sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PORQUE SERÁ QUE EXISTEM VÁRIAS JUSTIÇAS EM PORTUGAL?

1 –  A prisão do antigo primeiro-ministro de Portugal José Sócrates (cujo apelido é Pinto de Sousa) a 21 de Novembro passado, trouxe uma polémica, aparentemente estéril, sob a razão de ser de uma detenção de personagem importante sem culpa, oficialmente, formada (na virulência do poder dominante, um VIP, acrónimo inglês para uma pessoa muito importante).

Quando dizemos, aparentemente, estéril, fazemo-lo por duas razões:

A primeira, não há argumento que ponha em causa o princípio de detenção de um indivíduo, seja qualquer for a sua condição económica e social, debaixo de uma investigação jurídico-policial, que o acusa de crimes, da gravidade que se conhece;

A segunda poderá parecer, em parte, que tem uma razão de ser.

Porque deve haver diferença entre cidadãos, ou seja porque se prende Sócrates e não Salgado? 

Mas, só neste aspecto. Ou seja Salgado também deveria está na choça, mesmo antes de Sócrates.


Conversa inocente de orelha

Mas este não é impune, um qualquer importante, como o que é reclamado pela confraria pró-socialista, que atira com estatutos para cima das pessoas, como se isso o livrasse do crime, já que é um ex-PM, e todos os outros são ranhosos presos comuns que não estão nas mesmas condições, na mesma prisão. Estão num patamar de cidadania inferior, para essa gente de poder.

Claro que uma pergunta óbvia terá de ser feita:

Porque prenderem Sócrates e não, em primeiro lugar, Ricardo Salgado, Américo de Amorim ou antes ainda Almeida Santos ou inclusive Mário Soares, Cavaco Silva, Belmiro de Azevedo ou Soares dos Santos, todos eles que, na prática, cometeram crimes)?

Teoricamente, os que pretendem fazer separação dos acontecimentos – e deles iremos falar mais à frente – pensam ou agem, por conhecimento do que realmente se passa, que os eventos que levaram à prisão de Sócrates se colocam em parâmetros diferenciados de justiça – melhor dizendo, de divisão de trabalho – que lhes permite argumentar ou teorizar sobre a existência de sectores independentes ou separados das relações societárias (a justiça, na realidade, está inserida na vida da comunidade, e, perfeitamente interligada com as relações económicas. 

Daí a subtileza dos argumentos dos apaniguados e cúmplices da desigualdade: Ele é diferente).

2 – A prisão de Sócrates pode ser argumentada, em teoria, como alegadamente ilegal, mas, acima de tudo, o que é criminoso e imoral é a propaganda meticulosamente organizada de todo o poder económico-político, com a cumplicidade subserviente dos *seus* meios de comunicação social a ele adjacentes e reverentes por considerarem um escroque político da classe dominante, como José Sócrates, em prisioneiro de consciência, com desprezo absoluto dos prisioneiros comuns, tal como ele o é na realidade, que se encontram nas masmorras por crimes (ou suspeitas de crimes) com implicações reais de importância mínima ou passível de ser resolvida por *liberdade condicionada*.

Mas esta orquestra de marionetas do capital, encabeçadas por sinistros intermediários do lúmpen-grande capital financeiro, como Mário Soares, Almeida Santos, António Guterres ou António Vitorino, veio fazer luz sobre a realidade actual da sociedade portuguesa:

- É visível, ao longo dos últimos dos últimos 40 anos, data do golpe de Estado do 25 de Novembro, foi montada uma certa e pensada forma de produção material da sociedade portuguesa – aliás em consonância com a sua mentora norte-americana, e, em cumplicidade, mas secundariamente, alemã e francesa – que formalizou uma substanciada instituição político-social dessa mesma sociedade, imune a todo os crimes que pratiquem.



Argumentam, sustentam e vociferam, como se fossem donos e senhores: as eleições é que julgam o papel que desempenharam.

Desta relação determinada comunitária, mas forjada, foram-se ramificando as estruturas militares, policiais, judiciais, e, em caso último e mais consistente, as entidades de propaganda do regime.

Logo os magistrados judiciais – melhor dizendo, a justiça do regime claro – estão perfeitamente em sintonia com esse enquadramento societário.

Naturalmente, na especialização das divisões constantes de trabalho, o direito parece flutuar com uma independência magistral dos outros poderes estruturais e superestruturais da sociedade, mas essa é uma visão distorcida.

Na realidade, o seu desenvolvimento, a sua sofisticação, a sua pretensa neutralidade, é enquadrada, justamente, nos seus artifícios para reverter o favorecimento das relações económicas dominantes.

Claro que, em certo sentido, e precisamente quando se agudizam as relações sócio-económicas, a justiça e o direito exercem um movimento de pressão sobre o domínio económico e podem mesmo nele intervir, reenquadrá-lo.

E, particularmente, entre os sectores da justiça também existem influências e pressões dos sectores económicos, conforme as modificações das relações superestruturais políticas.

O poder de Estado tem de ter a sua autoridade, seja ele qual for, e, um dos instrumentos desse poder é o enquadramento judicial, ou seja o conjunto de leis – e os seus actos repressivos – que sirva o domínio económico sem que a *venda* que tapa as leis da justiça esteja demasiada aberta para o poder real do regime.

Chegamos ao tempos actuais.

As acções criminosas e aviltantes do donos do Capital e dos seus directos servidores já não podem ser mistificadas, indefinidamente, e será cada vez mais difícil, separar o verdadeiro crime, o crime que lesa os bens nacionais e os direitos e regalias de quem trabalha, de que produz realmente, como acto menor do que é produzido por um simples assaltante de um supermercado.

Quer isto dizer, em suma, que a evolução do Direito vai tendo uma margem estreita para evitar e indicar o real fomentar do crime, que está no interior do poderio das relações económicas.

Daí que os pretensos *independentes* do sector judicial têm de actuar, pelo menos parcialmente, para evitar o descalabro total do regime por irracionalidade e desigualdade da aplicação do Direito.

Vamos ver os próximos julgamentos o que nos irá relevar.

3 – Um ex-Presidente da República, ex-Primeiros-Ministros e ex-ministros, homens que batem no peito a sua honradez de cidadãos e de defensores dos direitos humanos, têm feito um escarcéu, com o caso Sócrates, como o fizeram no caso *Casa Pia*, como o efectuaram nos anos 80 do século passado com o *Caso Dopa*.



O expoente no caso presente tem sido Mário Soares. 

Tal como sucedeu com o caso DOPA, em que tentou até à ultima defender o seu Ministro da Qualidade de Vida Francisco Sousa Tavares, ou no caso do fax de Macau, como o então governador de Macau Carlos Melancia, o ex-Presidente da República fez a figura de cúmplice de ladrões, com seus congéneres estrangeiros, como o ex-Primeiro-Ministro italiano Bettino Craxi.

