sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A VERDADEIRA FACE DOS ESTADOS UNIDOS


 1- Os Estados Unidos da América apresentam sintomas de uma caminhada, sem retorno, rumo à decadência como grande potência económica.

Claro são indícios, previsões, mas estão assentes em factos. Não será de um dia para outro.

Comparativamente, continuam a ser a principal potência financeira e militar internacionais, mas deixaram de ser o centro - sem contestação - das decisões geo-económicas e geo-estratégicas mundiais.

A sua moeda, que dominava, com arrogância, a circulação e troca cambial internacional, com a subsequente força nas relações comerciais e económicas na distribuição e retorno em fabulosos lucros, já não tem a aceitação que pretende o sistema institucional sedeado em Washington e Nova Iorque.

Os grandes centros em emergência e a sua consolidação de poder económico estão em concorrência directa, sem olhar a meios, e, deste modo, a submissão forçada deixou de existir.

Formulam-se, abertamente, novas parcerias de trocas cambiais em outras moedas, cuja ruptura completa - em grande parte, neste momento - depende da evolução e separação do euro, da economia e da própria estrutura castrense da mesma Europa da alçada dos Estados Unidos.

(Ora esperar por tal evolução, hoje, deixou já de ser um objectivo de uma parte substancial da sociedade europeia, inclusive de partidos que apoiaram, servilmente, a "ocupação" financeira e castrense do Velho Continente,  mas, principalmente, devido à pressão (económica e financeira) vinda daqueles tidos como emergentes. 

Todavia, esse passo só se acelerará, se houver uma mudança total na própria maneira de fazer política dentro dessa UE. 

Não é um problema de somenos importância, é vital para refazer toda a cooperação internacional e reconstruir, em novos moldes, as relações comerciais, monetários, produtivas e mesmo militares entre Estados e grupos de Estados).

O forte indício de que os Estados Unidos deixaram de centro no mundo está na própria desconsideração e desprezo que alastra em todo o Mundo com o seu próprio Presidente, Barack Obama, ele que ascendeu ao cargo, em 2009, como o farol salvador da burguesia mundial, enlameada e emparedada, principalmente, a grande burguesia financeira norte-americana, na crise de 2008.

E a eleição de Obama não foi lançada apenas por motivos internos, de "unificar" as diferentes comunidades raciais que se degladiam no país, dominado por uma minoria capitalista branca, acima de tudo, pretendeu colmatar diferentes e diversificados problemas que minam o império norte-americano, e, de um modo mais geral, dar a ideia de estar em marcha um impulso de que algo novo iria ser posto em marcha no mundo contra a velha ordem em desintegração.

Ele foi lançado para candidato, em 2008, à Presidência dos Estados Unidos pelo lobby judaico, organizado em torno da AIPAC  (Comissão de Defesa dos Interesses Americano-israelitas), onde ele fez, justamente, o seu primeiro discurso na sua convenção, logo, no dia seguinte, após ter sido indigitado pelo Partido Democrata. 

(Eis o trecho mais significativo do seu discurso: "eu sei que, ao estar a visitar a AIPAC, estou entre amigos. Bons amigos. Amigos que compartilham o meu forte compromisso de fazer prevalecer, como inquebrantável, o vínculo entre liga os Estados Unidos e Israel, hoje, amanhã e para sempre").

Toda a comunicação ligada a esse lobby - grupos Time Warner, Fox, CBS Corporation, Comcast Corporation (maior companhia de televisão por cabo, segunda maior empresa de acesso à Internet de Banda larga, o terceiro no domínio da rádio, bem como a NBC Universal), Walt Disney Company, grupo Hearst, entre outros - de imediato fez uma fenomenal campanha manipuladora para lançar Obama como o homem providencial, em detrimento de Hillary Clinton.

Foi apresentado como a personalidade que iria relançar a economia interna, acabar com os "excessos" securitários da Administração anterior dos George W. Bush, sanar e mediar os conflitos regionais e entre Estados, promover a diplomacia "multilateral" em detrimento da política de secretismo, e acções unilaterais na política externa. 

Os chamados democratas de todo o mundo embandeiraram em arco, como por exemplo Mário Soares e o então Presidente da Venezuela Hugo Chávez, entretanto falecido.

Depois surgiu a sua verdadeira identidade: apoio à política secreta do seu antecessor, desde as torturas à manutenção das guerras, ao prolongamento dos campos de concentração, como Guantánamo, e outras prisões clandestinas disseminadas por vários países, intromissões descaradas no derrube de regime, como a Líbia, o Egipto, a Tunísia, tentativas de subversão noutros como a Venezuela, Brasil, Argentina, Síria, apoio declarado aos grandes bancos falidos.

Deram-lhe até ao Nobel da Paz. 

Cinismo europeu, que saiu caro aos democratas da Suécia, vendedores mundiais de armamento.

Foi ele o principal impulsionador da austeridade mundial, ao entregar grande parte do Orçamento de Estado, através de roubos aos contribuintes, ao capital financeiro: 

787 mil milhões de dólares que ele sustentava que era para "relançar a economia".

As primeiras grandes críticas vieram, cerca de quatro meses depois de alguns dos seus principais apoiantes, o que significava que Obama não conseguiu afastar-se, em nada, da política pró-imperialista e pró-grande capital do republicano Bush.


Citamos: "É como se o Presidente estivesse decidido a confirmar a ideia de que ele e a sua equipa económica estão desligados, que a sua visão está toldada pela excessiva proximidade a Wall Street", palavras do Nobel Paul Krugman.

Outro prémio Nobel, Joseph Stigitz. Segundo este, Obama e a sua administração, confundiram "salvar os bancos com salvar os banqueiros".

Não era para menos: os seus principais colaboradores eram homens de Wall Street e do lobby financeiro judaico, como o seu chefe de gabinete, Ranh Israel Emanuel, que preferiu fazer a tropa em Israel em lugar do seu próprio país 

(Reparem, nisto, os lírios da defesa da Pátria, que ainda proliferam por Portugal).

Com a saída de Emanuel para concorrer à Câmara de Chicago, sucedeu-lhe no cargo outro homem judeu de Wall Street Jack Lew, hoje secretário do Tesouro, que sucedeu a outro judeu da finança chamado Timothy Geithner.

O Banco Central dos Estados Unidos - a chamada FED - está, pelo menos, dede Harry Truman nas mãos de magnatas da Finança pró-judaica, a última das quais, recém-nomeada, é a judia Janet Yellen.

2 -  Os mais de 600 mil milhões de dólares injectados, só em 2010, pela FED, a pedido do governo e dos legisladores, para "estimular a economia" não serviu para nada, a não ser a especulação bolsista e a compra de títulos de tesouro da dívida pública aos "privados". 

O desemprego não decresceu, em termos práticos, pelo contrário cresceu - ainda que as estatísticas oficiais digam que caiu *ligeiramente*. Está a rondar os 8 %.

Em 2011, os estatísticas federais informavam que em 2011 o desemprego ultrapassava os 9 %. 

Agora fala em 8 %, mas os próprios serviços oficiais admitem que o abandono dos desempregados de se inscreverem nos centros por já terem perdido a esperar de conseguir um emprego tenha contribuído para a descida.

