quinta-feira, 30 de setembro de 2010

COMEÇA A DESTABILIZAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL











Estarão de volta os Pinochets?






A propósito de reivindicações laborais, forças especiais da polícia e das Forças Armadas do Equador puseram em marcha um plano de golpe de Estado para derrubar o Chefe de Estado eleito do país.

Os principais países sul-americanos convocaram de emergência uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). Após insistência de alguns dos delegados, a representante dos EUA, Carmem Lomellin, afirmou que o seu país está contra os golpistas, mas insistiu que o Presidente eleito deve dialogar com os rebelados, ou seja, com a parte que os norte-americanos desejam.

Curiosa é a posição da Secretaria de Estado dos Estados Unidos, tão lesta a criticar qualquer atitude daqueles que se lhe opõem, apenas fizeram saber que Washington "acompanha de perto a situaçõ". Todos sabemos que eles estão a acompanhar e de perto.

O Presidente da Bolívia, Evo Morales, sustenta, mesmo, que os EUA estão por detrás do golpe.
Se repararem este levantamento militar no Equador, segue-se às eleições ocorridas, democraticamente, na Venezuela, onde a oposição teve a total liberdade de se exprimir e de comentar, por vezes, capciosamente o que se passava no país. É natural que o regime de Chavez, que segue as orientações económicas para o país semelhantes às dos EUA, mas não aceita a "tutela" ou "protectorado" da Administração norte-americana, tenha sofrido um desgaste eleitoral, mas ganhou, legal e democraticamente, as eleições no país. Pois, até agora Washington ainda não reconhceu a realidade.

O que é real é a documentação privinda de Washington que, há alguns meses foi desclassificada e que prova o que se passa com a intromissão norte-americana nos assuntos internos dos países.

Retiramos da imprensa sul-americana de Junho passado (Um aparte pouco relevo teve nos grandes meios de comunicação europeus e mesmo dos Estados Unidos).

Referem esses jornais que documentos recentemente desclassificados (Junho de 2010) do Departamento de Estado dos Estados Unidos através da Lei de Acesso à Informação (FOIA, por suas siglas em inglês) revelam qie mais de 4 milhões de dólares do governo dos EUA foram remetidos para a Venezuela para financiara meios de comunicação social e jornalistas venezuelanos durante os últimos anos.

O financiamento provem directamente do Departamento de Estado através de três entidades públicas do país: a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (PADF, por suas siglas em inglês), Freedom House e pela Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID).

Nos documentos que colocou o rótulo de desclassificado, o Departamento de Estado censurou, no entanto, a maioria dos nomes das organizações e dos jornalistas que receberam os subsídios.
Um documento datado de julho de 2008 registou, no entanto, os nomes das principais organizações venezuelanas recebendo os fundos: Espaço Público e Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS).

Espaço Público e IPYS são as entidades que se encarregam de coordenar a distribuição dos fundos e os projectos do Departamento de Estado com os meios de comunicação privados e jornalistas venezuelanos.

Os jornais explanam depois como se fazem as operações, e elas podem ser consultadas na NET.

Há cerca de um ano, o regime de Evo Morales foi alvo de uma tentativa de destalibização política, depois de ter anunciado a nacionalização dos recursos minerais do país, especialmente o gás e o petróleo.

Estão de volta os velhos métodos dos anos 50 e 60 do século passado.

Já agora uma pequena nota final, os EUA, nem uma referência fizeram à vantagem, até agora, substancial da candidata presidencial do Brasil, Dilma Roussef, apoiada pelo Presidente Lula da Silva, que, apesar de ter sido uma das promotoras da expansão do capitalismo no Brasil no mandato daquele, tem no entanto reticências à presença norte-americana na vida interna brasileira.


QUEM PROVOCOU A CRISE É QUE TEM DE PAGAR



Enquanto a especulação financeira dominar, iremos continuar de crise em crise...


No anterior mensagem, afirmávamos que a crise económica portuguesa só poderia ser resolvida a favor dos assalariados portugueses, se a alta finança fosse fortemente taxada, e inclusive, colocada, sob o fio da navalha de ficar sob o controlo directo do Banco de Portugal.

