, violação de jovens mulheres, e actos de brutalidade extrema contra populações.

Por detrás, destes crimes estaria a traficância de diamantes, que, segundo a acusação Charles Taylor, receberia em troca de venda de  armas a rebeldes guerrilheiros bárbaros da Serra Leoa. 



Referem relatórios, provenientes, normalmente, de organizações mão governamentais, ligadas a países europeus, que teriam sido liquidadas mais de 200 mil pessoas.


2 - Taylor foi um produto das novas classes dirigentes, que  sucederam, em muitos países de África, aos chamados "pais" das independências que serviram a orientação pró-americana na implantação dos "negócios" estilo ocidental naquela continente.


Foi um aliado do antigo Presidente da Libéria Samuel Doe, que ascendeu ao poder, após um golpe de Estado, com o apoio e cumplicidade total dos Estados Unidos.

Doe chegou, inclusive, por pressão do governo de Washington a cortar relações com a então União Soviética. Foi assassinado, após tortura, pelo líder de um grupo rival Prince Johnston, que filmou o repugnante acto, onde aquele corta uma orelha ao antigo Presidente.


É neste período que aparece Charles Taylor na corrida ao poder, com todo o cortejo de atrocidades.


Já nesta altura, tudo girava em torno dos diamantes.

Aqui começa a hipocrisia.


3 - A queda de Taylor e o seu afastamento do poder e do país - e em grande medida - a barbaridade que se torna pública em torno dos negócios dos diamantes, os países ocidentais e os capitalistas, mais beneficiados com a traficância iniciam uma caçada para isolar, como o único odioso, o seu títere liberiano, condenando-o num Tribunal, que não tem qualquer autoridade sobre os verdadeiros responsáveis mundiais pelas guerras, pelas atrocidades, pelos assassinatos em massa praticados depois da II Grande Guerra, como os Estados Unidos, a Rússia e a China.



E, é, precisamente, de um destes, os Estados Unidos - que se recusam a reconhecer o TPI, que surgem as mensagens mais encomiásticas, saudando a condenação do "senhor da guerra" que trabalhou para eles.


Refere um porta-voz da senhora Clinton, secretária de Estado, que esta condenação - a que eles fogem, pois o rastro de pilhagens, destruições e assassinatos em massa norte-americanos sobre populações do Vietname ao Iraque, colocarão os seus dirigentes nos bancos dos reús, se perderem a hegemonia, ou algum Estado levar homens como George Bush (pai e filho), Clinton e até Obama - como "mensagem forte" para os criminosos de guerra.


(Espera-se que a mensagem seja premonitória para os próprios criminosos de guerra norte-americanos!!!)
 
3 - Hipocrisia maior.



Quem controla o negócio da indústria dos diamantes deste a mina até comércio, passando pela lapidação? Ou seja quem são os verdadeiros fomentadores dos "senhores da guerra" dos "diamantes de sangue"?


Duas grandes empresas: a De Beers (cerca de 80%) e a empresa de um multimilionário russo Lev Leviev (LEV LEVIEV GROUP).


A de Beers, teoricamente, nas mãos da família Ernest Oppenheim,  judeu. Este, na realidade, foi apenas um intermediário da família judia Rothscild, que é a verdadeira detentora do capital financeiro, que formou a empresa inicial Anglo-Americain Corporation, através dos Rotschilds europeus e norte-americanos, estes do J.P. Morgan.


(Os Rotschild - europeus e norte-americanos - são dos principais accionistas do Banco Central dos Estados Unidos, FED).

Lev Leviev é um judeu de origem russa, cuja sede está localizada em Israel, mas assinala-se uma relação privilegiada com o actual primeiro-ministro russo Vladmir Putin. 



Os diamantes angolanos estarão sob a sua alçada.
  
Controla um imenso império (Lev Leviev Group) que vai da alta tecnologia e as indústrias de ponto, passando pela companhias de investimento e pela construção em diferentes partes do Mundo.


A De Beers, no seu último relatório, refere um volume de vendas de diamantes de 7,4 mil milhões de dólares em 2011, o que, segundo o mesmo, representa um crescimento de 26% face ao ano anterior (5,9 mil milhões). Mas claro não apresenta os dados dos negócios dos diamantes já lapidados, que cresce exponencialmente aquele valor.


Referem as publicações e agência de informação económicas, que estes dois grandes grupos capitalistas judeus revendem as pedras a um conjunto seleccionado no seu meio de 150 negociantes, que, por seu turno, mantêm estreitas relações de controlo com "firmas subempreiteiras" ligadas às chamadas "bolsas de diamantes" de Londres (Reino Unido), Antuérpia (Bélgica), Telavive (Israel), Mumbai (Índia), Hong Kong (China), Tóquio (Japão) e Nova Iorque (EUA).


4 - Não existem valores seguros para os preços dos diamantes, até porque não existem bolsas de valores, como, por exemplo, para o ouro. Em lugares diferentes os preços podem ser o mais díspares possíveis.


Admitem alguns especialistas que um quilate pode custar entre dois/tres dólares e 15 e mais dólares na extracção - desde os rios, ao mar, às regiões mais propícias da República Democrática do Congo, Botsuana, Angola e África do Sul, às regiões geladas do Canadá e Sibéria, ou às minas brasileiras e australianas.


