quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

ELEIÇÕES EUROPEIAS: OU SE REFORMA A UE COM MAIS DEMOCRACIA, OU, O REGRESSO AOS NACIONALISMOS


1 -   Aproximam-se as eleições europeias e com elas o frenesim dos principais partidos do poder político que têm dominado os negócios sociais da União Europeia com a principal preocupação de colocar os seus figurantes, os mais fiéis ajudantes do capital financeiro, nos lugares cimeiros das listas.

Próximo do acto eleitoral, e entrecuzando-se com uma crise maior do sistema capitalista mundial, cujos reflexos na própria União Europeia ainda não se conhece a verdadeira extensão, praticamente nada se tem debatido sobre um programa consistente de progresso dessa Europa, nem uma crítica argumentada e com base na economia política e nas grandes mudanças geo-políticas e geo-estratégicas, e, inclusive, nos desafios históricos que têm saltado para a discussão política, em particular no último ano.

A União Europeia (UE) fez um percurso desde a Comunidade do Carvão e do Aço, e o seu alargamento da economia pura para a sua estruturação política, foi efectuada sob a perspectiva que tem sido apanágio constante de séculos da burguesia europeia em ascensão, com maior visão do seu real papel: a evolução do seu território de comércio livre e cooperação, sem as mesquinheses nacionais de obter mais vantagens e poderes imperiais.

Ora, esta orientação foi completamente distorcida, de modo evidente, a partir de 2000, a partir do momento que se tornou avassaladora na governação do Estados nacionais, por um lado, e nos organismos não eleitos de topo da UE (CE,BCE), por outro, o dominio do lumpen capital financeiro, que se concentrou, em grande parte, na Alemanha actual, com tiques de quer voltar a ser imperial. 

Ainda por cima, numa infamante submissão aos desígnios da judia Wall Street e da católica Santa Sé.

(Nunca se pode esquecer que a guerra na ex-Jugoslávia comecou com o beneplácito do Papado, precisamente, pela Croácia, que pertenceu, no passado, ao Sacro Império, e, durante o nazismo se colocou abertamente a favor de Hitler e os seus dirigentes as maiores barbaridades. O Vaticano nunca esteve ao lado de uma Europa Unida, laica e democrática).






É esta distorção - que, em política, se chama contra-revolução - pode estar a minar a União Europeia. 

Sim, está em marcha uma contra-revolução orquestrada pelo grande capital financeiro e gerida políticamente por conservadores e social-democratas em sintonia organizada de alternância de poder.

E tal facto torna-se motivo urgente de debate, de análise e de procura de soluções radicais e revolucionárias para refazer, reestruturar e relançar uma nova unidade política na Europa.

Desde o início do alastramento da revolução industrial na Europa, e, de maneira marcante com a Grande Revolução Francesa de 1789/99, que a burguesia europeia em ascensão buscava, para a sua consolidação, uma estrutura política que se estendesse por grandes Estados. 

E mais: que esses pudessem caminhar para formas transnacionais sem entraves alfandegários e burocráticos para conseguir a troca mais célere de mercadorias, de pessoas e de capital.

O século XIX foi para a Europa um período de combate, sem freio, contra os resquícios feudais que entravam as reivindicações da criação de grandes Estados nacionais, mas igualmente um período marcado pela tentativas, conseguida, dos povos, de imporem os designios da liberdade.

Ora, esse período que se começa a forjar, em luta contra as condições humilhantes, colocadas pelo sistema senhorial moribundo, conservador e reaccionário, que no rescaldo da queda de Napoleão (Convenção de Viena) e da sua arrogância imperial, teve como objectivo principal obstar à construção de um novo modelo político, que o incremento industrial económico desejava, centrado em novos tipos de Estados, mais livres, mais democráticos, mais extensos correspondente, então, a reivindicações nacionais.




A Europa retalhada pelos vencedores de Napoleão (Convenção de Viena)

Foi, pois, nessa Europa em  ebulição que a burguesia começa a ter o estatuto real de cidadania e controlo governamental, mas é também nessa Europa que, sob o espectro da liberdade e da reivindicação classistas das massas trabalhadoras, se forjam revoluções onde os operários e outros sectores de trabalhadores emergem e conseguem obter direitos políticos.

Era a ameaça visível que vai ter a sua constatação prática na Comuna de Paris em 1871. 

Começou, deste modo, a por-se em marcha o espectro de uma nova construção social, onde as classes laboriosas poderiam ascender a ser dominantes.

Desde a segunda metade do século XIX, começou a delinear-se no mundo uma nova relação de forças, que vai modificar, radicalmente, a geo-estratégia e faz aumentar a concorrência e os conflitos classistas.

(A Revolução em França de 1848, que se colocou, pela primeira vez em causa "o reino dos banqueiros", Revoluções liberais e nacionais em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Hungria, Áustria e Irlanda)

2 - Pois é justamente na segunda metade do século XIX que se dão dois grandes movimento sociais de envergadura fora do espaço estrito da chamada Europa.

O território que veio a constituir-se os Estados Unidos da América, que se condicionava na altura da independência à costa leste, veio, no século XIX, particularmente no último quarto desse período, a alargar-se, fomentando - com uma imigração agressiva essencialmente europeia - uma produção agrícola de proporções, rivalizando com a Europa, ao mesmo tempo que se implantava em vários e distantes locais do novo Estado fortes concentrações industriais.

São elas que revolucionam o mercado mundial de então, fazendo mossas de envergadura duradoura na Inglaterra imperial e claro nos restantes Estados europeus.