Lançou a quatro ventos que Craxi estava ser caluniado, que estava a ser destruído politicamente.

Chegou a ir, de propósito numa visita de Estado ao norte de África, deslocando-se à Tunísia onde se encontrava fugitivo o ex-PM italiano.

Craxi foi um escroque político do capitalismo italiano, em associação com o Vaticano e ligações à Máfia, não só através dos seus chefes operacionais directos, como o então verdadeiro chefe político Giulio Andreotti, de quem se dizia *amigo do peito*.
As pandilhas sociais-democratas

Hoje tudo isto está referenciado em numerosos livros estrangeiros – não nacionais. Bem como em investigações judiciais e policiais.

Mas de um ex-Presidente, igualmente se pode citar o actual Chefe de Estado em exercício.

Protector oficial dos implicados nos roubos do BPN/SLN, ao qual esteve ligado através de transacções de acções ilegais, recebendo mais-valias e outras prebendas, cujos valores reais desconhecemos.

Curioso, nem sequer uma simples investigação judicial lhe foi levantada até agora.


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A SONY, A CALUNIOSA CIA E O VIGARISTA OBAMA

1 - Na véspera do passado Natal, a judia Sony, formalmente uma multinacional japonesa, lançou um grande alarido, sustentando que teria sido pirateada.

E o alvo principal desse acto seria um filme, que estaria para ser projectado, chamado "A entrevista" realizado pelo judeu Seth Rogen, também actor, sendo o outro actor o judeu James Franco, ambos membros activos do lobby judaico.
Obama: Sony Made a Mistake Pulling The Interview

De imediato, a Sony pôs a circular que estava a ser ameaçada pela República Popular da Coreia, por causa do filme, que a ameaçaria com represálias.
Na realidade, as autoridades de Pyongyang criticaram o filme e a sua projecção, numa atitude estúpida de que o mesmo pretendia atingir a estrutura dirigente daquele Estado.
De repente, a CIA, a agência de espionagem e de tortura dos Estados Unidos, lançou um foguetório propagandístico de que os «piratas informáticos» eram membros do próprio Estado coreano.
Interveio, essa figura exemplar de democrata, que é o Presidente dos Estados Unidos, um senhor chamado Barack Obama, que intitulando-se *personalidade imperial* decidiu, sem mais, nem menos, sancionar, em nome de uma multinacional privada, um Estado soberano.
E, com todos os alicerces de propaganda, +exigiu+ à Sony que projectasse o filme.

2 - O que esta fez. " The Interview*, um filme medíocre, facturou em poucos dias 15 milhões de dólares só na estreia.
E curioso, inicialmente, a maior parte das salas de cinema dos EUA, tinha cancelado, mas depois da *avaliação* do poder de Estado, de imediato, 300 cinemas do país começaram a projectar o filme. E vendia, em número crescente, nos serviços online, nomeadamente Google Play, You Tube e Xbox Live.



Informam os jornais do Reino Unido, a polícia britânica deteve um suposto *hacker* daquele país que fez a pirataria dos ficheiros da Sony, onde estaria o filme "A Entrevista", que conduziu o vigarista Barack Obama, a armar-se em senhor todo poderoso, e sem olhar a meios, a sancionar um país independente, sem confirmação de qualquer acção nefasta.

Relata-se da imprensa, a prisão do hacker, curiosamente, teria sido uma operação conjunta com a inefável CIA, o que mostra a ligação, cada vez mais íntima, entre prepotentes, o Reino Unido e os EUA.

Os dois aliados no combate ao *cibercrime* , que elas praticam à quinta essência, detectaram que o hacker estava a realizar simulações de ataques aos centros financeiros de Wall Street e da City londrina - ou seja aos Rotschilds, aos Morgans, aos Goldman Sachs aos Mellons, e,  naturalmente às acções da prestimosa família real britânica.

Continuamos com a imprensa, o suposto hacker, de 18 anos, foi detido em Southport, noroeste da Inglaterra, como parte de uma investigação aos ataques em todo o mundo durante o Natal, atingindo, entre outros, a Sony e a Xbox, da Microsoft.


Nesse sentido revelam que podem estar 

para breve novas detenções.


Será que vão ser presos o 

Presidente dos Estados Unidos e 

o director da CIA, como 

fomentadores de crises 

internacionias






























quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A QUEM SERVE O ATENTADO DO CHARLIE HEBDO?


1 – Foi praticado um atentado ignóbil e tenebroso contra um jornal de esquerda – satírico – francês, chamado *Charles Hebdo*.

Não visou apenas atingir um jornal que fazia umas caricaturas de Maomé, como se levantou em coro, toda a máfia *civilizada* da chamada democracia ocidental.

Tratou-se sim um ataque a um tipo de pensamento que colocava em causa toda a cobardia burguesa capitalista, seja sob a forma de representação parlamentar ou ditatorial (laica ou teológica), fosse política, económica ou religiosa.


Este é o busílis da questão, e o centro do debate com que devemos encarar o assunto.

Naturalmente, a ideologia dominante tentou canalizar o acto em si para um fanatismo religioso islâmico, centrado numa obscura estrutura, que se apelida de *Estado Islâmico*, e que antes do 11 de Setembro de 2001, se intitulava Al Qaeda.

Curiosamente, ambas as estruturas surgiram do financiamento, formação militar e apoios logísticos, principalmente dos Estados Unidos da América, com a cumplicidade declarada da França, Inglaterra e Alemanha.

Em certo sentido, estas estruturas, também têm objectivos próprios que procuram fortalecer-se, buscando alguma autonomia dos seus *pais fundadores*.

Isto só é *meia-verdade*, na realidade, tal tipo de organizações não vivem, nem conseguem medrar fora da logística, apoio e financiamento dos seus tutores. 

São instituições caras, formadas normalmente por *mercenários* perfeitamente instruídos em treino militar de tropas especiais.

Raramente, conseguem fugir a quem as governa.

Servem sempre objectivos.

Podem ser pagas, directamente, pela Arábia Saudita e monarquias do Golfo, mas só existem se os seus chefes superiores o permitem.

2 – Quando se pesquisa sobre os dados que nos são transmitidos pelos órgãos de informação das classes dominantes ocidentais, verificamos que os presumíveis suspeitos do atentado o fizeram com uma frieza e uma estrutura de movimento e de informação que somente poderia ser dada por quem *está dentro* do que se está a passar.

Atentado contra o navio Rainbow Warrior da greenpeace, na Nova Zelândia. 
A sede do jornal Charlie Hebdo, considerada de alto risco, apenas tinha um polícia no interior a guardar o seu director.