O número de pessoas desempregadas, há pelo menos menos seis meses, atinge um valor próximo dos 4,5 milhões.  



Uma longa fila de desempregados nos EUA, meses atrás

Estes dados persistentes sobre o desemprego são um claro
indício do decréscimo produtivo interno. E não só dizem
respeito aos últimos três anos.
É uma tendência, mais ou menos acentuada, desde os
anos 70 do século passado.

Se juntarmos os dados da evolução produtiva, do capital
acumulado, da produtividade laboral e do próprio salário, já
não nos recuados anos 70, mas, desde 1995, verificamos
que os níveis em descendo ultrapassam os conseguidos
precisamente nos 25 anos anteriores aos meados daqueles
anos.

Ou seja, um aspecto parcelar, mas essencial, na busca de
um dado de crescimento real, constatamos que o
incremento da chamada "produtividade de trabalho" entre
esses dois períodos desceu mais de 20 por cento.

Os salários - para os EUA contabilizados em horas
trabalhadas reais produtivas - dos trabalhadores vulgares,
não qualificados, portanto, decresceram.
Consideremos um período de controlo salarial - apenas no
sector privado - entre meados dos anos 80 do século XX e
meados da primeira década de 2000: esse ordenado
horário, em termos médios, desceu cerca de 80 por cento
do que nos princípios dos anos 70 do século anterior.

O rendimento do trabalho desde então continua em descida.

EUA: alguns indicadores em cerca de 50 anos
De Monthly Review
























3 - Um dos sinais mais relevantes da decadência norte-americana está na destruição (e falência da sua produção nacional), outrora florescente e que impulsionou o seu caminho para a prosperidade, com o incremento do capital industrial, e, arquitectou a sua expansão comercial e militar internacional.

É, portanto, o crescente número de falências em cidades de grande capacidade produtiva - umas de grandes proporções, como Detroit, outras de menor presença populacional, mas de produção de riqueza, como Dayton (no chamado Midwest), mas também em outras, aparentemente, não falidas, mas em decréscimo industrial acentuado, como Chicago, Cleveland (centro da manfactura pesada no Estado do Ohio), Columbus (principal cidade do Ohio), Indianapolis (um dos principais centros de indústria do Estado de Indiana), Saint Louis (onde se situa a multinacional Monsanto, Missouri) ou Lansing. 

(Quer Detroit, quer Lansing ficam no Estado de Michigan, que era considerado como o centro da agro-indústria e da indústria automóvel na região centro dos EUA).

Um outro sintoma é o crescente e desbastador processo de falências das chamadas pequenas fazendas de todo o interior dos Estados Unidos. É impressionante os "corredores" de placas que se vêem ao longo das auto-estradas anunciando a venda de terrenos de um lado e doutro dessas vias.

(Somente em 2008, e isto oficialmente, no Estado da Califórnia decretaram falência 283 fazendas leiteiras, valor este que cresceu até 1.668 em 2011).








Cdades falidas. Em cima Detroit


Mas, este "destronamento" de grandes concentrações
industriais não se cinge a meia dúzia de povoações e
cidades dos EUA.
É um fenómeno em extensão em todo o território federal - e
não se explica somente pela incapacidade da burguesia
industrial ou da limitação produtiva, tem no seu bojo duas
realidades fulcrais:

- a) Quem domina a sociedade norte-americana já não é a
burguesia no seu conjunto, mas, apenas e unicamente, um
sector específico, o seu sector mais desclassificado, a
lumpen grande burguesia financeira, centrada na judaica
Wall Street:

- b) Mas, também, e em segundo lugar, a voracidade militar
de manter um império disperso pelo mundo.
As Forças Armadas são, neste momento, o fim principal do
sustentáculo existencial dos Estados Unidos.

E uma fatia importantíssima da receita de Estado norte-
americano vai para manter e fazer reciclar a máquina de
guerra.

O intenso poder militar inútil produz destruição de capital
necessário para impulsionar a produtividade nacional.

Logo, a voragem militar é um aspecto relevante da
falência económica.

4 - O problema da falência de Detroit não se enquadra
apenas na sua desindustrialização, mas também no
"estouramento" dos fundos de pensões e outras garantias
da fazenda municipal, como os benefícios de saúde, que
foram aplicados em especulações e transacções bolsistas
que falharam.

E neste caminho do descontrolo dos fundos de pensões e
de títulos camarárias estão, pelo menos, 60 das maiores
cidades dos Estados Unidos.

O que realmente está a acontecer "por dentro" da
sociedade norte-americana, na sua vertente camarária, é o
colapso financeiro.

Segundo dados dos serviços de seguros, essas cidades -
que incluem, por exemplo, Chicago, Filadélfia e Nova
Iorque -, "fizeram" desaparecer em "jogos de casino
bolsista" 118.000.000.000 dólares dos seus sistemas de
saúde dos seus trabalhadores camarários.

Onde irão as autoridades buscar este dinheiro?
Claro que não é aos bancos, vai ser aos contribuintes que são pagos sem poderem fugir aos impostos e reduções.
Esta lumpem burguesia espalhou-se por toda a rede da
sociedade norte-americana e está a sugá-la até ao tutano.
O expediente era colocar dinheiro em circulação forçada e
prometendo dinheiro a juros baixos, mas isso está a acabar.

O dólar perdeu valor nos mercados internacionais.







Na realidade, de maneira evidente após a II Grande Guerra,
os Estados Unidos, quer sob a governação de
republicanos, quer de democratas, o domínio económico e
político passou exclusivamente para um pequeno sector da
grande burguesia que controla, interligadamente, os
grandes bancos, as grandes companhias de seguros, todo
o sector energético (desde o petróleo ao gás - produção,
distribuição e comercialização, interna e externamente), as bolsas, os fundos especulativos, os minerais, a agro-
indústria, os cargos políticos (Senado, Câmara dos
Representantes, governadores estaduais, militares e
superiores da Administração pública (desde o simples
Presidente da Câmara à magistratura).

Claro que este sector da grande burguesia financeira não
se encontra situado, exclusivamente, nos Estados Unidos,
ele está distribuído por países e centros de poder, o maior poder dos quais fora dos EUA é o Vaticano.

Os dados com que terminamos provem do próprio sistema.
Foram investigadores da OCDE, que determinaram
recentemente, que "um por cento do mercado mundial
controlo, sozinho, quase 40 por cento do coração da
economia actual".

Quais são essas empresas? O que elas produzem?

Pois, nada produtivo, nada industrial.

São apenas especuladores financeiros.

Nomes? eis alguns Goldman Sachs, Jp Morgan, Barclays,

etc etc.


Vejam o gráfico inserido um pouco acima.














terça-feira, 28 de janeiro de 2014

GUERRA COLONIAL: OPERAÇÕENS ENCOBERTAS (11)







A PROPAGANDA INÚTIL

 
          
Além das operações encobertas, de natureza operacional ou de acção concertada de intromissão directa nos assuntos internos de outros países, a Polícia Política PIDE/DGS e os Comandos Militares das antigas colónias portuguesas, em separado ou em parceria organizada e comveniente realizaram a efeitos acções de propaganda junto das populações que apoiavam os movimentos indepenentistas.