Caso contrário, o ónus da crise abater-se-ia sobre esses mesmos assalariados, com a finança nacional e internacional a sair altamente benefciada de todos os lucros e especulações que se vão seguir.

Aí estão as medidas do governo: corte drásticos sobre salários, congelamentos de pensões, impostos, directos e indirectos. Roda livre para o sector privado, com especial destaque para o controlo directo do crédito e aplicação desenfreada de juros, que o Estado português irá pagar em crescendo. A uma crise vao somar-se outro para daqui a meses.

Eu gostaria de ver as vozes da oposição a levantar-se contra este estado de coisas e a impôr salários de 1.500 euros para todos os membros do governo, das administrações estatais e privadas e para direcções-gerais. Acabar com os apoios estatais a todos os ministros: obrigá-los a seguir de transportes públicos para os seus departamentos, sem direitos a subsídios; acabar com os cartões de crédito a todo o governo e aos administradores e similares (privados e públicos); acabar com as duplas e triplas pensões de Estado, superiores a quatro mim euros, a todos os antigos detentores de cargos públicos. Separar radicalmente os empregos públicos e privados (não admitir que servidores públicos de especialidade trabalhem no sector privado); integrar a rede privada de Hospitais no sector público, fechando as que se tornassem inúteis. Impedir que deputados exerçam funções fora do Parlamento; impedir que os militares de topo continuem a ocupar cargos mesmo depois de passarem à reserva; impedir que os polícias exerçam actividades privadas; controlo restritivo dos lucros dos bancos e das suas movimentações ilegais.


A crise ficará resolvida em três tempos e a economia relançada, se a busca do equílibrio do defice for efectuado indo buscar o dinheiro ao sector produtivo inútil da sociedade.

Volto a referir integralmente a mensagem anterior:


A alta finança portuguesa - e internacional, principalmente esta - que foi o fomentadora da última crise financeira, que conduziu à crise generalizada que atinge a sociedade portuguesa (mas igualmente toda a sociedade mundial) está, hoje, num processo organizado e acelerado de ameça em geral da República e, em particular, o actual regime.

Colocada, quando a crise financeira saltou e se agudizou, sob a ameaça de ser intervencionada, e, em último caso de ser nacionalizada, essa alta finança hesitou e encolheu, momentaneamente, as garras. Foi sol de pouca dura.

O governo, que agora se "empola", dizendo que defenderá o "Estado Social" teve, nessa altura, a possibilidade de o fazer, com toda a legalidade e destroçando a arrogância da banca e dos banqueiros em três tempos. Deixava essa Banca, inútil e especulativa, cair na bancarrota e reorganizava todo o sistema financeiro, tendo como pressuposto na defesa do crédito a quem desejasse investir na produção, assegurar as receitas das segurança social, impor impostos altamente penalizadores à alta finança, e evitar que os banqueiros enviassem, ainda mais, o dinheiro em depósito para of-shores.

O governo, se fosse embuído de interesses de defesa dos assalariados, ficaria assim a *reinar* sob todo o crédito, ou seja, colocá-lo, sem pestanejar, ao serviço do "Estado Social".

Não o fez. Pelo contrário, encheu os cofres dos bancos quase falidos com a garantia do Banco do Portugal. Recorrendo depois a empréstimos, optando por se submeter aos ditames de créditos, mesmo de recusas dos mesmos em emprestar, com juros mais elevados, hipotecou praticamente todo o Estado, estando agora de calças na mão, com um défice alarmante, engordando a alta finança, indo buscar tudo o que pode aos assalariados, públicos e privados, e mesmo à pequena burguesia.

Para salvar o "Estado Social", na actual situação de chantagem do sistema financeiro (nacional e internacional), um governo que o defenda só tem uma hipotese de envergadura: lançar um novo imposto, mas um imposto sobre as grandes fortunas, sobre os financeiros especulativos, sob os magnates das bolsas, sem lamentações, nem contemplações.

Mas, não é isso que este governo está a fazer, está a preparar um conjunto de medidas mais restrivas nos benificios de quem trabalhava e irá lançar impostos adicionais ou indirectos sobre a grande massa do pessoal assalariado, que englobará uma parte significativa da classe média.

