quinta-feira, 19 de agosto de 2010

SALAZAR NA HISTÓRIA, DE RUI RAMOS



Os tenentes de 1926 e seguidores fiéis de Salazar os mais implacáveis dissidentes






Um historiador Rui Ramos, com grande aceitação nos chamados grandes meios de comunicação social, explanou no suplemento “Atual” (a nova grafia do português para Actual) do jornal Expresso do passado dia 24 de Julho, um extenso artigo intitulado “Salazar na História”, que pretendeu ser a sua resposta a uma sua pergunta: “Já o podemos arrumar na História? E como?”.
Recorda-se, nesse texto, os 40 anos da morte do antigo Presidente do Conselho de Ministros e o criador do "estado Novo".

O autor responde, em traços largos: “as ideias de Salazar” deixaram de ser reivindicadas, o regime (salazarista) que montou “foi derrubado como um cenário de papelão”. E, com frases gradiloquentes, tais como “Falamos dele, mas é isso : falamos”, para fazer a sua tirada de mestre: “Valem-lhe os antifascistas para o conservar ameaçadoramente “vivo”.

Ora, como na passagem do 40º aniversário da morte de um senhor, que – o autor assim o torna híspido – pois, na sua visão, não é reivindicado, logo sem qualquer desempenho a nível de “ideias”, o ilustre historiador dignou-se, no entanto, desempenhar um papel, aparentemente, maçador, de improvisar um texto, aliás longo, quatro grandes páginas, para “falar” de um morto, que já só faz parte – dixit - de “um cenário de papelão”.
Se esse foi o seu objectivo – ou o seu efeito -, então perdeu tempo a confabular uma prosa que lhe roubou muitas horas, para produzir uma tese – a confissão é do próprio - sem qualquer sentido.
Porque intitular, então, o texto com um pomposo “Salazar na História”, se a personagem, na escrita do historiador, pouco relevo político e social deixou ?.
Rui Ramos não escreveu para “desfazer” a política de Salazar, fê-lo para, entre algumas invectivas, por vezes, duras contra o antigo Presidente do Conselho de Ministros do Antigo Regime, apresentá-lo com apreciação, e isto sem qualquer base confirmativa: “o problema está em que, se quisermos ser exatos, teremos de admitir que foi precisamente com Salazar que Portugal começou a ser menos pobre, menos analfabeto e mais europeu”.
E, com ar mais assertivo, embora também sem qualquer base documental: “É verdade que mesmo alguns salazaristas se mostraram impacientes com a sua obsessão financeira. No entanto, os seus orçamentos equilibrados e inflação baixa, se adiaram gratificações, pouparam os portugueses às crises fiscais e da balança de pagamentos que, antes dele e depois dele, destruíram riqueza e frustraram expectativas. A partir da década de 50 e até 1974, Portugal conheceu as taxas de crescimento mais altas da sua história”.

Quer queira, quer não, apesar das críticas aos aspectos repressivos “institucionais” do regime, o autor está a fazer é o elogio do “ditador” e a engrandecê-lo, em vez de o “arrumar” na História.
Como se poderia esboroar um poder “em cenário de papelão”, se ele, Salazar, na douta magistratura de Ramos, um historiador altamente classificado do nosso tempo, foi um “mágico” no desenvolvimento do Estado.
Estado este que deduzo, na minha banal ignorância, que seja capitalista, mas que não percebo, realmente, na interpretação do autor onde se situa esse poder estatal tão étereo (na minha visão de História, os Estados têm uma opção económica, social e política, ou seja, pertencem a uma dominação de classe) - que conseguiu diminuir a pobreza, o analfabetismo e, inclusive, se virou para a Europa.

Ora, o que é preciso esclarecer – em termos de História, e não em linguagem guinaldeira de analista de ocasião – é como um personagem vulgar, manhoso, pérfido, sinistro, se imiscuiu no aparelho de Estado e se transformou numa espécie de “D.Sebastião”, um desejado apresentado modelo de rectitude, comedido, honesto, trabalhador, realista, disciplinado, e um sincero estadista que amava o seu país e que “não se parecia com ninguém na classe política”, Ramos dixit.
Ora, isso Rui Ramos não o faz. Chama-lhe ditador, mas minimiza todo o papel nefasto que teve durante 40 anos na vida real das pessoas, engrandece-o, dando loas a uma obra que nunca concretiza com dados reais. (Interessante comparar a Carta Aberta a Salazar, de Henrique Galvão, agora reeditada, já que foi um militar de 1926, e um seguidor muito próximo do antigo chefe do governo).

Ora, do meu ponto de vista, para analisar e enquadrar o papel de Salazar tem de se estudar a luta social e política que veio a permitir que aquele se transformasse em modelo incensado para todos os que pretendem o “restabelecimento da ordem”, as limitações das liberdades políticas, o reino sem freio dos detentores do Capital.

Foi, justamente, a luta, social, económica e política que permitiu engendrar todo um clima que atirou com uma tal personagem para o estatuto de modelo e herói.

Quando Rui Ramos sustenta (p. 11) que “Salazar foi o primeiro chefe do governo, desde 1834, que não era liberal ou republicano”, ele está a emitir, precisamente, uma frase que é oca, e que se revisitasse umas das razões imediatas mais próximas para o acirramento da lutas políticas e sociais no final da Monarquia veria que esteve ligada, na realidade, à presença de um “conservador de tipo reaccionário”, e monárquico, chamado João Franco, que foi um exemplar em similitude política ao de Salazar.

Sucederam-lhe já em plena I República, “protótipos”, melhor dizendo, projectos de poder prenunciadores do que veio a dar a Ditadura Militar, com a “estabilização” do modelo, anos depois, com a implantação do Estado Novo: a ditadura de Pimenta de Castro; o governo do chamado Rei-Presidente Sidónio País e mesmo o governo mais prolongado no tempo de Afonso Costa, entre outras tentativas.

Ora, estes projectos tinham uma matriz idêntica, que se veio a solidificar com António de Oliveira Salazar: moldar o Estado aos ditames do poder económico dominante, subalternizar, suspender ou ilegalizar os partidos, destroçar as classes assalariadas, e em particular, o operariado, que ganhavam terreno nas suas reivindicações e na constância das suas lutas, e se tornavam um fantasma ameaçador para o poder burguês saído do movimento revolucionário que implantou a República.

Do golpe de Estado militar de 1926 ao golpe de Estado de Salazar em 1932/33, é o período do desmantelamento da última fracção republicana, que se acolitava por detrás de velhos militares maçónicos, que, pensando assegurar o regime da I República, utilizando uma política de “mão de ferro” sobre a “desordem” das ruas, tiveram de ceder a um astuto e cobarde professor de Economia o governo prático do Estado, que se utilizou as baionetas da segunda fila da oficialagem para impor um “Estado Novo”.
Ora, este período é, precisamente, percorrido por uma luta política fraticida, intensa e desastrosa no seio do velho republicanismo, em que alguns dos mais “veneráveis” se tornam cúmplices da ascensão do homem que veio de Santa Comba e, que adquiriu e formou uma reputação de honestidade, coragem e sentido de Estado, que nunca correspondeu a uma verdade, e que para fazer uma análise mais profunda, na economia, na política, na sociedade, teria de ser escrita uma obra livresca, que não se coaduna com este blog.

