segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

QUE AUTORIDADE TEM A UE PARA EXIGIR TRANSPARÊNCIA A OUTROS PAÍSES?







Quem são os principais criminosos?
























A notícia, com data de 31 de Janeiro passado, surgiu da agência Lusa, vinda de Bruxelas:

Cita-se.

"A União Europeia decidiu hoje adiar a decisão de congelar os bens e proibir a deslocação à Europa de uma série de altos responsáveis da Guiné-Bissau, mas confirmaram a suspensão da ajuda comunitária, à espera do resultado de "consultas" com Bissau.

A decisão de adiar as sanções contra o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e o Chefe de Estado-Maior da Armada foi aprovada depois de uma intervenção nesse sentido do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, disseram à Lusa fontes comunitárias.

Luís Amado pediu o adiamento da decisão, que estava previsto ser adotada sem discussão, a pedido do representante das Nações Unidas em Bissau, de acordo com a mesma fonte".

A União Europeia (UE) mostra uma arrogância neo-colonial contra um pequeno país, impondo sanções a seus dirigentes, que acusa de participar em "lavagem de dinheiro e corrupção".

É realmente a arrogância dos cobardes contra os indefesos.

Porque não aplica a UE sanções contra os seus banqueiros ou contra os seus dirigentes que estão metidos nos maiores processos de branqueamento de capitais, de prostituição infantil, de nepotismo, como os Berlusconi, os administradores dos principais bancos, contra antigos Primeiros-Ministros do Reino Unido, como Blair, que fomentaram crimes contra a humanidade.

Em 2008, as Nações Unidas fizeram soar o alerta sobre a ameaça global do crime organizado, e instaram uma ação coordenada para chegar a seus lucros, através de medidas contra a lavagem de dinheiro e a corrupção.

E onde estão os centros de lavagem de dinheiro e corrupção?
Nos maiores bancos dos Estados Unidos e da Europa.

Quem o afirma. Refiro o nome: o italiano Antonio Maria Costa, diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), sediado em Viena. Fê-lo em plena assembleia-geral da ONU:


"O crime organizado tornou-se global, atingiu níveis macroeconômicos e representa uma séria ameaça à estabilidade, e até mesmo à soberania, dos Estados",






Segundo o dirigente da ONU, os criminosos estão usando os lucros do crime e a ameaça do uso da força para "influenciar eleições, políticos e o poder - até mesmo o militar". Onde se situam? nos países mais desenvolvidos. Os seus bancos, os seus off-shores.






Quem são os atingidos.






As palavras para o homem da ONU.

Costa disse que países vulneráveis, particularmente no oeste da África e na América Central, corriam maior risco e pediu que seu desenvolvimento e segurança sejam implementados para torná-los "menos atraentes para os parasitas do crime".

O italiano discursou por ocasião da publicação do novo relatório da UNODC, intitulado "The Globalization of Crime: A Transnational Organized Crime Threat Assessment" ('A Globalização do Crime: uma Avaliação da Ameaça do Crime Organizado Transnacional', numa tradução livre), primeiro estudo estratégico sobre a ameaça à segurança que representa o crime organizado.

O estudo demonstra que o crime organizado factura "bilhões de dólares por ano com o tráfico de drogas, armas, pessoas, recursos naturais, produtos pirateados, bem como pirataria marítima e cibernética".

Costa disse que uma luta mais eficaz contra toda essa máfia, que se acoita em bancos de grande poder exige mudança. E essa mudança pelo combate à lavagem de dinheiro e à corrupção.

Ele também sugeriu a repressão aos cúmplices do crime, "tais como os criminosos de colarinho branco - advogados, contadores, corretores de imóveis e banqueiros que encobrem e 'lavam' suas ações".

Querem foram os bancos que beneficiaram com esse branqueamento e lavagem de dinheiro.






Todos os grande bancos, que estiveram à beira da falência ou faliram mesmo a partir da crise de 2008. E onde foram injectadas grandes somas de dinheiro dos contribuintes-



Apesar deste investimento público, em 2010, só 25% dos bancos recuperou da falência da Lehman

Em Setembro de 2010, completaram-se dois anos desde a falência do grande banco do capital financeiro internacional judeun Lehman Brothers.




E dois anos depois, mantem-se na Europa, nomeadamente na banca, uma fraca perspectiva de recuperação, onde apenas um em cada quatro bancos apresenta um saldo positivo neste período.






Para onde foi o dinheiro dos contribuintes? Para o bolso dos especuladores.

Dois anos depois, só 13 dos 53 bancos europeus que compõem o índice da Bloomberg para o sector anularam as perdas registadas desde a falência do histórico norte-americano.

A 15 de Setembro de 2008, o Lehman Brothers declarava falência, naquela que foi a primeira peça de dominó a cair de uma construção que até hoje não levantou.

É que a falência da Lehman lançou o caos sobre o sistema financeiro mundial, um cenário que rapidamente se propagou à economia real e originou uma das mais profundas recessões que o mundo desenvolvido conheceu.

É neste cenário que dos 53 bancos que figuram do índice da Bloomberg para a banca, só 13 recuperaram das perdas desde a falência do histórico Lehman Brothers.

Com os melhores desempenhos surge o britânico Experian, que ganha 60% desde 15 de Setembro de 2008, seguido pelo britânico Standard Charter (58%) e do francês Natixis (58%).

A fechar o ‘top 5' dos que melhor recuperaram desde a queda da Lehman está o norueguês DNB Nor ASA e o também britânico IG Group.

Das instituições financeiras que compõem o índice da Bloomberg para a banca europeia, os dois portugueses, BCP e BES, estão entre os 20 piores.

É que o banco liderado por Carlos Santos Ferreira ainda perde 47% desde 15 de Setembro de 2008, em 44º lugar, enquanto a instituição dirigida por Ricardo Salgado acumula um saldo negativo de perto de 30%, no 35º lugar da tabela.

Nos últimos lugares da tabela estão sobretudo bancos gregos e alemães.

O Bank of Ireland tomba 77% desde 15 de Setembro de 2008, enquanto o Royal Bank of Scotland perde mais de 76%. Já os gregos National Bank of Greece e Alpha Bank e os alemães Dexia e Commerzbank derrapam mais de 59% desde a falência da Lehman, registos a que não estão alheios a recente crise de dívida que abalou a Europa.

Ao contrário do que muitos pensam, a crise financeira só começou, vai se acentuar a partir de novembro e durante 2009.






Estamos, portanto, a começar 2010.

Nesta altura era um banco alemão ameaçado de falência e salvo, in extremis, pela chanceler Angela Merkel. Trata-se do banco Hypo Real Estate.






Então a Merkel, piedosa, criticava os outros, por investiverem dinheiro dos contribuintes. Ela fez o mesmo. Mas mantém a arrogância, apesar de fazer a mesma prática do governo irlandês e do próprio português.






Os governos europeus, especialmente, aqueles que defendiam com unhas e dentes o neo-liberalismo, todo o poder aos mercados, encolhem as garras e dizem agora que, para salvar o sistema - o deles naturalmente - é necessário recorrer aos créditos públicos.

Então, Merkel aceitou em desembolsar 35 mil milhões de euros, mas a crise dos bancos alemães não se solucionará com essa ninharia. Esse total inicial é mero analgésico para a crise, pois se fala em um zero a mais para se salvar os bancos alemães da falência, 350 bilhões de euros.

Estamos agora já com 2010 a andar pelos meses adentro e a situação é tão catastrófica entre os banqueiros europeus como nos EUA. Neste intervalo, o maior banco suíço, o UBS quase faliu, embora num clima de discreção típico suíço. Esse banco parece ter sido salvo, foi recapitalizado, mas muitos outros estão na corda bamba.

Depois de várias falências bancárias de outro lado do Atlântico, chegou então a hora da verdade para os bancos europeus. Em poucos dias, isto no ano passado, dois dos maiores bancos do Benelux, o Fortis e o Dexia, tiveram de ser parcialmente nacionalizados para evitar uma entrada em falência. O conjunto dos activos do Fortis e da Dexia representam cerca de 1.500 mil milhiões de euros, ou seja, 3 vezes os activos do Lehman Brothers.

Ao nível dos grandes bancos mundiais, os mais enfraquecidos foram sem grande surpresa os bancos de investimento americanos, como a Morgan Stanley, a Goldman Sachs e a Merrill Lynch. Seguem a Wachova e o Citigroup, maior banco americano.






Esses bancos situam-se a níveis implícitos de risco, comparáveis com vários dos nossos vizinhos espanhóis de dimensão média, como o Banco Pastor, o Banco Popular ou o Bankinter que estiveram nomeadamente expostos à crise imobiliária espanhola.






E quem salvou, em parte estes bancos especuladores? a injecção de dinheiro em catadulpa da droga e da lavagem do dinheiro.

Que autoridade tem a UE para castigar gente de palmo e meio.



Já foi preso algum dirigente europeu? Algum banqueiro criminoso europeu?.



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

BARRETO: QUANDO O HOMEM DA CRISE DIZ MAL DELA

Sempre, sempre, no lado politicamente correcto do actual regime


O antigo ministro socialista do I Governo Constitucional António Barreto, co-responsável pela situação em que esteve o País em 1976, e, naturalmente, pelo rumo seguinte, saltitante por vários partidos, grupos e associações políticas ao longo dos anos, gratificatemente sustentado em várias sinecuras que lhe deu o actual regime, como seu mentor, com grandes trombetas, anuncia, agora, que o mesmo é "um regime bloqueado".