O diamante trabalhado, transformado em jóia, que representa, provavelmente, apenas cerca de 20% da totalidade extraída, poderá ultrapassar, actualmente, um negócios de mais de 60 mil milhões de dólares.


Um dos centros de polimento e lapidação é a Índia e aqui sabe-se o que é a exploração: uma criança de 12 anos ganham cerca de 23 cêntimos (do dólares) por quilate tratado. Os exploradores dizem que "é preciso mãos pequenas e bons olhos".    


Os diamantes servem, como moeda de troca, para os negócios mais inúteis e mortíferos, como as "guerras encobertas", como foi o caso de Angola, Serra Leoa, Libéria e República do Congo, entre outros, ou alimento dos "senhores da guerra paramiliatres" na América do Sul e África e o seu cortejo de assassinatos.


Todavia, há um outro "rosto" para este mineral precioso: o seu aspecto de avanço tecnológico e ao serviço da evolução científica.


Mas, este aspecto, porque é essencial para o progresso da Humanidade, terá de ser controlado directamente pelo Estado e colocado ao serviço do bem-estar populacional. 


Retirá-lo do mercado da ganância e do aviltamento humano. 


Retiramos de publicações especializadas.


Em Itália, está a ser utilizado para cortar, por exemplo, o macarrão.


Os operários do sector vidraceiro conhecem o seu valor no corte dos vidros.


Na Europa, tem sido utilizado em serras colocadas nas ranhuras do asfalto das auto-estradas para evitar acidentes.


Alguns médicos estão a utilizar bisturis de diamantes para operações delicadas aos olhos.


Teriam sido com a ajuda de estruturas de diamantes que foi possível fazer recolha de amostras do solo de Marte, em explorações com veículos não tripulados.


Ao se conseguir esta viragem: então sim os diamantes serão eternos.

terça-feira, 24 de abril de 2012

25 de ABRIL: UM GOLPE DE ESTADO, ULTRAPASSADO POR UMA CONVULSÃO REVOLUCIONÁRIA






1 - "Precisamos de outro 25 de Abril?", titula em parangonas na sua primeira página a revista portuguesa "Visão", inserido, depois, no corpo da mesma, um inquérito a um conjunto de personalidades e intelectuais da política, da economia e da cultura.


Na realidade, da chamada direita à apelidada esquerda nas suas variantes sociais democratas e de capitalismo de Estado, todos são unânimes, de uma maneira mais subtil, rebuscada ou simplesmente directa, em afirmar que o "25 de Abril" é coisa do passado, falam de "aprofundamento", "uma nova dinâmica de esperança", de "um novo 25 de Abril feito em democracia" (pasme-se para tais afirmações de um antigo deputado do BE!!!), ou de uma *tirada* de antologia de antigo lider do CDS, Freitas do Amaral, que preconiza de "um novo Jean Monet, para refundar a Europa, e de um novo Keynes, para ajudar a sair da crise".


Apenas um dos inquiridos é taxativo na defesa do actual regime, saído do golpe de Estado de 25 de Abril, continuado pelo segundo golpe de Estado de 25 de Novembro de 1975, que trouxe "uma democracia estável" para a evolução dos negócios. Chama-se  Alexandre Soares dos Santos, especulador bolsista e proprietário de um grupo ligado à exploração alimentar.


Curiosa é a resposta do ex-ministro Bagão Félix, administrador de empresas, se mostra adepto de "um novo 25 de Abril", confessando,  ao preconizar o combate à "corrupção" e "nepotismo" que o regime onde ele chafurdou e enriqueceu é um antro de vigaristas e ladrões. 


O que, de certo modo, é a mesma confissão que faz o empresário industrial e antigo deputado do PS Henrique Neto, que suportou, com o seu partido, "a engorda" dos parasitas que dominam o país, através do sistema financeiro especulativo.


2 - O movimento militar de 25 de Abril de 1974 foi um golpe de Estado clássico, que apenas pretendia substituir o Estado ditatorial por um Estado liberal. 


Todavia, ele não surgiu do acaso. 


Havia um contencioso castrense em vias de descalabro nas antigas colónias portuguesas,  com uma guerra prolongada que,  desde 1961 até 1974, submergiu, nesse inferno guerreiro,  mais de 800 mil de portugueses (essencialmente, membros das classes laboriosas, das cidades e do campo, mas, também a pequena burguesa da oficialagem permanente (constantes comissões de serviço) e, acima de tudo, miliciana, esta forjada, na sua actividade política, em movimentos reivindicativos estudantis, em particular nas universidades), e, atirou para a emigração perto de um milhão, numa junção entre a fuga à tropa e a fuga ao empobrecimento crescente no continente luso.

Um terceiro facto relevante, este económico internacional, que contribuiu para a efervescência larvar de uma mal-estar, que fez aumentar um crescente movimento reivindicativo de cariz político e sindical em Portugal, foi a crise petrolífera de 1973. A inflação, em Portugal, subiu para os 25%. 


Abertamente, havia greves no país de Norte a Sul, nesse mesmo ano (em sectores diferenciados das classes trabalhadoras), pescadores de Matosinhos, Aveiro e Figueira da Foz, grandes unidades fabris e industriais, com as fábricas de papel da Abelheira, CIMA, CUF, Estaleiros de Viana do Castelo, Sacor, EFACEC, Lisnave, Rabor, Oliva, Cabo d´Ávila, mas também STCP (transportes), CTT e TAP, que se estendiam ao bancários, que, apesar da repressão, se manifestaram às muitas centenas nas ruas de Lisboa.