Não havia uma guarda armada permanente no exterior e arredores da sede e do bairro.

(Os polícias atingidos estavam a fazer uma ronda vulgar de giro. Não me pareciam policiais treinados de luta anti-terrorista).

Pela descrição, os autores do atentado, ao entrarem no edifício, tinham perfeito conhecimento dos principais jornalistas, aqueles que actuavam com a sua caneta contra o sistema capitalista estabelecido.

Os atiradores pararam o carro numa rua que só tinha um sentido, com veículos arrumados de um lado e de outro: tinham perfeita noção de que não seriam bloqueados, enquanto executavam a acção, nem atrás, nem à frente. 

Fizeram-no com toda a parcimónia.

3 – O que é ainda mais estranho – e retiramos a informação do próprio e insuspeito jornal Le Monde, os irmãos Kouachi estavam referenciados como *terroristas*, apoiantes publicamente declarados da *Guerra Santa*.

Citamos de passagem: os irmãos Shérif e Said Kouachi, ambos nascidos em Paris (o primeiro de 32 anos e o segundo de 34), estavam referenciados pelos serviços secretos como *anti-semitas*.

O Ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, ( que anunciou estes dados sem um pejo de vergonha. Alguma razão será certamente) referiu que Shérif estava *fichado*, como eventual terrorista fanático militante, desde que foi detido em Fevereiro de 2005, quando estava já em fase adiantada de partir para o Iraque para combater os invasores norte-americanos.

Continuamos a citar os dados da imprensa internacional divulgados:
a polícia sabia que Shérif estava ligado a um pregador islâmico jidaista chamado Farid Benyetton, que controlava uma célula que recrutava e enviava combatentes para o Iraque.

Fazia treino de armas em pleno território francês: Benyetton apanhou uma pena de sete anos de prisão e Shérif três.

Ainda dos relatos, Shérif, cerca de oito anos depois daqueles acontecimentos e depois de ter passado cerca de 18 meses na cadeia, actuou como combatente na Síria, bem como o seu irmão.

Agora, matou friamente – segundo a polícia – pessoas, actuando como um membro bem treinado de uma elite de tropa especial.


Os dois irmãos estiveram na Síria e no Iémen, como já referimos, eram reconhecidos como combatentes do chamado *Estado Islâmico*, mas regressaram, calmamente, a França.

Quem os deixava andar à vontade e com que objectivos?

Reflictam sobre o que se está a passar realmente em França, com a ascensão da Frente Nacional, que tem e serve teve uma larga infiltração nos Serviços Secretos, nas Polícias e nas Forças Armadas.



quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O COMÉRCIO DE ESCRAVOS MUÇULMANOS E A HIPOCRISIA DO CHAMADO MUNDO OCIDENTAL

1 – Assistimos, nos últimos anos, a um sistémico movimento *clandestino* de navios e embarcações, que zarpando de países muçulmanos da orla mediterrânica, procurando fazer chegar, em condições infra-humanas, milhares, centenas de milhares ou, talvez já milhões de pessoas – homens, mulheres, crianças, das regiões subsarianas a uma vida melhor na Europa.

Claro que este lucrativo *mercado de escravos*, (igualmente utiliza a rota de Marrocos e as praças coloniais espanholas de Ceuta e Mellilla), somente pode existir, com a conivência, cumplicidade e aceitação das autoridades estatais dos países envolvidos.

E estes envolvidos – atinge, acima de tudo, os europeus, como nos EUA, os hispânicos, na *passagem clandestina* da fronteira fortificada e controlada por Washington - que, de maneira criminosa, “fecham” os olhos, permitindo entradas condicionadas – podem facilmente saber-se quantos migrantes regressaram aos seus territórios de origem – para organizar o mercado de trabalho, com salários abaixo dos valores estipulados e legalmente contratados na União Europeia.

Tal como os portugueses, espanhóis, gregos e jugoslavos, nos anos 50/60 do século passado, estes escravos subsarianos africanos e árabes actuais, são, na realidade, o último exército industrial de reserva – o mais vil e repugnante – dos tempos modernos, tal como o definiu há 150 anos o pensador, filósofo e economista alemão Karl Marx.

Nesta fase da evolução do Capital, na sua forma mais rapace de lúmpen capital financeiro, necessita de um desemprego estrutural permanente, pensando que tal modelo desagregará qualquer possibilidade da força de trabalho se unificar para destroçar o falido modo de produção capitalista, que inicia, paulatinamente, o caminho – que pode ser até longo – para ser substituído por um novo tipo de sociedade mais igualitária e fraterna.

2 – Com o Mediterrâneo enxameado de navios de guerra – Os EUA mantêm, em permanência, a 6ª Esquadra, sedeada em Nápoles, pelo menos, com 40 navios, com porta-aviões (incluindo reabastecedores), 175 aviões; a Rússia terá, segundo informações do Estado-Maior Naval, doze navios de guerra, dos quais dois porta-aviões, a China enviou, pelo menos, o ano passado três navios, dois com lança-mísseis cruzeiro, durante um certo período, àquele mar, onde em 2014, efectuou exercícios conjuntos – como será possível a circulação de navios *clandestinos* sem qualquer controlo?

O Mar Mediterrâneo deve ser, neste momento, uma das zonas marítimas mais monitorizadas e «passadas a pente» por navios de guerra ultra-modernos, por aviões sofisticados, por satélites de tecnologia de ponta, por uma chusma de sistemas de serviços secretos em terra.




Ilha de Lampedusa: campo de refugiados

Todos estes controlos fazem-se justamente, na sua maioria, junto das costas dos países islâmicos.

Além do mais, os países donde partem esses navios carregados de gente não sabem o que está a suceder?

A estória está, realmente, mal contada, ou melhor dizendo está distorcida propositadamente, porque quer os países com navios de guerra em larga escala, quer os Estados muçulmanos sabem, perfeitamente, o que se está a fazer.

Os *escravos* subsarianos seguem rotas, com muitos *trilhos*, desde o Mali, Tchade ou Níger, alastrando desde o Iémen à Eritreia, e, vão dar a portos ou regiões costeiras precisas, onde embarcam em navios ou embarcações às centenas, e, isto normalmente de portos ou embarcadouros de certos de determinados países, numa deslocação de muitos dezenas de milhares de quilómetros, sob a supervisão de *passadores* que tem, necessariamente, de atravessar fronteiras, com a conivências das suas autoridades (militares, paramilitares ou civis).


Rotas de *clandestinos* subsarianos

Não há, portanto, *clandestinos*, há seres humanos que são atraídos pela miragem de uma nova vida por gente bem colocada em África e na Europa.

Os jornais estrangeiros de há dias atrás noticiavam que *as viagens podem render mais de um milhão de euros aos traficantes, que começaram a recorrer a embarcações de maior porte*.