O que eu queria afirmar é que não são os anti-fascistas que o mantêm vivo, mas sim os propósitos de seguidores dentro do actual regime político, que procuram “ressuscitar” o “modelo político” que Salazar implantou: supressão (ou em versão mais soft, suspensão) do parlamentarismo, restrições dos direitos políticos, sindicais e sociais, reforço do presidencialismo ou formação de um “governo forte”, que destroce a capacidade operativa dos partidos ditos mais radicais nas suas propostas de criação de um novo modelo económico social, limitação e, mesmo impedimento, das organizações associativas sindicais, de modo a ilegalizar, se possível, o próprio direito à greve.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

COLÔMBIA: TC CONTRARIA POLÍTICA NORTE-AMERICANA
















EUA reactiva 4ª esquadra para a América do Sul e Uribe cede bases, sem consultar Parlamento






Afinal o antigo Chefe de Estado da Colômbia Álvaro Uribe agiu contra a Constituição do país, ao celebrar um acordo com a Administração norte-americana para a cedência de sete bases militares às Forças castrenses de Washington.

Quem o diz taxativamente é o Tribunal Constitucional da Colómbia, que foi escolhido, curiosamente, ainda no tempo de Uribe.

O Tribunal sustenta que terá de ser o Congresso dos Deputados a discutir e a votar, transformando tal acordo num Tratado Internacional, conforme determinam os preceitos constitucionais.

De certo e em certo sentido, o TC, ao tomar tal posição, está a consignar que Álvaro Uribe deu cobertura a uma "ocupação ou presença militar estrangeira", facto este que somente o parlamento pode decidir.

No fundo, o cerne da questão que veio a causar polémica com outros Estados sul-americanos, incluindo a Venezuela e o Brasil e levou à criação da UNASUL (organização militar sul-americana) ficou agora provado, embora envolto numa linguagem judicial-constitucional.

O polémico acordo, celebrado no ano passado, levou à deterioração das relações entre a Colômbia e a Venezuela, que se opõe à presença militar norte-americana na região e
a uma mudança drástica na política de segurança nacional do Brasil, que Lula da Silva, impulsionou, ao dotar as suas Forças Armadas de uma maior capacidade de combate para obstar a uma eventual maior presença norte-americana na região, embora essa mudança não tivesse a polémica pública que opôs Caracas aos Estados Unidos e a Bogotá.

“O acordo é um instrumento que implica novas obrigações para o Estado colombiano e um prolongamento de obrigações anteriores, por isso deve ser transformado em tratado internacional, depois de aprovado pelo Congresso”, disse o presidente do OC, Maurício Gonzalez, ao anunciar a decisão, que foi aprovada por seis votos a favor e três contra.

Desta forma, a autorização de acesso às bases colombianas deixa de estar em vigor até que seja aprovada pelo Congresso. E, se der entrada naquele, terá de ser discutida abertamente, vindo, naturalmente, a conhecer-se as claúsulas encobertas que o acordo assinado por Uribe comporta. Até em dinheiro e rotas de contrabando de droga.

O Governo liderado pelo Presidente Juan Manuel Santos, que este mês sucedeu a Uribe, disse “respeitar” a decisão do tribunal, mas o ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, sublinhou “a importância da cooperação com os Estados Unidos” em áreas como o combate ao narcotráfico e à guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Após a assinatura do acordo, a 30 de Outubro do ano passado, a Venezuela cortou relações diplomáticas com a Colômbia.

A crise entre os dois países agudizou-se ainda mais quando as autoridades de Bogotá acusaram Caracas, junto da Organização de Estados Americanos, de acolher guerrilheiros das FARC em território venezuelano.

Mas, quer Chavez (Venezuela), quer Lula (BRasil), que Cristina Kircher (Argentina) afastaram a OEA, onde Washington tem peso, da resolução do diferendo colombiano-venezuelana e fizeram-no no âmbito da UNASUL. Sem qualquer interferência dos EUA.

Os dois países acabaram, no entanto, por restabelecer relações diplomáticas no passado dia 10, após um encontro entre o Presidente da Venezuela Hugo Chávez e o homólogo colombiano.

domingo, 15 de agosto de 2010

GUERRA AO TERRORISMO: SOB O SIGNO DE CRIMES DE GUERRA E DA CORRUPÇÃO












Compram-se para a luta contra o terrorismo, mas o dinheiro é desviado para as contas pessoais. São todos impolutos...






Vamos aos factos confirmados dos dois lados:

Treze pessoas morreram e muitas outras ficaram feridas no noroeste do Paquistão, depois de um ataque com mísseis teleguiados, lançados de um avião não tripulado norte-americano

O ataque aconteceu no final da noite deste sábado em uma pequena localidade da área de Mir Ali, na conflituosa região tribal do Waziristão do Norte, segundo testemunhas locais, fontes dos serviços secretos e também com divulgação pelas redes de televisão da região "Dawn Tv" e "Express".

De acordo com estas informações, pelo menos dois mísseis caíram contra uma casa, onde se reuniam notáveis locais. Uns dizem que eram rebeldes, outros que eram naturais, onde podiam estar também rebeldes e outras fontes, provenientes das forças estacionadas no Afeganistão, garantem a pés juntos que eram todos rebeldes.

Dois operacionais dos Serviços Secretos do Paquistão, que não se identificaram, garantem que os mísseis eram norte-americanos e atingiram uma ou várias cadas do lugarejo de Issori, mas não confirmam que os atingidos fossem rebeldes. Duvidam mesmo que tudo eles o fossem.

Concentremo-nos agora na corrupção fomentada pelo Ocidente. Que, assim que é descoberta, atiram com o ónus da prova para o outro lado.

A notícia em citações:

"Mais de 400 milhões de dólares em ajuda enviados ao Paquistão após o terremoto que deixou 74.000 mortos em 2005 foram desviados para outras causas, denuncia o jornal britânico Daily Telegraph".

"O jornal afirma que 300 milhões de libras esterlinas (468 milhões de dólares) em ajuda nunca chegaram ao Departamento para a Reconstrução e a Reabilitação, criada após o terremoto de 7,6 graus que devastou o noroeste do Paquistão em outubro de 2005 para construir escolas, hospitais e estradas.

"Segundo "altos funcionário", citados anoninamente pelo jornal, a quantia teria sido desviada pelo presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, para outras causas.

Ou seja, o Ocidente compra os governantes do Paquistão para estarem ao seu lado "na luta contra o terrorismo", mas os biltres, quando descobertos, são os do outro lado, não os Obama ou Cameron.

Podre, Podre, Podre, este Ocidente...

sábado, 14 de agosto de 2010

IRAQUE/EUA: O QUE DIZEM OS DE DENTROS E O QUE AFIRMAM OS QUE QUEREM SAIR
















O general iarquiano e os soldados afegãos nos seus labirintos






A Administração norte-americana sustenta, com os olhos fechados, que tudo corre às mil maravilhas no Iraque.

De tal modo, que a autoridade suprema política de Washington, Barack Obama, acolitada pelos conselheiros que a cercam, jura a pés juntos que os norte-americanos vão sair do país em Agosto e que os soldados iraquianos, sem capacidade, nem ânimo, os vão substitur sem qualquer desmebramento da estrutura política fantoche, cuja argamassa é o dinheiro e os soldados dos Estados Unidos.

Mas, vejamos quando se abre os olhos, a realidade é outra. São os próprios soldados do Iraque que desmentem o "reverendo" Obama.

E não são soldados do mais baixo escalão. É o general que os EUA indicaram para comandante supremo das Forças Armadas Iraquianas.

Eis, o relato de imprensa internacional.

"O comandante das Forças Armadas iraquianas afirmou, quinta-feira, que o Exército do Iraque não está preparado para ocupar o luigar das tropas norte-americanas em retirada nos finais de 2011.

"Segundo o general Babakir Zebari, o melhor para os iraquianos - e estes iraquianos são os beneficiários do actual poder de ocupação - é que os Estados Unidos mantenham os seus soldados no país por pelo menos mais dez anos".

