terça-feira, 20 de setembro de 2011

EURO: A GRANDE CRISE ESTÁ NOS ESTADOS UNIDOS






1 - Os chamados economistas de topo da nossa praça - e esta nossa praça engloba a vassalagem ocidental aos ditames do capital financeiro judeu-norte-americano - centram e concentram os seus aprumados e independentes comentários e previsões na União Europeia.

E os comentários mais afiados e permanentes surgem, com frequência, de responsáveis económicos e políticos dos dois lados do Atlântico e dos grandes meios de comunicação social dos Estados Unidos e do Reino Unido, ampliando a ressonância nos meios de informação europeus ligados a capitalistas e especuladores financeiros do velho continente, com profundas ligações ao capital especulativo financeiro localizado, ora em Wall Street, ora na City.

Estranho, não é?.

Só aparentemente.

Faz parte de uma velhissima regra de maipulação em larga escala: quando estamos na mó de baixo, o melhor é pôr no centro da discussão no que se passa no quintal do meu vizinho, que até pode ser o meu amigo ou aliado.

Vamos à realidade. E eu só comecei a entrar nela, quando li os relatos, meio escondidos, dos meios especializados do Reino Unido e dos Estados Unidos da América.

2- Em 2009, os grandes jornais económicos da Grã-Bretanha referiam que o Reino Unido estava, pela primeira vez, desde 1991, em recessão, com uma "desacelaração" acentuada da economia "nos dois últimos trimestres de 2008".

Não era, por acaso, que naquele país, alguns dos principais bancos estavam na falência e alguns para sobreviveram sofreram um "injecção" monumental e vergonhosa de dinheiro público. Na realidade, uma nacionalização encoberta.

Citam-se os principais: Barings Bank (que faliu antes), Northen Rock (então dos mais poderosos do Imério britânico), HSBC (Hong Kong and Shangai Banking Corporate), o maior da Europa, Royal Bank of Scotland (segundo do RU e quinto do Mundo. Só para comparar números - teve um prejuízo que ultrapassou, na altura, os 37 mil milhões de dólares. Somente o maior do Reino Unido).

Hoje, os próprios jornais ingleses reconhecem que o Reino Unido não conseguiu, desde 2008, sair da recessão.

A produção industrial - referências oficiais de Agosto de 2011 - registou este ano a maior queda dos últimos dois anos.

A dívida pública do RU, em Dezembro de 2010, ultrapassava os 920 mil milhões de libras.

Presentemente, a dívida do Reino Unido - Estado, empresa e particulares - ultrapassou os limites a partir dos quais deixa de ajudar a economia e passa a ser prejudicial à actividade económica. Esta é a constatação do Bank for International Settlements (BIS),

De acordo com o jornal Daily Telegraph, em 2010, o Reino Unido tinha uma dívida pública de 89% do PIB, uma dívida empresarial de 126% e 106% nas famílias.



Este jornal refere, mesmo, que o centro do antigo Inpério britânico é o país mais endividado do Mundo.

Em 2009, a dívida pública, que já era elevada, situava-se nos 842,9 mil milhões de libras: 57,2 do PIB.

Analistas dizem que o encolhimento da economia britânica foi pior que o esperado com queda forte no sector de serviços e produção.

Por seu turno, os dados e os movimentos cambiais assinalam que a recessão está a provocar a quebra da libra esterlina, que se aproxima, actualmente, em paridade, ao euro.

2 - Viremo-nos agora para o novo Continente, precisamente para os Estados Unidos da América, o território celestial do capitalismo especulativo.

Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - 14,3 biliões de dólares trilhões no último dia 16 de maio.


Nesta data, a Secretaria do Tesouro utilizou artimanhas de ajustamentos contabilisticos, lançando, ao mesmo tempo, uma perspectiva de receitas fiscais mais altas que o previsto, para conseguir realizar as suas operações financeiras e comerciais dentro de uma normalidade escondida.

A Administração norte-americana de Obama (o executivo do país), por esta altura, perdeu um tempo precioso e desgastante para conseguir que os parlamentares aprovassem uma elevação do tecto da dívida, para evitar de imediato a insolvência.