Quem lhes permite tal *orientação*, quem os dirige?

Dos jornais dos últimos dias, que relatam o caso do navio *Ezadeen*, encontrado à deriva ao largo da Grécia.

Vamos verificar a rota: o navio de 73 metros estava registado na Serra Leoa. 

De onde partiu? Da Turquia, aportou ao porto cipriota de Famagusta (logo, território da UE!!!), depois de ter metido mais gente em Tartus, Síria, onde existe uma base naval russa.

Ora dias atrás, foi posto à deriva um outro cargueiro, o “Blue Sky”.

De onde partiu? Da Turquia.

Os tripulantes abandonam um navio no alto mar e desaparecem de um momento para o outro?

Estão perto de países da UE: Grécia ou Itália, e ninguém repara?



O movimento de navios faz-se em espaço de mar limitado

De certeza que não fugiram, em barcos a remos, para a Turquia…

Os *clandestinos*, mais cedo ou mais tarde, mais mês, menos mês, vão ser *encarreirados* subtilmente para o mercado de trabalho europeu dos dois euros à hora!!!.

3 – Esta sacanagem organizada dos capitalistas europeus, através de intermediários (para onde recai o ónus do ódio, depois) não é de agora.

Aconteceu nos anos 60, com portugueses.

(Como foram humilhados, esses homens...pelos civilizados franceses do poder político, quando as movimentações quase revolucionárias, como o Maio de 1968, obrigaram o patronato e o governo a forjar o que se chamou o Estado Social.

Então quando se igualizaram os salários e se legalizaram os emigrantes, estes passaram a ser párias!!!)

O patronato francês queria *mão de obra* indiferenciada a baixo custo para as grandes obras, mas, havia uma forte estrutura sindical interna.

Então, virou-se para os países da periferia europeia (Portugal, Espanha, Itália, Jugoslávia), turcos e magrebinos.
Começou o fluxo migratório.

Fixemo-nos no caso português, porque o conhecemos melhor (da História e por razões pessoais – eu sou o único dos irmãos que não emigrou, vários tios também o fizeram, assim como a maioria dos primos directos. Alguns faleceram em França a trabalhar nas obras de construção civil).

Claro que o regime português de então não podia afirmar, abertamente, que os seus cidadãos deveriam fazer o caminho da emigração, pois não admitia sequer a miséria em que se vivia.

Tinha de permitir tal, mas com *cautelas* dos regimes ditatoriais.

Não o transmitiu para o exterior, mas discutiu tal orientação internamente.

No Congresso do Mundo Português, 1940, o tema foi debatido e teorizado pelos altos responsáveis – políticos e capitalistas - da altura, incluindo o Presidente do Conselho de Ministro António Salazar.

Este afirmou taxativamente: *Mesmo que supuséssemos o aproveitamento integral das terras irrigáveis e baixássemos para um hectare o lote a distribuir por família (colonização interna.NM), teríamos conseguido estabelecer 150 mil famílias, e , a 4 ou 5 pessoas por família, 600 a 700 mil indivíduos. Ficamos longe da absorção total*.

Ora, para Salazar só havia um caminho para evitar *caos social* a emigração, seja ela qual for.

Mas, esta saída, além da planeada com os países acolhedores, essencialmente França e Alemanha, deveria ser *permitida* pela via ilegal.

Ora, nas fronteiras quem controlava este movimento eram três forças policiais: PIDE/DGS, GNR e Guarda Fiscal.

Que tinham as suas correspondentes - da «corrente» do que se chamava «passadores» - na Espanha, (no caso que conheço a Galiza, a Guardia Civil) e a *gendarmerie* na entrada em França.

Toda em sintonia, sacando os respectivos dinheiros desembolsados pelos *clandestinos*.

Na época actual, as autoridades portuguesas já não têm pejo de lançar, publicamente, apelos para a fuga maciça dos portugueses desempregados, naturalmente, para *evitar o caos social*.

“Jovens, desempregados e professores. Todos foram alvo de declarações de membros do Governo incentivando-os a procurarem emprego onde existe: lá fora”. Ver a reportagem completa no *Jornal de Negócios* de 17 Janeiro 2013

A terminar, deixo à consideração uma reportagem de um cidadão francês (de origem haitiana) que acompanhou a emigração portuguesa nos anos 60.
Para que conste.


PS. Aconteceu hoje o atentado vil e 
barbárico de Paris contra o jornal 
satírico de esquerda «Charlie Hebdo», 
detestado pelo poder político e 
económico francês - e claro odiado 
pelos fanáticos religiosos, sejam 
islâmicos, judeus ou católicos.

Aponta-se o dedo imediato para *jiadista*. 

Pode ser que sejam eles. 

Mas também pode haver o *dedo* de 
quem esteja interessado em fomentar 
guerra *inter-étnica*.

A luta de classes na Europa e 
especialmente em França pode 
esquecer e ter em mente objectivos 
muito escondidos...

Vão ser precisas provas muitos 
circunstâncias do sucedido.



sábado, 3 de janeiro de 2015

MENSAGEM PAPAL: REORGANIZE-SE A MORAL CATÓLICA EM FUNÇÃO DA CRISE DO CAPITAL

1 –  O jornalismo de pacotilha que se emite, actualmente, em Portugal, em especial, no último de decénio, nesta época natalícia cristã, relatou, de maneira evidente, nas diferentes televisões generalistas, os apelos *caridosos* dos políticos e hierarcas religiosos sobre o que se passa nos locais onde as potências ocidentais são... as fomentadoras das guerras.

Os alinhamentos são os mesmos, os escritos seguem a mesma lenga-lenga, a edição vem toda do mesmo centro de difusão internacional de propaganda.

Antes de entrarmos do assunto central, escolhemos, justamente, uma reportagem  de hoje, dia 26, sobre esse Natal de uma manipulação de entrar pelos olhos.

O seu autor foi o correspondente da SIC no Estado israelita, que se referia a uma eventual perseguição de cristãos na Faixa de Gaza, por parte do HAMAS, o movimento político que domina aquele território ocupado, precisamente, pelos dirigentes sionistas de Israel, de quem o alegado jornalista Henrique Cyberman é serventuário e apoiante.



Os massacres de Gaza não contam nas reportagens do Natal, nem nas mensagens do Papa

Ou seja, a verdadeira perseguição, a asfixia e cerco por parte de Israel a cerca de 1,7 habitantes de Gaza não era um acto hediondo e inumano, mas uma eventual discriminação a cerca de 300 católicos– que na reportagem não conseguimos confirmar – e que lá habitarão, era uma acção *terrível*, que levou o sionista judeu de origem portuguesa a deambular pelos meandros da perseguição, esquecendo os criminosos da sua terra que ele idolatra.