É nesta sequência de descontentamento, que ameaçava, a curto prazo, dois/três anos, um desembocar em revolta, perante um governo de ditadura, liderado por Marcelo Caetano, em convulsão interna (a ala liberal tecnocrática parlamentar abandonou o partido único ANP, o chefe de governo faz uma remodelação apressada, na segunda metade de 1973, no sector de defesa, substituindo um general, Sá Viana Rebelo, por um catedrático, Silva Cunha, colocando um homem de carreira no Estado Novo, no Ministério do Ultramar, para tentar dirigir a sedição da jovem oficialagem, sem sucesso), que se emerge um golpe de Estado, dinamizado pelos capitães e tenentes do Exército, Marinha e Força Aérea, mas com apoio dos generais de topo (Costa Gomes e António de Spínola),  que queriam evitar o desmoronamento, pela via revolucionária, do regime ditatorial.


3 - Quando se dá o golpe vitorioso do 25 de Abril de 1974, a primeira preocupação de Spínola foi assegurar a Chefia do Estado, com o concordância táctica do general Costa Gomes e da maioria dos oficiais, que lideraram, operacionalmente, a sedição militar, incluindo os ligados ao PCP, que dominavam, especialmente, na Marinha. 


A constituição da Junta de Salvação Nacional (JSN), onde predominavam oficiais generais, como Jaime Silvério Marques e Diogo Neto, enquadrados, perfeitamente, no regime anterior, representavam, sem margem para dúvidas, a preocupação de uma ruptura política profunda. 


O primeiro governo provisório, que se formou, a 16 de Maio de 1974, reproduzia na sua constituição os diferentes partidos, que, de uma maneira ou de outra, saíram vitoriosos do golpe. 


Era, portanto, um compromisso entre as diferentes classes, que tinham derrubado o regime do Estado Novo., mas, que, naturalmente, apresentavam rivalidades e interesses próprios.


As classes trabalhadoras, embora apresentassem Partidos que se auto-intitulavam, como seus representantes, e preconizassem soluções que sustentavam ser comunistas ou socialistas, não estavam representadas nesse executivo.


Foram mesmo eles, que ocupando Ministérios, como o do Trabalho, dos Assuntos Sociais ou da Comunicação Social, procuraram limitar "a agitação social" ou enquadrar " a liberdade de imprensa".  


Foi, justamente, em oposição a este "espartilhar" do movimento reivindicativo que os sectores mais avançados das classes laboriosas, da cidade e do campo proletário, impulsionados pelas asfixia económica que se começava a fazer sentir nas fábricas e nas grandes herdades do Centro e do Sul do país, se começou a germinar o espectro de convulsões revolucionárias, que ultrapassaram, em toda a extensão, os partidos que se reclamavam da sua representatividade.


Lisboa, com a sua cintura industrial, e até porque era o centro político por excelência de todos os grandes movimentos radicais grevistas, tornou-se um cadinho de experiências de poder popular, quer trucidou todas as tentativas de jugular, de imediato, esse levantamento autónomo. 


Foram essas convulsões de cariz revolucionário, que se prolongaram para a região do Porto, e, em grande extensão em todo o baixo Ribatejo e Alentejo da grande propriedade latifundiária, que obrigaram, praticamente, todos os partidos e o próprio poder militar, formado em torno do MFA, a determinar que a opção política teria de ser socialista.


Foi, pois este fomento de revolta, de organização de base popular, que fez ligar, erradamente, o golpe de Estado do 25 de Abril a uma Revolução.


Os principais dirigentes do golpe de Estado (que se constituíram no chamado grupo dos Nove) começaram, na realidade, a conspirar contra a "anarquia" das reivindicações das classes trabalhadoras. Conspiração esta que saiu vitoriosa a 25 de Novembro de 1975 e fez retrair todo o avanço a caminho do progresso, de uma nova sociedade, cuja construção, praticamente, às cegas, se iniciava em Portugal.


Com a sua acção em 25 de Novembro, deram origem ao actual regime, que afundou o País.


4 - Saiu derrotada a Revolução e a opção por uma via revolucionária socialista para Portugal?


Naturalmente, deu-se um retrocesso. Mas, não colocou de lado a opção pela via da Revolução, da ruptura com  o regime criado em 25 de Novembro de 1975.


O que ficou para atrás foi uma perspectiva pré-revolucionária, puseram-se de lado ilusões de vias pacíficas para o socialismo, que ofuscavam sectores importantes das classes trabalhadoras. 


As tibiezas, as traições, a não existência de um projecto político revolucionário, fizeram vir ao de cima um poderosa estrutura contra-revolucionária que se solidificou, com consistência, desde os ano 80 do século passado, e não fez surgir até agora uma força política que fizesse brotar uma alternativa de um novo poder classista progressista e revolucionário. 


A situação actual, no entanto, apresenta oportunidades para tornar possível esse passo e essa opção. 













segunda-feira, 23 de abril de 2012

A ISLÂNDIA PARIU UM RATO




Coitado, ele apenas era cuidadoso, não dava nada a conhecer a ninguém...