Praticamente, todas as unidades militares, ali destacadas, efectuaram-no no interior dos territórios, mas elas, com os "rótulos" de secretos também se realizaram nas profundezas dos Estados vizinhos.

Poucas ficaram registadas.

Referimos neste conjunto de acções "clandestinas" que temos vindo a publicar um outro tipo de operações de natureza "psicológica", e isto, porque ficaram referenciadas com pormenor em relatório da PIDE/DGS.

Este inventário, agora descrito, efectuado em várias fases, em 1967, na Tanzânia e no Malaui.
         
Referimo-nos à “Operação Alfa”, que teve como alvos as populações refugiadas de Moçambique naqueles países, que as autoridades portuguesas tencionavam aliciar para o regresso à colónia, prometendo-lhe “o paraíso”.
           
Dos documentos arquivados no ANTT, e que nos foram facultados, não se consegue verificar o alcance total da acção. 

Parece que apenas esteve metida na operação a PIDE/DGS, pois os relatórios consultados somente assinalam os movimentos daquela polícia.

(Todavia, também os militares eram obrigados nas suas deambulações pelo mato a deixar nas povoações panfletos inflamatórios da grandeza da Pátria colonial. Por isso, não me admira que esta acção "policial" estivesse em ligação com os militares).






























          




Assim, regista-se que foram distribuídos por pessoas ligadas à polícia política milhares de panfletos no interior da Tanzânia e do Malaui no ano de 1967 (a PIDE refere-se a “disseminação de panfletos”), que mereceram a ocupação, durante meses, de várias subdelegações da corporação policial. 

O alvo, segundo um dos documentos, seriam “populações refugiadas e militantes da FRELIMO”.

O único relatório consultado que analisa os resultados da operação especifica apenas a opinião do posto administrativo de Muembe, que escreve o seguinte: 

“são escassos, para não dizer nulos, os resultados da operação Alfa”.
         
Todavia, um documento, com o rótulo de confidencial, enviado para Lisboa, a partir de Lourenço Marques, já na parte final de 1967, cuja entidade informadora, era o subdirector da delegação moçambicana, considerava que “as operações como a Alfa mostram-se válidas pelos resultados positivos que a sua assiduidade e oportunidade comportam”.
          
O informador não apresentava os dados práticos, mas ressalvava que esses “resultados positivos” só advirão se for cumprida “integralmente tudo quanto se promete para que os apresentados não se sintam logrados, e tanto basta para que a mentalização permanente das autoridades administrativas, no sentido delas não atacarem os argumentos capciosos do IN, possa dar os seus dar os melhores frutos”.
         
Ou seja, o tempo, a lábia, e o dinheiro gasto não serviu para nada, mas para mostrar serviço, a PIDE justificou o seu papel com “resultados positivos” que não passaram do relatório enviado aos superiores.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CASO MADDIE: QUAL A IMPORTÂNCIA DO PAI SER DO SERVIÇO SECRETO?





1 - A polícia britânica, com o apoio do governo de Londres, fez uma campanha extraordinária para "reabrir" em Portugal - e conseguiu - o processo de desaparecimento da jovem britânica Madeleine McCann, ocorrida, na noite de 3 de Maio de 2007, de um condomínio turístico de luxo na Praia da Luz, Algarve, Portugal.


Madeleine McCann, então com quatro anos, tinha sido deixada a dormir no apartamento pelos pais, juntamente com dois irmãos-gêmeos, rapaz e rapariga, mais novos, enquanto jantavam num restaurante dentro do condomínio, perto do mesmo.





Cerca das 01:00 do dia 4, o jornal inglês "The Daily Telegraph" ja titulava na sua primeira página que "se temia que uma menina inglesa de três anos tivesse sido raptada".

De referir que o casal, pai de Madeleine, ele, Gerry, de profissão oficial cardiologista, então num hospital de Leicester, ela Kate, também médica de clínica geral e anestesista de especialidade, jantava com um grupo de amigos de quem pouco se sabe e que dias depois saíram de Portugal e optaram pelo silêncio.




Caso mediático numa zona turística portuguesa, levou as autoridades a uma desenfreada operação - por vezes descoordenada - de procura e investigação com a perspectiva de um possível rapto. 


Mais tarde, a Polícia Judiciária - com apoio de técnicos da própria polícia britânica - admitiram que a jovem tivesse sido morta, provavelmente por acidente, e que os o(s) autor(es) fosse um dos progenitores. 

O caso foi arquivado, pois o casal McCann foi deixado seguir para o Reino Unido.

2 - Todavia, a hierarquia da Polícia britânica e vários primeiros-ministros desde Brown a Cameron mantiveram o processo de investigação em aberto na Grá-Bretanha e empenharam, mesmo meios significativos, destacando inclusive o assessor de Imprensa do PM inglês para servir de "acompanhamento" comunicacional ao casal.


Que sempre jurou a sua inocência.


A polícia britânica utilizou expedientes de cartas rogatórias para continuar a investigação em Portugal, facto que agora volta a efectuar, pretendendo, segundo a imprensa inglesa, interrogar três suspeitos no âmbito do desaparecimento da miúda.

A Procurador-Geral da República, que reabriu o processo, já recebeu um novo pedido de auxílio judiciário, que será “remetido ao tribunal competente”.
Mas o porquê deste interesse? 

As autoridades portuguesas estranharam "a intromissão" dos Primeiro-Ministros ingleses no caso.




Segundo uma fonte ligada ao processo, "pelos canais internos" foi transmitido que Gerry McCann é um agente do serviço secreto inglês e terá havido "indícios" de que realmente poderia ter sido raptada.


A fonte não referiu quem seriam os "amigos comensais" dos McCann, nem se voltaram a ser interrogados.

As autoridades portuguesas - segundo a fonte - sabem que os McCanns, que já teriam estado de férias no Algarve em anos anteriores, jantavam sempre no mesmo restaurante perto do apartamento, embora almoçassem em outros locais.

Uma pista de investigação, além de funcionários, estará virada para saber quem eram, no mesmo período, os habituais comensais à noite no restaurante citado e se teriam seguido o casal e os filhos.




Que mistérios envolverão mais este caso?


sábado, 25 de janeiro de 2014

GUERRA COLONIAL: OPERAÇÕES ENCOBERTAS (10 )




MARCELO CAETANO: CHEFE DE GANGUE DE ROUBO DE OBRAS DE ARTE

A indignidade e a desfaçatez eram características de actuação política do regime do Estado Novo, que não tinha pejo em autorizar as mais extravagantes operações clandestinas, mesmo aquelas que eram sugeridas, quase sem nexo, por vulgares agentes da polícia política.

É o caso daquela que ficou registada nos arquivos da PIDE/DGS com o nome de operação “Recuperação”.


(Não se fala em Jorge Jardim, mas é natural que esteja por detrás desta desastrada acção de ladroagem de Estado!)

Na realidade, foi um projecto apenas, já que não há qualquer referência de que ela tenha sido levada a efeito.


Pelo menos, os objectos patrimoniais “arrolados” pelo governo de Marcelo Caetano para serem subtraídos ao Estado da Índia não o foram.