Fê-lo, naturalmente, em entrevista a um jornal do capital "Diário Económico", declarando do alto da sua áurea, que os pares lhe impuseram de "cientista social":
esta crise é pior do que a 1976.

/Antes de analisar o que diz, vamos referenciar o personagem. Em 1963, estudante de Direito, saiu do país e refugiou-se na Suíça. Em termos práticos, fugiu à tropa. Nada de grave. É um direito. Com o título de exilado por se afirmar contrário ao salazarismo, mas sem realizar qualquer actividade digna de oposicionista político, licenciou-se em Sociologia em Berna, em 1968, e andou a viver à custa da ONU até 1974.

Convém esclarecer: foi miliante do PCP entre 1963 e 1970. Afastou-se. Não sei porquê. Depois, organizou, na Suíça, um grupo de teóricos de opereta, encobertos em torno da revista "Polémica", ao lado de sumidades do actual regime como Medeiros Ferreira e Eurico de Figueiredo.


Quando aterrou em Lisboa, logo após o 25 de Abril, ainda no aeroporto, perguntou, dizem uns a brincar, outros a sério: Quem é o partido que está a dar?

Saltou, então, para o PS, partido, então, sem quadros, mas cheio de curiosidades por "intelectuais" da estirpe de Barreto.


No VI Governo provisório, de coligação PS, PSD e PCP, já era, em nome do "numerário" de Mário Soares, Secretário de Estado do Comércio Externo. Depois foi deputado Constituinte pelos socialistas.


Com o I Governo Constitucional, este "cientista social" é catapultado para Ministro do Comércio e, pouco depois, Ministro da Agricultura e Pescas, com uma oirientação precisa liquidar a Reforma Agrária e dar cabo do que restava da pesca como riqueza do país.


Cumpriu a tarefa de regime, embora o PS de então não lhe tenha engrandecido a personalidade.


Mudou a agulha da bússola e vemo-lo, como intelectual da nova orientação que o poder vai adquirindo com a ascensão da burguesia financeira especulativa, com Sá Carneiro no poder, apoiar a Aliança Democrática, liderada por aquele, encavalitando-se no grupo de enorme projecção intelectual apelidado de "Movimento de Reformadores", onde estavan atambém o inefável Medeiros Ferreira.


Como a AD não o glorificou, estudou o regresso ao PS como deputado entre 1987 e 1991. (Deve ter reforma, justamente merecida!!!).


Claro esteve em cargos de sacagem de dinheiro do Estado, entretanto: membro do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Estatística e Presidente do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos.


Um rapaz de respeito não haja dúvida para...dissertar sobre a crise/.


Sobre as eleições, esperava uma mudança no sentido forçar um regime de um homem providencial.


As suas palavras são claras, mas enroladas numa esclerose estúpida de quem sustenta afirmar o contrário:


" Mas caímos sempre no mesmo com este regime que não é semi-presidencial nem coisa nenhuma. Qualquer futuro Presidente da República sabe que dependerá do Parlamento, dos partidos, sabe que não tem poderes e gostava de ter mais... Assim, tiveram cautela e falaram genericamente do desenvolvimento de Portugal!".


Ele parece não ter percebido, ou não quis tornar público o seu douto pensamento, que o processo eleitoral se embrulhou numa forma de negação do que a nova burguesia em ascensão desde os meados dos anos 80 do século passado quer estabelecer como regime: a restauração de um poder ditatorial.


O desenvolvimento económico do regime, desde os meados dos anos 80, finais do governo do Bloco Central de Soares e Mota Pinto e começo do período cavaquista, modificaram, grandemente, todas as relações sociais, e em particular do campesinato da pequena propriedade, que, praticamente, deixou de ter poder existencial e económico, e, portanto, eleitoral. A classe média é, hoje, um sector que se aproxima dos interesses sócio-económicos das classes assalariadas, claro que com laivos de conservadorismo mental e político.


Toda esta amálgama, com receio de um hetacombe política, foi, em 23 de Janeiro, a base do voto eleitoral de Cavaco Silva, mas fê-lo, de certa maneira, como protesto para uma mudança das suas condições de existência.


Foi um grito - pelo voto - contra uma má governação, mas não acredita cegamente na política cavaquista, que não pretende mudar em nada a situação do país. Apenas as moscas.


Essa amálgama está na expectativa, pode cair nos braços de um populismo de extrema direita, mas também se pode associar a uma base ofensiva contra o regime, que está escondida, latente, sob o aparente amorfismo dos abstencionistas, dos votos brancos e nulos e até dos candidatos "contra o regime".


Com Cavaco, para uma liderança a favor dos arrivistas desclassificados da nova burguesia da especulação e do dinheiro fácil, estão os banqueiros e a chusma de empresários que vociferando contra o Estado, querem viver `*a custa dele sob a sua batuta política.


Mas os "Exércitos" não estão a seguir os generais.


Quem lhes apresentar um programa de ruptura, quem canalizar a energia que está submersa, saberá abrir as portas a uma nova via. Poderá surgir de repente, mas também, e assim o penso, terá de levar o seu tempo a preparar uma nova estrutura mental. Vamos a ver como vai incidir a propaganda política de ruptura de regime dos próximos meses.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CASA PIA: O MONSTRO ESTÁ A SAIR DA CAVERNA






Curioso não é?

De repente, quando se aproxima uma sentença no Tribunal de Relação de Lisboa, apontando para a condenação dos únicos arguidos que foram levados a Tribunal no caso da rede pedófila da Casa Pia, aparece o homem, Bibi, o motorista que era amigo de Abrantes o Provedor, e o tratava por tu, a desmentir o que disse em Juizo.

Curioso não é? A curiosidade é só uma:
a rede pedófila existe, é maior do que se pensa e tem ramificações nas altas esferas muito mais do que se pensa.

É um polvo.

Aparece um "funcionário" de Carlos Cruz chamado Carlos Tomás e consegue, de uma penada, uma entrevista numa revista que está hoje nas lonas chamada FOCUS, sem ouvir as partes. Só Carlos Silvino a dizer que mentiu.

E - história de cowboys - que acusou os arguidos do processo Casa Pia por estar sob efeito de medicação, induzido pela Polícia e pelo próprio advogado José Maria Martins.

Alega também que foi por pena dos rapazes que "levaram porrada" durante os interrogatórios policiais. Está tudo numa entrevista que Bibi deu a um chamado "free.lance" chamado Carlos Tomás, que escreveu publicada na última edição da revista "Focus".

Carlos Tomás, o responsável pela entrevista a "Bibi", escreveu em 2004 "Carlos Cruz -As Grades do Sofrimento", em coautoria com a ex-mulher do ex-apresentador, Marluce. Este é um livro que acompanha Carlos Cruz e a sua família ao longo do caso Casa Pia , mostrando uma visão crítica à forma como o processo judicial foi conduzido.

Só agora, depois de Carlos Silvino, o Bibi, ser ter reunido com o polvo, à volta de Cruz, Abrantes e outros - certamente - estiveram outros, possivelmente de um patamar superior em poder e dinheiro, e tudo surgiu então.

Esta é a primeira entrevista de Carlos Silvino desde a sua condenação a 18 anos de prisão efectiva, proferida no dia 3 de setembro de 2010.

O antigo motorista da instituição garante ter mentido à Polícia, ao Ministério Público e ao Tribunal e diz que os condenados estão "todos inocentes".

Um alerta: Tudo isto surge, logo após as eleições presidenciais.

Tirem as conclusões que quiserem, mas no processo Casa Pia havia muitos mais pedófilos, eles continuam a ocupar as posições que já ocupavam. Meteram as garras para dentro, agora estão a tentar tirá-las para fora.

O monstro está a colocar-se em movimento.

COM PAPAS E BOLOS SE ENGANAM OS TOLOS


Última hora: Cavaco Silva e a mulher estão a viver do Rendimento Social de Inserção.


A Presidência da República fez uma divulgação em grande de um comunicado inserido no portal oficial do Palácio de Belém: CAVACO SILVA PRESCINDE DO SEU VENCIMENTO COMO PR.

E porque fez isto? Fê-lo de livre vontade?


Não, porque, durante a campanha eleitoral para a Presidência da República, que terminou a 21, foi acusado de acumular vencimentos atrás de vencimentos, juntando sinecuras do facto de ser político (ex-PM), com duas reformas e ainda o vencimento do cargo de Chefe de Estado. Um pecúlio que o anti-político Cavaco Silva juntou, justamente, por ser político e que arrecadava e juntava, qual formiguinha calada, ultrapassando os 17 mil euros - ou seja, no dinheiro antigo, quase quatro mil contos...

E tinha a lata de, em plena campanha, dizer, no fundo, que estava mal pago, porque "sustentava" a mulher, antiga professora universitária, que marido o dizia, somente recebia a "miséria" de 800 euros, porque só trabalhou meia dúzias de anos.


Agora, segundo o comunivado, Cavaco Silva decidiu prescindir do salário que recebe por ocupar o cargo de Presidente da República, no valor ilíquido de 6 526 93 euros mensais, a partir de Janeiro deste ano.

O actual Presidente fica, no entanto, a receber duas pensões, cujo montante total atinge os dez mil euros por mês.

"Nos termos da legislação aprovada pela Assembleia da República, o Presidente da República decidiu prescindir, a partir de 1 de Janeiro de 2011, do seu vencimento, no montante ilíquido de 6 523 93 euros", refere um comunicado divulgado no portal oficial da Presidência da República.

A decisão de Cavaco Silva foi tomada depois de ter sido aprovada, no Parlamento, uma lei que põe fim à acumulação de pensões com vencimentos do Estado a partir de Janeiro deste ano.