1 - Os alvoroçados defensores da actual democracia parlamentar devem ter ficado desiludidos - ou nem por isso -  com o resultado do processo judicial ao antigo primeiro-ministro da Islândia Geir H. Haarde: 


Foi considerado culpado "por não ter informado o restante governo sob a crise financeira" que assolou o país, desde 2008.


(Coitado, conseguiu desfiar a crise completamente sozinho. Os seus ministros eram uns "morcons" e os capitalistas umas aves do paraíso, que cometiam as tropelias, sem contactos com os ministros das Finanças e da Economia. Realmente, mete dó. Como eram todos tão inocentes!!!!!)


Como consequência, ficou livre e nem sequer uma mera multa teve de pagar!!!. Um espanto.


A gentalha que ocupa o poder (o poder é o conjunto do económico, executivo, legislativo, judicial e cultural, não esquecendo *o religioso*) pensa que vai enganar, ainda durante décadas, a populaça, com estes argumentos de vão-de-escada.


Todavia, no imediato, fazem-no, porque os que ocupam o poder político na Islândia, embora se considerem de "esquerda" representam, na mesma, os interesses classistas dos anteriores, com uma veste mais avermelhada.


É preciso que algum mude, para que tudo fique na mesma, já escrevia, há quase 120 anos, Giuseppe Tomasi di Lampedusa, no seu livro "O Leopardo".


2 - Naturalmente, os arautos desta democracia, que se fartaram de enaltecer o facto de o primeiro-ministro da Islândia ter sido acusado e levado a julgamento, contrapondo que, ali não havia impunidade, ao contrário de Portugal onde os fautores e responsáveis da actual crise, que perpassa o solo lusitano, continuavam (e continuam) impunes, ficarão sem argumentos para justificar o seu enquadramento com este tipo de regime corrupto e explorador. 


Seja na Islândia, Portugal, Itália, Reino Unido, Rússia ou China, (sim a China, porque o regime é similar na  apropriação privada dos meios de produção e distribuição, pois o poder assenta, justamente, na mesma forma de capitalismo, embora se diga de Estado. E, formalmente, se intitule socialista, ou mesmo comunista), o regime não se emenda por dentro, não se regenera com o mesmo modelo de poder de Estado, nem de formação económica. 


É uma lição que a História já nos deu à saciedade.


3 - O referido neste ponto diz respeito a uma questão social, mas, no fundo, abrange o outro aspecto da moeda. Viremo-nos para outro país.


Em três penadas, uma mãe argentina viu uma sua filha ser raptada e entrar nas redes organizadas da prostituição no país. 


Para tentar encontrar a sua filha, reza a estória, disfarçou-se de proxeneta (no masculino chulo). 


A mulher chama-se Susana Trimarco, e os apologistas da moralidade burguesa, que vivem à custa da prostituição, dos negócios do armamento, como a civilizada Suécia, do branqueamento de capitais, como os canibais de Wall Street, querem apresentá-la como candidata ao prémio Nobel da Paz.


A sua filha desapareceu em 2003. Soube a mãe, através de um programa de rádio onde participou, que ela estaria num bordel.


Quando lá chegou, claro os chulos já tinham desaparecido com a rapariga.


Foi, então, que decidiu "disfarçar-se" de chula e detectou a longa estrutura tentacular da prostituição, tendo contribuído para a prisão de uns quantos, e principalmente para descobrir que as redes somente funcionavam, porque tinham o apoio da polícia e de alguém mais. 


Da sua filha, nem rasto.


4 - Chegamos, portanto, ao que interessa. 


A prostituição, o tráfico de droga, o branqueamento de capitais, enfim, a rede organizada da agiotagem e do banditismo de grandes proporções somente medra e consegue entrar nos poros da sociedade, porque os aparelhos económicos, políticos e securitários dessa mesma sociedade controlam "essa economia clandestina" de degradação humana. 


Tal como na especulação financeira, essas actividades ditas "marginais" estão protegidas pelos representantes dos regimes de exploração. 


Os seus membros governamentais, policiais, financeiros, são os tutores do sistema. Nunca serão desmembrados, por muitas mães, como a argentina Susana, que actuem, isoladamente, nem produzem resultados radicais.


Somente com uma ruptura social, conduzida pelos movimentos revolucionários da sociedade poderá acabar com esta impunidade que faz parte do actual sistema político. 





quarta-feira, 18 de abril de 2012

TIMOR-LESTE: RAMOS HORTA SUSTENTA QUE ELEIÇÕES NÃO FORAM JUSTAS










Xanana Gusmão, com a sua mulher australiana Kyrsty Sword, que tinha acesso à prisão de Cipinang na Indonésia, quando aquele estava preso




1 – No passado domingo,  teve lugar a segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste, que vieram a ser ganhas, nas urnas, pelo antigo comandante-em chefe das Forças Armadas do pais Taur Matan Ruak, com uns significativos 61,23 por cento.

Na liça, estava também o candidato do partido FRETILIN,  antigo grupo político e militar da resistência timorense ao ocupante indonésia, que “professou” em tempos idos uma via revolucionária para aquela antiga colónia portuguesa no Extremo-Oriente.

Aparentemente, tratou-se de uma vitória expressiva de Ruak num país governado sob a tutela militar da Austrália, e, por tabela, das principais potências ocidentais.

Timor-Leste é território cobiçado, pois é rico em petróleo e gás natural.