Possivelmente, tal não aconteceu porque se deu o 25 de Abril de 1974.

Mas, os “planeadores” do assalto organizaram tudo e o sicário mostrava-se, submissamente, disponível para efectuar o crime.

Clandestinamente…como, aliás, já o fizera antes ao assassinar, com toda a frieza, o general Humberto Delgado.

A operação encoberta tinha, no entanto, o aval da mais alta hierarquia do Estado.

Fora discutida no interior do governo central e merecera o consentimento do próprio chefe do governo Marcelo Caetano.

O objectivo era sacar os quadros de antigos governadores coloniais portugueses e outros objectos patrimoniais que ficaram no antigo Estado de Goa.



Segundo os documentos que puderam ser consultados na Torre do Tombo, tudo teria começado num desejo “manifestado pelo governo central, na pessoa do Ilustre Senhor Ministro do Ultramar, com vista à recuperação dos documentos históricos, quadros de Vice-Reis e Governadores do Estado da Índia Portuguesa e outras relíquias que se encontram no Arquivo Histórico em Goa”.

Quem seria o protagonista dessa “recuperação”, via “assalto à mão armada” a um Estado?

Nada mais nada menos que o então subinspector Casimiro Monteiro, exilado em Moçambique desde o assassinato do general Humberto Delgado, onde continuava a ser o homem de mão do regime para os seus actos mais repugnantes, como aliás se assinala numa outra operação “secreta” efectuada na Tanzânia.

(Anteriormente, esse papel foi desempenhado pelo empresário Jorge Jardim que, nos inícios dos anos 60, e pouco tempo depois da Índia ter anexado os territórios de Goa, Damão e Diu, conseguiu, com incursões rocambolescas, relatada pelo historiador José Freire Antunes no seu livro “Jorge Jardim Agente Secreto”, subtrair os retratos de Afonso de Albuquerque e D. João de Castro, do Palácio do Hidalcão, na cidade de Goa.

Os dois quadros roubados foram, posteriormente, já com Mário Soares, como Presidente da República, restituídos às autoridades indianas).

De acordo com os relatórios da PIDE/DGS que puderam ser consultados no ANTT, é um inspector-adjunto da mesma, Matos Rodrigues, um quadro policial que está metido em várias acções secretas nas antigas colónias, que vai a Moçambique levar a directivas do “governo central”.

Estas orientações teriam sido transmitidas à polícia política pelo “ilustre Ministro do Ultramar”, um catedrático chamado Silva Cunha.

O governo de Caetano pretendia trazer, clandestinamente, para Portugal “documentos históricos, quadros de vice-reis e governadores do Estado da Índia portuguesa e outras relíquias que se encontram no Arquivo Histórico de Goa”.

Casimiro Monteiro quer mostrar serviço.

Nem hesita: “informo V. Ex.cia – escreve num relatório enviado ao seu superior hierárquico em Moçambique – que o plano de operação de recuperação das relíquias referidas foi já por mim estudado, sendo possível levá-lo a efeito com absoluto êxito, sendo utilizados antigos colaboradores. O Aludido “plano de operação” foi pormenorizadamente estudado em todos os seus detalhes, conforme me foi confiado pelo excelentíssimo inspector adjunto, acima citado”.

Mas, o director da PIDE/DGS em Lourenço Marques está a leste das manigâncias que a sede em Lisboa estava a congeminar nas suas costas com o subinspector Casimiro Monteiro.

Dias depois, o “homem-forte” da polícia política em Moçambique Pereira de Castro escrevia, com o rótulo de “secreto”, ao Subdirector Geral da dita em Lisboa Barbieri Cardoso, fazendo saber que estranhava o que estava a suceder: “dada a delicadeza do assunto e antecedentes que parece existirem, muito agradecia que fosse esclarecido o que for tido por conveniente sobre o mesmo”.

E remetia-lhe o relatório de Monteiro.

O Subdirector achou por bem esclarecer de imediato o seu subordinado: “Envio hoje rádio a L.Marques”, rabiscava à mão no ofício de Pereira da Costa. Não foi possível conhecer o conteúdo dessa mensagem-rádio.

No relatório em apreço, Casimiro Monteiro explicava a Pereira da Costa que “por informações obtidas por intermédio de fontes dignas do melhor crédito, soube que os quadros dos vice-reis e governadores foram retirados da Sala dos Vice-Reis do Palácio Idal Can para Nova Deli-União Indiana, bem assim como o busto em bronze do falecido Presidente do Conselho, DR.OLIVEIRA SALAZAR (está assim escrito em maiúsculas…). Quanto aos documentos do Arquivo Histórico continuam em Goa”.

Convém referir que Casimiro Monteiro era de ascendência goesa.

E rematava a sua explicação perante o seu director em Lourenço Marques: “Caso o assunto venha a merecer a concordância no sentido de levar a efeito a dita “Operação de Recuperação”, serão por mim apresentados todos os pormenores em que consistirá a mesma”.

E não esperou o resultado da consulta ao seu superior. A 7 de Julho de 1973, fazia um “aditamento” à sua informação “datada de 19 do mês findo” indicando que “segundo informações recebidas recentemente por pessoas digna de crédito” as “relíquias” (os quadros e outro património) “foram transferidas de Nova Deli para Goa, encontrando-se tudo no Convento de Santa Mónica, em Velha Goa, localidade onde o governo indiano criou uma espécie de museu público”.

E recomendava: “Em virtude das aludidas relíquias terem sido transferidas de Nova Deli para Goa, como já foi referido, há necessidade de alterar o que estava em estudo, quanto ao plano da “Operação”, o qual oportunamente será elaborado”.

Na Torre do Tombo não foram encontrados mais documentos sobre o desfecho da operação. 

O regime, nesta altura, entrava em convulsão, com as reivindicações dos jovens oficiais e o agudizar da crise colonial, em particular em Moçambique.


Os retratos dos vice-reis e governadores coloniais da India estão, presentemente, no Convento de S.Francisco, na Velha Goa.

Nos finais de Maio de 1973, uma carta do Ministro da Defesa general Sá Viana Rebelo para o general Kaulza de Arriaga informava-o que o governo tencionava afastá-lo do cargo de comandante-chefe das Forças Armadas em Moçambique.

Foi substituído a 31 de Julho pelo general Bastos Machado.

Nos princípios de Junho, fora divulgada em Roma texto integral do relatório dos “padres brancos” sobre os massacres de Wiryamu. Massacres estes que foram denunciados, a 10 de Julho, no Times, de Londres, pelo padre católico Adrian Hastings e que serviram de motivo para uma manifestação anti-colonial no decorrer de uma visita de Marcelo Caetano à Grã-Bretanha.

Na própria sociedade moçambicana agudizavam-se as contradições no interior da Igreja Católica, com o bispo de Nampula Manuel Vieira Pinto – aliás o único a tomar posição – a manifestar-se contra a continuação da guerra colonial.

Os jovens oficiais conspiravam, entretanto, desde a saída da lei 353/73, que enquadrava as carreiras militares, favorecendo os oficiais milicianos que entravam no quadro.