Cavaco Silva fica a receber, desta forma, apenas as suas duas pensões, a de professor catedrático na Universidade Nova de Lisboa e a de reformado do Banco de Portugal, cujo valor total supera os dez mil euros mensais.

Coitado, porque não optou pelo ordenado mais baixo de Presidente, ficando assim a contribuir para o pagamento da crise que percorre o país, que ele ajudou a desenvolver e a ramificar-se?

Resposta: Porque é amigo dos pobres e, assim, recebe pelo valor mais alto que pode sacar do Estado: Ou seja cerca de DOIS MIL CONTOS, pelo dinheiro antigo.

Grande patriota. Não é?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PORTUGAL: A GUERRA FORÇOU A DIVISÃO NA QUESTÃO COLONIAL








Há 50 anos, que se convencionou situar a 4 de Fevereiro de 1961, foi iniciado um conflito nas antigas possessões portuguesas em África, que ficou conhecido, na História, como guerra colonial – e que os defensores da presença ocupante daqueles territórios classificam como guerra do Ultramar.



Finda a guerra e conquistada a sua independência, os territórios ultramarinos portugueses, que se constituíram em países, integraram-se na comunidade das Nações, que formam a sociedade terrena; alguns passaram por fases complicadas da sua estruturação interna, outros ainda sofrem efeitos de intrigas geoestratégicas, outros estão a assumir-se como grandes países emergentes em vias de desenvolvimento.



Todos eles, que optaram, na sua fase inicial, pela via revolucionária de conquista e gestão do poder, que abandonaram e renegaram, estão, agora, por sua iniciativa, a seguir a via do desenvolvimento capitalista acelerado, que nunca foi incrementado por aqueles, que estavam em condições de o fazer, mas não utilizaram essas vantagens, preferindo sujeitá-los a uma dominação imperial quase feudal do Portugal europeu.



A 4 de Fevereiro de 1961, um conjunto de independentistas angolanos, liderados por um hierarca mestiço católico, cónego Manuel Mendes das Neves, assalta a Casa de Reclusão de Luanda, onde foram mortos sete polícias.




Os conspiradores eram, na sua maioria, militantes ligados à UPA, União dos Povos de Angola, partido, formado, essencialmente, na base tribal da etnia bacongo, que se estendia do norte angolano actual penetrando no antigo Congo Belga, não se sabendo, com precisão, se o cónego Neves o era. Seguiu-se uma repressão intensa por parte do Exército, polícia e até alguns brancos armados nos bairros periféricos da capital angolana.


A razão imediata daquela acção – a libertação de detidos – está ligada a uma rebelião nativa, ocorrida cerca de um mês antes, na baixa de Cassange, onde se exercia a mais vil exploração humana no cultivo escravo do algodão por parte dos colonos brancos, detentores da Companhia de Algodão de Angola (COTONANG).


Como resposta à acção reivindicativa, foi realizada uma operação repressiva, essencialmente militar e paramilitar, da maior crueldade humana, de tal modo que conduziam a massacres selectivos inauditos com milhares de mortos e muitas centenas de presos, alguns dos quais foram colocados em Luanda.


O comandante da companhia militar portuguesa de Malange descreveu, em relatório, o sucedido, de que se cita o que abaixo se discrimina, desenvolvido pelo tenente-coronel Pires Nunes in “Angola 1961 – Da Baixa de Cassange a Nambuangongo”:




Durante as operações de pacificação da Baixa do Cassange, que descreveremos, o major Rebocho Vaz, comandante do Batalhão Eventual constituído para o efeito, ordenou, por sua iniciativa ou por indicação superior, que se fizesse um inquérito militar à actividade da Cotonang que todos apontavam como a causadora da sublevação. Das informações que recebeu e que chegaram até nós, não assinadas mas todas elas concordantes e apontando os mesmos factores de revolta, transcrevemos alguns excertos da mais profundamente investigada e pormenorizada:


"(...) O indígena na Baixa de Cassange vive em condições de absoluta miséria moral e material sob todos os aspectos. Resiste a essas condições de vida porque, quanto a mim, durante a sua infância, ou sucumbe à fome, às intempéries por falta de vestuários e às doenças de toda a espécie ou vinga e se torna imune a tudo o que desde pequeno se lhe deparou e o que mais tarde há-de passar. Apelidarei isto de selecção natural.


Habitua-se desde tenra idade a não ter personalidade de gente, pois que o único contacto que lhe devia ser benéfico (o do europeu), é-lhe altamente prejudicial e só aprende a não ser roubado e espancado. Existem sanzalas inteiras, em que as águas no tempo das chuvas passam pelo leito das cubatas onde dormem e vivem, isto para satisfazerem a vontade do chefe de posto e do agente da Cotonang que muitas vezes não se querem incomodar a ir mais para o interior recolher o algodão e obrigam as sanzalas a serem implantadas quase sempre à beira das picadas e das estradas.


Chega-se, por vezes, a não se reconhecer se um determinado indivíduo pelo seu aspecto físico, é homem ou mulher, se é velho ou novo. São os povos indígenas mais enfezados que conheço na Província. (...)".


Como retaliação, o então grupo independentista mais organizado e já enraizado no terreno, a UPA – União dos Povos de Angola -, que se transformaria, mais tarde, em FNLA, decidiu, a 15 de Março de 1961, lançar um acção de igual e cega razia e com acentuadas características tribais, que conduziram ao massacre de centenas brancos colonos e suas famílias, bem como de pretos de outras etnias, que laboraram, como serviçais, daqueles.


A – A ocupação colonial das terras africanas que Portugal reivindicou como suas até ao século XX foi uma miragem. Na realidade, quando acaba a II Grande Guerra e se inicia o ciclo de independências em África e Ásia é um facto real que o modo predominante de gestão capitalista que estava enraizado em território lusitano europeu nada tinha a ver com a organização económica dominante em África, com especial ênfase em Angola e Moçambique.

Ao contrário de Portugal europeu, o trabalhador africano, na sua grande maioria, não estava desligado das condições materiais do seu trabalho, não se encontrava separado do solo, nem existia uma clara situação de ruptura entre o trabalho agrícola e o labor manufactureiro, nem se encontrava, em grande escala, um desligamento acentuado, económico, entre o que campo produz e o que do campo se pode transformar em capacidade industrial-manufactureira.


É, precisamente, com a II Grande Guerra mundial que o mundo capitalista pressente que o desfasamento entre a produção capitalista ocidental – e em particular na Europa – estava de candeias avessas com a situação económica real que existia nas suas colónias.




Para que o processo de formação capitalista vingasse naquelas teria de ser suprimir, de forma rápida e brutal, a propriedade privada baseada no labor comunitário (ou mesmo individual) que sobrevivia, em termos quase feudais, em África (e também na Ásia), mas tal acção iria fomentar a revolta e a rebelião.


Somente por esta altura – anos trinta/quarenta do século passado é que os gestores políticos da economia capitalista, particularmente, aqueles que tendo noção do que deveria ser o colonialismo militante (em Portugal, Norton Matos, Paiva Couceiro e, mais tarde, Henrique Galvão) é que se dão conta de que a rapina que se pretende fazer sobre a comunidade ou lavrador individual africano, retirando-lhe a terra, e escravizando-os, de um dia para, outro iria gerar o fermento da revolta e da separação.




Mas, esta divergência, levá-los-á a ruptura política com o poder dominante do regime do Estado Novo. Não a uma ruptura, ideológica, com o colonialismo.


B – Praticamente, até ao final da II Grande Guerra, as classes dirigentes de Portugal enquadradas no Estado Novo – e toda a oposição, desde a republicana até à que se intitulava comunista, representada pelo PCP – desprezaram, senão totalmente, pelo menos de maneira “despreocupada” qualquer atenção concertada pelo progresso e pela elevação económica e política das suas colónias, quer em África, quer na Ásia e Insulíndia.


Para o sistema político-financeiro que gravitava em torno do Salazarismo, desde o seu início até ao conflito com a Índia, as colónias eram, apenas, locais de rapinagem de riqueza e de centros de depósito de marginais e dissidentes políticos; para o republicanismo, as colónias significavam um adorno nacionalista ideológico, que igualmente serviam de territórios de retaguarda para as pilhagens coloniais, de modo a servirem o incremento económico da sua metrópole.




Por seu turno, para o PCP, as colónias eram territórios que faziam parte da “unidade da Nação para a conquista da Democracia”. Ou seja, então, o ditame político táctico e estratégico do PCP baseava-se na unidade com “patriotas”, que se acolitavam em torno do velho republicanismo, dos monárquicos anti-salazaristas e dos socialistas da Seara Nova, todos eles defensores incondicionais do colonialismo.


(Uma cessão de Timor, a acontecer, quando em plena II Grande Guerra ali entraram os australianos e japoneses – segundo o jornal Avante de Janeiro de 1942 – tal facto teria uma gravidade antipatriótica, pois poria em causa a “integridade territorial de Portugal”. Já antes, o mesmo Avante, coloca como uma das notícias centrais do jornal um panegírico ao monárquico, inimigo da República, colonialista militante, em conflito com Salazar, Paiva Couceiro, por ocasião da sua morte. Com um título significativo: “PAIVA COUCEIRO – inimigo do fascismo”. Para o PCP, Couceiro divergia dele, mas “um ponto comum nos unia: a luta pela defesa da independência e da liberdade de Portugal, a luta contra o governo fascista de traição aos interesses do povo e da nação (sublinhando meu) portuguesa”).