E, é também nessa segunda metade do século XIX que um "colosso" monstruoso de conservadorismo, que era a Grande Rússia czarista - elevada aos píncaros como a tábua salvadora da própria burguesia, fustigada pelas revoluções de 1848 - se sente quase estrangulado por um movimento revolucionário que se inicia na fase final desse século, e que vai ganhar proporções de cidadania em 1905 e um desfecho mesmo de ruptura societária em 1917.

Desfecho este, no entanto, que somente teria um final prolongado favorável à revolução russa, se ela eclodisse com força e projecção na parte ocidental europeia.

Ora, o século XX foi um período de incremento das classes laboriosas, exploradas e oprimidas, que começaram a entrar numa fase em crescendo em que colocaram nas suas mãos a missão de libertar a sociedade da exploração capitalista, mas esse progresso social, que revolucionou vários Estados durante períodos curtos, trouxeram, todavia, as derrotas de revoluções.

E o centro revolucionário inicial foi, precisamente, a Europa.

(Rússia de 1917, Alemanha - de 1918-19 e Hungria - 1918-19 e Espanha - anos de 1930).



Revolução na Alemanha 1918/19

O incremento revolucionário da Revolução Soviética de 1917 abriu caminho, na sua fase embrionária, até com a criação da III Internacional, a um programa, primeiro europeu, depois universal, mínimo revolucionário.

O que teve um impulso enorme revolucionário, entre 1919 e 1921/22, e abriu caminho a novos partidos classistas, de orientação sobre o pensamento de Marx e Engels.

Continha, todavia, no seu seio territorial um resposta forte, violenta, contra-revolucionária, pois acicatou uma poderosa aliança internacional do capitalismo, que cresceu, primeiro, na Europa, depois, na América Latina, e, finalmente no Extremo-Oriente, cuja cabeça emergente foi o Japão, contra a qual o programa revolucionário, cuja cabeça era a URSS, entidade esta que se foi, progressivamente, transformando em esteio de retrocesso, de abandono dos princípios gerais, insertos no Manifesto Comunista.

Em lugar de amadurecer, como figura de proa do desenvolvimento político e ideológico mundial, a III Internacional enquistou-se em mera "argamassa" de defesa duma URSS, que se elameava, continuadamente, ela própria, em Estado de contra-revolução.

Com esta hetacombe, desde meados dos anos 20 do século passado, os partidos comunistas europeus foram progressivamente, até 1939, travestindo o modelo de Marx e Engels, numa amálgama interclassista em torno de uma pretensa "aliança operária-camponesa".

Que levaram ao abandono das consignas revolucionárias, soçobraram perante as pressões dos partidos republicanos e social-democratas para "compromissos de unidade sem quaisquer princípios".


Baralharam-se ideais, colocaram de lado os seus próprios programas independentes, enquanto a contra-revolucão capitalista retomava a ofensiva, fazendo emergir e engordar partidos de "cariz socialista nacional", que ascendiam ao poder, (com programas muito semelhantes, naturalmente demagógicos, aos revolucionários), eleitoralmente ou não, e impunham depois a sua vontade pela força das armas, pela prática, sem olhar a meios, da violência e dos assassinatos dos principais dirigentes e deputados adeptos da revolução. 




"A unidade de todas as pessoas honradas"


Sem resposta eficaz e concertada por aqueles, e, com um afastamento político e prático das novas cliques dirigentes da URSS.  

//Numa fase inicial existiu mesmo uma divergência acentuada entre os dois principais partidos comunistas ocidentais (o alemão, criado em 1918, a parir da ala esquerda do Partido Social-Democrata, que se intitulou Liga Spartaquista, com a proeminência de dois importantes dirigentes daquela, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, e o francês, fundado em 1920, também de um cisão da sua ala de esquerda, onde pontificavam Boris Souvarine e Marchel Cachin, entre outros) e o próprio Partido Comunista Russo.

Em causa, nestas divergências estavam os desenvolvimentos societários na Europa industrializada, e, em grande medida, já proletarizada nos grandes centros industriais, e uma sociedade russa, com um novo poder, mas onde a comunidade agrária, maioritária, mantinha, em grande medida, um forte peso, por um lado quase feudal, por outro, burguês e pequeno burguês. 

Ora, estas divergências vão acentuar-se à medida que a União Soviética se virava para si própria - "construção do socialismo num só país" - e a III Internacional (Komintern), já dominada pelo grupo de Josep Stáline, afastava - ou fazia por afastar - os dirigentes dos Partidos Comunistas ocidentais, discordantes da política de Moscovo. 

Em 1925, Stáline fez ascender Ernst Thalmann à liderança do KDP, e, em 1930, deu o seu assentimento à colocação de Maurice Thorez como secretário-geral do PCF.

Na estrutura dirigente do III Internacional colocou Georgi Dimitrov, um dirigente, na altura, de um pouco influente PC búlgaro (onde o operariado é ultraminoritário) que fez, praticamente, toda a sua carreira política partidária ao serviço do Komintern, entre 1934 e 1943//.

Mas, como se pode verificar do lado da História e da Economia Política, na prática, todo o século XX, na Europa, esteve centrado nos conflitos bélicos, nos grandes antagonismos classistas, das políticas de guerra geral, de violência inaudita, nos projectos de alargamento em larga escala de uma grande espaço extraterritorial, forçados ou interligados, na sequência dos monstruosos crimes praticados pela tentativa de conquista desumana e aterradora, nas próprias derrotas dos maiores partidos revolucionários e nas derrotas dos movimentos de evolução do progresso social, surgidos dos finais da sua I década e a década seguinte.