2 – Tirando o formalismo da vitória eleitoral, que os observadores dos países ocidentais se apressaram a considerar como justas e pacíficas, verificamos pelas palavras proferidas pelo ainda Chefe de Estado do país, Ramos Horta, que, na realidade, existiram fraudes, praticadas pela própria instituição estatal dominante, em especial o governo liderado por Xanana Gusmão, que já foi Presidente da República do país.

Referiu, explicitamente, Ramos Horta – e cito as declarações transmitidas pela imprensa internacional - que o actual primeiro-primeiro do país, Xanana Gusmão, que apoiou a candidatura de Taur Matan Ruak, através do Conselho Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), partido que lidera, mobilizou todos os recursos do Estado, do governo e do partido para apoiar o ex-chefe das Forças Armadas.

“Portanto fou uma luta desigual, porque a FRETILIN é um partido e não teve o endosso direito de nenhum outro partido, enquanto o lado do Taur teve toda a máquina do governo e do CNRT por detrás dele”, sublinhou Horta.

Com esta confissão, o próprio Chefe de Estado reconhece que as eleições não foram justas e que a eleição de Ruak esteve viciada.

3 – Como o próprio Horta assinala, nas próximas legislativas, a FRETILIN deve ser o partido vencedor. E, ele sustenta que o que “conta” para a governação efectiva de Timor-Leste são essas eleições.

Ou seja, o poder real eleitoral legislativo irá recair sobre a FRETILIN, que já foi  afastada, anteriormente, da chefia do governo, por uma coligação em que Xanana Gusmão e o próprio Horta montaram para evitar o acesso ao poder daquele partido.

E tal manobra teve o apoio da chamada comunidade internacional, com particular a Austrália.

Iremos ter, a breve prazo, uma situação idêntica à da Guiné-Bissau, com as potências externas, vias intermediários internos, a fomentaram a divisão do povo de Timor?




domingo, 15 de abril de 2012

OS EUA DE HOJE: A IMAGEM DA POBREZA E DA DECADÊNCIA

 1 - Em Agosto de 2010, fiz uma viagem de 15 dias, em auto-caravana, juntamente com um grupo de portugueses, através seis Estados norte-americanos do chamado "Midwest", nomeadamente Nevada, Arizona, Utah, Wyoming, Idaho e Colorado. 

Passamos por grandes cidades, como Las Vegas e Salt Lake City, mas igualmente por pequenas povoações, como Moab, Jackson, Rexburg, Cortez, Dove Creek, entre dezenas e dezenas de outras.

Foi a terceira passagem minha por terras dos Estados Unidos da América. A primeira das quais começou, nos finais dos anos 80, por Nova Iorque.

Naturalmente, não tenho uma visão profunda da vida económica, social e política daquele país. 

Mas, pelos locais onde andei, procurei saber o que se passava, fiz perguntas, e, principalmente, vi, com os próprios olhos, aspectos - ainda que parcelares - da vivência norte-americana.

Verifiquei que havia uma enorme movimentação turística interna no país, mas, também, registei uma presença pouca significativa de residentes nacionais em restaurantes, que não fossem da apelidada "fast food". 

Vi muitas pessoas a viajarem em auto-caravanas, bem apetrechadas, da classe média, mas assinalei, igualmente, o número elevado de pessoas a viverem em caravanas, como casa de habitação.

Fiquei perplexo com o que sucedeu em dois Estados. 

No Nevada, em especial em Las Vegas, o jogo era "o produto comercial" dominante em todos os hotéis e similares. 

E, conforme nos informou um guia durante um itinerário pelas cidade. Ali tudo era dominado pela Máfia, incluindo "a segurança interna". Dos principais hotéis centrais daquela grande cidade do deserto, todos pertenciam a essa Máfia, com exclusão de um de que não fixei o nome. 

E, do ponto de vista social, o mais aberrante desprezo pela vida: os anúncios de prostituição masculina e feminina realizados, em pleno ar livre e ostensivamente, na avenida principal da capital do Nevada, por centenas de "clandestinos" latino-americanos, homens, mulheres e crianças que, com *placardes* normalizados e organizados, exibiam os números de telemóveis dos ditos e das ditas para "um serviço"  em prontidão "em poucos minutos".

Nos restaurantes, que frequentei, os empregados eram, quase todos, latinos e/ou de países do Leste europeu, que, quando inquiridos sobre a sua situação, se escusavam, por vezes, sequer a dizer o nome. 

No Utah, pelas informações que nos deram os nossos organizadores, o domínio económico e político pertencia a Igreja Mórmon.

Ou seja, o poder central está colado com cuspo. 

2 -  Esta longa introdução tem a ver com a confissão da realidade que os próprios fautores da decadência norte-americana fazem: aquele país que cresceu e evoluiu com o trabalho esforçado, abnegado e mesmo escravo de milhões de emigrantes de toda a parte do mundo está em depressão e recessão, há dezenas de anos, fomentadas pelos próprios beneficiários de um regime, que foi incensado, e hoje está na sua fase moribunda.

São os representantes político-económicos do próprio regime - e sistema - que o reconhecem.

No princípio do mês, o Presidente do Banco Central norte-americano, a Reserva Federal (sigla FED), o judeu militante Benjamim Bernanke, ressaltou: a economia dos EUA "está longe de se ter recuperado completamente" da crise financeira, engendrada, há dezenas anos, e aparecida a olho nú, em 2008, pelo complexo financeiro capitalista especulador de Wall Street.