Cyberman *esqueceu-se*, naturalmente, de referir que Israel construiu um campo de concentração, como o apoio dos ditadores militares do Egipto, em torno de Gaza, com um muro de comprimento de 100 quilómetros, ao longo da fronteira com o Egipto.

Com a frase lapidar racista do actual Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, nunca citada pelos asseclas jornalistas ocidentais: *Esta é uma decisão estratégica para garantir o carácter judaico e democrático do Estado de Israel”.

E mais grave, na reportagem em questão, agarrar um problema menor, para obscurecer os verdadeiros crimes de guerra de Israel desde 2008 até 2014: naquele ano, os soldados israelitas mataram 434 palestinianos, a maior parte civis nos cinco dias dos ataques israelitas, que, segundo os dados oficiais, os aviões castrenses destruíram ainda departamentos de polícia, escolas, hospitais, mesquitas, armazéns da ONU, vários edifícios do governo do Hamas e outras construções.

Em Julho e Agosto de 2014, forças terrestres, aéreas e marítimas de Telavive mataram mais de 2.000 palestinianos, 500 dos quais crianças, massacre este que a ONU especificou ter levado à destruição de 18 mil lares, deixando mais de 100 mil pessoas desabrigadas.

Do outro lado, como resposta, os bombardeios realizados por grupos armados palestinianos, como o Hamas, em solo israelita foram responsáveis pelas mortes de seis civis (1 criança) e, em Gaza, 66 soldados de Israel invasores morreram em combate.

Um dado que marca o processo tenebroso da acção israelita - o campo de concentração ao estilo nazi, a um território e a uma comunidade de quase dois milhões de humanos, que deveria ser livre, mas é controlado, ilegal e violentamente, pelo Estado israelita é este: o território de Gaza tem 41 quilómetros de comprimento e apenas de 6 a 12 quilómetros de largura, com uma área total de 365 quilómetros quadrados.

Um pormenor final: a SIC, do escolhido dos escolhidos do Clube de Bilderberg, Pinto Balsemão, apenas tem um correspondente permanente, no Médio-Oriente, onde 99% da população é muçulmana,...em Israel.

Coincidência?

2 – Regressemos à retórica espiritual.

No chamado mundo ocidental, 25 de Dezembro é celebrado o Natal, uma data mítica do nascimento de uma pessoa, que veio a ser conhecida por Jesus Cristo.

De entre as religiões ditas cristãs, a maior e mais significativa – em número dos que se dizem seguidores e no papel económico-financeiro que desempenha na sociedade planetária -, é a católica apostólica romana, cujo pontífice máximo se apelida Papa e, na crença dessa religião, é o sucessor directo do fundador da citada religião.

O luxo dos cardeais


e a miséria humana real


O actual papa católico, que adoptou o nome de Francisco, é, na realidade, um religioso argentino de nome civil José Mário Bergoglio, provindo de uma poderosa facção do catolicismo, a Companhia de Jesus, sendo os seus membros vulgarmente conhecidos por jesuítas.

E que ascendeu na sua carreira eclesiástica no seio e à sombra da ditadura argentina dos generais fascistas, onde os jesuítas *engordaram*, enormemente, nos negócios terrenos.

A retórica do discurso papal deste ano centrou-se em três temas: 

dissertou sobre as guerras e os males que afligem, actualmente, o mundo, sublinhando o Chefe de Estado do Vaticano (e por inerência o responsável único das finanças do Estado da Santa Sé) que, nesse mundo *há verdadeiramente muitas lágrimas neste Natal*.

Depois centrou-se, no umbigo cristão, sustentando que existe uma *perseguição brutal* sobre os cristãos no Iraque e Síria, enquadrando-os nas guerras fomentadas naqueles países em que as vítimas são, essencialmente, vulgares muçulmanos….

Finalmente, referiu-se à *esperança* de que o Natal traga (vindo do ar, naturalmente…) para *refugiados, meninos e velhos daquela região e do mundo*, pedindo que aqueles `recebam ajuda humanitária necessária para sobreviver*.

Já numa fase de passagem do seu discurso fez uma referência ao “conflito na Terra Santa (geográfica é, realmente, a Palestina, sem retórica religiosa) e também Ucrânia, as guerras no continente africano”. 

Os actos racistas ocorridos nos Estados Unidos, simplesmente, não existiram na interpretação da Santa Sé.

3 – Dissertar contra as guerras e os males do mundo é o mais puro cinismo dos hierarcas do catolicismo e a negação completa do papel real que a Igreja Católica sustenta representar.

Na realidade, ela é uma fomentadora da guerra e um abutre na rapinagem do dinheiro dos pobres.

A Santa Sé é a principal accionista do segundo maior grupo industrial italiano da indústria de guerra, a FINMECCANICA, precisamente um dos 10 maiores do mundo, cujo lucro líquido divulgado para o ano passado ultrapassou os 900 milhões de dólares.




A verdadeira arte dos negócios da guerra, que esconde a retórica pacifista


Vendeu aviões de guerra, veículos transportadores e peças de artilharia, mísseis, indústria militar aeroespacial.
A holding divide-se em aeronáutica, com percentagens nas associadas (Alenia Aermacchi, ATR, Superjet International, Eurofighter); Helicópteros (AgustaWestland, NHIndustries, HeliVert, Jiangxi Changhe-Agusta Helicopter, Libyan Italian Advanced Technology); Espacial (Telespazio, Thales Alenia Space, NGL Prime; Defesa e Segurança (DRS Technologies, Selex ES, Eurotech; Sistemas de Defesa (Oto Melara, Whitehead Sistemi Subacquel, EuroTorp, MBDA, Eurosam, EuroSysNav, Transporte (AnsaldoBreda, Ansaldo STS, Bredamenarinibus); Construção (FATA).