O governo para satisfazer os seus amos da finança está a esticar a corda.

As reivindicações que estão a chegar às ruas - se não forem controladas apenas para destapar a panela - vai colocar em enfrentamento um jogo de forças, que poderá fazer saltar dos carris a paz podre que se tem vivido nos últimos

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

AMEAÇAS NO HORIZONTE: PARA QUE LADOS PENDEN?













Como salvar o Estado Social sem novos impostos sobre as grandes fortunas?





A alta finança portuguesa - e internacional, principalmente esta - que foi o fomentadora da última crise financeira, que conduziu à crise generalizada que atinge a sociedade portuguesa (mas igualmente toda a sociedade mundial) está, hoje, num processo organizado e acelerado de ameça em geral da República e, em particular, o actual regime.

Colocada, quando a crise financeira saltou e se agudizou, sob a ameaça de ser intervencionada, e, em último caso de ser nacionalizada, essa alta finança hesitou e encolheu, momentaneamente, as garras. Foi sol de pouca dura.

O governo, que agora se "empola", dizendo que defenderá o "Estado Social" teve, nessa altura, a possibilidade de o fazer, com toda a legalidade e destroçando a arrogância da banca e dos banqueiros em três tempos. Deixava essa Banca, inútil e especulativa, cair na bancarrota e reorganizava todo o sistema financeiro, tendo como pressuposto na defesa do crédito a quem desejasse investir na produção, assegurar as receitas das segurança social, impor impostos altamente penalizadores à alta finança, e evitar que os banqueiros enviassem, ainda mais, o dinheiro em depósito para of-shores.

O governo, se fosse embuído de interesses de defesa dos assalariados, ficaria assim a *reinar* sob todo o crédito, ou seja, colocá-lo, sem pestanejar, ao serviço do "Estado Social".

Não o fez. Pelo contrário, encheu os cofres dos bancos quase falidos com a garantia do Banco do Portugal. Recorrendo depois a empréstimos, optando por se submeter aos ditames de créditos, mesmo de recusas dos mesmos em emprestar, com juros mais elevados, hipotecou praticamente todo o Estado, estando agora de calças na mão, com um défice alarmante, engordando a alta finança, indo buscar tudo o que pode aos assalariados, públicos e privados, e mesmo à pequena burguesia.

Para salvar o "Estado Social", na actual situação de chantagem do sistema financeiro (nacional e internacional), um governo que o defenda só tem uma hipotese de envergadura: lançar um novo imposto, mas um imposto sobre as grandes fortunas, sobre os financeiros especulativos, sob os magnates das bolsas, sem lamentações, nem contemplações.

Mas, não é isso que este governo está a fazer, está a preparar um conjunto de medidas mais restrivas nos benificios de quem trabalhava e irá lançar impostos adicionais ou indirectos sobre a grande massa do pessoal assalariado, que englobará uma parte significativa da classe média.

O governo para satisfazer os seus amos da finança está a esticar a corda.

As reivindicações que estão a chegar às ruas - se não forem controladas apenas para destapar a panela - vai colocar em enfrentamento um jogo de forças, que poderá fazer saltar dos carris a paz podre que se tem vivido nos últimos anos.


sábado, 25 de setembro de 2010

AS MISERICÓRDIAS E OS VALORES MATERIAIS
















A solidariedade espiritual à custa do Orçamento de Estado





A 17 de Julho passado, escrevi um artigo a propósito de uma polémica, despoletada pelo presidente da auto-intitulada Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, que é um padre católico, chamado Lino Maia, denunciando cortes nos financiamentos às refeições servidas aos mais necessitados nos Ateliês dos Tempos Livres (ATL).

Agora, saltou para as páginas dos jornais, uma outra polémica, esta no seio da Igreja Católica, tendo como figuras centrais os bispos portugueses, por um lado, e por outro, os padres e outros hierarcas menores "civis", ligados à União das Misericórdias Portuguesas (UMP). O cerne visível é o desejo dos bispos de controlarem directamente as UMP, com a justificação que são instituições que devem estar na sua liderança. A razão real é outra: querem controlar os dinheiros das Misericórdias, pois estas fazem parte de um negócio rendoso e em ascemsão na sociedade portuguesa.