O acordo, remendado, foi efectuado já muito perto do final do prazo estabelecido (2 de Agosto) para evitar uma moratória, mas prevê um corte de gastos na ordem de 2,4 biliões de dólares . Apesar da cosmética, uma das agências de rating do país , a Standard & Poor's retirou a nota máxima (AAA) da dívida americana.

Tudo isto foi apenas uma jogatana.

Terá de ser contabilizado no próximo Orçamento Federal, em Outubro ou Novembro.

A recessão prossegue. A produção económica do país estagnou, retrocedeu mesmo, e irá continuar. Basta ver as previsões internas do seus sistema de controlo.

O Presidente da A.Gary Shilling, Gary Shilling, afirmou, com toda a convicção, à CNBC, na semana que findou, que o seu país irá entrar em recessão em 2012.


Opinião sustentada pelo académico Roubini, economista das previsões catastróficas para a Europa, mas que agora já admite que a economia norte-americana está em piores condições. Ele também admite a possibilidade de recessão no próximo ano.

E os dados são realmente alarmantes: a concentração de stocks decresceu 1,5 por cento no ano passado.


Os níveis de desemprego, que em Outubro de 2008, se situaram nos 6,5% - o "nivel mais alto desde 1994", segundo a imprensa especializada do país - está actualmente em valores superiores a 9,10 % e a inflacção está a atingir valores de 3,76%.

Recentemente, o FMI, que está nas mãos dos capitais financeiros judaicos-norte-americanos, alertou que os duros cortes no Orçamento dos Estados Unidos podem enfraquecer ainda mais o avanço econômico do país, e sublinhou que o Federal Reserve (FED, banco central americano) precisa estar pronto para afrouxar ainda mais a política monetária so país.

O FMI agora admite um crescimento dos Estados Unidos de 1,5% para este ano ano e de 1,8% em 2012. As previsões eram de de 2,5% e 2,7% em Junho, respectivamente, quando se procurava centrar apenas as atenções na União Europeia.

E a própria actividade financeira não está em recuperação.

Se verificarmos dados das entidades reguladoras do sector, verificamos que, recentemente, fecharam três bancos de relativas dimensões localizados nos Estados da Flórida, Geórgia e Illinois, o que eleva para 68, o número de empresas bancárias que declararam em falência este ano.

Por seu turno, o Departamento Federal de Seguros de Depósitos (FDIC, na sigla em inglês) interveio recentemente no Lydian Private Bank, com sede em Palm Beach, Flórida, que segundo a própria empresa teria 1,7 mil milhões em activos e 1,24 mil milhões em depósitos.

Também foram fechadas outros dois bancos considerados de menor importância, mas mesmo assim movimentando centenas de milhões de dólares: o First Southern National Bank, de Statesboro (Geórgia), com 164,6 milhões em activos e 159,7 milhões em depósitos, e o First Choice Bank, em Geneva, (Illinois), que possuía 141 milhões em activos e 137,2 milhões em depósitos.

Entretanto, o Bank of America vai despedir este ano 3.500 funcionários num plano de reestruturação, considerado "agressivo" pela imprensa, que pode acabar no futuro com quase dez mil postos de trabalho, o “The Wall Street Journal”.

Os cortes atingem todas as áreas do Bank of America, o maior dos Estados Unidos em activos.

Um outro aspecto que terá de ser contabilizado e, certamente irá ter repercussões na economia das principais potências, em particular os EUA e o Reino Unido, porque é pelos seus centros financeiros que circulam essencialmente são os chamados "activos fantasmas". Os seus valores poderão andar pelos 15 milhões de milhões, e entidades como o GEAB admitem que 10 milhões de milhões ja se esfumaram. Coloca mesmo a hipótese de o restante desaparecer nestes meses que restan até ao fim do ano.

Se tal acontecer será uma bomba, porque alguém os terá de pagar.



3- Daí, o centrar dos ataques na União Europeia e o esforço tremendo de a dinamitar, antes que a crise exterior à própria UE, possa destruir os Estados Unidos.


A Europa, quer queiramos, quer não, é neste momento o centro do que de moderno e novo pode trazer para a nossa vida societária.