Em suma, a Europa esteve, nessa época, como agora, no olho do furação e dos grandes acontecimentos geo-económicos e geo-políticos.


Massacres nazis na Europa



Início da revolta de Maio de 1968

Foi, pois, nessa Europa que se deram tentativas de forjar um único território governado imperialmente, sob o nazi-fascismo, que era o objectivo político e económico da grande burguesia financeira e industrial financeira que suportava esses países, e que tinha de fracassar, porque se espezinhou, revoltantemente, os sentimentos nacionais, os direitos e liberdades dos povos de diferentes concepções culturais e políticas.

Mas, também, foi nessa Europa, que os principais vencedores, EUA/Inglaterra, de um lado, e URSS, do outro, tentaram moldá-la, também, agora noutras circunstâncias, em dois largos espaços de livre comércio (OCDE/COMECON), e estruturas militares únicas (NATO/PACTO DE VARSÓVIA). 

O primeiro sob o caminho do capitalismo liberal, que começa, nos dias de hoje, já de maneira mais visível, a entrar em estertor, o segundo debaixo de um conservador capitalismo de Estado, mascarado de comunista, que os partidos seguidores da antiga URSS (e presentemente da China capitalista) pretendem manter como chama de um pseudo-revolucionarismo.

É preciso criticar, justamente, os programas desses partidos que nada tem a ver com o socialismo e, muito menos, com o comunismo. 

Bater no peito que são, não significa absolutamente nada, em termos da teoria e da prática revolucionárias.

E é justamente, na segunda metade do século XX, a Europa da grande indústria, da grande agro-indústria, que, discreta e passo a passo, que se vai constituido (claro sob a dependência inicial única do capital de Wall Street) como nova potência em formação, que procura construir uma nova unidade europeia. 

Que aos poucos, embora fossem precisos dezenas de anos e muitas contradições, se vai autonomizando das potências concorrentes. Assente numa orientação de cooperação económica e política. 

Que criou uma moeda, que, apesar do vendaval que sobre ela caiu em 2008, muito por culpa dos seus dirigentes de então, conseguiu ganhar um peso real alternativo ao dólar.

Por enquanto, a única, a par do dólar, que mantém esse peso constante desse o início da crise nas relações comerciais internacionais. 

Ele, euro, em fase de estabilização, se a União Europeia se reformar e democratizar, o dólar, abrindo fissuras, face à debilidade financeirra e económica dos Estados Unidos e à ameaça de outras concorrências cambiais em período de gestação em parcerias com outros Estados, como o yuan. 

Mas, acima de tudo, apesar da desorganização e desorientação que submergiu todo o movimento e os programas partidários de ruptura revolucionária, é nesta União Europeia que se mantêm os sectores mais avançados e conscientes de que se pode caminhar para uma Revolução.

Tem sido nos Estados que constituem a Europa Unida que se tem produzidos movimentos das classes trabalhadores de envergadura, por vezes interligados, pugnando por uma modificação total nas relações económicas, políticas e sociais.

É nela, aliás, que se recordam e analisam as experiências históricas subversivas, e se tenta impulsionar esses movimentos para sublevações que possam dar um novo conteúdo democrático a essa Europa. 

3 - Todavia, na fase actual de relações de forças, não se pode vislumbrar uma eclosão, e, essencialmente, não se pode perspectivar, de imediato, uma ruptura, porque não existem partidos revolucionários nos Estados da UE, nem um programa mínimo comum que faça inverter a situação para dar impulso a uma consciência de mudança radical social às novas classes laboriosas.  

Ora, no entanto, há questões mínimas que podem ser reivindicadas por um conjunto de partidos e formações políticas de quadrantes diversos na UE, que desejam a sua reforma e a sua reestruturação, pelo menos para os "carris" que estiveram na sua primeira fase original: alargamento territorial, cooperação económica harmoniosa e interdependente.

O primeiro, para mim, é um ponto sensível, mas somente ele pode dar um novo impulso à UE: a estruturação política. 

Tem de ser atacado de frente e discutido. 

Principalmente, porque ele é importante para incrementar uma consciência de classe mais avançada. 

É a constituição, eleita, de uma República federal ou confederal, com as suas organizações políticas de democracia, cujos únicas cedências, nesta fase, às soberanias nacionais, são as políticas comuns de defesa e de diplomacia centralizada.

Os Estados nacionais teriam a sua vida política própria, as suas formas de governo democrático, e instituições que controlassem, de maneira eficaz, incluivé de participar na elaboração e controlo da fiscalidade e dos Orçamentos centrais.

Claro que esta nova República teria de ser feita na base da cooperação e da harmonia e na distribuição equilibrada dos grandes centros de nova industrialização e de alta tecnologia.

Discuta-se e referende-se em toda a Europa este projecto de novo Estado. É urgente.

Mas, esta reivindicação somente terá carácter de verdadeira subversão, se estiver assente numa reivindicação central que consiga derrotar a actual política destrutiva da economia e de um certo bem-estar dos povos europeus:

O controlo total e rigoroso do grande capital financeiro.

Por um lado, nacionalizando o Banco Central Europeu e retirando a sua actual orientação e acção prática que somente serve o capital financeiro privado e não o incremento da produção harmónica nacional e europeia.

Ou seja, é necessário um controlo real das riquezas de cada Estado e da UE, fora do domínio do capital financeiro.

O que pressupõe os controlos estatais dos bancos privados de cada Estado.


Tem de ser retirar da bolsa especulativa o poder de gerir e oriental a seu bel-prazer as riquezas produtivas nacionais, bem como de afastar a interferência dos bancos privados em toda a Administração de Estado e das novas instituições comunitárias democráticas.