"Neste momento, a retirada (das frentes) ainda vai bem porque os norte-americanos estão aqui", disse Zebari, em entrevista à France Presse.

"O problema será a partir de 2011. Se me fosse perguntado sobre a retirada, diria aos políticos (iraquianos) que as forças dos EUA devem permanecer até que o Exército do Iraque esteja completamente preparado, em 2020", sublinhou o general, confessando que, na prática, não existe Exército unificado iraquiano.

Então como é? Estão os EUA a ocupar o território desde 2002 e ainda não conseguiram formar um Exército no Iraque?

Actualmente, segundo os dados das forças de ocupação, as forças de segurança iraquianas contam com 400 mil policiais e 220 mil soldados. Será verdade? Ou são soldadinhos de chumbo!!!

Eis o ponto de vista, de olhos fechados, de um general norte-americano, que é muito valente, mas está mortinho por vir as costas rumo a casa, fazendo lembrar os generais portugueses de 1974, que sustentavam que tinham a guerra ganham em Angola, Moçambique e na Guiné.

Voltemos ao grande oficial-general norte-americano.

"O general norte-americano Steve Lanza afirmou que, no momento, as forças iraquianas são capazes de garantir a segurança interna. "O Iraque está rapidamente a desenvolver a capacidade para se defender de ameaças externas", disse Lanza.

O responsável militar norte-americano admitiu, porém, que ainda há muito trabalho a ser feito até o fim da missão dos EUA no país, em dezembro de 2011.

Mas, fixemo-mos nas palavras da Casas Branca. Retiramos os resquícios da imprensa.

O exército americano cumprirá o plano de finalização da missão de combate no Iraque no final do mês", declarou na quarta-feira o porta-voz da Casa Branca, no final de uma reunião entre o presidente Barack Obama e altos dirigentes encarregados da situação no país.

"Estamos cumprindo o prazo para concluir nossa missão de combate" no Iraque, declarou o porta-voz, Robert Gibbs, durante uma conferência imprensa diária.

Obama reuniu na manhã de quarta-feira com os seus conselheiros de segurança nacional, civis e militares, para discutir a situação no Iraque, a menos de três semanas da data prevista para a retirada, e quando o país ainda não tem um governo, cinco meses depois das eleições legislativas.

O exército americano, que contabiliza actualmente cerca de 64 mil homens no Iraque, deve terminar sua missão de combate no dia 31 de agosto, conforme o cronograma anunciado pelo presidente Obama logo após sua posse, no início de 2009.

Mas claro, a expressão "nossa missão de combate" não quer dizer que saiam do país, a menos que sejam postos na rua. E esta interpretação parece ser a que o general "transcreveu" na sua mensagem. Se sairem da frente do combate, vão ter de abandonar o país, possivelmente pelo Kuwait. Aliás, por onde entraram.

Ora, os 50 mil militares americanos que permanecerão no país após essa data, especialmente para formar o exército iraquiano, deverão sair até o final de 2011.

Para acabar respiguemos esta reportagem do jornal "New York Times" no Afeganistão.

A tradução é retirada da imprensa brasileira, que lhe deu destaque e antes de expor o comentário do periódico norte-americano tece as suas considerações.

"Em operação que ainda perdura ao leste de Cabul e destinada a mostrar a suposta preparação do Afeganistão na luta contra a insurgência talibã, o Exército daquele país asiático está a demonstrar que está longe de conseguir manter-se sozinho na frente de combate.

"Juntando este alerta à preocupante situação no Iraque - na sexta-feira o principal general daquele país afirmou que seu Exército não será capaz de garantir a segurança antes de 2020 -, a fraqueza das tropas afegãs levanta dúvidas sobre a autonomia millitar do país após o início da retirada das forças norte-americanas no ano que vem.

Agora cita-se o NYT.

"Num raro e longo editorial, o jornal "New York Times" pôs em questão, na sexta-feira, o possível fracasso da missão dos Estados Unidos contra os Talibãs.

"A ambiciosa operação militar teve início no dia 3 deste mês. O que deveria tornar-se numa brilhante acção - na qual soldados mostrariam a sua capacidade de liderança -, transformou-se numa situação embaraçosa.

"Membros dos Talibãs armaram uma emboscada às tropas afegãs numa região remota, e os soldados precisaram pedir auxílio às forças francesa e americana da Otan (NATO) para resgatá-los. Os combates continuam e são tão intensos que a Cruz Vermelha não conseguiu chegar à área para remover mortos e feridos.

"A supostamente extraordinária acção não foi coordenada antecipadamente com as forças da Otan, e não incluía tropas da coligação ou apoio aéreo. Os afegãos pediram ajuda após a morte de dez soldados e a captura (por parte do inimigo) de mais de 20 militares em apenas nove dias.

" Há muito a aprender aqui - disse um oficial americano, que falou ao "New York Times" sob condição de anonimato porque a operação ainda continuava em andamento.

O Exército do Afeganistão tem hoje 134 mil soldados e, na quarta-feira, o novo comandante americano - general David Petraeus - elogiou o governo afegão por atingir esta meta com três meses de antecedência.

"Mesmo assim, o Exército afegão muito poucas operações consegue efectuar por iniciativa própria, especialmente as grandes.

"A situação no país agrava-se no momento em que os EUA preparam uma estratégia para começar a retirar suas tropas do Afeganistão, prevista para o próximo ano.

"De acordo com o editorial publicado no "New York Times", há poucas oportunidades de sucesso no Afeganistão por causa da fraqueza militar do país, da corrupção em Cabul, do jogo duplo paquistanês e, finalmente, por conta do baixíssimo investimento do governo (George W.) Bush nas tropas, além da ausência de atenção à guerra mais longa da História dos Estados Unidos".

São eles que o dizem: O NYT é propriedade do lobby judeu norte-americano.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

AS REFORMAS DE MISÉRIA DOS HOMENS DO REGIME...








Os reformados dourados do regime

A notícia é recente, pois foi divulgada hoje: existem, desde Setembro do ano passado, 72 reformas, a serem recebidas por altos quadros do Estado, todas elas com valores superiores a cinco mil euros.

Segundo a imprensa, esse valor corresponde ao limite que resulta da aplicação da nova lei de Segurança Social para a fixação das reformas dos trabalhadores do sector privado.

Estou a citar a imprensa nacional, "apesar de o governo garantir que o tecto de 5030 euros introduzido para a Segurança Social já se aplica também aos beneficiários da Caixa Geral de Aposentações, o certo é que só este ano reformaram-se 51 trabalhadores com pensões acima deste patamar, oito dos quais chegam a auferir por mês mais de 6 mil euros. Em termos homólogos, nos primeiros nove meses do ano, registaram--se mais 11 casos de reformas milionárias do que em igual período de 2009, o que representa um crescimento de cerca de 23% em relação aos nove primeiros meses do ano passado".

Um aparte: Embora a reforma destes quadros seja elevada face à média, é um exagero considerar uma reforma de 5.000 euros como "milionária", comparadas com os prêmios - e só os premios - que os gestores públicos de grandes empresas recebem todos os anos.
Mas...mesmo assim, temos de por o olho nos bichos, pois eles são os apoiantes directos dos detentores do pode político e económico. Conforme assinalam os jornais de hoje, os juízes e magistrados - que depois cobrem as falcatruas dos grandes senhores - "lideram em número a lista das pensões acima de 5 mil euros".