Desde a produção económica integrada que já se conseguiu nessa União, até ao poder cambial e financeiro da sua moeda, passando pela própria produção no interior desse novo espaço que se quer político actuante para fazer frente à avalanche que vem aí.


Não é o dólar, decadente.

Os pensadores do progresso da União Europeia têm aqui a capacidade de produzir novos tipos de sociedade.


Se as classes trabalhadoras tiverem a ousadia de empurrar o actual poder estabelecido na União Europeia para forçar os capitalistas a pagar a crise, certamente haverá novidades nos próximos meses.


Porque a chama da ruptura social, de uma nova maneira de encarar o mundo, está em ebulição nos debates que se estão a forjar em toda essa União.


Os anticapitalistas de cada país devem actuar em projectos de acção comum em todo esse espaço e obrigar o poder do Capital a ceder em reivindicações subversivas.




domingo, 18 de setembro de 2011

O GOVERNO AUMENTA O MAI, PARA GARANTIR O FUTURO




O Ministério da Administração Interna (MAI) de Portugal vai receber mais dinheiro em 2012. Na prática é o único departamento governamental em que tal acontecerá.

Segundo a imprensa local, que não questiona tal facto, o MAI, que tutela a PSP, GNR, SEF, e o dispositivo de protecção civil, é o único organismo do Governo que não sofrerá cortes no orçamento de Estado para 2012. Ao invés, deverá receber mais dinheiro.

A notícia foi avançada, na última edição do jornal ‘Expresso’, que explicou que o MAI ia passar dos 1,4 mil milhões de euros, que recebeu em 2011, para os 1,8 mil milhões, em 2012.

Os jornais nada referem sobre o assunto, mas as chamadas Forças Policiais de Segurança atingem, na actualidade uma efectividade que rondam os 50 mil homens. Muito mais que as próprias Forças Armadas.

Na sua génese, as forças de segurança (políciais e secretas) foram constituidas pelo poder de Estado para garantir, no geral, a lei, a ordem e a segurança pública do Estado.

Como estão na dependência dos poderes executivos, defendem, na prática, a ordem em que assente o regime dominado pelos executivos.



Ou seja, formalmente, são neutras. Na realidade, são classistas. Estão ao serviço da defesa do regime estabelecido.

Ora, o regime actual português - e todos os regimeS assentes na velha ordem capitalista - estão numa encruzilhada. Paira no ar uma ameaça de desmoronamento, possivelmente, acelerado pela movimentação popular.

Daí a necessidade de assegurar a "lealdade" de um corpo paramilitar que lhe possa garantir a sobrevivência.


Nada melhor, pois, de que ceder as reivindicações dos jovens soldados das forças de segurança, garantido-lhe melhores salários e enquadrar essas forças com armamento mais sofisticado e moderno.


Os tumultos podem estar aí, e para os conter os senhores do poder já não falam em austeridade.

Como uma achega terminal:


É preciso juntar a estas forças de segurança oficiais os muitos milhares da segurança privada.


Esta tem igualmente uma missão de defender o regime, através da defesa do património privado dos grandes senhores capitalistas.

Os dados são retirados da imprensa internacional. Num estudo divulgado, este ano, pelo Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento, em Genebra, o sector de segurança privada já emprega, em todo o mundo, cerca de 20 milhões de pessoas

A segurança privada continua sendo uma das indústrias mais promissoras do mundo apesar da crise económica global, empregando cerca de 20 milhões de pessoas, quase o dobro das forças policiais oficiais.

O estudo, chama-se "Relatório de Armas Ligeiras 2011" publicado, no principio do mês, em Genebra.

Uma das referências que assinala é a forte expansão que o scetor experimentou, nas últimas duas décadas, em todo o planeta.

O responsável pelo estudo, Robert Muggah, afirma que "o principal factor do crescimento parece estar ligado à privatização por parte dos governos de muitas funções relacionadas à segurança".

Muggah sublinhou, mesmo, que, na maioria dos países, os empregados das empresas privadas de segurança utilizam já as armas de fogo.