C – No final da década de 80 do século XIX – altura que decorria uma forte emigração portuguesa para as Américas, Oliveira Martins, escritor, historiador e ministro da Monarquia, referia, no seu livro “Portugal em África” que “todos os europeus, espalhados pelo Império Colonial Português, incluindo funcionários, tropa e estrangeiros pouco excediam a 7.000”. Destes, assinala ainda Martins, 2.556 residiam na Ásia e Macau. Ou seja, menos de 4.500 viviam nas antigas colónias africanas.


O mesmo escritor, que faz uma citação de um antigo governador colonial J. Horta, ressalta: “Nem a Guiné portuguesa, nem Angola, nem S.Tomé … podem ser considerados como colónias, no sentido específico do termo. Angola, que a todos sobreleva, é que é o tipo e a jóias dos nossos domínios africanos, poderá intitular-se de estação político-militar---porém colónia não, e isto porque lhe faltam colonos”.


No princípio do século XX, em Angola foram recenseados cerca de 9.100 brancos, dos quais 60 por cento estão sediados em Mocâmedes (3.948) e Luanda (3.489 – a capital propriamente dita tinha somente 2.438 brancos). De referir, que a maioria dos quais eram militares, pessoal da burocracia estatal, degredados e alguns religiosos.


No mesmo período, 1900, em Moçambique estavam recenseados 950 brancos em três grandes distritos: Moçambique, Gaza e Inhambane. (Não há dados para Lourenço Marques e Quelimame, mas o historiador René Pélissier assinala, para 1912, que a população branca de Lourenço Marques e de todo os seus largos arredores atingia um total de 5.560 pessoas, muitos dos quais estrangeiros.


D - A emigração para colonizar os territórios imperiais extra-europeus não foi um desígnio quer da Monarquia, quer República. Depois da euforia da expansão nos séculos XV/XVI, e a partir do século XVIII nas vagas emigratórias para o Brasil, mesmo depois da independência daquele, nunca a expansão estratégica de colonização esteve no pensamento das classes dominantes portuguesas.


Quer a I República, que, apesar de tudo, dedicou nos seus inícios uma estratégia para as colónias, quer criado um Ministério específico, quer elevando as figuras políticos de representação de Estado para o estatuto de governadores-gerais, com amplos poderes autonómicos, quer a II República, com o nome de Estado Novo, e centramo-nos neste, porque, do ponto de vista de propaganda, o Império Colonial adquiriu uma preponderância retórica de grandiloquência, que não mereceu correspondência prática e nunca colocou, nos seus desígnios, a colonização africana do mesmo, mesmo quando estimulou a emigração.


A emigração portuguesa nos séculos XIX e primeira metade do século XX – e isto é que nos interessa, porque se situa no período exactamente anterior às independências das colónias europeias – foi elevada.




Segundo estatísticas compiladas por José de Sousa Bettencourt, in “O fenómeno da emigração portuguesa” (Luanda, 1961), nos primeiros cinquenta anos do século passado emigraram de Portugal 1.550.000 pessoas, das quais 1.105.000 para o Brasil, 190 mil para os EUA e 41 mil para a Argentina. Estes valores foram o dobro de todo o século XIX.




Ora, a emigração para as colónias africanas foi muito pouco significativa: cerca de 6 por cento.
(Somente, existiu um salto quantitativo migratório de Portugal para África a partir da segunda metade do século XX, em especial com a eclosão da própria guerra).




E – Mas este aparente desinteresse de emigração metropolitana para as antigas colónias era “obra” exclusiva dos que davam o salto de Portugal?


Não e está documentado. Para se poder emigrar de Portugal para os territórios africanos havia, à partida, entraves legais, pelo menos na primeira metade do século XX. Numa primeira fase, era necessário a aquisição de um passaporte, que foi abolido ainda antes do início da I República, depois teria de haver uma “carta de chamada” para que o processo burocrático pudesse ter luz verde, além dos pagamentos dos transportes marítimos que eram caros.




Existia, então, uma nítida separação entre portugueses europeus e portugueses nascidos nas ex-colónias (tidos como de segunda), cuja discriminação atingia os próprios documentos pessoais, que eram de cores diferentes.


E o regime nas suas altas esferas estava pouco preocupado com a ocupação colonial com portugueses metropolitanos.


O assunto – a emigração – foi um dos temas do Congresso do Mundo Português de 1940, e o Presidente do Conselho de Ministros Oliveira Salazar foi um dos intervenientes. José Matos Santa Ritta, que escreveu um artigo intitulado “Da Emigração portuguesa nos últimos 50 anos – como se deve preparar o emigrante para ser um bom colono” explana, no mesmo, algumas das posições dos próceres do regime.


Salazar está pouco preocupado com o local de emigração, mas sim com uma eventual crise em Portugal europeu com o aumento da população. Ele quer empurrar os portugueses “a mais” para o exterior seja qual for o seu destino, e este principalmente que seja para um local que possa dar benefícios financeiros com retorno de dinheiro.




Ora, esse destino não era África. Respondendo ao banqueiro Fernando Emídio da Silva que defendia, em primeiro lugar, a colonização interna, e colocando a emigração, como segunda hipótese, e se esta se destinar ao Brasil, Salazar contrapõe: “Mesmo que supuséssemos o aproveitamento integral das terras irrigáveis e baixássemos para um hectare o lote a distribuir por família, teríamos conseguido estabelecer 150.000 famílias, e, a 4 ou 5 pessoas por família, 600 a 700 mil indivíduos. Ficamos longe de uma absorção total”.


Entre os funcionários de topo da Administração Colonial, apenas Henrique Galvão apresentou um programa elaborado de ocupação efectiva, referindo com argumentação as “zonas colonizáveis de Angola e soluções aconselháveis para intensificar a sua colonização”.


A “repugnância” entre a elite salazarista para com o continente africano ficam reflectidas naquele Congresso nas palavras de Fernando Emídio da Silva: “A emigração para as colónias portuguesas como que exprimindo um instintivo horror pela África, é uma espécie constante que não segue uma curva ascensional da emigração”.


F – Então como se explica o facto de ter havido uma guerra de 13 anos, e, um processo de recrutamento de cerca de um milhão de portugueses, que, ao entrarem nas fileiras da tropa nessa altura, tinham a percepção de que não poderiam fugir à aventura guerreira africana?


Quando surge o conflito colonial em Angola, o regime de António Salazar não foi apanhado desprevenido, mas o certo é que não preparou, de imediato, a reacção a uma sublevação que já fora anunciada e posta em marcha, anteriormente, quando perdeu, em 1954, os enclaves de Dadrá e Nagar- Aveli, na Índia, e veio a ser derrotada na Índia em 1961, na época em que aquele Estado ocupou, definitivamente, as pequenas cidades de Goa, Damão e Diu, últimas possessões no Indostão.


Desde a própria II Grande Guerra, o regime de Salazar, certamente, tinha a percepção que a fase independentista iria alastrar: Indonésia, 1994, Índia e Paquistão, 1947, Gana, 1957, Senegal, Congo Belga e Congo Francês, em 1960. E, estava consciente, perfeitamente, dos custos que tal guerra custaria ao erário público, custos estes que teriam maiores repercussões se o incremento guerreiro se prolongasse. Está documentado, profusamente, em relatório, ainda com o rótulo de secreto, que foi discutido no Secretariado Nacional de Defesa Nacional em 1961.


Praticamente, desde 1958, no interior das cúpulas do regime de Estado Novo existe uma discussão interna, por vezes surda, mas abertamente acutilante sobre a própria evolução da configuração e destino coloniais.




Salazar e Caetano têm visões diferentes, mas de mero artifício organizativo. Por outro lado, havia, isso sim, uma clara clivagem entre o Ministro da Defesa Nacional general Botelho Moniz e o chefe de governo António de Salazar sobre a autodeterminação ultramarina.




Aquele, conjuntamente com o Ministro do Exército, Almeida Fernandes, e o subsecretário de Estado da mesma pasta, tenente-coronel Costa Gomes, entre outros, procurou afastar “pacificamente” o ditador, contando com a cumplicidade do anterior Chefe de Estado Craveiro Lopes, e uma eventual “neutralidade” do então substituto Américo Tomás.


Os salazaristas mais empedernidos, como Kaulza de Arriaga, e os mais liberais, como Adriano Moreira, poderiam divergir sobre eventuais “reformas” pontuais no regime, mas estavam e estiveram unificados, até pela repressão intensa e selectiva que se seguiu às eleições presidenciais de 1958, que, fraudulentamente, afastaram Humberto Delgado de vir a ser o provável eleito, a defender o sistema capitalista monopolista que foram edificado, com o apoio declarado de todo o sistema financeiro, desde o Banco da Agricultura, até ao Banco Nacional Ultramarino, passando pelo Banco Português do Atlântico e Espírito Santo, e pelas famílias empresariais dominantes Espírito Santo, Mellos, Champallimaud, Fonsecas e Burnay, Quina, Vinhas, Abecassis, Sousa Lara, Orey, entre outros, todos com ligações preferenciais à rapina colonial.


E o regime sabia, até pelas interligações económico-financeiras internacionais, que as colónias eram um centro de negócios, que teriam as multinacionais mais que interessadas, logo apoiantes, ainda que em cumplicidade “encoberta”, mas activa, a suportar o regime salazarista, por causa dos diamantes, do petróleo, do ferro, do algodão, do café, do sisal e do açúcar, nomeadamente.


Ora, quando, logo após a independência da União Indiana do Império britânico, o novo país se dirige ao governo português para dirimir, de forma pacífica, a integração dos enclaves coloniais na península do Indostão, Salazar tomou uma posição arrogante, indefensável: a Nação portuguesa não se divide, como se o seu regime tivesse poder económico e militar para sustentar tal pesporrência.