Mas mantém, igualmente, participações accionistas significativas nos restantes nove mais importantes grupos armamentistas fora de Itália, cujo valor real se desconhece por serem seus representantes firmas *testas de ferro* laicas, através dos mais importantes bancos do universos de Wall Street: 

Lockheed Martin (EUA) Mísseis, eletrónica e espaço aéreo. Vendas de 36.270 milhões dólares em 2011. Lucros líquidos: 2.655 milhões de dólares. 123.000 empregados (132.000); 

Boeing (EUA) Aviões, eletrónica, mísseis, espaço aéreo. Vendas de 31.830 milhões de dólares. Lucros líquidos de 4.018 milhões de dólares. 171.700 empregados (160.500); 

BAE Systems (Reino Unido) Aviões, artilharia, mísseis, veículos militares, naves. Vendas de 29.150 milhões de dólares. Lucros líquidos de 2.349 milhões de dólares. 93.500 empregados (98.200); 

General Dynamics (EUA) Artilharia, eletrónica. Vendas de 23.760 milhões de dólares. Lucros líquidos de 2.526 milhões de dólares, 95.100 empregados (90.000); 

Raytheon (EUA) Mísseis, eletrónica. Vendas de 22.470 milhões de dólares. Lucros líquidos de 1.896 milhões de dólares. 71.00 empregados (72.400); 

Northrop Grumman (EUA) Aviões, eletrónica, mísseis, navios de guerra. Vendas de 21.390 milhões. Lucros líquidos de 2.118 milhões de dólares. 72.500 empregados (117.100); 

EADS (UE) Aviões, eletrónica, mísseis. Vendas de 16.390 milhões de dólares. Lucros líquidos de 1.442 milhões de dólares. 133.120 empregados (121.690); 

L-3 Communications (EUA) Eletrónica. Vendas de 12.520 milhões de dólares. Lucros líquidos de 956 milhões de dólares. 61.000 empregados (63.000) 

e United Technologies (EUA) Aeronaves, eletrónica, motores. Vendas de 11.640 milhões de dólares. Lucros líquidos de 5.347 milhões de dólares. 199.900 empregados (208.220).

De onde lhe vêm essas participações?

Da compra de acções, por métodos legais ou ilegais, normalmente via *intermediários*, encoberta e estrategicamente dissimulados.

Estão referenciados em investigações de estudiosos e jornalistas que viveram muitos e muitos anos no interior dos *corredores* do Vaticano.

Baseiam-se em testemunhos escritos e presenciais, em processos judiciais, em denúncias ou cartas dos próprios hierarcas, incluindo papas, cardeais e bispos. (São citados, em número bastante comprimido, no final deste texto).

Diferentes investigadores, de ideologias diferenciadas, como Avro Manhattan, italiano de nascimento, com pai norte-americano e mãe suíça/holandesa, formado na Sorbonne e no London School of Economics, apologista indefectível inicial da Santa Sé, que, pelo seu papel de católico e resistente antifascista, lhe deu o título de Cavaleiro da Ordem de Malta, veio a descobrir, após pesquisas de anos, que o Vaticano era (e é) acionista de referência do Bank of América, dos bancos Rothschids, Hambros (Reino Unido), Shell, Chase, Morgans, do petróleo/gás, como a Shell, a Gulf Oil, hoje Chevron, General Motors, General Electrics, Bethlem Steel, Boieng, Douglas, Curtis Wright, entre outras.

Males do mundo, dentro dos muros dos aposentos papal?

Mas o Vaticano, em 1960, já controlava cerca de 5% do mercado de acções (Nino LoBello), e, apesar de não se saber o crescimento deste controlo desde então, admite-se que ele se aproxima, actualmente, pelo menos dos 10%.

Em 2013, o director-geral do IOR – O Banco Central da Santa Sé -  acossado pela perspectiva de intervenção estatal italiana, Paolo Cipriani, afirmava, em entrevista ao jornal Il Mondo, que o banco papal estava bem, sublinhando que administrava seis mil milhões de euros em activos, tinha 33 mil contas correntes e apoia operações financeiras em 150 países, embora – frisasse – que não possuía agências exteriores ao Vaticano.

Negou, terminantemente, então, que houvesse no IOR contas secretas ou, simplesmente, numeradas.

De acordo com a imprensa italiana, o Estado papal tem, no entanto, muito mais património só em Itália, desfiando o periódico que ele é proprietário de certa de 20% a 30% dos imóveis italianos, desde igrejas, escolas, hospitais, clínicas privadas e público-privadas e numerosos hotéis.

E citavam um relatório que especificava: "... O pontífice tem ainda mil apartamentos registados em seu nome na capital italiana, Roma”.

Entretanto, um novo golpe de asa, é tirado da Cúria papal, perante o alarme de que o dinheiro depositado não cobria os gastos e as despesas,  nos primeiros dias de Dezembro presente, o cardeal australiano George Pell, que foi colocado pelo actual Papa para dirigir o correspondente ao Ministério das Finanças laicos, lançou com trombetas numa entrevista programada milimetricamente à revista Catholic Herald, que *tinham sido descobertas centenas de milhões de euros* (reparem centenas de milhões!!!!) *escondidos em contas privadas no Banco do Vaticano*.

“É importante salientar – dissertou o prelado - que o Vaticano não está falido. Além do fundo de pensões, que precisa de ser fortalecido para os próximos 15 a 20 anos, a Santa Sé está a pagar o que deve, ao mesmo tempo que vai adquirindo ativos e investimentos substanciais”, referiu ainda.

(O pormenor é interessante - vai adquirir activos e fazer investimentos substanciais. Ou seja, entrar num caminho mais acelerado da especulação financeira).

Para que necessita, uma instituição espiritual que pretende, apenas, salvar as almas do inferno, encher-se de dinheiro para aumentar as desigualdades no mundo e depois bater no peito que está contra a pobreza?.

4 – O curioso é que o Papa Francisco, a +pop-star+ tirado da cartola dos apaniguados da religião católica, na sua denúncia de perseguições este ano se tivesse *esquecido* na sua mensagem dos crimes horrendos, nazis, praticados pelo poder de Estado norte-americano, em todas as partes do mundo, na perseguição e morte aos que considerava «inimigos» do seu poder.

E, em especial, a cumplicidade de toda a comunidade de *raiz cristã* do mundo ocidental na prática e encobrimento desses crimes, massacres, mortandades e todo um conjunto de maldades inumanas perfeitamente organizadas.

Ora, o humanista Papa católico ocidental não podia estar a leste do que foi divulgado por uma Comissão oficial do Congresso dos Estados Unidos da América, nem dos numerosos relatórios sobre torturas, massacres de centenas de milhares de pessoas, experiências nazis praticadas, oficial, e com o beneplácito de todos os Presidentes daquela Nação, pelo menos desde o general Dwight Eisenhover.

(Tudo isto foi divulgado antes do relatório do Congresso em documentos desclassificados da CIA, que, em parte, foram transcritos num livro titulado *Jóias de Família*, de Eric Frattini, que, na versão portuguesa, foi, curiosamente, prefaciado pelos antigos chefes dos serviços secretos espanhol e português).

Centremo-nos no relatório do Congresso.

Cujo expoente relator foi uma senadora democrata, membro do lobby judaico, Dianne Feinstein, presidente do Comité dos Serviços Secretos do Senado.

A divulgação: 9 de Dezembro de 2014.

Os excertos divulgados do relatório da Comissão do Senado sobre o programa de tortura secreta da CIA, revelam uma grande, monstruosa e racionalmente maldosa organização criminosa.