O estudo, elaborado a partir dos dados de 70 países, mostra que a segurança privada dispõe em conjunto já quatro milhões de armas de fogo.

"É inquestionável que está ocorrendo uma privatização generalizada da segurança", sustenta Muggah.

Para este responsável, a expansão da indústria não ajudou na melhoria dos mecanismos de acompanhamento e transparência.

"Apesar da evidência que algumas companhias de segurança privada compraram armas ilegalmente, que perderam armas por roubos ou que utilizam com pouca segurana os seus arsenais, não existe um sistema de informação sobre estes comportamentos", admite.

Apesar de alguns países proibirem os seguranças privados de usarem armas, em determinados locais, no entanto e particularmente em zonas de conflito, esses agentes dispõem em média de três armas.

O relatório assinala, todavia, que há "uma distinção progressivamente confusa entre as forças de segurança privadas e as públicas" e que as multinacionais que encontraram um importante nicho de mercado não estão sujeitas a mecanismos confiáveis de controlo.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

AMÉRICO AMORIM, UM RETRATO PERFEITO DE CAPITALISTA




O empresário Américo Amorim tem uma fortuna pessoal avaliada em €2,6 mil milhões.

Amorim, a personalidade capitalista portuguesa, que, segundo a revista do também capitalista Pinto Balsemão de nome Exame, é o cabeça dos 25 homens - em nome individual - mais ricos de Portugal, não se deixa impressionar pela pressão para o taxar mesmo em valores minórquicos, para inglês ver, para justificar, perante a chamada opinião pública, que os donos do Capital também lutam contra a crise.

"Não me considero rico. Sou trabalhador", declarou o líder da Corticeira Amorim ao "Jornal de Negócios".

O património do empresário inclui, entre outras, participações na Corticeira Amorim, Amorim Investimentos e Participações, Galp Energia, Nova Cimangola, Banco BIC Portugal e BIC Angola, Banco Carregosa e Banco Popular.

Claro que as vozes do dono da comunicação social fazem logo comparações com o especulador e vigarista norte-americano Warren Buffet, que, banhado em lágrimas de crocodilo, apelou aos políticos para deixarem de "mimar" os milionários com isenções fiscais.

Como se a gênese do capitalismo não estivesse no mecanismo do crescimento constante do Capital.

Claro que a resposta de Amorim é um acto de arrogância, pois ele tem perfeita noção que são os seus representantes directos que dominam as instituições de Estado e não agiriam para impor um imposto real, progressivo e actuante sobre os verdadeiros rendimentos encobertos dos capitalistas, de modo que eles contribuissem, sem subterfugios, para estabilizar, em pouco tempo e sem recorrer a impostos constantes sobre as classe assalariados, as despesas públicas.

Do mesmo modo que essa aplicação deveria ocorrer em toda a Europa. Ou seja fiscalizar, sem dó nem piedade, as contabilidades das explorações capitalistas.

Ora, tais medidas, somente terão eficácia se as forças anti-capitalistas colocarem tais pretensões num programa de cariz acentuadamente anti-capitalista e ganharem força de massas e de ganhos eleitorais no interior das sociedades europeias.

Ao responder, como o fez, Amorim pensa que é o senhor do Mundo e não tem a noção que, como capitalista, por muito dinheiro que ganhe, é um ser transitório, que hoje existe, porque o sistema o mantem, mas amanhã passa a mero personalidade sem qualquer valor, se houver uma mudança de regime.

Se o jornal, no seu imediatismo, lhe permite discorrer sobre a sua pretensa condição de trabalhador, e, como tal, na evolução societária, que necessariamente vai acontecer, mais década, menos década, ele não tem qualquer valor, nem simbólico para ficar no rodapé de qualquer livro que remeta o seu passado.

Os Amorins agem, como capitalistas que são, com a sua determinação, vontade e consciência. Não mudam, porque alguém lhe sopra para mudar. Eles vivem para fazer crescer sempre o capital, porque essa é a essência da evolução da produção que eles gerem. Se deixarem de actuar desse modo deixam de ser capitalistas.


E eles não saem da cena histórica com pretensões caridosas, mas sim com mudança e rupturas do seu sistema.