Uma operação - ainda por cima - fracassada nesta altura seria muito prejudicial para o regime, que estava em agonia.





























quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

DÍVIDA PÚBLICA: A AUSTERIDADE ESTÁ A LIMAR E LIMPAR AS ESPADAS






1- O facto de o Estado português estar, umbilical e politicamente, ligado à grande burguesia financeira - e esta nada fazer para contribuir para a estabilidade financeira do país, mas mostrar prontidão apenas para sacar mais-valias, atrás de mais-valias, é impossível restabelecer a o equilíbrio, em termos de bem-estar e justiça social, das finanças públicas, subordinado-as ao interesse nacional.

Nem isso acontece em Portugal, nem em outro qualquer país europeu. 

Quem o afirmar está a enganar-se a si próprio, mas acima de tudo, a desprezar os princípios básicos da economia política.

Por muito que os governantes, politólogos, economistas vulgares - sim os economistas vulgares, estilo César das Neves, João Salgueiro, Vitor Bento e idênticos -, além de comentadores do regime que o sustentem e defendem, estão a difamar a própria opinião pública e a verdadeira razão de Estado: 

Simplesmente porque é impossível fazer a interligação harmónica entre Administração pública estatal e interesse nacional, sem fazer um equilíbrio cooperante do Orçamento de Estado - isto é um real equilíbrio das despesas e receitas estatais- sem ferir os interesses daqueles que nunca até agora participaram na sua quota-parte significativa do limite da despesas. 

Isto é, sem ir buscar uma carga fiscal real, que está escondida, à grande burguesia financeira.


2- As últimas operações de privatizações efectuadas sob a supervisão estreita dos representantes no governo e nos escritórios de advogados que os acolitam demonstraram à tripa forra que o poder político português é o elo primordial e arreigado da fracção da grande burguesia financeira (que, nacionalmente se interliga com o capitalismo parasita judaico, como a Goldman Sachs e a JP Morgan), que domina e dispõe em todos os negócios da economia: desde os bancos, à bolsa, à energia, aos minérios, ao mar, à pesca, à própria agricultura - dita florescente, como as grandes herdades na posse da SOGRAPE, dos Roquetes, dos Berardos e dos proprietários ficticios da Jose Maria da Fonseca.

São eles que gerem e formatam a actuação da Presidência da República, o Governo, o Parlamento, os Supremo Tribunais, das principais Direcções-Gerais e Institutos da Administração Pública que forjam as leis mais iníquas de roubo descarado do que os trabalhadores descontaram para as suas reformas, da formação de salários. 

Vamos a factos. 

Não são meus. São oficiais. 

A dívida do Estado está em crescimento e ela está concentrada nas mãos dos grandes bancos e dos seus fundos de investimento. 

Cita-se um jornal do sistema, o Expresso, de 18 de Julho de 2011. "Além dos quatro maiores bancos nacionais, que juntos detém 19,6 mil milhões de euros da dívida pública portuguesa, destacam-se bancos espanhóis, franceses e alemães.

Especifica nos dados oficiais. "Os mais credores são, de longe, os bancos portugueses". Indicam-nos: "Caixa Geral de Depósitos (nota nossa-gerida por representantes da grande burguesia capitalista), BCP, Espírito Santo Group e BPI", que detinham em Dezembro de 2010, o valor citado. Da banca espanhola (euros), controla 5,492 mil milhões, francesa, 4,751 mil milhões, alemã, 3,3320 mil milhões. Num total de 49 bancos europeus tendo na posse a dívida pública o período abrangido. 

Agora é muito mais.

 


Logo, o endividamento do Estado somente serve essa fracção da burguesia que detém os títulos da dívida.

Dados do Eurostat de Outubro de 2013. 

A dívida pública portuguesa atingiu 131,3 % do PIB no segundo trimestre daquele ano. 

Neste segundo trimestre, a média da União Europeia era de 86,8 % e a da zona Euro de 93,4 %, ou seja a própria Europa, no período em apreço, está com valores muito acima do estipulado - 60 % - pelo próprio Tratado de Maastricht.

Ora, apesar de todos os esquemas para "sacrificar" a gordura dos portugueses, roubando-os e humilhando-os, o certo - e os dados provem do mesmo relatório - é que, no segundo semestre de 2012, a dívida pública nacional atingia os 118% do PIB. 

No primeiro trimestre subiu para 127,5 %. 

Em Outubro, upa, upa..

Segundo o Orçamento de Estado para 2014, o governo
está a pagar aos "credores" - ou seja o tal obscuro
"mercado" - cerca de 7,2 mil milhões de euros somente
em juros dessa dívida.


Ou seja, os bancos foram sacar em Maio de 2010 um
valor de 36 mil milhões de euros.


(um pormenor a taxa de juro europeia para o
empréstimo aos bancos é de 0,250% ate cerca de 0,5 %,
conforme os tempos de pagamento.


Compram dívida do Estado, com financiamento de juros
quase zero e arrecadam do mesmo Estado valores
muito superiores em juros.


De valores percentuais de 4,6 % a 7%, conforme as
datas de vencimentos e as chamadas oscilações
especulativas mercantis).

Dos jornais de um ano atrás:

"Os juros da dívida pública que o Estado português vai pagar no próximo ano ascendem a 6,3 mil milhões de euros, mais 1,3 mil milhões do que o Governo prevê gastar este ano (+27%). Para se ter uma ideia do peso desta despesa nas contas públicas, bastará dizer que o défice seria de 1% e não de 4,6% no próximo ano, caso o Estado não pagasse a quem compra títulos da dívida nacional.

Para se ter uma noção mais exacta do que significa a quantia prevista para a despesa com juros, bastará dizer que o valor daria para fazer o novo aeroporto de Lisboa, orçado em 4,9 mil milhões de euros, e ainda sobraria para outros investimentos.

As necessidades líquidas de financiamento (sem amortizações) para 2011 ascenderão a cerca de 10,7 mil milhões de euros, o que consubstancia uma redução de 31% ou cerca de 4,7 mil milhões, explicado no essencial pela redução do défice orçamental em cerca de 3,5 mil milhões de euros e pela redução da aquisição de activos financeiros de cerca de 800 milhões de euros. Por outro lado, a proposta de lei do Orçamento prevê um tecto máximo de 11 573 milhões de euros, ou seja, uma quebra de 33% relativamente aos 17 414 milhões de euros do ano corrente.


As amortizações e anulações de dívida emitida em anos passados (pagamento de juros) representarão 35,2 mil milhões em 2011, quando no ano corrente devem ficar-se pelos 31,9 mil milhões.

Apesar da despesa com os submarinos, as previsões para 2011 apontam para um menor ritmo de crescimento do rácio da dívida/PIB (76,1%, 82,1% e 86,6%, em 2009, 2010 e 2011, respectivamente".

Quer isto dizer que o endividamento crescente do Estado apenas interessa à lumpem grande burguesia nacional e internacional.


Quando maior for o deficit, maior será a especulação de juros a seu favor, mais será o seu enriquecimento todos os anos.

Porque o crescimento dos lucros apenas se registam, verdadeiramente, em torno do sistema financeiro, da especulação bolsista, dos empréstimos atrás de empréstimos recebidos sempre com juros crescentes.