Embora com pressupostos diferentes, as duas polémicas estão interligadas: as instituições ditas de solidariedade social dão muito dinheiro a ganhar à Igreja, e em tempo de crise, os bispos pretendem colocar, directamente, a mão na massa.

Para perceber melhor o assunto, vou resumir o artigo escrito em Julho.

Em concreto, segundo o Jornal de Notícias, o hierarca da Igreja Católica, Lino Maia, denunciou, então, o envio de ofícios às instituições particulares de solidariedade social (IPSS), pelos centros distritais de Segurança Social, a anunciar o fim das comparticipações dos almoços.

A denúnicia até podia ser justa e verdadeira, face à política governamental de cortar os préstinmos de apoio social aos mais necessitados. Do actual governo pode esperar-se tudo.

Mas, então, porque aparecia o citado padre, apenas, a denunciar esta situação e não todos os cortes nos servições sociais aos necessitados?

Não se tem notado as críticas da Igreja Católica às políticas governamentais de redução dos salários, nem de aumento de impostos, nem de aumento do desemprego, nem se ouve qualquer voz alterada dos bispos portugueses contra os prémios chorudos dos administradores do Estado e privados, nem contra as reformas acumuladas dos altos funcionários e ex-governantes deste país.

O padre católico está (e estava) precocupado, sim, com as "restrições" ao envio de dinheiros públicos para os ATL, que são, na sua maioria, entidades e instituições controladas, directa ou indirectamente, pela Igreja Católica, que as gerem como sociedades anónimas.

O que parece estar a ser seguido é que o Estado e as Câmaras irão, através das escolas, fornecer as refeições - e, a confissão é de uma outro hierarca da Igreja Católica; Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias, que tutela muitos ATL, "no acordo de cooperação de 2008 feito entre os parceiros (o sector público, sublinhado nosso) ficou combinado que à medida que as escolas passavam a dar as refeições, nós deixaríamos de o fazer".

(Ou seja, o controlo do dinheiro estatal para as refeições deixa de passar pela "gestão" dos apaniguados da Igreja, esta é a questão).

Neste momento, segundo a imprensa, a Segurança Social financia os almoços de 34 705 crianças, entre as 76.800 que frequentam os ATL.

Cada criança custa por mês 77,14 euros em refeições, uma valor que pode ser pago na totalidade pela Segurança Social ou outras entidades. Os pais também pagam uma parte da despesa, de acordo com os rendimentos do agregado familiar. (Ou seja, é dinheiro total em caixa dos senhores dos ATL)

Se se multiplicar, poder reparar-se nos números e na preocupações "caritativas" da Igreja Católica.

Mas, este é apenas um aspecto da actuação da Igreja Católica no altamente rentável sector da chamada "solidariedade social".

É certo que o Estado, como instituição que deve zelar pelo bem-estar mínimo da população, se demite de ser ele a entidade que deveria gerir e controlar esses ATL, mas, a realidade, é que a Igreja Católica exerce toda a sua influência, incluindo a política, através dos seus representantes no poder governamental, para os dominar e exigir que seja, aliás, o governo a sustentá-los.

E o caso não se restringe aos ATL, enquadra todo o sector apelidade de "Solidariedade Social".

Recorremos à Imprensa nacional para divulgar essa realidade.

O Orçamento do Estado para 2009 contempla uma subida de cerca de 10 % no apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social. Uma transferência social que ronda os 1100 milhões de euros, segundo informou, há um ano, o Diário de Noticias. (o sublinhando é meu).

Já repararam: mil e 100 milhões de euros.

E para onde vai este dinheiro?

As palavras ao destinatário: "Sem confirmar verbas, o Pe. Lino Maia, Presidente da CNIS, confirma afirma à Agência ECCLESIA ( a agência oficial da Igreja Católica em Portugal) a transferência e o aumento do apoio, que, na sua visão, significa o reconhecimento das IPSS (na sua esmagadora maioria sob a gestão da Igreja Católica.

“Elas são importantes, sem elas não há um significativo combate à crise e esta opção dá esse sinal”, acrescentou.

Continuamos com a ECCLESIA:

"O Presidente da CNIS aponta que o governo reconheceu que as instituições são um sector importante na economia social, que representa 4,3 % do Produto Interno Bruto (PIB)".