Mas, não poderia tomar outra posição naquela situação, apesar das divergências que existiram, pois toda a oposição monárquica e republicana considerava um acto de traição eventuais cedências. O colonialismo não era apenas uma questão do regime de Estado Novo, mas de toda a burguesia nacional.


Além do mais desde os finais da década de 40, o regime estava em fase de industrialização (com crescimento económico), e com aquela ascendia – a par da velha burguesia ligada à especulação financeira, como os Burnay, Champallimaud, os Espírito Santo – uma nova burguesia empresarial e financeira, com os Vinhas, os Pinto de Magalhães, os Cupertino de Miranda, Tomé Feteira, Metalúrgica Duarte Ferreira, grupo Grã-Pará, que estava unida em torno de um poder executivo, que Salazar harmonizava, como fomentar e organizador da “ordem burguesa” de desenvolvimento do Capital para um novo estádio.


Mas, acima de tudo, Salazar – melhor dizendo o seu regime de Estado Novo – representava a classe mais numerosa da então sociedade portuguesa, os camponeses da pequena propriedade, que olhavam para ele como o garante poderoso e colocado numa etérea superioridade quNegritoe lhe manteria os mínimos dos mínimos da sua sobrevivência, situação esta que ele não queria subverter por razão alguma. Ou seja, eram o esteio real do conservadorismo político.




Foi um processo histórico consolidado em décadas de poder autocrático fascista, desde 1928, que alimentou a uma confiança reverencial, mesclada de medo repressivo, desse campesinato perante o regime salazarista.


Aliado a este poder e representação de conservação incutida nos camponeses, quase sem eira, nem beira, que olhavam com desconfiança para os senhoritos sacadores de impostos da capital (do qual excluíam o rural, que então tinham como sendo um deles, Salazar), o poder do Estado Novo deu ao camponês a ideia de que ele era o “esteio” das Forças Armadas (quão cerimonioso, lembrar-se-ão muitos, se tornava para os jovens filhos do camponês do meio hectare a festança das sortes, com gaita-de-foles e acordeão, a importância de aparecer na terra de uniforme militar, e quão mais *penachante* isso se tornou quando os primeiros soldados com o famoso caqui militar colonial apareceram nas aldeolas saudados como heróis e sagrados em festanças religiosas pelo padre, padre este que foi o outro artefacto humano instrumental, institucional e ideológico do Estado Novo que o ajudou a que se alicerçasse como obra e desígnio de Deus para salvar o homem do campo das tentações do diabo das ideias de progresso e desenvolvimento social.




Rui de Azevedo Teixeira in “A Guerra de Angola 1961-74”, enquadra-o, citando Michel, na classificação de “fascismo clerical”.


Foi esse exército, de maioria rural, que avançou, em 1961/1962, sem saber onde eram as colónias, mas sem qualquer relutância especial, para servir de tropa de choque imediata, e até com algum sucesso, numa pretensa defesa da Nação portuguesa “do Minho a Timor”. Até porque a ida para as colónias significava, também, um salário fixo durante, pelo menos dois anos, um parte dos quais revertia para os progenitores!!!


Era um sentimento vago de patriotismo do camponês que pensava ir para África, estando a defender a sua propriedade metropolitana, que o seu Chefe representante lhes transmitia como palavra de ordem da extensão natural do seu minifúndio a ser ameaçado pelos negros “terroristas infra-humanos”, ao serviço de causas estrangeiras.



O regime contava, depois de se ter servido dos resquícios monárquicos deixados nas Forças Armadas pelo I República – e contou pelo menos durante quase dez anos – com o servilismo de uma pequena burguesia de jovem oficialagem que entrou na carreira militar já nos finais dos anos 50, provinda do baixo funcionalismo e dos comerciantes provinciais, com fanfarronice de ascender a um manto diáfano de falsa sensação de uma carreira pomposa de dragonas e estatuto social. (Com a aceleração do processo de industrialização nos anos 50, o salazarismo cria um excesso de população no campo, população esta que vê à sua frente a possibilidade do desemprego, que, por portas de uma estratégia de evitar uma crise mais profunda, os vai, em parte, colocar, com garantia de lealdade ao regime, em pequenas funções de funcionalismo público. Salazar é, realmente, o primeiro político representante do capitalismo português a criar os esmolares serventuários funcionários de Estado -central, regional e local -, que lhe serve de base apoio, que, por tabela se estende ao mundo rural, como base de retaguarda de subsistência).

Naturalmente, anos mais tarde, uns e outros começam a enxergar outra realidade, quando os primeiros mortos começam a ser enterrados nas aldeias e os soldados regressados, depois de verem novos mundos, já não querem ficar agarrados à enxada que não lhes dá o bem-estar em crescimento que existe nas cidades de um Portugal para eles desconhecido e a divulgação que tiveram, entretanto, da miragem de uma “nova vida” que podiam conseguir em França ou Alemanha.




E a oficialagem apenas se destinava a carne para canhão, sem qualquer benesse que não fosse a repetição atrás de repetição de uma nova comissão de serviço.


A passividade das classes laboriosas mais conscientes das cidades e urbes industriais à mobilização massiva para uma guerra, em que naturalmente essas classes são mais renitentes tem de ser procurada,


- por um lado, na sua frustração por derrotas sucessivas em lutas de certa envergadura levado a efeito nos anos 50, fortemente reprimidas e cortantes para os seus dirigentes e famílias, que tiveram um epílogo, nas presidenciais de 1958, com que não contavam que o candidato Humberto Delgado, tivesse sido derrotado ingloriamente, sem qualquer reacção popular face à imensa fraude cometida (convém frisar que durante a campanha eleitoral de Delgado a questão colonial não foi debatida);



- por outro, à linha política de conciliação do partido maioritário com influência entre o operariado da cidade e dos campos, bem como entre a intelectualidade e os estudantes anti-fascistas e anti-salazaristas de esquerda, que, em nome dos compromissos que fez para “conquistar a unidade da nação” para o “derrubamento do fascismo” (directivas estas que vinham desde o 2º Congresso Ilegal de 1943), desprezou, completamente, a luta anti-colonial. (Em 1949, os estudantes e líderes africanos a viver em Portugal assinaram, inclusive, como directiva partidária, um manifesto, em nome do MUD juvenil a apoiar a política colonial de Norton de Matos!).


Foi, precisamente, a posição dúbia da direcção do PCP face à questão colonial, que, quando se iniciou o conflito em Angola (os nacionalistas amgolanos, em particular os liderados por Viriato da Cruz romperam mesmo com o PCP, criando um efémero Partido Comunista de Angola), se produziu no interior da equipa dirigente daquele partido a mais profunda clivagem e divergência, que veio a dar uma cisão de tal envergadura, que permitiu a consistência de criação de todo o movimento de extrema-esquerda (desde os maoístas aos guevaristas) que veio a ter forte influência, primeiro, nos meios universitários, depois em certas zonas industriais, e, em valor significativo na jovem oficialidade miliciana que esteve na guerra colonial.


O conflito colonial em África de 1961, que terminou em 1974, produziu a maior movimentação militar de toda a História de Portugal num período relativamente curto – 13 anos: mais de um milhão de portugueses foi mobilizado (Chegaram a estar, por comissão de serviço, 70 mil homens em Angola, 42 mil na Guiné e 57 mil em Moçambique in “Guerra Colonial”). Os guerrilheiros nos três Teatros Operacionais nunca ultrapassaram os 20 mil combatentes, segundo as informações militares portuguesas.


O desgaste económico e social da guerra trouxe para a população portuguesa a sua maior fase de emigração igualmente num período curto (1960-1974), perto de um milhão e meio de pessoas (França, Alemanha, EUA, Venezuela, Brasil, principalmente.




E, apesar da adesão inicial dos portugueses à participação na guerra, depois de 1964 veio, contudo, a formalizar um número elevado de “refractários”: perto de 250 mil.


A guerra, oficialmente, causou à parte portuguesa, em soldados, 10.000 mortos, um número elevado de feridos – cerca de 20 mil, e um número não identificado de traumatizados psíquicos (os valores humanos vão, conforme a baliza que se toma para os classificar, entre os 25 mil e os 100 mil).


O número de mortos entre a população africana foi muito mais elevada, largas centenas de milhares nos 13 anos de guerra, além da grande deslocação forçada populacional que a presença militar forçou, por razões várias, algumas das quais completamente injustificadas.


G - A razão histórica que os defensores acérrimos da Nação portuguesa, do Minho a Timor, argumentam está estribada numa falsa justificação: a intencionalidade de elevar o bem-estar social das populações do então Portugal extra-europeu para os níveis de desenvolvimento do território metropolitano.




Ora, isso nunca aconteceu. Daria a mão à palmatória, se o Portugal monárquico, republicano da I República, ou regime salazarista tivesse impulsionado, num período histórico determinado, datado, essa revolução, mesmo que esse revolucionamento fossem conduzido pelos interesses mais nojentos e escravizadores que se possam imaginar.




Como ser humano amante do progresso, não fico desesperado, do ponto de vista da evolução humana, que os modelos produtivos primitivos e anacrónicos, que existiam em África e na Ásia, sob o domínio português, fossem ultrapassados.




Era (e é), em História, o desaparecimento do mundo antigo.




Mas, não foi isso que aconteceu em 500 anos de presença de feitorias lusitanas – não ocupação colonial real, efectiva – que não revolucionou as entranhas das civilizações primitivas daqueles territórios.



Quando a época da independências floresceu, como cogumelos, decretou, então, Salazar, hipocritamente, “em força para Angola”, mas era tarde.