(A governação predominante do actual regime - PSD/PS/CDS - nos seus diferentes arranjos de executivo, por cima ou por debaixo da mesa - é um antro onde se enquadram e fomentam as políticas que transformaram o regime societário português numa enorme praça de troca especulativa de acções, com a transferência de empresas lucrativas de interesse estratégico, que exploram a favor do capital privado, essencialmente, financeiro, toda a riqueza do país e cujos lucros ou dividendos ou os "envelopes fechados" são repartidos, generosamente, por ministros e ex-ministros, seus filhos e padrinhos, grandes firmas de advogados, assessores, consultores, membros de Conselho de Administração de empresas públicas e privadas, banqueiros, e uma réstea pequena de funcionários menores que lhes encobrem as vigarices. No vértice, está o Presidente da República e o Conselho de Ministros)

Ora, significa tudo isto que a economia real do país está em falência, e, isto porque, na realidade, não se verifica investimento real na produção nacional. 


 


Não existem sectores produtivos de raiz nascidos e forjados no país, com acréscimo de emprego e de salário, apenas movimento exportador de baixo salário, sem grande qualificação tecnológica, normalmente de empresas cujo lucro é investido em off-shores e no domínio da bolsa e do lucro imediato.

Na linguagem cifrada das estatísticas oficiais do INE (claro o Presidente do INE é nomeado pelo governo...não sejamos parvos. Só é parvo quem quer, ou quem quer que tudo continue na mesma).

Como é possível inverter tal situação em dois/três meses.


Cito do dito cujo Instituto:

"A produção industrial registou, em Setembro, uma queda mensal de 11,3%, a maior desde o mesmo mês de 2012, período em que caiu 12%. Ainda assim, o sector registou uma melhoria homóloga de 1,3% fruto do desempenho positivo das áreas da energia e bens intermédios.

"Esta queda - refere, solenemente o INE - segue-se a uma subida de 8,1% registada em Agosto de 2013 e é a mais acentuada desde Setembro de 2012, período em que recuou 12%. No último ano, a produção industrial caiu em quatro meses (Novembro, Abril, Junho e Julho) mas sempre com quedas inferiores a 3,2%.

O INE destaca que, em Setembro de 2013, "todos os agrupamentos industriais apresentaram contributos negativos para o índice total", em especial os "bens intermédios e bens de consumo com contributos de -5,5 pontos percentuais e de -4,6 pontos percentuais”, respectivamente.

A maior queda registou-se na secção de indústrias transformadoras. Esta recuou 12,7%, após uma subida mensal de 7,1% em Agosto".

Então, de repente, tudo dá uma cambalhota monumental. Começamos a produzir e a exportar. Enganem os papalvos, se quiserem.

Vejam o OE de 2014 e centrem-se nas realidades. Mais austeridades para os a trabalhadores e pensionistas, mais alcavalas para os capitalistas para começar pelo IRC.

Quem está na mó de cima: a burguesia financeira apenas - na especulação da bolsa e na capitalização bancária.

Os restantes sectores da burguesia - industrial, pequena burguesia, incluindo o campesinato - estão fora da órbita sugadora da riqueza nacional.

Vociferam. Juntam-se a manifestações das classes laboriosas.


3 - Por muita propaganda que o governo (e os seus sequazes economistas e comentadores televisivos) lance loas a uma forte recuperação nos próximos dois anos, são puras balelas, e isto porque, em economia política, quem comanda o incremento sócio-económico de um país em primeiro lugar é o aumento real da
sua produção industrial e agro-industrial, e
consequentemente o aumento do bem-estar
das classes laboriosas.






Ora, tais pressupostos são contrariados pelo crescimento das medidas de austeridade para com os desfavorecidos e as orgias escandalosas dos movimentos especulativos do sistema financeiro, que se prevêem crescer no mesmo período, à custa de mais benefícios fiscais.

Como existe uma interligação económica acentuada com a chamada zona Euro, o efeito de crescimento estará muito dependente da política geral económica e financeira dessa zona.

E, acima de tudo, das mudanças efectivas que se esperam na orientação política de toda a União Europeia.

A Europa - e em particular a zona euro - está a a sofrer o efeito de uma ebulição crescente dos povos afectados cada vez mais por uma crise, que eles estão a verificar com espanto, que não é deles, nem os seus fautores querem, verdadeiramente, modificar este estado de coisas.


 A devastação que o sugadouro das recapitalizações do
sistema financeiro produziu no comércio e na indústria,
certamente, irá ter repercussões no domínio que a
lumpen grande burguesia pensa que domina totalmente.

(A pouca vergonha da especulação financeira continua:
em 2013, é considerado para a História como o melhar
ano de Wall Street do novo milénio e, claro, do século
XXI. São estes os verdadeiros atentados à pobreza por parte do grande capital).





Vão haver terramotos políticos, e eles até poderão ser
de cariz ditatorial, se não se conseguir levar uma
orientação clara anti-capitalista por diante.

As convulsões poderão adquirir uma feição de
progresso, se os mentores daquele abandonarem a
política das falsas unidades de esquerda, e, apostarem
numa nova visão de poder político.

Poderá haver um programa mínimo de unidade revolucionária, mas ele terá de passar, em primeiro lugar, pelo controlo total do sistema financeiro, não só em Portugal, mas em toda a União Europeia.

Com uma repartição proporcional e de cooperação da sua produção pelos diferentes países, com um mínimo
de salário mínimo decente, um sistema de saúde
comum na Europa, uma organização regulamentada e
justicialista das leis laborais europeias e uma nova forma de democracia entre Nações numa base federal ou
confederal eleita.

Separação total do sistema dominante da NATO sob o
controlo norte-americano.

Acordos prioritários de comércio e troca de
mercadorias - e mesmo moeda - entre os países emergentes e o MERCOSUL.

Esse é o desafio que está na ordem do dia nos próximos dois a cinco anos.


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

GUERRA COLONIAL: OPERAÇÕES ENCOBERTAS ( 9 )





OPERAÇÃO CAMPING: UM GOLPE FRANCÊS CUJA BARRIGA DE ALUGUER ERA PORTUGAL


Tal como no antigo Congo Belga, também se registou intervenção no vizinho Congo francês.

A razão era a mesma. 


A escolha também o era: a procura de um homem com passado anti-colonial para servir os antigos senhores.

Um político congolês, que faleceu em 2009, Bernard Kolélas, antigo primeiro-ministro da República Popular do Congo, foi o “homem de mão” do regime de António Salazar, para dar corpo a um golpe de Estado, em 1967/68, contra o governo do então Presidente Alphonse Massamba-Débat.





Kolélas: Em duas épocas diferentes.

Nunca foi desmascarado como agente do colonialismo português.


Uma tentativa que colocava, aliás, na ordem do dia o assassinato político selectivo de alguns dos principais dirigentes do Estado congolês, com a especificação de que a “neutralização” dos “indivíduos” passava em primeiro lugar pelo Presidente da República Débat. 


Mas, o “conhecimento exacto e actualizado” da execução desse objectivo dependia de, entre outros pressupostos, do “fornecimento pelas autoridades francesas de todos os elementos que à operação interessam”.