Não fiquemos com ilusões de que se podem tornar bonzinhos. Isso são contos de fadas.



































domingo, 11 de setembro de 2011

O DIREITO À REVOLUÇÃO




1 - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, lançou, na semana pasada, um aviso ao povo português, que centrou naqueles que desejam uma mudança do actual estado de coisas no país, um "aviso"contra "àqueles que pensam que podem incendiar as ruas" e trazer "o tumulto" para o país.



Este aviso-ameaça foi até mais longe: o governo não irá permitir que tal aconteça e actuar, "quando necessário".



Esta ameaça é, ao mesmo tempo, um sinal de guerra e um lamento de medo, de que haja movimentação popular que ponha em causa o actual regime e o sistema capitalista.



Esta alerta e lamento do chefe do governo, representante directo e incisivo do sector mais rapace e sem classificação do capital financeiro, precisamente, o seu núcleo principal e especulativo, que domina, quase, sem entraves, desde meados dos anos 80, os destinos da governação do país, desde a feitura das leis até ao dominío sem freio da bolsa, do branqueamento de capitais, da traficância de droga, das explorações mais desenvergonhadas do tráfico de influências. Sector esse que abarca todas as esferas da sociedade e da economia, desde a saúde privada até à alta finança que engorda à cusra do defices de Estado e da especulação sem nexo, é a ponta do icebergue de algo que está em movimento para forçar o autoritarismo e a repressão em política.



O Estado português está a beira da bancarrota, provocada, precisamente, por essa fracção do capitalismo financeiro, que apenas tem procurado o seu enriquecimento pessoal e colectivo, à custa do roubo mais descarado da receita estatal que é proporcionada por quem trabalha, as classes assalariadas.



Ora, eles provocaram a crise e sabem que, mais cedo ou mais tarde, irão receber uma resposta, justamente, porque não desejam, nem querem restabelecer um equilíbrio sem atingir os interesses do sector dominante que representam e que por eles foram escolhidos para governar o país, se possível pelo medo e pelo obscuratismo.




2 - Ora, eles sabem que o direito de manifestação, de protesto, a liberdade de informação foram formas práticas de actuação das massas laboriosas conquistadas em nome de uma Revolução, a francesa, que já tem mais de 200 anos.



Eles sabem que essas mesmas massas, ao longo dos anos, souberam abrir caminho para utilizar o que a própria burguesia colocou, naquela altura, como reivindicação universal, para os reverter a seu favor. As massas populares utilizam os pleitos eleitorais, as conquistas das liberdades individuais para forjar formas de organização e de acção popular que podem levar em frente a sua luta de transformação da sociedade.



Hoje, chegou-se a uma encruzilhada.



Há uma imenso campo de batalha, - na só em Portugal, mas em todo o Mundo, onde estão frente a frente forças enormes de massas trabalhadoras, que ainda não têm a noção exacta da sua força.



E, infelizmente, ao longo destes dois séculos, sofreram numerosas derrotas nas revoluções que empreenderam. Querem crescer, sentem que o seu "exército" ainda não está preparado. Até porque o programa que lhe serviu no passado para avançar no seu desejo está ultrapassado, nem está refeito, nem existe capacidade, neste momento, de aglutinar um projecto de ruptura revolucionária.



É a tarefa principal que essas massas trabalhadoras precisa de engendrar, de enquadrar, de debater, de definir.



O capital vai tentar provocar a desorganização do mínimo que se avançou nos últimos 10 anos. Inconsequentes, sem perspectivas claras de projecto, existem, todavia, na sociedade portuguesa vozes e pessoas que pretendem uma viragem social, mas hesitam, ficam a meio nas propostas de impôr um programa de ruptura revolucionária.



Pelo menos cerca de 20 por cento dos votantes no sistema parlamentar português apostam nessa concepção, mas não vêem a materialização teórica e prática de um programa que os oriente no marasmo das forças burguesas sociais democratas.



O aprofundamento da crise vai, todavia, trazer para a rua a via do protesto, do conflito, possivelmente, até, do enfrentamento duro violento classista.



Poderá pôr-se mesmo fases de duros combates revolucionários, que sofrerão o choque da repressão.