O que foi divulgado perfaz 525 páginas, 
sabendo-se que foram expurgadas – conluio com os dois partidos plutocratas que dominam a política de Washington – e «desclassificadas» de um original que contem 10 vezes mais de denúncias e actividades secretas.

Do que se retira deste relatório «desclassificado», apesar de minoritário e limado, é a relação de que as torturas, massacres, mortes, de pretensos *terroristas* tiveram como objectivo central o facto de serem cobaias para «controlo mental» de amigos – o que pressupõe cidadãos e soldados do país - e inimigos, e não conduziram a resultados palpáveis, mesmo do ponto de vista de «segurança nacional».

E, que o relacionamento directo entre a Al Qaeda e o 11 de Setembro de 2001 (Torres Gémeas) não foi provado, mas utilizado, por pura manipulação (quem assinala tal é o relatório divulgado!), para realizar tudo o que se seguiu. 

Os congressistas que assinaram o documento fizeram uma selecção *preparada* para – no fundo – não envolverem todo o sistema estatal de poder dos Estados Unidos.

Assim, restringem as pessoas alvo do programa torturador nazi da CIA a apenas 119.

Mas, o que aconteceu, realmente, aos 
cerca de 100 mil prisioneiros, que documentos judiciais, relatos de investigadores e, inclusive de antigos funcionários das diferentes instituições paramilitares e militares tornaram públicas, inclusive, via Wikileaks.

Só em estabelecimentos do Exército, navios da Marinha de Guerra, prisões secretas da Europa à Síria, do Afeganistão ao Iraque, e outras, o programa da CIA envolveu, portanto, tal como referenciamos atrás cerca de 100 mil prisioneiros.  

Só em Guantánamo, passaram, pelo menos, 775 pessoas, que foram torturadas e humilhadas.

Naturalmente, uma personalidade, como o 
actual papa romano, poderia estar a leste das denúncias da Cruz Vermelha Internacional que ressaltava: “estes prisioneiros vão vítimas de tortura, desrespeitando os direitos humanos e a convenção de Genebra” (Dos jornais – 18 de Janeiro de 2007, que frisavam, aliás, o facto tenebroso que o Pentágono aceitará depoimentos sob coacção em Guantánamo) ?.

Nem, certamente, o Chefe de Estado do Vaticano deixava passar em claro o que a imprensa mundial divulgou: um ex-guarda de Guantánamo descreve os crimes cometido naquela prisão, incluindo o transporte dos detidos em jaulas, abuso sexual cometido por médicos, tipos diferenciados de tortura, espancamentos brutais que deixavam o chão encharcado em sangue, desprezo pelas práticas religiosas dos mesmo detidos (obrigando-os a comer carne de porco ou a assistir a actos ofensivos sobre os preceitos do Alcorão), bem como a detenção de  crianças, como prisioneiros. (Jornais de 18 de Fevereiro de 2009).



Nenhum destes prisioneiros, catalogados e sinalizados, até hoje, foi acusado formalmente de qualquer crime, nem sequer levado a julgamento.

Sorrateiramente, e aos poucos, têm sido colocados em países diversificados (Desde o carniceiro Egipto dos militares, ao deificado Uruguai de José Mugica, passando, nos últimos dias, pelo Quirguistão.

5 – Mas um *retalho* deste relatório veio 
mostrar algo de mais horripilante e que as Administrações norte-americanas têm autorizado, pelo menos, desde 1953, sob a chancela e anuência oficial – secreta – do então Presidente general Eisenhover.

Do relatório cita-se que, em Maio de 2003, um responsável da CIA informou o Inspector-Geral da Agência que o trabalho de um dos *psicólogos* torturadores era a continuação dos métodos de antanho, realizadas no Vietname para obter *confissões para fins de propaganda*.

O dr.Mengele americano

Ficamos, assim, a saber que a *escola* nazi de métodos de experiência de *cobaias* humanas, tal como as realizava o médico alemão Josep Mengele, tinha – e tem continuação – nas entranhas sórdidas do aparelho secreto da chamada *medicina militar* norte-americana.

Ou seja, as operações tipo *MKLULTRA* desenrolam-se. Continuamente, com outros intervenientes.

Começaram, em 1953, sob a supervisão directa do director da CIA, na altura Allen Dulles, com a cobertura presidencial, para práticas infames e bárbaras, de controlo da mente utilizando drogas legais e ilegais e substâncias químicas, assim como métodos de infame tortura levada ao extremo, como mortes horrorosas, que, além de testadas em pretensos inimigos, se sujeitavam, sem o saberem, os próprios soldados norte-americanos

O supervisor deste programa, até à sua reforma, foi um judeu nazi, licenciado em química,chamado Sidney Gottlieb (o nome verdadeiro era Joseph Scheider).

Começou, entre outras experiências,  a administrar LSD, sem conhecimentos dos visados em civis e depois em militares – em larga escala – para – as palavras são suas e estão em relatórios - *criar técnicas que visam romper a psique humana a ponto de levar o indivíduo a efectuar qualquer coisa, que lhe seja pedida*. 

Inclusive, assassinatos premeditados.

Teve recursos estatais substanciais, e, as 
experiências – bem ou mal sucedidas – não poderiam tem rastos que as levassem à CIA.

Uma das instituições, superiormente autorizadas – foi a Fundação Rockefeller, uma organização, aparentemente, dedicada a um *altruísmo* científico de evolução de pesquisas médicas para beneficiar a sociedade.







Neste documento de 9 de junho de 1953, Sidney Gottlieb aprova um subprojeto do MKULTRA relacionado com LSD.


Sabe-se, desde, pelo menos, os anos 80 do século passado – e, naturalmente a avisada Santa Sé, também, estava a par, já que conta com a maior rede de informação mundial ao seu serviço – que, com outros nomes, as operações continuaram com o *Mengele* norte-americano, como a MONGOOSE, em que Gottlieb, com o apoio da CIA, da Máfia, e da própria diplomacia, engendrou vários venenos e métodos de acção para assassinar um Chefe de Estado estrangeiro, neste caso Fidel Castro. 

Foi também sob a supervisão de Gottlieb que um lenço do assassinado general Abdul Karim Qassim, presidente do Iraque, que nacionalizou a produção petrolífera, foi embebido numa toxima botulínica.

E os últimos relatos que envolviam Gottlieb, ainda no activo, os directores da CIA e os Presidentes em exercício estavam contidos, na recentemente desclassificada, Operação +Phoenix+, onde psiquiatras do grupo daquele criminosa nazi judeu efectuaram, nos anos 60/70, experiências terríveis sobre detidos vietnamitas na prisão de Bien Hoa, nos arredores de Saigão.