Um jornal reporta, em levantamento que fez "junto da lista de pensionistas da CGA, desde Janeiro de 2008 até Setembro deste ano foram atribuídas mais de 140 pensões com valor superior aos 5030 euros brutos. Do total, mais de metade corresponde a aposentações de magistrados, incluindo juízes e procuradores". Ponto final.

Ora, entre rol magnifico de personalidades do regime, uma me chamou à atenção. É a pensão atribuida ao antigo Ministro da Administração no governo de Santana Lopes, que se reforma como Procurador -Geral da República, a partir de Setembro com 7.316,45, e que, certamente muitos poucos anos exerceu o cargo de magistrado, porque foi director da Polícia Judiciária, esteve no SIS, e ultimamente, era administrador do BPN, ali colocado pelo seu amigo da Beira Dias Loureiro.

Lembram-se, aqui há uns meses, uns quantos antigos ministros das Finanças, cujo primeiro titular era o antigo governador do Banco de Portugal do antigo regime Manuel Jacinto Nunes, mas incluia uma plêidade de outros ex-ministros, quase todos personagens que só fizeram asneira nos cargos, como Miguel Beleza, Ernâni Lopes, Falcão e Cunha, Eduardo Catroga, Bagão Félix e o rapaz conselheiro de Guterres Pina Moura, depois de ser um craque do CC do PCP, reuniram-se Cavaco Silva manifestaram a sua "profunda preocupação" com a situação do país.

"Viemos manifestar ao senhor Presidente da República a nossa profunda preocupação, mas também a nossa convicção que os portugueses, tal como no passado, apoiarão as medidas que se impõem face à situação actual para restabelecer a confiança na economia portuguesa, desde que essas medidas sejam apresentadas com transparência", disse, em nome do grupo de ex-governantes, o antigo ministro das Finanças Manuel Jacinto Nunes.

O que eles queriam, precisamente o que o actual PM, José Sócrates, pôs em prática cortes substanciais nos direitos dos trabalhadores para "salvar" a economia dos seus patrões.

Falaram dos seus chorudos rendimentos? Propuseram-se ir cavar batatas em Trás-os-Montes?

Claro que não.
Todos eles, além das reformas do Estado (reitero do Estado, que eles querem "encolher"), continuam a sacar rendimentos elevados como membros de conselhos de administração de que eram os representantes quando ocupavam cargos governamentais.

Eduardo Catroga "rouba" 9693 Euros de reforma ao Estado.

Por seu turno, Luís Filpe Pereira saca 6193 Euros e Campos Cunha, que foi, apenas uns anos, vice-governador do BP, empocha 8.000 euros.
Alfredo de Sousa tem uma reforma de 5663 Euros

Já agora para que fiquem conhecidos eis ALGUNS DOS REFORMADOS DO BANCO CENTRAL:

Nome: Tavares Moreira - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18cInício da reforma: 1 de Junho de 1999 – negociada. Valor da reforma: 3062 euros;

Nome: Miguel Beleza - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18cInício da reforma: 1 de Novembro de 1995 – negociadaValor da reforma: 3062 euros;

Nome: Cavaco Silva - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18bInício da reforma: 15 de Julho de 2004 – por limite de idade Valor da reforma: 2679 euros;

Nome: Octávio Teixeira - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18aInício da reforma: 1 de Dezembro de 2001 – negociadaValor da reforma: 2385 euros:

Nome: Ernâni Lopes - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18Início da reforma: 1 de Setembro de 1989 – negociada Valor da reforma: 2115 euros:

Nome: Rui Vilar . Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18bInício da reforma: [n.d.] Ocupa o cargo de presidente do Conselho de Auditoria Valor da reforma: N.D.

Nome: António de Sousa - Cargo que ocupava: Administrador de nível IInício da reforma: 23 de Fevereiro de 2000 – Regime dos Membros do Cons. Adm.Valor da reforma: N.D.

Metamos aqui uma atalho: embora a personagem não provenha do BP, recebe da função. Estamos a referirmos a Alberto João Jardim. Está a receber uma pensão como funcionário público de 4.124,07 euros, que nunca exerceu na realidade, e continua na vida activa a receber um ordenado chorudo como Presidente do executivo madeirense.

O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com reformas mensais superiores a quatro mil euros disparou para 3454 em 2006, um crescimento de 12,3 por cento face aos 3076 indivíduos já existentes em 2005.

Com este aumento a Administração Pública tinha, segundo o relatório anual da CGA, em 31 de Dezembro do ano passado, 378 novas ‘pensões douradas’, a uma média de um novo ‘reformado milionário’ por dia.

O universo destes pensionistas abrange, no essencial, políticos, magistrados, administradores hospitalares, professores catedráticos, diplomatas e militares.

O relatório da CGA de 2006, citado na imprensa, revela que as pensões de valor superior a quatro mil euros têm um peso cada vez maior nos gastos com as reformas dos beneficiários: em 2006, numa despesa total de 6,1 mil milhões de euros com as reformas de 393 663 pensionistas, os custos com as 3454 ‘pensões douradas’ oscilaram entre um mínimo de 13,8 milhões e um máximo de cerca de 19,6 milhões de euros.

Ora, esta tendência está a aumentar.

domingo, 8 de agosto de 2010

EUA e UE VÃO TER MAIS CONFRONTOS NA ECONOMIA







A guerra especulativa entre UE e EUA vai intensificar-se

Os Estados Unidos da América continuam a ter uma forte economia, talvez a maior do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB), aparentemente, pujante, isto para o ano de 2009.

Todavia, é evidente que a recente crise financeira, que se globalizou, impôs - melhor dizendo - vai impondo aos Estados Unidos uma espécie de subversão que está a fazer vir do de cima debilidades evidentes em todo o sistema económico do país.

O sector laboral norte-americano era, há cerca de 10 anos, um campo de atracção para milhões de imigrantes, de todos os lados, que lhe deram, com baixos salários, uma das maiores taxas de rendimento na apropriação de mais valia.

A aspiração a um posto de trabalho nos EUA levou a que milhares de pessoas arriscassem a vida, apesar de imperar o maior sistema repressivo fascista à livre circulação de pessoas, que, no entanto, entravam, clandestinamente, na mesma, sob a protecção e corrupção das próprias autoridades norte-americanas que usavam o seu mercado de trabalho - o continuam a usar - como um imneso campo de tráfego negreiro.

Hoje, esses imigrantes, aqueles que se integraram, estão a ser uma das forças de subversão de toda a sociedade norte-americana. Qualquer organização estatal, nacional ou local, ou mesmo a simples eleição de um "xerife" (autoridade político-policial de uma vila ou condado) depende do voto "imigrante", imigrante este que, já nem sequer deseja falar inglês.

Fizemos esta pequena deambulação para quê?:

Para referir, que os EUA já não são os primeiros nos relatórios oficiais sobre a Competividade Global.

Significa isto que a crise financeira veio mostrar que ela está assente numa crise económica produtiva. Ou seja, o sistema financeiro especulativo recria-se e reassume-se na não produção, na corrupção, nas fraudes mais elaboradas e descaradas, no enriquecimento ilícito, nas traficâncias mais absurdas, que foram colocando nos lugares de topo do aparelho político e económico elementos completamente desclassficados que estão a dominar o poder central da grande burguesia norte-americana.

E quando sucedeu isto, com maior evidência: a partir da ascenção à Presidência d República de John Kennedy.

Com os Kenedys, e por isso levaram certamente o Presidente à morte, a máfia e os arrivistas financeiros, que se vieram a organizar em torno dos lobbies judeus, começou a surgir uma "fauna negocial do sistema especulativo" que se imiscuiu em todo o aparelho de Estado, com especial relevância para a bolsa e o sistema bancário, obras monumentais de entretimento e lazer, do impressionante complexo industrial-militar, companhias ficticias de import-export, rotações monumentais de capitais em aplicação em produção fora do país, visando o lucro mais fácil, mais fraudulento e mais barato.