Tal como os Imperadores espanhóis no XI e XII procuraram jugular, pela força, a ideia emancipadora dos habitantes do condado portucalense, que veio a ser o embrião de Portugal, que agora ninguém põem em causa, também nos finais da II Grande Guerra esses mesmos ideais percorreram, com sucesso, os antigos territórios ocupados da África e Ásia.




Não vale a pena atormentar-nos porque a marcha da História no século XX foi essa. O futuro poderá mudar. Mas, aí, já são outros a analisar e interpretar essa nova realidade.



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CAVACO SILVA FOI ELEITO POR 25% POR INSCRITOS




















A eleição presidencial do passado dia 23 deu a vitória ao actual Chefe de Estado Cavaco Silva.

Não vale a pena chover no molhado, e afirmar que não existiu essa vitória, porque ela foi real.

Foi um vitória do conservadorismo, e, por muito que clamemos em nome da Constituição mais progressista do mundo, que nasceu em 1976, (A ACTUAL É UMA CARICATURA) os factos dizem-nos que tudo o que o período imediato ao 25 de Abril de 1974 deu como passo de progresso, foi levado ao fracasso, a um doloroso fracasso, é certo.

Os gritos de triunfo que foram lançados após a vitória actual de Cavaco Silva pressagiam uma onda política que os seus apaniguados e acólitos políticos e de negócios pretendem concretizar com o poder ganho: a plena ascensão e a plena liberdade para os arrivistas especuladores financeiros e exploradores desclassificados de riquezas fraudulentas à tripa forra.

De repente, toda a chusma desses detentores reais do Capital se meteram nesse chapéu de chuva com a secreta esperança de que a trela que os amordaçava com possibilidades de prisão e de massacres na imprensa vai acabar. Será verdade?

Por outro lado, uma parte do povo, o povo da ruralidade, da pequena burguesia cobarde, que em período de crise, se enxameia com o secreto desejo de que podem ser salvos, como por milagre, com o aparecimento de um ser aglutinador que os pode livrar dos horrores do Inferno, os dados da votação não mostram, todavia, que a magia desse homem pode ser o barco pneumático que não mete água.

Os resultados são perigosos para os próprios defensores do voto parlamentar, do próprio regime democrático.

Tudo pode acontecer, até pode acabar esse regime, até pode significar que um vulcão está na mira de rebentar, a médio prazo.

Irei, naturalmente, voltar a escalpelizar os dados dos resultados nacionais, regionais e locais da eleição presidencial do passado domingo.

A - A primiera constatação: estavam inscritos 9.629.630 portugueses para votarem. Somente 46,63 por cento foram votantes. E, nestes englobam-se os brancos e os nulos, o que é uma falácia, quer queiramos, quer não.

Ou seja, em termos práticos: abstencionistas, brancos e nulos representaram cerca de 60 por cento dos potenciais inscritos.

Cavaco Silva foi reeleito por cerca de 25 por cento dos portugueses inscritos.

Se somarmos os votos dos votantes nos dois principais partidos que o apoiaram nestas eleições PSD e CDS, (pondo de lado os partidos menos expressivos em votos que o apoiaram) reportando aos dados das legislativas de 2007 (2.257.774), verificamos que a votação em Cavaco Silva foi inferior a este somatório (2.230.240 votos).

Ora, no principal centros industrial do país, a cgamada Grande Lisboa (distrito de Lisboa e Setúbal) baixa significativamente - Lisboa, na ordem dos 21 por cento e Setúbal, 15%.

Ou seja, o voto de protesto não virou "à direita", ficou no limbo da abstenção, dos brancos e nulos.

Significa, na realidade, que a mudança na actual situação política não se deu, essencialmente, porque não houve um programa de ruptura que mobilizasse o protesto através do sufrágio universal.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

OS NAZIS MONTARAM A ESTRUTURA MILITAR-SECRETA DA ALEMANHA OCIDENTAL

OS EUA montaram a estrutura da Alemanha com o apoio servil dos funcionários nazis. Dulles foi o artífice (aqui com Kennedy)



O general Gehlen membro do DE dos EUA

Adenauer com o seu braço direito, o nazi Globke














A notícia é recente - tem dias - e foi divulgada pelos serviços noticiosos da raddio oficial da Alemanha Deustche Welle: Os Serviços Secretos da então Alemanha Ocidental foram montados, essencialmente, por antigos funcionários dedicados nazis, alguns dos quais membros das SS e da Gestapo, sob a liderança do major-general Reinhard Gehlen, decidado servidor de Adoilf Hitler e seu chefe da secreta militar na Frente Leste incrustado então na ex-URSS.

(Estes agentes nazis foi-lhe atribuida uma nova identidade e garantias de total impunidade).

Gehlen, que nos dias finais da guerra desapareceu na zona então ocupada pela União Soviética, veio a aparecer mais tarde, ja na parte ocidental alemã, ocupada então pelos norte-americanos, a quem se entregou, tendo a prestar serviço no Departamento de Estados norte-americano. Regressou, pouco depois, à Alemanha Ocidental, onde foi incumbido por Washington, com a conivência do governo de Konrad Adenauer, a "reorganizar" os servicços secretos, BND, basicamente virados para a parte leste da Europa.

Permaneceu à frente do BND até à sua morte em 1968. Em 1965, pelo que agora se sabe, uma investigação interna, que as autoridades alemãs e norte-americanas, fizeram questão que permacesse "secreta", detectou que os principais lugares de estratégia e operacionais do BND foram ocupados, pelo menos, por 200 antigos nazis.

Gehlen e os sequazes não foram beliscados. As investigações assinalam ainda que Konrad Adenauer e o seu partido CDU - Cristão democrata - foi largamente apoiado por essa estrutura pró-nazi encavalitada na BND, que protegeu igualmente a reestruturação económica-finnaceira dos antigos empresários e banqueiros, que apoiaram Hitler, como os Krupp, os Thyssen, os Porsche, entre muitos outros.

Entretanto a DW-World, publicou uma entrevista com o historiador norte-americano, Timothy Naftali, que está a conferir as informações (27 mil páginas) que a CIA (Agencia norte-americana para os serviços secretos externos) teve de tornar publicas, por "caducidade" do rótulo de confidencial, que assinala
que os Estados Unidos encobriram a identidade de ex-nazistas e os usaram como espiões contra a antiga União Soviética durante a Guerra Fria.


Timothy Naftali é um dos quatro acadêmicos do chamado Grupo de Trabalho sobre Crimes de Guerra Nazistas e Arquivos do Governo Imperial Japonês, encarregado pelo governo norte-americano de examinar e interpretar o material agora libertado.

Numa conferência de imprensa, no começo desta semana, o historiador disse que os documentos mostram que a CIA e a antiga Alemanha Ocidental cooperaram para encobrir o paradeiro do criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann em 1958.

Os arquivos colocados recentemente à disposição do público também mostram que a CIA e a Alemanha Ocidental suprimiram parte do diário de Eichmann que poderia ter comprometido o nazi Hans Globke, o conselheiro para segurança nacional do então chanceler federal alemão Konrad Adenauer.

Globke ajudou a eleborar s Leis de Nuremberga durante o regime nazista (as leis de perseguição às minorias étnicas, como os judeus, ciganos e eslavos). No governo de Adenauer, ele foi a principal ligação com a CIA e com a NATO.

Igualmente se veio a saber que o antigo chefe da Gestapo em Lyon, Klaus Barbie, após a Segunda Guerra Mundial, se tornou colaborador dos serviços secretos (BND) da República Federal Alemã, de acordo com o semanário Der Spiegel (17.01).

O «carniceiro de Lyon», que em 1987 foi condenado a prisão perpétua em França por crimes durante a ocupação nazi, foi recrutado pelo BND no início de 1966, quando vivia clandestinamente na Bolívia sob o pseudónimo de Klaus Altmann.

Descrito pelos serviços como possuidor de «uma mentalidade muito alemã» e um «feroz adversário do comunismo», o verdugo nazi mostrou-se muito activo tendo enviado cerca de 35 relatórios, assinados com o nome de Adler, registado com o número V-43118, relata a mesma fonte, que nada refere sobre o conteúdo das informações.

As remunerações de tais actividades eram depositadas num banco em S. Francisco, nos Estados Unidos. Em simultâneo, Klaus Barbie é colocado à frente da sucursal boliviana de uma empresa com sede em Bona, que vendia material militar excedentário do exército alemão.

Barbie, que terá sido deixado cair pelo BND em 1967 por receio de que o seu passado nazi pudesse ser aproveitado por serviços secretos de outros países, beneficiou logo no final da guerra da protecção dos norte-americanos que o consideravam como um bom agente para a luta anticomunista.

Efectivamente, Klaus Barbie foi o carrasco de muitos comunistas e socialistas que combaterem os nazis em França, tendo torturado até à morte figuras destacadas da resistência como foi o caso de Jean Moulin.

Para quê mais comentários....

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ESTOU DE GUARDIÕES DO PATRIOTISMO BALOFO

Nos últimos tempos, foram-me enviados deezenas de e-mails, contendo afirmações sobre a "falta de patrotismo" que Manuel Alegre, o actual candidato à Presidência da República, tinha demonstrado ao "desertar" em plena guerra colonial. E lançavam o anátema: "Como pode um tipo destes ser o Comandante Supremo das Forças Armadas".

Associavam esta argumentação a um facto nebuloso - e mal explicado - sobre a sua situação real da carreira estudantil.

Soube hoje que entrou, na fase de inquirição pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa um processo instaurado por Aelgre contra o tenente-coronel Brandão Ferreira, por alegada difamação.