Que em termos práticos, significa que se tem de cortar, radicalmente, a submissão da Comissões ou Conselhos Europeus, dos Parlamento Europeus e nacionais, dos governos de cada país com a grande burguesia financeira.

E pugnar por um planeamento cooperativo, e sem favorecimentos, de todo um programa de produção europeia, que faça renascer a industrialização moderna e os novos avancos na tecnologia e na ciência.

Regularizar, o mais prementemente, possivel os endividamentos estatais, com leis estatais, mas essencialmente, europeias, que façam uma distribuição igualitária dos impostos, o que terá de conduzir a que a grande burguesia sinta na pele - indo buscá-los aos off-shores e outras estruturas de fuga - o peso de uma carga fiscal efectiva.

Estes são reivindicações mínimas que podem ser apoiadas por todos aqueles que desejam uma verdadeira Europa dos cidadãos.

4 - A luta por esta Europa Unida Republicana pressupõe um combate sem tréguas às demagogias nacionalistas, e aos entraves de circulação de homens, capital e mercadorias.

O retrocesso para "fortalezas nacionais" na Europa trará o gérmen de apetites de supremacia imperial, que continuam latentes em sectores dessa grande burguesia e levarão atrás sectores das classes trabalhadoras, mas essencialmente, milhares de desclassificados. 

Completamente, afastados de decrépita democracia burguesa tradicional. 

O que significará violência e guerra em torno de novas formas de conquista de "espaço vital". 

Que a grande burguesia financeira quer impulsionar para continuar a sobreviver sobre a forma de poder ditatoriais.

É ela, tal como no tempo da República de Weimar na Alemanha, fomenta e paga, sem qualqter entrave, a formação de grupos e partidos pró-nazis, que procuram, precisamente, assumir, lentamente, o poder. 

Neste momento, afirmando-se, com todo o descaradamento, como partidos respeitadores da ordem democrática, que apenas pretendem "endurecer" relativamente aos estrangeiros e às movimentações sociais e populares.

Esse é o trajecto de partidos que já estão no poder, em parcerias com conservadores e social-democratas, na Itália, na Dinamarca, na Holanda, na Finlândia e na Noruega, parcerias essas que lhe dão a "respeitabilidade" para depois "abocanharem" o poder total.  
  
Por isso, são incompreensíveis as candidaturas "tidas de esquerda" como a "pessoal" do advogado Marinho e Pinto, antigo bastonário da respectica ordem, que é cabeça de lista de uma formação MPT, que concorreu, pela direita, recentemente, a apoiar a coligação PSD/CDS em várias autarquias.

Como é incompreensível a candidatura do antigo deputado do Bloco de Esquerda Rui Tavares, que se afirma de "esquerda", mas na ruptura com aquele partido, se coligou aos Verdes alemães, que foram o sustentáculo, juntamente com os sociais-democratas, do regime capitalista na Alemanha, antes da ascensão de Ângela Merkel.





quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

OS MAIORES CRIMES CONTRA A HUMANIDADE DESTE SÉCULO FORAM PRATICADOS PELOS EUA

1 - Quando se assiste a declarações de assassinos, como o conselheiro de Segurança Nacional do governo de Barack Obama, a afirmar que a repressão que se assiste, actualmente, na Ucrânia, "é totalmente escandalosa" e que as acções deste tipo "não têm mais lugar no século XXI", verificamos que os indigentes serventuários do jornalismo ocidental, e particular, os chamados jornalistas criados dos grupos económicos do capital financeiro, como o "New York Times" ou o "Washington Post", ou toda a rede de televisões do regime, CNN, NBC, CBS ou FOX, silenciam o que, realmente, os nazis que ocupam os postos chave da Administração, Forças Armadas e corpos legislativos norte-americanos, fizeram, realmente, de criminoso neste século.

Os Estados Unidos da América são, justamente, neste século os sucessores dos criminosos nazis, claro que noutras condições, da laia de Adolf Hitler. 

(O actual Presidente dos EUA é um criminoso de guerra, e como tal deve ser julgado).




Crianças afegãs mortas em ataque aéreo dos EUA em Kunar/foto Público


É responsável por assinar ordens secretas para matar oponentes da orientação imperial norte-americana, sob o argumento humanista de "luta contra o terrorismo"; organiza acções militares encobertas para destabilizar regimes e Estados que não se submetem à vassalagem do capital norte-americano; mantém campos de concentração e prisões secretas em diferentes partes do mundo, com cumplicidades várias que vão dos ignominiosos democratas europeus aos mais atrozes carrascos dos países árabes, como o rei da Arábia Saudita ou da Jordânia.

São os Estados Unidos os grandes fomentadores da destruição de Estados estabelecidos, como a Líbia ou o Iraque, para os aniquilar - sim aniquilar, sem dó, nem piedade, meticulosamente planeado, tal como Hitler planeou a entrada na Polónia, ou a ocupação da então Checoslováquia e a Áustria, para sacar, única e exclusivamente as suas riquezas naturais e o considerava "o seu espaço vital".

Deixemo-mos, pois, de rodriguinhos e façamos as denúncias mundiais.

A questão na Ucrânia é grave, não por causa de democracia, mas porque existem apetites imperiais dos Estados Unidos, em primeiro lugar, para disputar a supremacia à Rússia, mas, em segundo lugar, para meter ao barulho a própria Europa e tentar desarticular aquela..