A dívida pública dos EUA é, nos dias de hoje, a de maiores dimensões do mundo. Dizem os especialitas, reportando-se a finais de 2009, que já deve ultrapssar os 12 biliões de dólares, e estará a incrementar-se a uma taxa aproximada de 3,83 mil milhões de dólares por dia.

O que quer isto dizer? Que a governação dos EUA não pode colocar a produção nacional em movimento, minimamente harmonioso, sem conseguir restabelecer uma margem segura de equilíbrio entre o que é receita e o que despesa do Estado.

A actual Administração tem procurado impor leis que, em teoria, visam limitar a actividade dos maiores bancos, impedindo de fomentar lucros especulativos em aplicação desenfreada em capitais de risco.

Essa lei, negociada com Wall Street e os principais bancos, alguns dos quais foram os motores da actual crises financeira, está em vigor. Os bancos não tem nada a opor desde que não mexam "na organização" das suas operações.

O exemplo descarado: O JP Morgan e o Goldman Sachs, que estiveram no centro da crise, que receberam milhares de milhões do dinheiro dos contribuintes, via Administração Obama, para "os salvar", estão neste momento mais poderosos, praticando exacatamente o mesmo sistema de especulação.

O capital especulativo está preocupado com essas "limitações". Claro que não.

Kenneth Feinberg, o responsável governamental pelos pagamentos do Programa de Alívio para Ativos Problemáticos do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (Tarp), anunciou, no final de Julho passado, que 17 grandes instituições financeiras norte-americanas fizeram pagamentos "mal recomendados" de 1,6 mil milhões de dólares em salários e prémios para executivos de topo entre o final de 2009 e o começo de 2010, no auge da crise financeira.

Feinberg não chegou a declarar que qualquer das empresas violou o interesse púbico (a censura mais forte que a lei permite que ele fizesse). As empresas citadas são Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Citigroup, American Express, AIG, Bank of America, Boston Private Financial Holdings, Capital One Financial, CIT Group, M&T Bank, Regions Financial Corp., SunTrust Banks, Bank of New York Mellon, Morgan Stanley, PNC Financial Services Group, US Bancorp e Wells Fargo.

O rapaz governamental criticou a "falta de motivo razoável" para os pagamentos, mas disse que não vai buscar uma restituição, argumentando que isso poderia levar a "acções judiciais privadas e a mais investigações do Congresso". O que, certamete, digo-o eu, iria saber-se ainda mais das falcatruas!

Mas, o que está por trás deste crescente endividamento público, que interessa aos arrivistas financeiros no poder, é que o seu pagamento irá ser feito pelas classes assalariadas e com mais privações. Se não houver um movimento em sentido contrário.

Porque o desemprego está a aumentar.

A notícia é do passado dia 6: A administração pública norte-americana colocou mais 131 mil pessoas no desemprego em Julho (e estes empregos já eram precários) e a entrada de pessoas para o sector privado está sendo mui insuficiente, segundo o Ministro do Trabalho norte-americano (Departamento de Trabalho).
O sector privado criou apenas 71 mil vagas de trabalho e o sector público demitiu 202 mil pessoas, 143 mil que haviam sido contratadas para efectuar o Recenseamento de 2010.

Segundo o Departamento do Trabalho, em Junho, já tinha havido 221 mil desempregados em junho, acima do cálculo anterior de corte de 125 mil. Apenas 31 mil empregos foram criados pelo sector privado em Junho.

O relatório sobre o mercado de trabalho dos EUA mostrou, ainda, que 45% dos desempregados, ou 6,6 milhões de pessoas, estavam sem trabalho há mais de seis meses até Julho. Quanto mais tempo sem trabalho, maior a dificuldade para recolocação, uma vez que os empregadores resistem a contratar pessoas que passam longos períodos sem trabalhar.

Convém referir esta situação: o número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego subiu 19 mil, para 479 mil, após ajustes sazonais, na semana até 31 de julho, informou hoje o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.

O total de novos pedidos é o mais elevado desde Abril. Os economistas esperavam queda de 2 mil pedidos. O número da semana anterior foi revisado em alta para 460 mil, dos 457 mil informados anteriormente.

Um facto continua imparável desde que a crise começou: a venda de casas voltaram a cair em Junho passado. O o término do subsídio do governo acabou, o que significa que o mercado irá piorar.

Naquele mês, foi registada uma queda de 18,6%, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o índice da Associação Nacional dos Correctores Imobiliários (NAR, na sigla em inglês).

Face a Maio, as vendas pendentes de residências usadas caiu 2,6%, para 75,7 em junho.

Também em junho, as encomendas à indústria dos EUA caíram 1,2%, para 406,41 mil milhões de dólares, informou o Departamento de Comércio. O declínio, o segundo consecutivo, foi superior ao estimado por analistas consultados pela Dow Jones, de 0,5%.

Excluindo o sector de transportes, as encomendas encolheram 1,1% em Junho. Em Maio, a queda ficara em 1,8%, em dado revisado. Excluindo o sector de transportes, a queda foi de 1,2%.

A realidade para o país ainda é mais negra: Em finais de Julho, os EUA reconhecem que recessão foi mais profunda. O que levou também a uma revisão em baixa da projecções do PIB.

A questão que se vai colocar, com veemência, nos próximos tempos é que o euro está em fase de recuperação face ao dólar e a própria produção industrial europeia parece ter melhor encaminhamento que os EUA. Aí teremos especulações desenfredadas, novamente, sobre a moeda europeia, sem uma política comum para enfrentar esse ataque.

Os assalariados europeus são a peça essencial na resposta às novas restrições que os governamentaes da UE vão querer impor.











sexta-feira, 6 de agosto de 2010

HIROSHIMA E NAGAZÀKI MORAM AQUI AO LADO































Há 65 anos, a Força Aérea dos Estados Unidos da América lançou, propositadamente, sobre a cidade japonesa de Hiroshima uma bomba atómica, a primeira no Mundo, matando de imediato mais de 80 mil pessoas.
Foi justificada com um argumento hoje balofo de que tal atocidade iria fazer com que o Japão assinasse de imediato a capitulação, salvando, deste modo, milhares de vidas de soldados norte-americanos.
O argumento é balofo, porque as autoridades norte-americanas sabiam que o Japão nazi imperial estava em colapso e pronto para a capitulação. Hoje, sabe-se que os EUA quiseram fazer uma prova de força contra a antiga União Soviética, que pretendia obter compensações territoriais e financeiras no Extremo-Oriente.
Perante a viragem estratégica das autoridades do Kremlin para Oriente, sob os auspícios de Joseph Stálin, cuja "repartição mundial" não ficara completamente esclarecida em Ialta, na reunião dos "três grandes", o governo de Washington, liderado pelos "falcões" democratas, que estavam a insinuar-se na governação norte-ameriicana com a ascensão à Chefia de Estado do vice-Presidente Truman, que substituira Roosevelt, após a sua morte repentina, os seus conselheiros decidiram levantar a parada e fazer um "ensaio" mais completo, lançando, a 9 de Agosto, uma nova bomba atómica sobre Nagazáki.