Gottlieb, também, pertenceu à equipa que levou ao assassinato do jovem empossado primeiro-ministro da República do Congo/Zaire Patrice Lumumba, aprovada, primeiro, por Eisenhover e continuada pelo muito católico John Kennedy. (Uma pequena curiosidade, um jovem elemento da CIA, acobertado como diplomata, que contribuiu para a morte de Lumumba, chama-se Frank Carllucci).

O relatório truncado e preparado pelo Congresso dos EUA não especifica tudo o que de horripilante foi praticado pelos diferentes órgãos para-policiais e das Forças Armadas dos EUA desde o 11 de Setembro.

Concretamente, não descreve os continuados raptos e sequestros que foram efectuados por comandos do Exército, Marinha, Fuzileiros, durante o mandato de George W. Bush, e, mantidos por Barack Obama; os campos de concentração/prisões secretos, desde Guantánamo, navios da Navy até vários países europeus e do Médio e Extremo Oriente. 


Propositadamente, foram omitidos os nomes dos torturadores e sequestradores e, principalmente, daqueles que fizeram assassinatos deliberados. Naturais dos Estados Unidos e seus cúmplices estrangeiros.

Sabe-se, de várias fontes e relatórios que vice-presidente Dick Cheney, a conselheira de Segurança Nacional Condoleezza Rice, o secretário da Justiça John Ashcroft, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld, secretário de Estado Colin Powell e o director da CIA George Tenet, participaram em reuniões sobre este assunto na Casa Branca, presididas por Bush filho.


Foram-lhe mostradas no palácio presidencial em simulações e viram, pessoalmente, a gravações de algumas sessões.

Sabe-se que foi dada ordem para destruir esses registos.

Baseando-nos neste relatório parcial, sabe-se o programa de tortura da CIA foi ordenado pelo presidente George W. Bush, a 17 de Setembro de 2001, seis dias após o *11 de Setembro*.

Tudo estava perfeitamente delineado e orientado, pois os dirigentes criminosos procuraram enquadrar, legalmente, os seus actos, dando-lhe o carácter de leis, com a rotulagem de *secreto*. 

Quem cumpriu esta missão foi o próprio Ministro da Justiça (Procurador-Geral).

Desde relatório da CIA até documentos de altos responsáveis militares eram, propositadamente, adulterados, para sustentar que foram feitas confissões dentro de toda a legalidade.

John O. Brennan foi vice-director da CIA (2001-05).

Acumulava com o cargo de director do Centro Nacional Antiterrorista.

Foi ele o primeiro e principal operacional e 
*cabeça*do programa secreto para obter confissões sob tortura.

Em 2009, tornou-se conselheiro do presidente Barack Obama sobre questões de Segurança Interna.

Depois, quatro anos depois, nomeado director da CIA.

Tudo isto sucedeu e foi publicado ao longo dos anos, e, agora, confirmado pelo próprio Congresso.

Foi o maior acto de barbárie nazi do século XXI.

E o Papa desprezou-o, como o seu antecessor Pio XII o fez com os crimes hitlerianos.

6 – Finalmente, uma parte do discurso moralista sobre os refugiados, deslocados, fugitivos de conflitos (velhos e crianças), como se o Papado não estivesse conivente com esta desumanidade.

Se a Santa Sé acabasse com os negócios usurários, extremamente lucrativos, desde a finança, à educação e à saúde. 

Se o Papado não optasse pela política bolsista capitalista, certamente, uma grande parte do problema estaria resolvido.

Mas, cinismo dos cinismos, a Santa Madre Igreja Católica Romana está mais preocupada com o rumo dos negócios.

Vamos aos factos.

A chegada de um Papa, membro destacado e interveniente da ultra-poderosa Companhia de Jesus, e o primeiro Sumo Pontífice americano, as relações económico-financeiras do inquilino da Santa Sé intensificaram-se com o capital financeiro, em especial o norte-americano.

Embora, como sempre fez a Igreja Católica, ao longo dos séculos, sempre que a sociedade entrava em crise prolongada, forjasse a sua propaganda, exaltando a humildade e a pobreza, a realidade é outra.

A primeira preocupação do novo Papa – e naturalmente da Companhia de Jesus, que o superintende – foi a chamada *reestruturação* do IOR, o Banco do Vaticano, atolado na corrupção e nos negócios fraudulentos.




Para isso, recorreu aos caros serviços de três multinacionais, cujos capitais centrais, pertencem a empresas ou grupos norte-americanos, a McKinsey, a KPMG e a Ernest & Young, especialistas, com vocações diferenciadas, nas assessorias técnicas nas imagens de gestões económicas e estratégicas, nomeadamente de fusões e aquisições de empresas, bem como nos seguros de risco, investimento ostensivo de capital e na harmonização e manipulação de impostos.

A justificação oficial do Papado: queremos instalar a transparência negocial e melhorar os métodos de gestão.

A realidade destas empresas: quer a KMGP, quer a Ernest & Young, são das principais grandes firmas multinacionais, denunciadas em 2014 como fazendo parte do monumental escândalo financeiro internacional de omissão deliberada de fuga ao fisco, que ficou conhecido Luxemburgo Leaks.

Enfim, todas elas laboram e actuam – em conivência com os clientes – em sistema de off-shores financeiros.

Convém assinalar que os grandes negócios da Companhia de Jesus, desde a participação no sistema bancário até ao controlo do sistema educacional, passando pela saúde se centram nas Américas.

Além da retórica papal sobre a componente moral de reformar a Igreja Católica, o que está a suceder é que o IOR se está a estender, ramificar, entrar em negócios bolsistas mais «silenciosos» e eficazes sobre o vector capitalista norte-americano, que lhe está a ser transmitido pelas suas agências multimilionárias, na realidade ligadas ao capital de Wall Street.



Eis a face real do moralismo católico.

Referências:

"O Empório do Vaticano", Nino LoBello, 1970, Editorial IBIS;

"Os biliões do Vaticano", Avro Manhattan, Attica Pressa, 1972;

"Scandali, affari e misteri, tutti i segrede dello IOR", jornal +La Reública+, 26 de Janeiro de 2008;

"CIA - As jóias da família", Eric Frattinni, Bertrand Editora, 2014;

"A Santa Aliança - cinco séculos de espionagem do Vaticano", Eric Frattinni, Campo das Letras, 2005;

"A verdadeira história dos voos da Cia - os táxis da tortura", Trevor Paglen e A. C.Thompson, Campo da Actualidade.

"Vaticano S.A.", Gianluigi Nuzzi, Editorial Presença, 2010;

"Sua Santidade - As cartas secretas de Bento XVI", Gianluigi Nuzzi, Bertrand Editora, 2012;

"Os abutres do Vaticano", Eric Frattini, Bertrand Editora, 2013;

"Os Diários Secretos do Vaticano", John Travis, Saída de Emergência, 2013.