Os poltrões da comunicação social europeia ainda não perceberam que uma explosão guerreira na Ucrânia se pode estender, em pouco tempo, por toda a Europa. 

E esse é um objectivo de Washington, e do seu sinistro centro financeiro do lobby judeu de Wall Street, que está emaranhado na maior crise financeira e económica da sua História, com grandes cidades na falência, o empobrecimento lento, mas constante da sua população, o militarismo a corromper, financeiramente, a sua própria economia.

Mas, eles, que atiçam os fogos, estão longe - e depois, tal como na I e II Grandes Guerras aparecem para "investir na reconstrução" e ocuparem, na realidade, militarmente essa Europa destroçada.

Mas, pode vir o argumento: os ucranianos querem juntar-se à União Europeia. 

Certo. Até pode ser essa a vontade. 

Então, porque não propor um referendo para que isso se cumpra, ou, em caso, ainda que, fora de uma verdadeira democracia participativa dos cidadãos, discutir e aprovar tal projecto no Parlamento local?.

Política e praticamente, também gostaria de ver a Ucrânia aderir, em paz, a UE. 

Mas tal orientação tem de ser conduzida pelo próprio povo - ou povos - que constituem a Ucrânia, sem interferência de criminosos, como Obama, Hollande (esse sabujo cúmplice de Mitterrand, agora na órbita do capital financeiro norte-americano) e Barroso.

Sim, porque eles são criminosos. 

E estão a fomentar a divisão europeia e, em consequência, a preparar a fragmentação através da guerra.

2 - Vamos aos factos. Aos profundos crimes contra a Humanidade.

Em 2001, o governo dos Estados Unidos da América, liderado pelos Republicanos, e sob a chefia de George W. Bush iniciou uma intervenção directa no Afeganistão, a pretexto de um vago "combate ao terrorismo". 

Teve o apoio directo das oligarquias político-financeiras do Reino Unido, Espanha e Portugal, mas também da França e Canadá.

Os bombardeamentos de cidades e aldeias foram intensos, os massacres de civis e mesmo de prisioneiros das milícias talibãs, que dominavam o Afeganistão foi imensa.

(Fontes oficiais admitem que tivessem morrido ou sido capturados, nos primeiros meses da invasão, cerca de 38 mil afegãos, que os EUA e os aliados internos consideraram talibãs. 

Uma parte substancial foi transportado em condições inumanas, após interrogatórios feroz, para Guantánamo e prisões secretas espalhadas por vários países, onde se praticaram autênticos massacres nazis).

Segundo documentos oficiais norte-americanos divulgados pela Wikileaks, de Julian Assange, as mortes civis ascendem a centenas de milhares.

Valores reais não existem.

As organizações ditas humanitárias fazem uma previsão de que haja um milhão e meio de pessoas no Afeganistão actual que passem fome; e que 7,5 milhões se encontrem em estado de grande pobreza.

Os Estados Unidos e os países da NATO que os apoiam, oficialmente, têm no Afeganistão destacados mais de 150 mil soldados, com um corpo inútil de um Exército afegão de 100 mil homens pagos pelos EUA. 

Além do mais admite-se que Washingtom sustente naquele país um Exército para-militar de mais de 40 mil mercenários.

Entre os ocupantes e o Exército fantoche afegão contavam-se, até há pouco tempo, perto de 14 mil mortos, sendo que cerca de 1.600 são norte-americanos. 

Os feridos - grande feridos - aproximam-se dos 20 mil.

E o que é um crime de proporcões gigantescas contra a Humanidade. É a CIA norte-americana que controla toda a produção e comércio mundial de ópio do Afeganistão.


EIS OS PRINCIPAIS CRIMINOSOS


3 - A 20 de Março de 2003, cumprindo um plano elaborado há anos, pelo grupo de extrema-direita, gerido pelos chamados neo-conservadores - políticos e intelectuais judeus que enquadraram, teórica e politicamente, os centros decisores dos Estados Unidos (a Administração, o Congresso e a Câmara dos Representantes e a hierarquia dirigente do complexo industrial militar) que dominava a política norte-americana, desde os anos 90 do século passado, as Forças Armadas norte-americanas invadiram o Iraque.

Contaram com os criminosos dirigentes do Reino Unido (Tony Blair), Espanha (José Maria Aznar) e, secundariamente de Portugal (Durão Barroso) para "apoiar" o argumento "humanitário" para fazer marchar as hordas guerreiras.

Eis o argumento. O Iraque de Saddam Hussein estava a desenvolver, rapidamente, um arsenal enorme de armas de destruição maciça, com particular ênfase, em armamento nuclear.

(Na realidade, Saddam Hussein estava a procurar uma moeda alternativa ao petrodólar para fugir ao controlo financeiro da sua produção petrolífera e tentava diversificar a sua produção por outras companhias petrolíferas, que não as chamadas "sete irmãs" - Esso, Texaco, Socony e Socal, a Shell e a Amoco, interligadas aos grandes bancos de Wall Street e em grande parte ao Vaticano.

Além do mais, o Iraque era um centro geo-estratégico essencial "espaço vital" para enfrentar o Irão em crescendo e obstaculizar o incremento no sector - crude e gás - da Rússia e da China, controlando, a prazo toda a zona do Cáspio, o maior território mundial de jazidas de gás).  

Uma pesquisa, feita em 2007, pela organização internacional Opinion Research Business (ORB) fez uma estimativa, baseada em dados cruzados de diferentes fontes, desde oficiais norte-americanas, a oficias iraquianas e organizações ditas não governamentais no terreno, que desde a invasão e ocupação houve mais de 1.220.000 mortes violentas devidas à guerra no Iraque.