"No diálogo mantido entre a CNIS e o governo, foi pedido o apoio das IPSS para o alargamento das respostas de creches, sendo esta uma aposta na educação. 400 novas creches serão um investimento em “novos equipamentos, alguns já criados outros ainda a criar”, aponta o Pe. Lino Maia.

"O alargamento prometido pelo executivo ditava que 400 novas creches seriam criadas, em especial, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. O Presidente da CNIS garante que não serão apenas estas as áreas contempladas e assume que as IPSS estão disponíveis para colaborar com esta medida. A colaboração será ao nível dos equipamentos. “Não será tanto novas instituições que serão criadas, mas vamos alargar os equipamentos a mais crianças”.

"O Pe. Lino Maia reconhece que novas instituições poderão surgir, mas “na maioria dos casos serão novos equipamentos”.

ATL, creches, lares de idosos, etc etc.

Claro que todo o sistema está hoje a servir a comunidade. São perto de 500 mil pessoas, que estão inseridas nessas instituições, que empregam cerca de 50 mil pessoas.

Surgirão interrogações e até críticas sobre a razão deste apontamento. Mas, a realidade é que o apoio aos mais desfavorecidos tem de ser praticado e controlado pelo Estado, e não ser objecto de negócio. Não se pode desfazer uma coisa que existe e está no terreno. Certo. Mas, uma outra política de Estado Social terá de obrigar o poder governamental a ser ele o gestor e o fomentador de toda essa actividade.

Presentemente existem a Confederação Nacional de Instituições Sociais (CNIS , a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a União das Mutualidades (UM).

As IPSS assim que registadas adquirem o estatuto de entidade de utilidade pública (artigo 8º do Decreto-Lei nº 119/83 de 25 de Fevereiro) que acarreta para estas simultaneamente benefícios (isenções fiscais, tarifas reduzidas de água e electricidade, apoio financeiro) e encargos (prestação de contas, obrigação de cooperação com a Administração Pública, sujeição de tutela).

Em 2009, primeiro ano marcado profundamente pela crise económica e financeira mundial, foram criadas 30 novas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) em Portugal.

Segundo o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), "existem em Portugal mais de quatro mil instituições em grande actividade e não houve uma única que durante este ano fechasse portas".

Com um Orçamento que provem do Estado de 1.100 milhões de euros, a dividir por 500.000 pessoas, dá um valor anual de 2.200 euros por pessoa, sendo que uma parte substancial ( e não é pouco) das mensalidades das creches, das consultas, das refeições, dos lares, e outros, são pagas pelas famílias ou pelo próprios, pode imaginar-se os apetites que tais sectores despertam.

Aqui encaixa agora a questão das Misericórdias.
Nos últimos anos, elas proliferaram e tornaram-se centros de negócios rendosos na área da saúde, com o apoio estatal. As mais valias revertem, naturalmente, para os gestores das mesmas. É muito dinheiro, pois os hospitais privados, os lares, os servicos continuados de saúde e outros, passaram a serem cobiçados.

Como a divisão do bolo, pode fazer subtrair os dividendos e até os poderes estabelecidos. Daí a polémica. De um lado os bispos, do outros, os hierarcas menores, com a UMP por detrás.

Tudo em nome da "solidariedade espiritual". Não é?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CASA PIA: OS ARGUIDOS E ...OS OUTROS










Os arguidos são apenas peças de um puzzle maior e mais profundo



























O apresentador Carlos Cruz, pronunciado em 1ª instância em Tribunal português, como pedófilo, aliás reincidente - não porque foi condenado, mas porque era citado com frequência em anos diferentes, que ocupou cargos de relevo na vida pública portuguesa (esteve destacado nas Nações Unidas e foi, pelo menos, Director de Informação e Programas da RTP), arroga-se do direito - e tem esse direito, aliás - de divulgar o nome de 200 pessoas que foram indiciados, ao longo de processo, como prováveis pederastas.

Estou à espera que Carlos Cruz cumpra o que disse nos princípios de Setembro deste ano.