Ou seja, Portugal era, neste caso, um capacho dos interesses da França democrática, que, para restabelecer os seus interesses políticos e económicos – e claro geo-estratégicos - na sua antiga colónia africana, utilizava os “bons esforços” do regime ditatorial de Salazar, que, metido na boleia, procurava conseguir que a retaguarda da guerrilha angolana ficasse minada ou diminuída com a mudança de regime em Brazzaville.

O tiro saiu-lhe na culatra, no entanto.

Foi uma operação de grande envergadura, que envolveu, além de Portugal e da França, a Costa do Marfim e a África do Sul.

Todavia, os principais mentores congoleses são difíceis de descodificar nos documentos elaborados pela PIDE, depositados na Torre do Tombo, pois apenas são referenciados por pseudónimos.


Foram, aliás, estes documentos que permitiram, no cômputo geral, conhecer a extensão da “operação clandestina”.


A nível interno do regime português, os relatórios, que foi possível consultar, circulavam apenas entre a PIDE (e as suas estruturas envolvidas no terreno) e a Presidência do Conselho de Ministros (Salazar) e o Ministério da Defesa Nacional (general Gomes Araújo).


Logo, a ingerência no Congo teve a concordância directa do falecido chefe do governo de Portugal.

Mas, pelas indicações apostas nos documentos verifica-se que, pelo menos, o Ministro do Ultramar e o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas participaram no planeamento e apoio técnico-militar à operação.

O documento mais antigo guardado no espólio da Torre do Tombo sobre a operação, que recebe o nome de código de “Camping”, elaborado pela PIDE (Serviços de Segurança -Secção Central), enviado para o chefe do governo e para o Ministro da Defesa, tem a data de 16 de Junho de 1967 e estava classificado como “MUITO SECRETO”.


Refere o relatório, logo no primeiro parágrafo da sua introdução, que “a presente informação constitui um pormenor dos planos anteriormente apresentados por *SAMBA OMER* e o resultado dum exame e revisão posterior do estado das coisas por um perito francês”, perito este nunca é citado expressamente ao longo das 11 páginas do mesmo.

Em todos os documentos consultados na Torre do Tombo, SAMBA OMER, como pseudónimo, é sempre apresentado como o responsável máximo da conjura congolesa, mas nunca é referenciado pelo seu nome real.

Todavia, por um curto memorando preparatório de uma reunião, de divulgação restrita, com a recomendação escrita à mão “não seguir” para outros canais, fica a saber-se que os “partidários de KOLELAS” estão instalados nos arredores de Carmona. 


Ou seja, Kolelas era o líder da conjura.

(Bernard Kolelas, já falecido, nascido em 1933 participou activamente na vida política do Congo, especialmente quando o pró-francês Pascal Lissouba ascendeu à Chefia de Estado, após o afastamento, em 1992, de Denis Sassou-Nguesso. Foi seu primeiro-ministro, durante dois meses, em 1997).

Pelos documentos da PIDE, há referências constantes aos “partidários” de “Samba Omer”, sem o citar pelo nome real, nos arredores de Carmona.

Assinala nomeadamente o “MEMORANDO” restrito, com data de 26 de Julho de 1967, que o “pedido” para que “um grupo de partidários de KOLELAS” recebessem “treinos” em Angola, “antes de serem lançados em território da R.P.C”, partiu do próprio, tal como está inserido em idêntica solicitação inserida no relatório elaborado pelos Serviços de Segurança da PIDE.

No relatório da polícia política, verifica-se que “OMER” deu o seu assentimento à escolha do local onde se instalou o “grupo dos primeiros 17 componentes” operacionais da conspiração, uma fazenda abandonada a 30 quilómetros de Carmona, na estrada Carmona –Songo.



Quando a PIDE tem de especificar quem é Omer

Kolelas teve, aliás, residência temporária naquela antiga fazenda. Desconhece-se o tempo.

A PIDE informa os seus superiores que os “três elementos (congoleses) responsáveis – “SAMBA OMER, “ROBERTO” e “AUGUSTO” – “ficam instalados numa residência a alugar na cidade de Carmona.

Tal residência, sob controle destes Serviços, seria utilizada ainda pelos dois instrutores”.

Quem são estes instrutores? 


O documento dos Serviços Centrais não os identifica, mas um relatório, com o carimbo de “Muito Secreto”, da delegação de Angola da PIDE, com data de 9 de Agosto de 1967, cujo assunto é a “Operação Camping” e os “instrutores –Grimaud e Surma”, dá uma pormenorizada informação sobre os mesmos e o seu trabalho.

“Em referência à msg 176/CI (2), - especifica o relatório - chegaram a esta cidade (Luanda), provenientes de LISBOA – no voo 257 dos TAP, de 01AGO67 – os seguintes indivíduos:


SURMA – Taddée

- de nacionalidade francesa

- natural de GRODMO/POLÓNIA

- nascido a 02MAI26

e

GRIMAUD – Claud Gerald


- de nacionalidade francesa

- natural de SETIF/ARGÉLIA

- nascido a 05MAI33”.


Os instrutores franceses, descreve o relatório emanado da delegação de Angola da PIDE, “formam dispensados pelos serviços de MAURICHAUD BEAUPRÉ -o chefe dos serviços secretos controlados pelo primeiro-ministro gaulês- (…)por um período de três meses”.

Nos comentários finais do relatório, o responsável da polícia política portuguesa fica encantado com os instrutores franceses, sublinhando “o seu elevado grau de conhecimentos e preparação”

Sugerindo mesmo que, “no decurso ou no final da preparação” do grupo congolês, tais instrutores treinem “os elementos deste Serviço” (…)”em algumas matérias” que os franceses “se encontram qualificados para ministrar”.

De mensagens trocadas entre a sede da PIDE em Lisboa e a sua delegação em Luanda, verifica-se que houve outros agentes franceses no terreno, tais como “Maurice Mbaigoto”, que utilizou um “passaporte de República do Tchad” e era apresentado como “amigo” de Beaupré.

Um relatório policial datado de 7 de Fevereiro de 1968 assinalava ainda a presença de “Michel Winter e Claude Grimaud – instrutores franceses do *campo – Songo* “, que se tinham retirado “para a Europa em 23DEZ67”, com a promessa de regressarem em Janeiro, mas que até à data do documento ainda não o tinha feito.

O mesmo relatório referencia a presença do “francês Gildas Lebeurier”, que, pelo teor da informação, deveria ser alto quadro dos serviços secretos, pois transmitia à parte portuguesa que o “presidente da COSTA DO MARFIM, HAMPHOUET BOIGNY” prometera “aos Serviços Especiais Franceses” uma quantidade elevada de armamento, destinado “a ser enviado para Angola com vista a ser utilizado na fase operacional da OPERAÇÃO CAMPING”.

A operação baseava-se em dados muito pouco consistentes e numa teia conspirativa quase infantil, que aliás se releva do próprio relatório. 


Nos “comentários” do autor – Os serviços de Segurança da Secção Central, logo a direcção da Pide, assinala-se: “Tem-se consciência da extensão da informação elaborada e aceita-se que um ou outro ponto sejam considerados supérfulos. Surge, porém, que tudo terá que ser previamente estudado até à exaustação, pois ficou largamente demonstrado que mesmo o responsável do movimento – OMER – não possuía mais do que um objectivo fixo. Tudo o restante era vago, quase à sorte”.