Até hoje não foi encontrada nenhuma das grandes armas de destruição maciça. 

E os criminosos de guerra passeiam-se pelo mundo a sacar dinheiro.




Os Estados Unidos - e a cálifa de criminosos 

apoiantes, como o actual secretário-geral da 

NATO, que era primeiro-ministro dinamarquês 

na altura da invasão (entre 2001 e 2009) e dos 

grandes massacres, Anders Fogh Rasmussem, 

capitularam em 15 de Dezembro de 2011, 

anunciando, apenas formalmente, que saiam do 

terreno e entregavam o comando a tropas do 

actual regime de Bagdad.


Claro que o Exército derrotado dos EUA/NATO 

não saiu, totalmente, do Iraque, uma parte está 

aquartelado em zonas estratégicas, dando 

apoio aos fantoches governamentais, outra 

parte, saiu pela porta baixa para o Kuwait.

Referimos, para que conste, as reportagens 

feitas por jornais no Iraque sobre, uma parte 

mínima do que lá se passou. Esta é retirada do 

jornal on-line UOL


"Relatos de massacre no Iraque 

Michael S. Schmidt
Em Bagdá (Iraque)

Um a um, os fuzileiros navais sentaram-se, juraram dizer a verdade e começaram a conceder entrevistas secretas, discutindo um dos episódios mais horríveis da época norte-americana no Iraque: 

o massacre de civis iraquianos pelos fuzileiros navais na cidade de Haditha em 2005.

"Quero dizer, quer tenha sido um resultado de nossa acção ou de outra acção, você sabe, descobrir 20 corpos, com as gargantas cortadas, você sabe, sem cabeça, 20 corpos aqui, 20 corpos ali", disse o coronel Thomas Cariker, comandante na província de Anbar na época, aos investigadores enquanto descrevia o caos no Iraque. 

Às vezes, disse ele, as mortes eram causadas por "ataques de granadas nos postos de vigilância, você sabe, com morte de civis."

As 400 páginas de interrogatórios, que eram considerados segredos de guerra, deveriam ter sido destruídas à medida que os últimos soldados norte-americanos se preparam para deixar o Iraque. 

Não o foram. Alguém deixou esse material. Foram descobertas juntamente com muitos outros documentos confidenciais, incluindo mapas militares mostrando as rotas de helicóptero e localização de radares, por um repórter do The New York Times num depósito de lixo nas cercanias de Bagdad. 

Um soldado estava usando os documentos como combustível para acender uma fogueira e fazer um jantar de carpa fumada.

Os documentos – muitos marcados com o carimbo de secretos – fazem parte da própria investigação militar interna e confirmam a maior parte do que aconteceu em Haditha, uma cidade no rio Eufrates onde os fuzileiros navais mataram, pelo menos, 24 iraquianos, incluindo um homem de 76 anos numa cadeira de rodas, mulheres e crianças, algumas ainda de colo.

Haditha se tornou um momento definitivo da guerra, ajudando a consolidar uma desconfiança perene dos iraquianos em relação aos Estados Unidos e um ressentimento pelo facto nenhum fuzileiro naval nunca ter sido processado. 

Esta é uma das principais razões pela qual as tropas de combate dos EUA estão indo embora no fim de semana.

Mas os relatos são tão terríveis, pois revelam o stress extraordinário dos soldados que foram enviados para o país, as suas frustrações e os seus encontros frequentemente dolorosos com uma população que eles não entendiam. 

Nas suas próprias palavras, o relatório documenta a natureza desumanizante da guerra, onde os fuzileiros navais passaram a considerar 20 civis mortos não como algo "incomum", mas como rotina.

Civis iraquianos eram mortos o tempo todo. 

O major-general Steve Johnson, comandante das forças norte-americanas na província de Anbar, em seu próprio testemunho, descreveu isso como "o custo de fazer negócios".

O stress do combate deixou alguns soldados paralisados, consta nos depoimentos. 

Soldados, traumatizados com o aumento da violência e se sentindo constantemente cercados, ficaram cada vez mais nervosos, matando mais e mais civis em encontros acidentais. 

Outros ficaram tão insensíveis e acostumados às mortes que atiravam deliberadamente em civis iraquianos enquanto seus camaradas tiravam fotos, e eram enviados os tribunais. 

Os corpos se empilhavam numa época em que a guerra foi horrivelmente errada.

Acusações foram retiradas contra seis dos fuzileiros envolvidos no episódio de Haditha, outro foi inocentado e o último caso contra um fuzileiro naval deve ir a julgamento no ano que vem.

Essa impunidade por fim envenenou qualquer oportunidade de as forças norte-americanas continuarem no Iraque, porque os iraquianos não as deixariam ficar sem que se sujeitassem às leis e tribunais iraquianos, uma condição que a Casa Branca não poderia aceitar.

Depois de saber que os documentos haviam sido encontrados, o coronel Barry Johnson, porta-voz do Exército norte-americano no Iraque, disse que muitos deles continuam confidenciais e deveriam ter sido destruídos. 

"Apesar da forma inadequada como eles foram abandonados e chegaram à nossa posse, não temos liberdade para discutir informações confidenciais", sustento ele.

Muitos dos que testemunharam nas bases no Iraque ou nos Estados Unidos eram claramente responsáveis por não ter investigado uma atrocidade e podem ter tentado moldar seus testemunhos para descartar qualquer ideia de que tentaram encobrir os eventos. 