Os grandes órgãos de comunicação social dos EUA, tipo Wall Street Journal, New York Times, Fox News, NBC, entre outros, com declarações sonantes de sumidades especuladoras, como George Soros, faziam alarde de um "reerguer" da economia do país, já nos princípios deste ano.

O balde da água fria da economia real está aí. "Passaram três anos e meio dos dias mais sombrios da crise financeira, mas a nossa economia  continua longe de se poder dizer que a recuperação esteja a produzir os efeitos", referiu Bernanke, numa conferência proferida em Atlanta.

"Os custos humanos e económicos da crise colocam na ordem do dia a importância de tomar todas as medidas necessárias para evitar a repetição dos eventos dos últimos anos", frisou, não explicitando que, com a sua afirmação, queria dizer que o empobrecimento da população é um facto, que vem de trás e continua, mas também que novas crises financeiras podem estar latentes.

Então o que é preocupante na economia norte-americana?: 

a riqueza nacional está a refluir, sempre penalizando os dependentes e enchendo os bolsos daqueles que estiveram na origem da crise.

Contra a opinião dos chamados analistas e economistas do regime, em Março findo,  segundo as estatísticas, o mercado de trabalho estagnou. 

Os valores que aqueles preconizavam em crescimento foram inferiores aos estimados, o que em termos práticos, comparativos, quer dizer que a percentagem de desempregados continua a crescer.

Segundo a imprensa económica do país, que se baseia nas estatísticas divulgadas pelo Departamento de Trabalho da Administração de Barack Obama, em finais de Março, foram registados 357 pedidos de subsídio de desemprego, quando o mesmo Ministério esperava que apenas surgissem perto de 350 mil. Ou seja, em termos práticos, a economia não dá mostras de evolução.

3 - As conclusões do Departamento de Estatísticas do Recenseamento, divulgado em Washington, relativos a 2010, ressaltam que mais de 46 milhões de norte-americanos vivem na pobreza. O censo refere que é a taxa mais elevada dos últimos 17 anos.

O mesmo relatório sublinha que o rendimento médio das famílias desceu no último ano (2,3 %)  e o número de pessoas sem seguro médico aumento no mesmo período (50 milhões de pessoas).

Aquele departamento especifica que a taxa de pobreza nos Estados Unidos subiu de 14,3 por cento em 2009 para 15,1 por cento em 2010, adiantando que o número de pobres é o mais elevado desde que a instituição estatal começou a fazer estatísticas sobre a pobreza, há 52 anos. 

O relatório admite que a continuar esta evolução - com um abrandamento global da economia - o país pode estar a entrar em recessão novamente, tal como há três anos.

Um organismo não governamental, o National Poverty Center, que fez um estudo a nível nacional,  sustenta que 1,4 milhões de famílias estão a viver com menos dois dólares por dia, ou seja cerca de 60 dólares/mês.

A instituição especifica que, das famílias consideradas em pobreza extrema (866 mil), 25/ são "afro-americanas" e 22%  "hispânicas". 

4 - A Comissão de Inquérito da Crise Financeira de 2008, uma comissão oficial criada para estudar aquela, elaborou um documento de 633, divulgado há meses, concluindo: " a crise resultou da acção e inacção humana, não da mãe-natureza ou de modelos que falharam", e apontou: "os capitães das finanças e os administradores públicos do nosso sistema financeiro ignoraram avisos e falharam ao não questionar, perceber e gerir os riscos crescentes dentro de um sistema essencial ao bem-estar do povo norte-americano".

A comissão, que era constituída por 10 membros, não subscreveu, na totalidade o documento. Quatro dos membros, no final, não assinaram o documento. A imprensa norte-americana escreveu que os quatro eram considerados "republicanos". 

Um das conclusão referida no documento é que "a administração Bush" estava "mal preparada" para enfrentar o que estava já em movimento desde o princípio do século e que tal impreparação contribuiu para a falência do Lehman Brothers.

Outra das conclusões é que os directores do FED (Alan Greespan; primeiro, e Benjamim Bernanke, depois) são responsáveis pelo "grau de desregulação" que permitiram ao sistema financeiro especulativo do país (o relatório não o diz, mas convém assinalá-lo, tanto Greespan, como Bernanke, são membros actos e intervenientes do sistema financeiro sediado em Wall Street, e nele continuam a actuar) actuaram como actuaram.

Um ponto a destacar deste relatório é que os seus executores chegaram à conclusão que a crise não era imprevisível, houve actuação deliberada e consciente de toda a especulação que estava a ser feita.

O seu Presidente, Phil Angelides, ao fazer a divulgação do relatório, fez questão de sublinhar: "se aceitarmos esta desculpa (a crise ser imprevisível) vai repetir-se outra vez".


"Alguns em Wall Streey e em Washington - acusou Angelides - com uma quota-parte da responsabilidade na manutenção do *status quo*, podem sentir-se tentados a limpar a memória desta crise ou a sugerir novamente que ninguèm a poderia ter adivinhado ou previsto".

Interessante é retirar um trecho de uma inquirição ao actual Presidente do FED, Benjamim Bernanke: "Se olharmos para as empresas que estavam sob pressão nessa altura, apenas uma não corria risco de falir". (Naturalmente, as megas-empresas)

Ou seja 12 das 13 principais instituições financeiras e bancárias dos EUA estavam na falência e foram socorridas com dinheiro dos contribuintes.