Se tal acontecer, os movimentos mais avançados não podem colocar de lado o afastamento do direito à Revolução.



É um direito, ela é uma realidade histórica que assenta na própria formação do regime republicano português, e, nos tempos, nas recentes, com o 25 de Abril, no próprio assentamento inicial do actual regime, que degenerou, posteriormente. Todos os direitos históricos subversivos sociais e políticos de Portugal - e da própria Europa - estão na própria génese da sociedade.



Não se pode ficar nas encolhas da ameaças do autoritarismo. Naturalmente, tem de se ser cauteloso, medir o estado das forças em presença.



Não foram, todavia,as classes trabalhadoras que provocaram a crise actual, e o empobrecimento que a mesma está a gerar.



A legitimidade do protesto, da reconquista dos direitos, faz parte de um legado que longas batalhas, em que participaram, há 30 anos, os próprios arautos de agora da ordem e da anti-subversão.



A História caminha a favor das mudanças, da subversão. Esta é a realidade. Os tempos próximos irão dizê-lo, com maior ou menor rapidez.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ELES INSTALAM-SE PELA CALADA DA NOITE

Eles reproduzem-se....








1 - O director financeiro da Parque Expo, John Antunes, vai assumir a presidência da empresa cuja extinção foi anunciada em Agosto, revelou a ministra "dilecta" de Paulo Portas, o líder do CDS, de seu nome Assunção Cristas.

Claro que ao fazer o anúncio, a rapariga governante esqueceu-se de referir que John Antunes, foi o presidente da sua Comissão de Honra na lista partidária que encabeçou por Leiria.

«O Governo procurou encontrar uma solução de alguém que conhecesse bem a Parque Expo, estivesse por dentro dos constrangimentos financeiros e não precisasse de ir aprender, porque o tempo urge», afirmou a ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.


E, assim, engordou o Estado, pasando-o de mero director financeiro a endinheirado Presidente de uma empresa, que ela sustentou ser um "cancro".


Claro, mas é um maná para os seus boys.

Não conhemos muitas das "envergonhadas" e gostosas nomeações que o governo do PSD e CDS está a efectuar0 para o sector empresarial do Estado, que eles denunciavam, há meia dúzia de meses, que era "gordo" e precisava de emagrecer em três tempos...quando não estavam a comer à mesa do Orçamento

Ora, do que conhecemos, em três tempos, aí está a engorda dos apaniguados e sôfregos "boys", que lambem os beiços com a sua entrada no roubo dos contribuintes.

Conhecemos os homens provenientes do PSD/CDS, e bloco central que enxameiam a Caixa Geral dos Depósitos, que o governo quer privatizar para satisfazer os grupos capitalistas a que pertencem: Nogueira Leite, Faria de Oliveira e Nuno Fernandez Tomás, entre outros.

Citamos, para que não esqueça, o que está inserto no Portal do Governo relativo apenas - e só apenas - à CGD, e isto mensalmente:

Presidente 19.258,88€
Chairman 16.370,24€
Vice-presidente 13.481,60€
Vice-presidente 13.481,60€
Vogal 1 13.481,60€
Vogal 2 13.481,60€
Vogal 3 13.481,60€
Vogal 4 13.481,60€
Conselho Fiscal Não executivos/Comissão de auditoria
Presidente 3.851,78€
Vogal 2.888,83€
Vogal 2.888,83€

(Claro falta conhecer os subsídios de representação, os cartões e os carros)

Poderemos alongarmos nas nomeações, todas elas políticas e de "confiança" que enxameiam os gabinetes ministeriais e dos secretários de Estado. Não o fazemos exaustivamente, mas referenciamos alguns.

Inserimos este alerta aparecido no Portal do Governo. Preparam o assalto....


"Nomeações
Os despachos de nomeação e designação para os gabinetes encontram-se, em alguns casos, ainda em fase de elaboração, após o que serão publicados em Diário da República, constituindo-se nesse momento como título jurídico bastante para todos os efeitos. Os vencimentos são apresentados em valor bruto mensal".