Mas os relatos também mostram a consternação dos fuzileiros navais enquanto lutavam para controlar uma terra pouco familiar e o seu povo, o que acabou se tornando em constante estado de sítio por conta dos guerilheiros que eram quase indistinguíveis dos não combatentes.

Alguns, sentindo que estavam constantemente sendo atacados, decidiram usar a força primeiro e fazer perguntas depois. 

Se os fuzileiros incendiavam um prédio, eles normalmente o derrubavam. 

Simples motoristas que se aproximavam dos pontos de fiscalização sem parar eram considerados homens-bomba.

"Quando um carro não para, ele cruza a linha de fogo, os fuzileiros entram em combate e, sim senhor, há pessoas dentro do carro que são mortas e não tem nada a ver com a coisa", testemunhou o sargento major Edward T. Sax, oficial superior do batalhão. 

Acrescentou: "tive fuzileiros que atiraram em crianças em carros e tive que lidar com eles individualmente, um a um, porque eles tinham muita dificuldade em lidar com isso."

Sax disse que perguntava aos fuzileiros responsáveis se eles sabiam que havia crianças no carro. 

Quando eles diziam que não, ele concluiam pura e simplesmente, que a culpa não era deles. 

Ele assinala que se sentia mal pelos fuzileiros que tinham atirado, dizendo que eles carregariam um fardo para a vida toda.

"Uma coisa é matar um insurgente num conflito aberto", testemunhou Sax. "Outra coisa muito diferente – e odeio dizer isso, da forma como somos criados nos Estados Unidos – é ferir uma mulher ou ferir uma criança ou, no pior caso, matar uma mulher ou matar uma criança."

Eles não conseguiam entender porque tantos iraquianos não paravam nos postos de fiscalização e especulavam que era por causa do analfabetismo ou de problemas de visão. 

"Eles não têm óculos ou coisa parecida", disse o coronel John Ledoux. "Isso de facto faz pensar, por causa de algumas coisas que eles faziam para continuar andando. Você sabe, é difícil imaginar que eles simplesmente continuavam vindo, mas às vezes eles faziam isso."

Este era o ambiente em 2005, quando os fuzileiros da Companhia K do 3º Batalhão, 1º Regimento de Fuzileiros Navais de Camp Pendleton, Califórnia, chegaram na província Anbar, onde se localiza Haditha, muitos pela segunda ou terceira vez no Iraque.

A província havia se tornado uma fortalieza para sunitas sem direitos e guerrilheiros estrangeiros que queriam expulsar os Estados Unidos do Iraque, ou simplesmente matar o máximo possível de norte-americanos. 

Das 4.483 mortes (norte-americanas) no Iraque, 1.335 aconteceram em Anbar.

Em 2004, quatro funcionários da Blackwater (empresa de mercenários ligada a Donald Rumsfeld, secretário da Defesa) foram assassinados e arrastados pelas ruas de Fallujah. Os seus corpos foram queimados e pendurados numa ponte sobre o rio Eufrates. 

Dias mais tarde, o exército norte-americano entrou em Fallujah, e o resultado foi o caos na província de Anbar durante os dois anos seguintes à medida que os norte-americanos tentavam lutar contra os insurgentes.

O stress do combate logo chegou ao máximo. 

Um membro da unidade de fuzileiros navais parou de tomar a sua medicação para transtorno obsessivo compulsivo e parou de funcionar. 

"Tivemos o episódio em que os fuzileiros se fotografaram atirando nas pessoas", testemunhou o coronel R. Kelly, dizendo que eles chamaram imediatamente o Serviço de Investigação Criminal Naval e "confiscaram a máquina deles". 

Ele sustentou que os soldados envolvidos foram enviados à tribunal marcial.

Tudo isso estabeleceu o cenário para o que aconteceu em Haditha em 19 de novembro de 2005. 

Naquela manhã, um comboio militar de quatro veículos estava a caminho de um posto militar em Haditha quando um dos veículos foi atingido por uma bomba na beira da estrada. 

Vários fuzileiros saíram para socorrer os feridos, incluindo um que eventualmente morreu, enquanto outros procuraram insurgentes que poderiam ter montado a bomba. 

No espaço de algumas horas, 24 iraquianos, incluindo um homem cego de 76 anos de idade e crianças de 3 a 15 anos – foram mortos, muitos dentro de suas casas.

Moradores da cidade sustentam que os fuzileiros reagiram exageradamente ao ataque e atiraram em civis, dos quais só um estava armado. 

Os fuzileiros garantiram que acreditavam estar sendo atacados. 

Quando os relatórios iniciais chegaram, sublinhando  que mais de 20 civis haviam sido mortos em Haditah, os fuzileiros que os receberam disseram que não ficaram surpreendidos pelo número alto de mortes civis.

O oficial superior K.R. Norwood, que recebeu os relatórios do local, no dia dos eventos em Haditha, e os transmitiu aos comandantes, testemunhou que 20 civis mortos não era um número incomum. 

"Quer dizer, não era excepcional, baseado na área eu não diria que era excepcional, senhor", disse Norwood. 

"E esta é apenas a minha definição. Não que eu ache que uma vida não vale, é que..."

Um investigador perguntou ao oficial: "quer dizer excepcional ou notável em termos de algo que teria lhe chamado a atenção e que você teria dito imediatamente: 'preciso ter mais informações sobre isso. Há muitas mortes'." 

"Não na época, senhor", testemunhou o oficial.

Johnson, comandante das forças norte-americanas na província de Anbar, disse que não se sentiu compelido a voltar e examinar os factos porque eles faziam parte de um padrão contínuo de morte de civis. 