5- Mudou grandemente a situação da especulação capitalista? Houve contenção nos gastos dos bancos)?

Não. A Administração Obama continua a injectar capital público no sistema financeiro, de tal modo que o governo de Washinton já acumulou uma dívida total de mais de 15 triliões de dólares. Quando Obama subiu ao poder essa dívida era de 10,6 triliões.

E os salários e prémios dos administradores executivos das maiores empresas financeiras e bancárias cresceu 36,5 por cento em cerca de um ano.

Tal como antes da crise, a estrutura governativa e parlamentar dos Estados Unidos continua na mesma senda, como representante servil e obediente do sistema financeiro especulativo do país, especialmente do lobby capitalista judeu de Wall Street: uma enorme agência societária de gestão das acções e dividendos daqueles para sugar a riqueza produtiva e nacional dos norte-americanos.

Eis a realidade do sistema capitalista norte-americano, que apesar do seu imenso potencial em riqueza e poderio militar, se está a esboroar, porque qualquer alternativa de modificação deste estado de coisas não passa pela reforma do mesmo, mas pela sua destruição.

terça-feira, 10 de abril de 2012

PORTUGAL: SEM ACABAR COM A AGIOTAGEM, NÃO HÁ EQUILÍBRIO ORÇAMENTAL



































A - Os trabalhadores são "montes de palha" que se enfaixam e se desenfaixam, como meros bocados de lenha que se deitam ao fogo e para o lixo, quando não servem. 


Eis a mentalidade dessa gentalha que se intitula  de bem e governante deste país, encaixados como moços de fretes de quem nos governa na realidade: a podridão e os agiotas banqueiros.


Temos então desemprego sem aviso e sem indemnização, cortes de subsídios, porque é preciso que quem está com a corda ao pescoço trabalhe quase de borla para essa gente refinada, católica e ladra, que se chama Espírito Santo, Ulrich, Amorim, Belmiro; menos gentes nos hospitais - morram mais cedo em casa - com "alavancas" de "taxas moderadoras" para que não se tenha, como pobre, a "leviandade" de se aproximar das Urgências, menos subsídios de abono de família, para conterem as papas de bébé desnecessárias na alimentação. Ironia? Realidade.


O que representa tudo isto? Tirar a alguém para dar a alguém.


Entremos no real, portanto.


1 - Cada dia que passa, verifica-se o "segredo" da sofreguidão dos banqueiros portugueses pela política de austeridade. 


Forçaram-na, ostensivamente, na parte final do governo do PS, de José Sócrates, exigindo, uns atrás dos outros, em entrevistas televisivas, lideradas por trastes "jornalísticos", estilo Judite de Sousa, e apoiaram, sem reservas, o seu homem de palha actual, Passos Coelho, para o colocar na liderança do governo de Portugal.


Eis o segredo, que agora está, à vista desarmada, perante os portugueses: "Os parasitas banqueiros estão no poder e sugam até ao tutano, as classes trabalhadoras".


O financiamento dos bancos nacionais junto do Banco Central Europeu teve um forte crescimento no mês de Março e atingiu um máximo histórico, superando os 56 mil milhões de euros. 


Qual é a taxa de juro que o BCE empresta aos vigaristas financeiros portugueses?:  1%, não estamos a tirar ao acaso um número. Basta ler o relatório do douto Banco Central.


Quais são os valores a juros que aquela sacanagem empresta ao Estado, às empresa entaladas, ao simples cidadão desprotegido?
 4, 5 e 6 por cento?.


Quanto ganham estes predadores: muitos milhões de milhões de dólares.


E os seus pedidos ao BCE - dívidas privadas - transformam-se em dívida pública. 

As informações são oficiais: De acordo com os dados de segunda-feira, divulgados pelo Banco de Portugal, o financiamento dos bancos portugueses obtido junto do Banco Central Europeu (BCE) no mês passado superou pela primeira vez os 50 mil milhões de euros e marcou um novo máximo histórico.

Só em comparação com Fevereiro deste ano, o penúltimo mês com dados disponíveis, o financiamento terá aumentado em 8.760 milhões de euros, passando dos 47.555 milhões de euros para os 56.315 milhões de euros.

Este aumento deve-se em especial ao acesso dos bancos portugueses às operações de refinanciamento com prazo alargado, sendo que foi precisamente no mês de Março que o BCE realizou um segundo leilão para fornecer empréstimos aos bancos europeus com uma maturidade a três anos, onde acabou por ceder 529,5 mil milhões de euros.

E quanto ficou estipulado pela chamada troica (ou seja o capital financeiro norte-americano e europeu) para ser "doado" aos bancos portugueses, além desse financiamento: 12 mil milhões de dólares.


Na prática, transformada em dívida pública, porque o Estado não nacionalizou os bancos que pediram; emprestou, sem interferir na gestão. 


O lucro destes bancos irá integralmente para os seus accionistas.


2 - O BCE, de Maio a Dezembro de 2010 emprestou um valor que rondou os 72 mil milhões de euros a uma série de países da zona euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, que sacaram o dinheiro a 1%, e o emprestaram ao Estado português - a outros Estados - a 6 e 7 por cento.