A 2.ª secção do DIAP começou esta tarde a ouvir o militar (na reforma. Já sabem qual a razão da sua passagem à reforma? Não foi por patriotismo!)), que acusou Manuel Alegre de ser traidor à Pátria devido às suas posições durante a guerra colonial.

"Só contei a verdade dos factos", afirmou Brandão Ferreira ao DN, a propósito do caso que remonta a Maio de 2010. "Subentendia-se do que estava escrito" que o estava a acusar de traição, assumiu ainda o oficial da Força Aérea.

No início desse mês, Brandão Ferreira questionou publicamente Manuel Alegre num colóquio organizado pela Fundação Gulbenkian sobre a matéria.

Depois, num artigo publicado no jornal Diabo, depois transcrito no seu blogue (novoadamastor.blogspot.com), Brandão Ferreira escreveu: "O cidadão Manuel Alegre quando foi para Argel não se limitou a combater o regime, consubstanciado nos órgãos do Estado, mas a ajudar objectivamente as forças políticas que nos emboscavam (ele que nunca pôs um é na selva!!!)as tropas. A não ser que considerassem essas tropas como fiéis apaniguados do regime, coisa que até hoje sempre desmentiu."

Antes, observara: "Devemos ver, em primeiro lugar, que o crime de traição é considerado em relação à Pátria (mas que Pátria, rapaz coronel!) , não em relação a governos ou regimes. Não há traidores 'democráticos' ou traidores a ditaduras, ou outra coisa qualquer. A traição é sempre relativa a uma causa, um juramento, uma crença".


A - Não sou um correligionário político de Manuel Alegre, nem seu apoiante nesta campanha eleitoral. Tenho sérias reservas sobre a sua actividade política depois do 25 de Abril.

B - Fui, todavia, um combatente colonial. Fui, mesmo, voluntário. Fiz parte, como oficial, de um corpo de elite especial da Marinha de Guerra portuguesa na Guiné-Bissau. Participei em dezenas de combates, alguns ferozes. Recebi louvores. A minha experiência no terreno, levou-me a contestar a guerra e a sua razão de ser. Nada havia nada de patriota na condução da mesma, nem defesa de interesses dos africanos ali residentes. A guerra para o regime de Salazar foi um acto de manutenção dos interesses económicos dos plutocratas de que era representante político máximo e de rapinas das riquezas imensas a favor de grupos nacionais, mas essencialmente multinacionais.

C - Tenho uma relação amiga, profunda, com muitos dos que combateram, alguns dos quais - poucos - continuam a defender ainda hoje a ideia de Império, que, na realidade, era uma miragem. É, para mim um absurdo, histórico, politico, ideológico, e humanamente, mas respeito, no entanto, a sua posição.

Mas, para mim, essa relação é de camaradagem e de respeito sentido por aqueles, que deram o seu sangue, ao serviço de uma causa que eles pensavam - ou ainda pensam - que era (é) justa. Mas, esses estiveram la, deram o coiro ao manifesto.

D - Muitos dos que agora se arrogam no direito de criticar quem teve a ousadia de combater o anterior regime ditatorial, repressivo, dizem democratas mas nunca levantaram um dedo contra esse regime, que não mostrou qualquer respeito pelos combatentes, que mandou milhares e milhares de portugueses para a morte, mantendo-se no acochego dos seus palácios em Lisboa e nunca se dignou sequer colocar um pé no Ultramar.

E - Muitos dos oficiais de carreira que estiveram em África, principalmente aqueles que subiram no estatuto e na função, nunca estiveram em terreno de guerra, que, aliás, evitavam a todo o custo, que, cobardemente, arranjavam todos os pretextos para nunca "irem ao mato". Muitos foram até oficiais-generais já no actual regime. Eu, felizmente ou infelizmente, conheci muitos desses "heróis", que nunca estiveram debaixo de fogo sequer. Muitos portaram-se até cobardemente. Eu sei, porque estive lá. E sei o que eles fizeram.

Outros, que agora batem no peito, estiveram, realmente, no mato, alguns até comandaram unidades de elite - alguns chegaram a exercer altos cargos posterirormente no pós 25 de Abril - mas não o fizeram por "patriotismo". Foram obrigados pelo regime de Salazar ou de Caetano a irem comandar essas unidades. Foram contra a sua vontade. Muitos fizeram o possível e o impossível por não entrarem em combate. Alguns, como profissionais, e isso é de louvar, mas só isso, serviram lealmente como comandantes operacionais. Mas, não passou disso, nunca mais regressaram a um comando operacional, como voluntários. Regressaram às suas unidades de origem, procurando nunca mais voltar ao Ultramar.

C - Pelo sei Manuel Alegre não foi perseguido por ser português, mas sim por estar contra a guerra e contra o regime que a mantinha e cortejo de desgraças que se avolumaram em Portugal. E eu dou valor a gente que teve a ombridade de assumir tal posição, porque obrigava a um corte dramático com a família, com o seu bem-estar imediato, com a própria maneira de puder viver a sua liberdade na sua terra de naturalidade e vivência.

A maioria dos combatentes que estiveram nas colónias não marcharam para lá, de peito feito, fizeram-no, pura e simplesmente, porque foram obrigados. Deixemo-nos de lamúrias nacionalistas.

Tal como assinala o historiador e antigo governante de Cavaco Silva, Vasco Pulido Valente, no seu livro "Marcelo Caetano - As desventuras da razão" : "Nunca existira antes um nacionalismo português que incluisse a África e o que existiu depois nunca passou da classe média urbana, que o inventava e se servia dele nas querelas partidárias domésticas. Apesar dos heróis que prendiam pretos em Chaimite ou os metralhavam em Marracuene, para o país (que entretanto emigrava para o Brasil) as colónias africanas permaneceram sempre um lugar de degredo".

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

OS BANQUEIROS EMPREENDEDORES À CUSTA DAS FRAUDES






São cabeças brilhantes na especulação e...









Espanha

Vice-presidente do Santander proibido de trabalhar na banca


Citado de Diário Económico com Lusa


17/01/11


Alfredo Sáenz tem de abandonar, de imediato, o cargo de vicepresidente e conselheiro delegado do banco Santander, possivelmente, o maior de Espanha e o quinto a nível mundial .

Alfredo Sáenz foi condenado a oito meses de prisão, multa e inibição de exercer qualquer cargo no sector devido a um processo de fraude.

A decisão foi do Supremo Tribunal espanhol. O caso remonta a 1994, altura em que Alfredo Sáenz era presidente do Banesto. O banqueiro, que ocupa actualmente o cargo de vice-presidente e conselheiro delegado do Banco Santander, terá na altura apresentado uma queixa por fraude e ocultação de bens contra quatro empresários "sabendo que eram inocentes", noticia hoje o "El Mundo".

Segundo apurou a justiça espanhola, esta "falsa" acusação foi levantada para pressionar a cobrança de uma dívida de 3,8 milhões de euros contraída no Banesto por uma empresa, na qual estes executivos detinham uma posição minoritária, e resultou na sua detenção durante vários dias.

A sentença hoje antecipada pelo jornal espanhol terá sido decidida em Dezembro e será divulgada oficialmente nos próximos dias, implicando a saída imediata do cargo do número dois do Santander.

As acções do Santander registavam hoje perdas de 1,4% para 8,37 euros na bolsa de Madrid.

A notícia é factual. Ponto final. Mas, em notícia, na medida do possível deve-se esclarecer sempre algo mais, em particular as "ramificações nacionalistas" de algumas das personalidades que, de uma maneira ou de outra estiveram ligadas ao assunto.


A) O Banco Santander é uma instituição bancária controlada pela OPUS DEI, e tem ramificações intensas ao sistema financeiro dominante controlado pelos Estados Unidos da América.

B) Até a bem pouco tempo, foi Presidente Executivo do Santander um banqueiro português chamado António Horta Osório, que ascendeu, meteoricamente, nos meandros do sistema bancário internacional, ocupando, praticamente, sem curricullum profissional elevados cargos.

Simplesmente, além de pertencer a uma das famílias da plutocracia económica que domina o país, desde o salazarismo porque se licenciou, em gestão e administração de empresas, na Universidade Católica, tendo concluindo um MBA - uma espécie de mestrado angló-saxónico no norte-americano INSEAD.

Com 23 anos, entrou no banco Citibank (curiosamente o banco tido como maior do Mundo que faliu devido à especulação financeira!!!) em Portugal, onde se tornou responsável pelo mercado de capitais, ao mesmo tempo que dava aulas na UCP. Como se vê anda tudo ligado
Ao concluir o seu MBA no INSEAD em 1991, os seus mentores norte-americanos deram-lhe o prémio Henry Ford II para melhor aluno. Depois disso foi recrutado pela Goldman Sachs (outro banco de grandes dimensões, tal como o Citibank, do lobby judeu, que foi à falência), trabalhando em Nova York e Londres.

Em 1993 foi convidado por Emilio Botín para se juntar ao grupo do Banco Santander, ficando a gerir, em termos de especulação financeira, o Banco Santander de Negócios Portugal (BSNP), tornando-se o seu CEO. Em 1996 foi convidado também para CEO do Grupo Santander no Brasil. Desde Dezembro de 1997 em Portugal também acumulou a Presidência executiva do Banco Santander Portugal, o banco de retalho do grupo naquele país. Depois disso criou uma start-up em investimento, fusões e aquisições, em diferentes mercados. Tudo no domínio da pura gestão especulativa.