"Aquilo acontecia a todo o momento, não necessariamente em MNF-Oeste o tempo todo, mas por todo o país", testemunhou Johnson, usando uma sigla militar para as forças dos EUA/NATO no oeste do Iraque.

"Então, você sabe, talvez – imagino que se eu estivesse sentado aqui em Quantico e ouvisse que 15 civis haviam morrido eu teria ficado surpreendido e chocado e teria tomado mais providências para investigar", testemunhou, referindo-se à Base de Fuzileiros Navais em Quantico, Virginia. 

"Mas naquele momento, senti que aquilo era – ou costumava ser, porque qualquer motivo, parte daquela ação e senti que era apenas o custo de atuar naquela luta em particular."

Quando os fuzileiros chegaram no local para avaliar o número de corpos, pelo menos um soldado achou que seria um bom momento para tirar fotos para ele mesmo guardar. 

"Eu sei que um fuzileiro estava tirando fotos apenas para tirar fotos e eu disse a ele para destrui-las todas", testemunhou um primeiro tenente identificado como M.D. Frank. 

"Ele estava comigo, senhor, e ele estava tirando algumas fotos e eu disse: 'Sargento, destrua essas fotos porque você está simplesmente se envolvendo numa carrada de problemas.' Então ele respondeu, 'Entendido, senhor'."

Os documentos revelados pelo The Times – que incluem bilhetes escritos a mão pelos soldados, documentos de fuzileiros garantindo o seu direito contra a auto-incriminação, diagramas de onde as mulheres e crianças mortas foram encontradas, e fotos do local onde o fuzileiro foi morto pela bomba na estrada no dia do massacre – continuam confidenciais.

Num encontro com os meios de comunicação social em Outubro, antes que os militares ficassem sabendo sobre a descoberta dos documentos, o comandante dos EUA encarregado da logística da retirada disse que os arquivos das bases foram transferidos para outras partes do exército ou incinerados. 

"Nós não colocamos documentos oficiais no lixo", disse o comandante, major general Thomas Richardson, num encontro na Embaixada dos EUA em Bagdad.

Os documentos foram empilhados em contentores militares e transportados para o ferro-velho por uma empresa iraquiana que estava tentando vender o que havia sobrado das bases norte-americanas, disse o funcionário local. 

O funcionário iraquiano disse que não tinha ideia sobre o que eram os documentos. Admitiu, apenas, que que eles eram importantes para os norte-americanos.

Ele referiu que, mesmo assim, ao longo de semanas queimou dezenas e dezenas de pastas, transformando em cinzas outras histórias não contadas sobre a guerra. 

"O que podemos fazer com isso?", disse o funcionário. 

"Essas coisas não valem nada para nós, mas entendemos que são importantes e que é melhor queimá-las para proteger os norte-americanos. Se eles estão indo embora, significa que seu trabalho terminou aqui."

A guerra do Iraque teve só massacres, 

destruição de praticamente toda a infra-

estrutura do país, corrupção e desvio de 

dinheiros entre os altos funcionários civis 

e os responsaveis militares. 

Teve Abu Ghraib. 

os Presidentes George W. Bush e Barack 

Obama estavam a par.


Do Jornal de Notíciais, de 29 de Maio 

de 2009.

Cita-se: 


"As fotografias de abusos sobre prisioneiros no 

Iraque que o presidente dos Estados Unidos, Barack 

Obama, recusou divulgar incluem imagens de 

violações e abusos sexuais, noticiou, ontem, o diário 

britânico Daily Telegraph.




As imagens estão entre as fotografias incluídas num 

relatório de 2004 sobre os abusos contra prisioneiros 

da prisão iraquiana de Abu Ghraib, elaborado no final 

de uma investigação conduzida pelo general Antonio 

Taguba. O general incluiu nesse relatório relatos de 

prisioneiros que testemunharam violações e abusos 

sexuais e, anteontem, confirmou ao jornal britânico 

que também constam do relatório imagens que 

confirmam essas alegações. "Essas fotografias 

mostram tortura, abusos, violações e todo o tipo de 

indecências", disse ao Daily Telegraph o general 

Taguba, que passou à reforma em 2007. Taguba 

afirmou também ao jornal que apoia a decisão de 

Barack Obama de não divulgar as fotografias, apesar 

de o presidente norte-americano ter anteriormente 

prometido divulgar todas as imagens relacionadas 

com os abusos em Abu Ghraib e outras prisões norte-

americanas no Iraque.


Segundo o Telegraph, há pelo menos uma fotografia 

que mostra um soldado norte-americano 

aparentemente a violar uma prisioneira e outra que 

mostra um tradutor a violar um prisioneiro.


Entretanto, ontem, o Pentágono desmentiu a notícia 

do jornal britânico. O porta-voz do Pentágono, Bryan 

Whitman, disse que o jornal Daily Telegraph mostrou 

"incapacidade de obter os factos de forma correcta". 


"Essa organização de notícias descaracterizou 

completamente as imagens", disse.


PRINCIPAIS CRIMINOSOS
Estados Unidos George W. Bush
Estados Unidos Barack Obama
Estados Unidos Tommy Franks
Estados Unidos Ricardo Sanchez
Estados Unidos George Casey
Estados Unidos David Petraeus
Estados Unidos Raymond T.Odierno
Estados Unidos loyd Austin
Reino Unido Tony Blair
Reino Unido Gordon Brown
Reino Unido David Cameron
Reino Unido Brian Burridge
Espanha José María Aznar

 José Manuel Durão Barroso
Itália Silvio Berlusconi
Polónia Lech Kaczyński
Iraque Nouri al-Ma