As estimativas do número total de mortos variam entre 140 mil e 220 mil, sendo algumas delas são consideravelmente mais elevadas já que contabilizam as mortes posteriores devido à exposição à radiação. Mais de 90% dos mortos eram civis.
O Japão rendeu-se a 15 de Agosto de 1945, e os EUA fizeram um aparatoso acto de assinatura oficial a 2 de Setembro na baía de Tóquio.
Curiosamente, deixaram no poder o imperador e o seu séquito, com toda a armadura ideológica, que manteve o Japão até hoje perfeitamente enquadrado na órbitra norte-americana.
Hiroshina e Nagazaki, hoje, devem recordar-nos que há dias a mesma potência que lançou as bombas sobre o Japão organizou, deliberamente, manobras aero-navais, com armas nucleares, junto à penísnsula da Coreia, em clara ameaça de lançamento de novas bombas sobre um outro país, a Coreia do Norte, que ciosa da sua independência também tem bombas atómicas, mas que a potência que as usa não quer que os outros tenham acesso a elas.
Não muito longe, no Grande Médio-Oriente, fazem-se ameaças, com bombas nucleares, sobre países independentes que pretendem criar as suas próprias bombas, mas que os usários das milhares que já as têm não querem largar mão do seu poderio.




IRAQUE/EUA: SAÍMOS NO PAPEL...MAS FICAMOS NA MESMA






O
Obama quer meter pelos olhos da opinião pública que soldados desarmados iraquianos irão substituir os norte-americanos.
O Presidente dos Estados Unidos da América é um mulato artista, quer servir os "brancos" e os "pretos" ao mesmo tempo, conjugando tudo isto com a sua real fraqueza na condução da guerra.

Obama, um retórico, que faz lembrar o nazi o ministro da propaganda hitleriano Joseph Goebbels, que afirmava, ao mesmo tempo, convictamente o verdadeiro e o seu contrário, garante que o Iraque está consolidado, por isso,... as tropas norte-americanas vão sair do país.

Mas como?
Vão sair para...ficar. Ponto final.
A saida é só no papel.
Propagandeia Obama, em nome do lobby judeu norte-americano: 50 mil militares que permanecerão no país depois dessa data e dedicar-se-ão apenas ao apoio e ao treino das forças de segurança iraquianas.

Isto é tão rídiculo que nem merecia um comentário: para treinar tropas bastam meia dúzia de homens. Para ocupar terreno, isso sim, necessitam-se de 50 mil, ou upa, upa, digo eu.

O Exército norte-americano é o único Exército regular que existe no terreno. As tropas fiéis a um governo iraquiano, que nem sequer existe, não servem para nada. SÃO APENAS FANTOCHES, quiçá, mercenários norte-americanos disfarçados.

O que está em causa é que o Exército norte-americano, que invadiu, incendiou e ocupou o Iraque, está a engendrar a retirada. Perdeu. Esta é a realidade. E agora quer salvar a face.

Como?
Mistificando os contribuintes e soldados norte-americanos que vão sair...mas, na realidade, ficam, pois caso contrário, o sistema fantoche de governo iraquiano desfazia-se de um dia para o outro.
O Exército norte-americano vai continuar a actuar, agora com uma força actuante de "proteccção", protecção esta que lhe será dada por meia dúzia de mercenários iraquianos (surrealismo, não é?) que surgirão à frente dos tanques norte-americanos, e com o apoio das unidades aéreas de Washington.

Vamos fazer bluff, sentenciaram os estrategas de Obama: dizemos que saimos, mas não saimos. Tudo hipocrisia.

Eis a notícia explicativa vinda da própria imprensa norte-americana:

"Fui claro quanto ao facto de até ao final do mês de Agosto de 2010 ser terminada a missão de combate norte-americana no Iraque. E é exactamente o que fazemos, como prometido e de acordo com as previsões", disse o Presidente, num congresso de veteranos norte-americanos em Atlanta, no estado da Jórgia.

"Manteremos no Iraque uma força de transição (sic) até à retirada de todos os nossos soldados no final do próximo ano", acrescentou o líder democrata que foi eleito a 4 de Novembro de 2008. Quando Obama assumiu funções, a 20 de Janeiro do ano passado, estavam no Iraque cerca de 144 mil soldados norte-americanos.

Esta notícia surge numa altura em que se verifica um recrudescimento da violência no Iraque, tendo o mês de Julho sido o mais mortífero em mais de dois anos. 535 mortos, 396 dos quais civis, é o balanço de um mês sangrento, segundo números disponibilizados pelas autoridades iraquianas.

Mesmo perante este cenário, Barack Obama afirmou: "Hoje a violência no Iraque continua a ser quase tão baixa como desde os últimos meses."

Ah, grande Barack Obama, como consegues ser "mais branco" que os brancos que o apoiam...Ou seja, o capitalismo norte-anericano é tão mulato, como é branco ou negro.


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PODEM OS RESÌDUOS TRAMAR OS POLÍTICOS?


Quando um simples negócios de recolha de resíduos, envolvidos na especulação financeira norte-americana tramou uma pequena cidade, segundo a revista Times







A revista "Visão", de hoje, traz uma interessante reportagem, traduzida da sua homóloga norte-americana "Time", que titula "Como a Goldman Sachs tramou uma cidade".

O objectivo da reportagem é descrever como o capitalismo financeiro norte-americano, neste caso através da multinacional Goldman Sachs, propriedade do lobby judeu norte-americano, engendrou todo o processo de especulação financeira em torno do capital de risco improdutivo, vindo a atingir, no caso em apreço, uma pequena vilória chamada Cedar Rapids, no Iowa, com uma empresa de recolha de resíduos sólidos.

Ora, segundo a revista, a falência de uma empresa alemã, que estava em parceria com a Goldman, devido ao descalabro do cumprimento das obrigações sobre hipotecas, vai levar os habitantes de Cedars Rapids a pagarem taxas suplementares para a recolha de lixo na vila, sem terem qualquer responsabilidade no sucedido. (Estão a pensar nisso: não há presos nos altos executivos da Goldman...)

Por detrás de toda a estratégia da especulação financeira fraudulenta deste caso, desde o seu início, está um grande gestor de fundos que trabalhava com a Goldman. Chama-se John Paulson, que, por acaso, também é judeu.

Em 2007, a revista Alpha Magazine publicava uma lista dos gestores de fundos que ganharam mais nesse ano. O primeiro da lista, e, provavelmente, o primeiro na história de Wall Street, era John Paulson que ganhou o rendimento astronómico de 3.7 mil milhões de dólares. E foi simplesmente graças à crise dos subprime (fundo especulativos)!

Qual a razão desta pequena introdução?

O negócios dos resíduos em Portugal.

É um sector de mercado que está, aparentemente, em expansão há quase 10 anos.

Quem é uma das principais empresas (o grupo maioritário) que se está a expandir com larga repercussão na privatização da recolha e tratamento de lixos nas autarquias?.

Nada mais, nada menos que um grupo apelidado de Fomentinvest, cujo testa de ferro é o ex-ministro de Cavaco Silva e ex-dirigente do PSD Ângelo Correia. Ora, este grupo não é autónomo, está intimamente ligado ao capital financeiro português, com destaque para o BES, BANIF, Ilídio Pinho, Banif, Amorim, BCP e CGD.

Não há indicações concretas de negócios obscuros, mas existem fortes rumores. Di-lo a grande imprensa

O que nos leva a referir tudo isto:

O homem elevado a lider do PSD, Passos Coelho, está ligado ao grupo e apareceu sob a orientação de Ângelo Correia.

Cito de uma anterior mensagem: "Faz estágio como gestor, e, em 2004, ingressa, como director financeiro, no Grupo Fomentinvest (2004-2006), tornando-se num dos braços direitos do ex-ministro Ângelo Correia. Passou a membro da Comissão Executiva (2007-2010), funções que acumulou com as de presidente do Conselho de Administração da HLCTejo (2007-2009)".