Com o acordo de 1999-2000 entre Champalimaud, o Santander e a Caixa Geral de Depósitos, o Grupo Santander tornou-se o titular do Banco Totta e do Crédito Predial Português, além do Banco Santander de Negócios e do Banco Santander Portugal. Depois disso, até 2006, António Horta Osório tornou-se CEO do Santander Totta em Portugal e começou a consolidação, gestão e liderança das atividades do banco em Portugal, tornando-se mais tarde presidente. Enquanto isso, em 2003 fez um programa de gestão avançada (AMP) na Harvard Business School. Claro, o seu lado financeiro norte-americano.

Após primeira se ter associado à Abbey como director não executivo em novembro de 2004, em agosto de 2006 tornou-se Chief Executive President do Abbey National, e seu sucessor Santander UK, onde se tornou Presidente da Comissão Executiva (CEO).

Também se tornou o director-geral e membro da direção do Comité do Banco Santander em Espanha, Presidente do Conselho de Administração do Banco Santander Totta e Banco Santander de Negócios Portugal. Dois anos mais tarde, em 2008, as suas responsabilidades foram alargadas com a compra pela Abbey da Bradford & Bingley e da Alliance & Leicester, seguido em junho de 2009 pela sua nomeação como diretor não executivo do Tribunal do Banco de Inglaterra, após o que se tornou Vice-Presidente Executivo do Grupo Santander e membro do seu Comitê de Gestão.

Ganhou um Best Leader Award e atualmente é o novo CEO do Lloyds Banking Group, precisamente um banco, onde a OPUS DEI tem larga influência, e que foi salvo pelo dinheiro público inglês.

Este bom rapaz banqueiro é apoiante declarado e empenhado de Cavaco Silva à Presidência, em nome do dinheiro e, certamente, de deus.





sábado, 15 de janeiro de 2011

TUNÌSIA: SERÁ O RASTILHO QUE INCENDEIA?



O Os oligarcas mundiais podem cair num instante...





Parece que uma pequena fagulha, lançou o vento da revolta na Tunísia: o suicídio de um jovem desempregado levou ao derrube de um regime, declaradamente, pró-ocidental, alimentado e acarinhado pelos oligarcas dos Estados Unidos e da Europa.

O democrata Presidente Ben Ali, adorado pela plutocracia de Bona, Paris, Londres e Washington, incensado pelos "respeitáveis" democratas do Egipto, da Jordânia e de Marrocos e enaltecido como modelo de "moderado" muçulmano pró-ocidental pela grande imprensa do decadente mundo auto-intitulado campeão da democracia, passou, num ápice, a ditador e renegado por todos os que o elogiavam.

Simplesmente porquê? Porque foi varrido e escorraçado da Tunísia por uma vaga revolucionária popular, massiva e arrazodora, que nem se conteve com os cantos de cisne da "pacificação" dos "bonzos" dos partidos "moderados" oposicionistas que vegetavam no país.

O rastilho foi só rastilho. E isto porque o que encheu o saco foi o facto de os tunisinos não suportarem mais o preso crescente do desemprego, da corrupção sem controlo das classes dirigentes, que, em nome de crise, aumentavam sem cessar os preços.



Que fizeram? Sem medo da repressão, que matou, sairam, sem parar, às ruas nas últimas duas semanas. E levaram tudo à sua frente.

O Presidente Bem Ali, que sucedeu a Bourguiba, foi o ponta de lança da política económica neo-liberal imposta pelo sistema financeiro internacional. Aplicou, sem qualquer desplante, toda uma política de privatizações, cujos investimentos e dividendos foram parar a mãos de arrivistas e desclassificados empresários, que se constituiram em torno do clan de Ben Ali. Toda a mafia económica e financeira se incrustou no tecido económico do país, saqueou as suas riquezas, destroçou a riqueza nacional.


O que deu tudo isto? desemprego, inflacção galopante, desalento total e em seguida uma fúria racional para levar por diante toda a cálifa de sacanagem que se escondia por detrás do palácio presidencial.


Claro que não foi tudo, porque muitos são os agiotas que agora procuram retomar as rédeas que se soltaram; existe um sector da plutocracia política e da ologarquia económica que procura calvagar a vaga de protesto popular.


O presidente fugitivo, corrupto, criminoso, não foi preso, nem os democratas europeus e norte-americanos se prontificaram a indicá-lo como criminoso e julgá-lo em Tribunal Internacional. Pois. É um homem deles.


Querem é o controlo do país e reividicam "eleições livres", tal como afirmavam e juravam que eram livres as promovidas por Ali.


Os criminosos e corruptos dirigentes internacionais gostam sempre de solicitar "eleições livres" para reporem o seu poder, aquele poder que eles compram quando são eles a organizar essas mesmas eleições.


Para quando em Portugal? Estarão os velhos sindicalistas da CGTP e da UGT a preparar mais um destapar da panela para que os ventos da revolta em território nacional se fique nos "limites legais da manifestação"?





quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ALGO VAI MAL NESTE PEDAÇO DE PORTUGAL


















1 - Levantou-se um clamor altissonante em torno da morte do escrevinhador de prosas "cor-de-rosa" Carlos Castro, em Nova Iorque, onde se encontrava com um jovem arregimentado com a promessa de vir a ser modelo, tendo para o efeito de entrar no mundo sórdido do chamado negócio do estilismo nacional.

Um mundo desclassificado, orientado por arrivistas e desclassificados empresários que exploram negócios obscuros e sinistros, que nunca foram obra de investigação rigorosa, desde o fisco até à Polícia Judiciária. Um mundo onde existem indícios sórdidos de prosmicuidade entre certos sectores da alta burguesia e dos "bas-fonds" mais lamacentos, onde a própria polícia tem rabos de palha.

2 - Nos últimos dias, a Igreja Católica portuguesa colocou em marcha, com a conivência do Presidente da República, uma programada campanha de agitação em torno do funcionamento de privilégio aos colégios privados, cujos beneficiários principais são os hierarcas dessa mesma Igreja.

Aproveitando o facto de um sector expressivo da classe média, alguma de baixos rendimentos, recorrer ao ensino privado para ali colocar a estudar os seus filhos ou parentes, beneficiando de fundos públicos substanciais, em valores nominais superiores aos do sector público, os bispos portugueses incentivam, em propaganda continuada, uma parte da população a favorecer os cofres, já largamente cheios de dinheiro público, do contribuinte, para favorecer a chusma de inúteis altos dignitários religisos.

E ninguém - os políticos de esquerda - chama os bois pelos seus nomes.



3 - Há cerca de três semanas, a antiga provedora da Casa Pia Catalina Pestana escreveu no jornal O SOL que estava desapontada com a cúpula da Igreja Católica, citando em particular o seu chefe máximo o cardeal José Policarpo, por aquela se manter em silêncio sobre os gritantes casos de pedofília que enxameiam os meios eclesiásticos católicos. E isto - segundo ela - apesar de há anos, Policarpo estar na posse de nomes de criminosos que vestem a pele do sacerdócio.




Até agora as autoridades judiciais e policiais não mexerem uma pena para investigar esta denúncia. Impera o silêncio. Como impera o silêncio nos grandes meios de comunicação social portugueses. Porquê?. Apenas cumplicidades.




No principio do ano de 2010, o órgão dirigente do catolicismo português emitiu o seguinte comunicado:



"Reconhecer a verdade e auxiliar as vítimas; reforçar a prevenção e colaborar construtivamente com as autoridades" são as atitudes da Igreja católica em Portugal diante dos "possíveis casos de abusos sexuais por parte de membros do clero".

O Porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifesta, em comunicado, que segue as "recomendações do Papa Bento XVI, na abordagem dos possíveis casos de abusos sexuais por parte de membros do clero".

Na nota é ainda referido que "numa próxima reunião" a Conferência Episcopal Portuguesa fará "uma reflexão sobre esta temática".

Até hoje. Porquê? Será que existem bispos envolvidos?




3 - O Presidente do Conselho de Administração do Milleniuem BCP, Santos Ferreira, ofereceu-se à Admnistração norte-americana para servir de "bufo" para atingir um país estrangeiro, neste caso o Irão, utilizando a via do seu banco.




O assunto não é um rumor: está escrito em telegrama diplomático da embaixada norte-americana, divulgada pelo Wikileaks.




Até agora, nem um puxão de orelhas levou esse senhor banqueiro, que utiliza os negócios, para ser vassalo do Império norte-americano. Claro que o governo português concorda, porque não correu com tal criatura.




A classe política portuguesa está calada e a subserviente imprensa segue-lhe o exemplo.




4 - Também no esquecimento está, desde 2005, a criminosa actuação do Banco Espírito Santo, como branquear do dinheiro do ditador chileno Pinochet.




Naquela data, uma comissão do Senado norte-americano investigou o escândalo das "contas-fantasma" de Augusto Pinochet nos Estados Unidos e descobriu que o ex-ditador chileno tinha contas no Banco Espírito Santo da Florida.



Pinochet guardou fundos em contas no estrangeiro e tinha mais de cem contas nos EUA (DR)

O escândalo das contas de Pinochet nos Estados Unidos foi revelado durante uma investigação ao Banco Riggs, por suspeita de lavagem de dinheiro.

Além de 28 contas no Banco Riggs, Pinochet tinha 97 contas em outros estabelecimentos bancários nos Estados Unidos, entre os quais o Banco Espírito Santo da Florida, o Banco do Chile e o grupo Citicorp.




O relatório da comissão de investigação indica que o ex-ditador chileno recebeu transferências no montante de 3,91 milhões de dólares (2,9 milhões de euros) entre 1991 e 2000 nas contas abertas no banco português.


Que aconteceu ao BES? Nada. Absolutamente nada. Impunidade. Até quando?