Não sei se Cruz está a falar verdade, nesse sentido, quer que sejam denunciados alguns dos cúmplices das suas patifarias, ou se quer "pôr em sentido" todos aqueles que sabem que ele sabe, e lhe deitem uma mão mão...na 2ª instância, já que ele vai recorrer.

Mas, isto não é a razão primária desta minha intervenção, mas uma frase sua que é uma confissão. E cito, retirando dos jornais, para que conste: "O ex-apresentador de televisão diz que nada o move contra essas pessoas, pois os seus nomes foram atirados para os autos da mesma forma que o seu.

Agora vou dar-lhe outra coloração para que reforce a acusação. Continuo a citar e as palavras são de Cruz: “O que é estranho, é que estas pessoas, muitas delas referenciadas por alegadas vítimas e, inclusive, por indivíduos que também me acusam, nunca tenham sido sequer constituídas arguidas e interrogadas pelas autoridades. Então os testemunhos são válidos só para algumas pessoas?”.

E a terminar: Questionado também sobre o facto de poder vir a ser acusado de crimes de desobediência, por estar a revelar peças processuais Carlos Cruz mostra-se determinado: “Sei que isso pode acontecer, mas não tenho medo”.

Carlos Cruz sabe o que fez, conhece muito dos outros e tem provas que envolvem muitas personalidades.

Um antigo Presidente da República, ex-líderes do PS, do PSD e do CDS, actuais líderes partidários, ex-futebolistas internacionais pela selecção nacional, actores de televisão e teatro e vários deputados. Eis um rol que Cruz conhece, e que passou pelas redacções dos jornais, pelos investigadores, mas foi parado "numa barragem" para incluir, em investigação e julgamento, apenas os actuais arguidos.

Claro que os jornalistas sabem de mais nomes, mas não os podem confirmar, têm indícios, pontes, fontes, mas não "fontes documentais" de primeira água. Mas elas existem, e esses pedófilos continuam na ribalta.

Eu interrogo-me - como é que um arguido, como Ferreira Dinis, que era médico de gente fina ( e dos filhos....na altura crianças) dos lados de Bélém, que ganhava bom dinheiro com essa gente, que era pedófilo refinado, apenas praticasse as suas acções entre "gente de segunda" como a da Casa Pia, que não lhe dava dinheiro para viver.

Eu interrogo-me com o que se passou na casa de Jorge Ritto, quando ali foram encontrados alguns alunos da Casa Pia, há 20 anos, e foram confiscados alvos de fotografia, que, na altura, se sabia, porque foram vistos por muita gente, que eram personalidades que estavam em práticas pedófilas com miúdos, algumas delas com cargos diplomáticos importantes. Porque se abafou tudo isto?

Porque se deixou "fugir" o secretário de Cruz, Carlos Mota, ele que foi indicado como o "arranjador de putos" para o patrão. Mas aranjava os putos para quê? Só para o patrão? Para distribuir por outros? Para filmar?

Espero que o caso não morra nestes arguidos, porque os pedófilos da primeira linha continuam em actividade.

A LIBERDADE JÁ É OBRA DO PASSADO, SEGUNDO GALAMBA

O homem a quem a liberdade causa calafrios




O Governo Civil de Lisboa revelou que a concentração dos sindicatos de polícia, agendada para quinta-feira, que findou, junto ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, "não cumpre a legislação em vigor" visto não ter sido mencionada a hora a que a concentração termina.

Repararam na artimanha do rapaz governador, aliás, um excelente produtivo, que até agora só exerceu cargos de deputado.?

Através de um despacho, o governador civil de Lisboa, António Galamba, considerou que a concentração de sindicatos de polícia, de quinta-feira, não está de acordo com a legislação em vigor, visto que o comunicado da iniciativa não menciona a hora de conclusão.

O órgão revela, num comunicado a que a Lusa teve acesso, que "resultante da lei que regula o direito de manifestação, uma comunicação de concentração com início às 18h00 e sem data/prazo para a sua conclusão não cumpre a legislação em vigor, devendo as comunicações reportar-se a iniciativas que tenham a sua conclusão às 00h30".

A questão não é esta argumentação é a ameaça que ela traz implicita nas palavras desse burocrata do regime. A lei tem de ser mudada, porque nasceu em pleno período de liberdade, ou seja o imediato pós 25 de Abril.