Mas esse alerta de negócios tidos como obscuros, ou, sendo mais simpático, apenas simples rumores, não é uma chamada de atenção minha. Está inserida numa extensa reportagem surgida em Fevereiro na revista Sábado

Transcrevo para que conste: "As empresas de resíduos do grupo Fomentinvest, onde Pedro Passos Coelho desempenha responsabilidades de gestão directa, têm como sócios figuras envolvidas em escândalos financeiros: os construtores Irmãos Cavaco, acusados de burla qualificada no caso BPN e Horácio Luís de Carvalho, que está a ser julgado por corrupção e branqueamento de capitais no processo do aterro da Cova da Beira".

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O QUE É NOVO NO IRÃO: O ATENTADO OU A POSSE DOS S-300



















Numa anterior mensagem deste blogue, admitia que a grande preocupação dos EUA (e do seu apoderado no Médio-Oriente, Israel), na sua luta concorrencial com o Irão, esteja a ser digerida nos "lugares sinistros e sombrios" da Casa Branca, para a preparação de uma tentativa de golpe de Estado contra o actual regime de Teerão.

E isto, porque a perspectiva de um ataque a território iraniano se apresenta com margens de manobras muito escassas, e com uma possível retaliação que destruirá parte substancial das forças armadas norte-americanas nos golfos de Omã e Pérsico e, eventualmente, uma destruição, em larga escala, em Israel.

Não sei qual a real implantação do actual regime de Mahmoud Ahmadinejad no Irão, mas parece-me que a oposição, no período pós-eleiotiral, era um fogo fátuo, muito ampliado pelos meios de comunicação ocidental.

Sob a tutela dos sectores burgueses ultra-conservadores e financeiros ligados ao poder teocrático, o regime iraniano está a efectuar uma política pró-capitalista avançada, com concentração no sector de ponta ultra tecnológico, que tem um apoio ou cumplicidade da burguesia intelectual científica. Em especial, está a incrementar um complexo-industrial-militar que o está a transformar em poder regional influente, com alguma autonomia face às potências dominantes na zona.

Há, com clareza, um jogo de sombras e de meia-guerra, para medir forças.

Há muita manifestação de propaganda, de um lado, de Teerão, mas, ainda mais e ampliado do Ocidente (e das monarquias teocráticas apoiadas por Washington como a Arábia Saudita e a Jordània).

Isto a propósito de um atentado ou pseudo atentado, hoje ocorrido, dirigido contra o Presidente do Irão; Mahmoud Ahmadinejad.

Um obscuro blog, intitulado, Khabaronline.ir, que a imprensa ocidental admite (o curioso da notícia, eu cito) "como próximo do presidente do parlamento Ali Larijani") tinha divulgado, horas antes, que um engenho explosivo tinha sido atirado contra as viaturas do comboio presidencial na cidade de Hamedan, no Oeste do país.

Refere a imprensa ocidental, que reproduz, sem qualquer reticência, a norte-americana, que a notícia algum tempo depois foi removida da página, frisando, na noticia anterior, que dava conta de que uma granada tinha explodido junto ao combóio presidencial, sem no entanto causar vítimas.

Quem vai tornar a notícia um assunto internacional: a cadeia de televisão Al-Arabya, baseada no Dubai, financiada pela Arábia Saudita e pelos EUA, noticiou que um atacante tinha atirado uma bomba contra a comitiva de Ahmadinejad, antes de ser detido. Esta cadeia de TV árabe citava as suas próprias fontes, dizendo que a bomba tinha atingido um carro que transportava jornalistas e funcionários da presidência.

Houve, na realidade, qualquer problema, quer festivo, quer mesmo ter havido uma explosão artesanal.

Ora, Teerão desmentiu oficialmente que o Presidente do Irão tenha sido alvo de uma tentativa de assassínio.

Depois do desmentido oficial, um certo recuo do noticiário internacional, pró-ocidental.

Cito: "A versão das autoridades é a de que a alegada granada não passava de um grande petardo artesanal que teria sido acendido por um partidário do presidente para celebrar a chegada deste.

Interessante a justificação posterior da mesma imprensa ocidental: "É um facto conhecido que alguns iranianos costumam fabricar potentes petardos artesanais que lançam depois em ocasiões festivas, especialmente para celebrar o ano novo. Esses engenhos barulhentos, que em alguns casos podem atingir o tamanho de uma bola de ténis, são a causa de numerosos acidentes contra os quais as autoridades costumam pôr de sobreaviso a população".

O relato prossegue: "O próprio Ahmadinejad não fez referência a nenhum atentado quando, logo a seguir ao incidente, discursou no estádio de Hamedan".

E numa reviravolta, a imprensa ocidental argumenta: "Ahmadinejad acredita numa conspiração".

"No entanto, na passada segunda-feira, o Presidente iraniano tinha dito que acreditava ser alvo de uma conspiração israelita para o assassinar".

Num discurso em Teerão, feito a uma conferência de iranianos expatriados, o Presidente do Irão afirmou: "os estúpidos sionistas contrataram mercenários para me assassinarem".

No ano passado, o então chefe dos serviços secretos do Irão, Gholam Hossein Mohseni Ejeie, tinha por sua vez afirmado que agentes israelitas se tinham reunido duas vezes com membros dos "Mujahedeen do Povo do Irão" para planear o assassínio do Presidente iraniano. Hossein Mohseni precisou que as referidas reuniões tinham tido lugar à margem de uma reunião em Sharm El-Sheik no Egipto e em Paris.

De acordo com este responsável dos serviços secretos iranianos, o grupo de oposição ao regime terá concordado em cooperar na condição de ser removido da lista de organizações terroristas mantida pelos EUA".

O que é novo e relevante no noticiário do Irão.

A informação de Teerão de estar na posse de Mísseis s-300.

Quem lhos forneceu? O iranianos afirmam que foi a Bielorrúsia e que efectuou compras a traficantes "não identificados".

Eu sou mais realista.

No mercado mundial, os grandes armamentos só são vendidos pelos seus verdadeiros detentores. Logo, se Irão os tem, foi porque a Rússia os vendeu. Em jogo estão muitos e milhões de euros.

A Rússia tinha assinado um contrato em 2007 para vender mísseis ao Irão, mas em Junho declarou que as novas sanções do Conselho de segurança da ONU contra Teerão impediam a entrega destas armas.

Desde então Moscovo tem vindo a fazer várias declarações contraditórias no que respeita ao negócio. Israel e os EUA pediram aos russos para que não entregassem os sistemas de mísseis, que podem abater vários aviões simultaneamente ou ser usados para proteger instalações nucleares.

A venda viria reforçar substancialmente as capacidades defensivas do Irão, fazendo aumentar os receios israelitas de um desequilíbrio militar no Médio Oriente.

Na altura, e face ao arrastar de pés por parte da Rússia, responsáveis iranianos disseram que, se o Kremlin se recusasse a completar a venda, o Irão seria bem capaz de produzir, ele próprio, sistemas de mísseis com capacidades muito semelhantes às do sistema S-300.

O jornal israelita Haaretz cita alguns diplomatas ocidentais em Moscovo, que acreditam que o Governo russo tem intenções de manter o negócio em suspenso, a fim de dispor de um elemento de negociação tanto com o Ocidente como com o Irão. As autoridades de Teerão tem vindo a expressar uma frustração crescente pelo facto de o contrato não estar a ser cumprido.

Tudo retórica. Os russos estão a fzer o negócio.






segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A DEFESA DO REGIME OU A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO


Um programador do blogue WikiLeaks é detido nos EUA.
Aquele jornal da Net divulgou documentos secretos que apontam crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no Afeganistão.