Quanto estão a ganhar esses bancos, à custa desse financiamento, que é tirado dos impostos dos reais contribuintes, os dependentes - no activo e na reforma? 


O seu valor concreto ainda não se conhece.

Há um ano atrás, o Boletim Estatístico do Banco de Portugal, relativo a Março de 2011, referia, concretamente, que o sistema bancário português recebeu do BCE um empréstimo financeiro de 14, 407 mil milhões de euros, e, em 2009, 19,419 mil milhões de euros, e em 2010, subiu para 48,788 milhões de euros. 


O valor do juro estipulado foi de 1%, logo a banca terá de pagar 826 milhões de juros.

No boletim está inserto que esses mesmos bancos concederam empréstimos, com os dinheiros provindo do BCE, a pessoas individuais, empresas e... ao próprio Estado a taxas de juros médias entre 5,05 % e 6,87%. 


Ou seja, em 3 anos, a banca ganhou, em juros, um valor da ordem dos 4,6 mil milhões de euros. 


Com teve de pagar 826 milhões de euros de juros, ficou com um lucro desse empréstimo da ordem dos 3,8 mil milhões de dólares. Isto, portanto, só em pura usura.  

Ou seja, a banca está a ganhar à bruta, apenas com a especulação em torno de dinheiro tirado dos salários, dos impostos, enfim do bolso dos que não podem fugir de pagar: o zé povinho.

3 - Mas então como é: onde está o dinheiro que deu entrada nos bancos, se eles dizem que dão prejuízo? 

Não se deve achar estranho que bancos que, em 2010, deitavam foguetes, a afirmar que davam lucros atrás de lucros e agora dizem que estão a penúria, mas continuam a pedir mais. A exigir mais, mais austeridade?

As notícias apareceram nos jornais em 2010: bancos nacionais lucraram quatro milhões de euros por dia.

Procurem nos jornais de então e confirmem. Eles continuaram a transaccionar e distribuir grossos dividendos.

Estão nos recatos de off-shores, empregues em sistema especulativos internacionais e só retornarão quando o Estado tiveram colocada nas mãos dos banqueiros todos o que dê lucro público em Portugal: desde a saúde, à educação, passando pelas empresas de referência, como a EDP, GALP, CP e a própria Caixa Geral de Depósitos.


3 - Mas, toda esta "austeridade" não era para diminuir a dívida pública? Foi essa a tecla da manipulação das mentes.

A realidade.

A dívida publica em Janeiro de 2012, segundo os dados oficiais, rondaria os 180 mil milhões de euros.

Isto significa mais ou menos 95 por cento do nosso Produto Interno Bruto (PIB).

Desde que Sócrates começou a fazer cortes em subsídios e salários, continuados, à grande e sem descaramento, por Passos Coelho/Cavaco Silva, houve diminuição?  Não, longe disso.

Em 2011, cresceu 63, 331.170 euros; em 2010, cresceu 52.132.112 euros e 2009, 39.113. 457 euros. 

Deixemo-nos de rodriguinhos: estamos na bancarrota. 

Estes homens que nos governam deviam estar todos presos. São uns aldrabões e uns ladrões.

E porque isto acontece?

Porque as receitas são inferiores às despesas.

Então o que nos roubaram não serviu para diminuir a dívida? Não. Serviu apenas para a especulação bancária.

São os jornais do regime que o afirmam:

A prosa é do Público, do rapaz Belmiro:

"A receita do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) caiu nos dois primeiros meses do ano 1,1% face ao período homólogo. Mas não foi apenas o IVA que perdeu colecta. O IRC, imposto sobre o rendimento colectivo, acusou um decréscimo de 46%. A receita fiscal recuou, globalmente, face ao período homólogo para um total de 6259 milhões de euros". 

Pode-se argumentar com estes dados, dizendo que o fim do ano ainda vem longe. Mas o vir, longe significa menos receita.
















4 - Em economia política, não há escapatória, se se quiser ser honesto e recto na apreciação da coisa pública, na defesa do bem-estar social. 

Não há possibilidade de restabelecer o equilíbrio orçamental, ou seja o equilíbrio entre a despesa e receita estatais, sem ferir os interesses do sistema financeiro dominante, sem ferir, em grande os lucros sem conta, dos capitalistas especuladores.

Podem dar-se voltas ao bilhar grande, fazer entrevistas com Barretos, Pachecos Pereiras, Lobos Xavieres, Medina Carreiras e Marcelos, esses seres abjectos "concubinas comentadoras" mimadas do Grande Capital, mas um enquadramento político - ou seja uma mudança política radical - que produza um efeito real no restabelecimento do equilíbrio, sem cortes nos gastos públicos controlados, somente será possível com a evolução total e rápida de  uma fatia substancial, mas substancial, que faça recair os encargos sobre a vadiagem da alta burguesia. 


B - Tem de se ir aos off-shores, aos lucros escondidos, aos cortes na especulação bancária (controlo efectivo dos bancos por parte do Estado, com novo poder político) para obrigar esse dinheiro a entrar nas receitas estatais. 


Sem dó, nem piedade. Sem ter medo de ameaças.


Ora, claro, isto exige outra política, outra orientação, outro tipo de agitação militante, sem pejo de dizer que os partidos do regime são todos, mas todos capitalistas


A fractura para um novo projecto político passa por aqui.