Agora, intrepreta este ilustre homem, que se diz licenciado em Direito e Relações Internacionais (talvez por correspondência), tem de se coartar liberdades, porque o poder - económico e político - está a ser ameaçado pelas reivindicações dos assalariados. Estes Galambas estão a ver no horizonte o espectro de uma ameaça. Talvez um novo regime.

Socorremos da sua biografia, de quem nasceu em 11 de Novembro de 1968 para ter este extenso curriculum de "vadio parlamentar".


Cargos que desempenha:


Deputado na XI Legislatura
Presidente da Delegação Portuguesa ao Fórum Parlamentar Iberoamericano
Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS
Presidente do Conselho de Administração do Grupo Parlamentar do PS
Presidente da Direcção da Associação para o Jardim Infantil de Salir de Matos
Membro da Comissão Política da Federação Distrital de Leiria do PS
Membro da Comissão Política Concelhia do PS das Caldas da Rainha
Membro do Conselho de Fundadores da Fundação Res Pública

Cargos exercidos
Membro do Secretariado Nacional do PS (1995-2002)
Membro da Comissão Nacional e da Comissão Política Nacional (1994-2009)
Membro da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira
Membro do Secretariado Nacional da JS (1990-94)
Presidente da Mesa do Congresso Nacional da JS (1994-2000)
Presidente da Comissão Nacional da JS (1994-2000)
Membro da Comissão Permanente do PS
Membro da Comissão Executiva e da Comissão de Honra da Candidatura do Dr. Jorge Sampaio à Presidência da República
Membro da Comissão Executiva SIM pela Tolerância (Referendo IGV 1998)
Várias intervenções como consultor de Comunicação e Marketing Político
Deputado na VII, VIII, IXe X Legislaturas
Membro das comissões parlamentares do poder local, odenamento do território e ambiente, para a análise e a fiscalização dos recursos públicos envolvidos no EURO 2004, e, de inquérito à tragédia de Camarate
Presidente da Sub-comissão para a criação de novos municípios, freguesias, vilas e cidades
Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Juventude (VII)
Membro do Conselho de Administração da Fundação Antero de Quental
Vereador na Câmara Municipal de Caldas da Rainha(2005-2009).


Um trabalhador, não é? Ou será mesmo um malandro encartado?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A SANTA SÉ MANOBRA COM "SANTIDADE" OS BRANQUEAMENTOS


O presidente do Instituto das Obras Religiosas (Banco do Vaticano), Ettore Gotti Tedeschi, encontra-se sob suspeita por violar a nova lei de lavagem de dinheiro, segundo as autoridades locais.

O anúncio chocou o Vaticano. O secretário de Estado garantiu que tanto Tedeschi como o director-geral do banco, Paolo Cipriani, tinham todo o apoio da instituição, e, segundo comunicou, todos os dados exigidos pela nova lei estão disponíveis no Banco de Itália.

De acordo com as agências noticiosas italianas, a nova lei de lavagem de dinheiro que Tedeschi foi acusado de violar – em vigor de 2007 - obriga os bancos a comunicar a identidade do mandatário de qualquer operação financeira e o seu objectivo. Na investigação levada a cabo pelo Ministério Público de Roma, já foram congelados cerca de 23 milhões de euros depositados num outro banco.

Sabem que é o figurão Tedeschi?

Em Setembro de 2009, o representante do Santander em Itália, Ettore Gotti Tedeschi, foi nomeado presidente executivo do IOR.

O branqueamento já estava em movimento há, pelo menos, dois anos, e naturalmente, o responsável do Santander estava a par de tal movimento. Até porque o Santander, que é um banco do OPUS DEI, tem um "curricullum" de branqueamento e movimentações em serviço da Santa Sé por todo o Mundo, com especial relevância na América Latina.

O que quer dizer que, em termos práticos, e eu se fosse investigador faria isso, ia aprofundar a ligação entre os bancos da OPUS DEI e o IOR em todo o negócio sujo que afecta o capital financeiro em toda a Europa Ocidental, Rússia e China.

Não é? A santidade é uma grande máquina de fazer dinheiro especulativo.