E assim começa a ser conhecida a verdadeira cara do regime norte-americano, quando se proclama como defensor, sem condições da liberdade de informação. O regime, apenas, coloca uma ressalva: liberdade sim, mas apenas quando não são postas em causa as nossas actividades criminosas. Porque, em causa, segundo a Administração Obama, está "o interesse nacional vital" fora das fronteiras, tal como o regime nazi proclamava.

A saga, naturalmente, vai ter mais argumento e mais continuidade. Em crescendo. Se não houver, uma contra-corrente dos de baixo.

O pesquisador que até norte-americano, chama-se Jacob Appelbaum. Estava em trânsito num aeroporto. Ficou retido lá durante três horas e foi questionado sobre como entrou no país e sua relação com o WikiLeaks.

Na semana passada, o WikiLeaks divulgou uma relação de documentos secretos que apontam crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no Afeganistão.

Os documentos afirmam que pelo menos 195 civis foram mortos pelas tropas aliadas no Afeganistão sem conhecimento público e oficial. Os documentos ganharam destaque em toda a imprensa mundial.

Appelbaum também foi abordado por dois agentes do FBI após apresentar-se na Defcon, principal conferencia hacker do mundo.

Morador de Seattle, Appelbaum desembarcou no aeroporto de Newark, Nova Jersey, vindo da Holanda na quinta-feira de manhã. Na ocasião, as suas malas foram revistadas e o seu computador inspecionado.

Segundo familiares do programador, os agentes federais do Governo de Obama informaram a Appelbaum que ele não estava preso, mas detido apenas para interrogação.

Os agentes inquiriram-no sobre as actividades de WikiLeaks, pediram a sua opinião sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão e tentaram conseguir informações onde a localização do fundador do "site", Julian Assange.

O programador se recusou a responder as perguntas.

Após ter discursado sobre o Projeto Tor na Defcon no sábado, Appelbaum foi novamente abordado por dois agentes do FBI. Estes disseram-lhe que já estava a par da abordagem anterior no aeroporto. Procuravam fazê-lo quebrar. Os agentes recusaram revelar suas identidades.

Olá grande América das liberdades...

domingo, 1 de agosto de 2010

EUA/IRÂO: MAIS GUERRA PODE DESFAZER O PODER IMPERIAL




























Eles querem sem mais guerra, mas este apetite por sempre mais guerra pode trazer o gérmen da sua destruição



O chefe do Estado-Maior General norte-americano, almirante Michael Mullen, afirmou este domingo que os Estados Unidos têm um plano de ataque ao Irão.

Esta afirmação é do mais alto chefe militar, que, por inerência, pertence ao Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos e, devido ao cargo, o principal conselheiro executivo militar do Chefe de Estado dos EUA.

Pode parecer uma afirmação de circunstância, mas não é, nem um chefe militar de tal envergadura nos EUA faz tais afirmações desgarradas do poder político e, prinicpalmente, de uma decisão estratégica tomada.

É um facto. Todavia, o almirante, que emergiu no seio do complexo militar-industrial do seu país, sabe que um tal ataque, nas condições actuais, certamente, iria destruir parte substancial da sua capacidade militar na região. E além do mais, nos tempos actuais, as Forças Armadas norte-americanas não têm capacidade real de ocupar terreno, nem os seus aliados servem para algo nesse campo.

Potencialmente, apenas Israel tem capacidade técnicas de acompanhar Washington num ataque, mas o seu Exército tem revelado demasiadas debilidades para enfrentar tropas ou insurgentes islâmicos em avanço operacional do terreno.

E, nos dias de hoje, embora Israel apareça com um forte aparato nuclear, certamente, não o irá utilizar, porque tem perfeita noção que o poder militar do Teerão se engrandeceu nos últimos 10 anos. E, mesmo em caso do regime dos mullás não ter a capacidade que parece ter, certamente, irá fazer mossa em contra-resposta num país que somente tem seis milhões de habitantes.

O que na região é uma minoria populacional face às centenas de milhões dos países árabes que os rodeiam.

O almirante, naturalmente, sabe que uma ação militar contra o Irão pode ter - as palavras são dele - "consequências indesejadas que são difíceis de prever numa zona tão instável" como o Médio Oriente, conforme assinalou em entrevista à televisão NBC.

No entanto, considerou, os Estados Unidos não podem deixar Teerão ter armas nucleares: "Para ser franco, tanto uma como a outra opção preocupam-me bastante", disse.

O almirante disse-se "optimista" quanto à possibilidade de os esforços diplomáticos e as sanções da comunidade internacional levem o Irão a abandonar o programa de enriquecimento de urânio.
Como pode suceder isto: eu penso somente com um golpe de Estado interno Irão.

Será que é isto que os americanos, União Europeia, Israel e certos países árabes, ditos pró-ocidentais, mas que tem o "cú arder" com insurgências e divergências internas de grandes proporções?

De uma maneira ou de outra, disse Mullen, "as opções militares estão sobre a mesa e vão continuar sobre a mesa". "Espero que não tenhamos de as utilizar mas elas são importantes", disse.

O caso parece grave no domínio da preparação militar, porque Teerão está a responder com voz grossa.

Será apenas bluff. Eu, pessoalmente, duvido.

O Irão é agora já potência militar regional, embora muito incipiente. Mas está a dar cartas, apesar de "cerceada" pelo Ocidente, em todo o tabuleiro regional - e não só internacional. As suas alianças expandiram-se para a América Latina, e mesmo para o interior da NATO.

Não pudemos esquecer que o Irão, mutilado de muito do seu poder político e económico, venceu o Iraque, numa guerra que lhe foi desgastante de 10 anos, Iraque este que recebeu todo o apoio dos EUA. Ora, a política industrial-militar dessa guerra foi toda canalizada para relançar o seu "poder independente" neste sector. E está a consegui-lo. Por muito que se vocifere, as grandes potências já sabem que o Irão já tem ou está com capacidade de criar bombas atómicas em breve. Certamente, irá mostrar que tem garras, na realidade.

A evolução militar foi real. E de tal maneira, que hoje as suas autoridades iranianas não têm pejo de salientar que o Irão colocará Telavive debaixo de fogo se for atacado por Israel devido ao seu programa nuclear, advertiu o embaixador iraniano nas Nações Unidas citado pela imprensa local.
"Se o regime sionista cometer qualquer agressão contra o território iraniano, colocaremos Telavive debaixo de fogo", disse Mohammad Khazi, citado pelo jornal oficial iraniano Farhang-e Ashti.

Ora, a questão, para as preocupações norte-americanas, (e israelitas, que só existem como protectorado norte-americano) não é somente o Irão. Uma eventual refrega guerrilheira com o Líbano poderá sair muito caro a Israel. Nem os islamistas xiitas, nem Israel negam que o grau de armamento das duas partes cresceu e agora as possibilidades de serem atingidas seriamente cidades israelitas é uma realidade. Os islamistas xiitas podem ser, aliás, o poder político real no Líbano se houver guerra.

Israel igualmente tem a noção que os problema palestiniano pode evoluir para um enfrentamento que produzirá, se prolongado, sangria nas forças internas de Israel.

Ora, é neste imbróglio que as preocupações norte-americanas são evidentes, mas dissimuladas, é que um surgimento de várias frentes de guerra (sendo que uma parte delas de guerrilha) pode fazer desmoronar o fraco poder político na Arábia Saudita, Egipto e Jordânia.

Então, a pradaria envolver-se-á num fogo de bradar aos céus.

E o problema central para o Ocidente, Rússia e China é que esta pradaria é o principal centro petrolífero e de gás natural do Mundo.