Este relatório, que foi levado ao presidente do Conselho de Ministros António Salazar e dele mereceu a aprovação, pois a operação entrou em movimento desde então, revela que a polícia política do regime está envolta numa confrangedora falta de capacidade de análise e age baseada em pressupostos irreais e subjectivos sobre a implantação no terreno dos oposicionistas congoleses.

A direcção da PIDE confessa-o no entanto, sublinhando as fraquezas evidentes como atrás ficou referenciado, mas mesmo assim não se coíbe de aconselhar o topo da hierarquia do Estado a entrar numa aventura: “não restam dúvidas de que estamos em face duma operação possível e viável, em que é manifesto o interesse do apoio a conceder-lhe”.

No Memorando, já assinalado, emitido um mês depois do relatório – 26/7/67 -, que a estrutura dirigente da PIDE fez questão de “não (fazer) seguir” para as entidades competentes, escreve-se que o treino em Angola partiu de um pedido de Bernard Kolelas, pedido este que foi “apoiado em promessas, de que seriam enviados instrutores que se juntariam a estes homens”.

Mas no ponto seguinte, alerta-se: “até à presente data, não chegaram quaisquer elementos a Angola com esse fim e a situação do referido grupo (o inicial) começa a deteriorar-se”.

Neste Memorando, a direcção da PIDE ainda coloca reservas à operação: “Conviria saber-se o que se pode esperar da acção já iniciada, pois o próprio Kolelas manifesta desorientação”.

Um relatório da delegação de Luanda, com o rótulo de “Muito Secreto”, com data de 9 de Agosto de 1967, explana uma fase de treino, com instrutores franceses, com a presença apenas de “os primeiros 17 elementos do grupo a constituir com vista à sua eventual instalação naquele local” (arredores de Carmona). Dos restantes que deveria formar uma unidade de 50 não há rasto.

Nesse relatório, o responsável da PIDE refere o seguinte: “Raphael Yengo, que regressara do CONGO-KIN, esclareceu em relação aos restantes elementos do grupo que:

1-Partiria brevemente (07AGO67) para KINSHASA, a fim de *canalizar* os restantes 33 estagiários;


2-Estaria de regresso pelo dia 13AGO67 com o primeiro grupo de cerca de 10 elementos;


3-Julga, em princípio, que no decurso do mês de Agosto o *grupo 50* estará totalmente preenchido”.





Uma “informação” com o carimbo de “muito secreto”, emitida de Luanda, com data de 22 de Junho de 1967, com a rubrica do inspector Ernesto Lopes Ramos, um responsável da PIDE, que esteve ligado ao “complot” que levou ao assassínio do general Humberto Delgado, e que certamente deve ter sido “recuado” para Angola, tal como o subinspector Casimiro Monteiro –o autor material da morte daquele oficial-general, candidato oposicionista ás eleições presidenciais de 1958, o foi para Moçambique, dá uma imagem degradante dos oposicionistas congoleses instalados em Angola.

“Notícias provenientes de Carmona, com data de 21JUN67, dão indicação da deterioração do ambiente disciplinar dos primeiros 17 elementos do *grupo-50* já instalado, solicitando instruções no sentido de poder regressar a harmonia ao conjunto em que os problemas surgidos já haviam posto, inclusive uma tentativa de substituição do *chefe* - DIAFRANCO”.

Nos princípios de Fevereiro, já a PIDE tinha a noção que a França tinha ruído a corda.

“Informações sobre a situação política no Congo-Brazza levam a crer que – talvez a curto prazo – se assiste a uma mudança de atitude de MASSAMBA DÉBAT na sua política externa para com a FRANÇA.

Efectivamente a recente visita de IVON 

BOURGES, secretário de Estado encarregado da cooperação no MNE francês ao Congo pressupõe a existência duma nova aproximação PARIS-BRAZZA”, refere um relatório “SECRETO” da delegação de Angola daquela polícia, assinado pelo seu responsável máximo.

Acrescentava então que “os serviços de Maurichaud”, no caso de se concretizar tal aproximação, que era real, irão “encarar sob novo ângulo a Operação Camping, senão mesmo a considerá-la inoportuna, ultrapassada ou já desnecessária”.

E com um pormenor: “Auscultado recentemente sobre a situação no país vis-a-vis da França, SAMBA OMER deixou transparecer que ele próprio começava a admitir que os Serviços Franceses se haveriam alheado do seu problema”.

Todavia, nesse mesmo relatório, o seu autor reconhece o papel de intermediário de Portugal, de certo modo submisso à estratégia de Paris na questão da operação CAMPING.


“Torna-se de extrema importância e urgência – recomenda o subdirector da PIDE em Luanda – determinar claramente a posição dos Serviços Francesas e perante as deficiências apontadas – recrutamento, informação, etc – decidir a continuação ou abandono do assunto”.

Questiona no entanto se, os franceses “se alhearem efectivamente do assunto”, se deveria “com os elementos existentes” … “autorizar golpe proposto por Samba Omer para princípios de Março (de 1968)”.

Não há registo, em arquivo, da resposta de Lisboa às interrogações.

Um documento com o carimbo de “secreto” de um mês depois – 7 de Março de 1968 – do subdirector da PIDE em Luanda (São José Lopes), assinala-se que a operação está a custar, em assuntos correntes, ao erário público valores elevados, perto de 600 mil escudos, além de um financiamento para Samba Omer da ordem dos 400 mil escudos, com a confissão de são necessárias as definições de “atitudes a tomar em relação” ao eventual golpe de Estado.

E isto, segundo o responsável policial, porque a operação, “que começa a constituir mais do que um encargo, já (é) um problema”.

São José Lopes assinala mesmo que tinha sido criada uma “situação embaraçosa” com “a falta de notícias dos Serviços franceses” que, pura e simplesmente, deixaram de dar cavaco às autoridades portuguesas.

Depois desta data, não foi possível apurar a existência de outros documentos e relatórios da PIDE sobre esta operação.

Uma coisa é certa nesse ano de 1968: o Presidente Massamba-Débat, que assumira o poder em Agosto de 1963, ao depor o regime do fundador do Estado abade Fulbert Youlou, é afastado por uma golpe militar de esquerda, dirigida por jovens oficiais, de onde emergiu o capitão Marien Ngouabi.

Este, em 1969, é eleito Presidente da República.

Funda um novo partido – o Partido Congolês do Trabalho (PCT), que se torna o dirigente político único do Estado, baseado na teoria, emanada e engendrada na antiga União Soviética, de José Stáline, que se vulgarizou com o nome marxismo-leninismo.

O país passou a chamar-se República Popular do Congo.

Marien Ngouabi, que deu um apoio logístico constante ao principal movimento guerrilheiro anti-colonial angolano, o MPLA, esteve no poder ate 1977, altura em que um golpe de Estado liderado por um seu antigo camaradas de armas, o coronel Joachim Yhombi-Opango, o afastou e assassinou.

Nessa altura, já a vizinha Angola estava independente e, nesta altura, começava a intervir nos assuntos internos da região.