Gabinete do Primeiro-Ministro

Chefe do Gabinete - Francisco Ribeiro de Menezes
Assessor - Carlos Chaves
Assessor - Pedro Almeida
Assessor - Paulo Pinheiro
Assessor - Rudolfo Rebelo
Assessor - Luís Monteiro
Assessor - Rui Baptista
Assessora - Mafalda Pereira
Assessor - Miguel Morgado
Assessor - Carlos Sá Carneiro
Assessora - Marta Sousa
Adjunta - Teresa Duarte
Adjunto - Bruno Maçaes
Adjunta - Mafalda Martins
Adjunto - Carlos Pires
Adjunto - João Montenegro
Secretariado - Helena Alves
Secretariado - Inês Araújo
Secretariado - Ana Oliveira
Secretariado - Fátima Samouqueiro
Secretariado - Maria Gonçalves
Secretariado - Madalena Raposo
Secretariado - Margarida Ferro
Secretariado - Conceição Pinto
Secretariado - Helena Belmar
Motorista - António Figueira
Motorista - Jorge Morais
Motorista - Paulo Barra
Motorista - António Meireles
Motorista - Arnaldo Ferreira
Motorista - António Pereira
Motorista - Horácio Fernandes
Motorista - Jorge Cunha
Motorista - Manuel Martinho
Motorista - Nuno Cardoso
Motorista - Vitor Ferreira






Gabinete do Ministro das Finanças


Chefe do Gabinete - Pedro Machado
Adjunta - Isabel Gameiro
Adjunta - Carla Fonseca
Adjunta - Raquel Pereira
Adjunta - Vera Spratley
Adjunto - Carlos Almeida
Assessora de Imprensa - Ana Pires
Assessora de Imprensa - Paula Cordeiro
Secretariado - Rosário Oliveira
Secretariado - Isabel Costa
Secretariado - Luísa Fernandes
Secretariado - Manuela Costa

Secretário de Estado do Orçamento

Chefe do Gabinete - Margareth Ferraz
Adjunta - Carla Libânio
Adjunto - Vítor Alves
Assessor - Daniel Rodrigues
Colaboradora - Marta Abreu
Secretariado - Mariana Albergaria
Secretariado - Beatriz Cracel

Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças

Chefe do Gabinete - Maria Luísa Pacheco
Adjunto - Paulo Lopes
Adjunta - Ana Mateus
Secretariado - Ana Moura
Secretariado - Ana Pereira

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

Chefe do Gabinete - Rodrigo Guimarães
Adjunto - José Fernandes
Assessor - Bruno Escada
Assessor - Filipe Abreu
Assessor - Carlos Costa
Colaborador - Jesuíno Martins

Secretário de Estado da Administração Pública

Chefe do Gabinete - Joana Ramos
Adjunto - Adérito Tostão
Adjunta - Madalena Travisco
Adjunto - Nelson Gomes
Colaborador - Nuno André
Secretariado - Ana Guerreiro
Secretariado - Rita Pires



Ministério dos Negócios Estrangeiros

Gabinete do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros


Chefe do Gabinete João Teotónio Pereira - 51 anos 3.192,62€, 699,91€


Adjuntos / Assessores

Marcelo Mathias - Diplomata - 40 anos 2.595,21€, 474,12€
Paulo Teles da Gama - Diplomata - 39 anos 2.595,21€, 474,12€
Filipa Andrade - Jurista - 44 anos 2.595,21€, 474,12€
Miguel Guedes - Assessor imprensa - 40 anos 2.595,21€, 474,12€
Thais Dantas - Protocolo - 26 anos 1.882,76€
Diogo Henriques - Adjunto - 35 anos 2.595,21€, 474,12€
Ana Passos Gouveia - Assessora - 44 anos 2.595,21€
Secretárias Pessoais
Ana Charters - 60 anos 1.882,76€
Maria João Vidal - 62 anos 2.028,52€
Graça Sotto Mayor - 63 anos 1.882,76€ 0,00€
Motoristas
Arlindo José Barroso 563,15€
Fernando Manuel Vicente 878,36€

Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Europeus

Chefe do Gabinete

Francisco Duarte Lopes - 47 anos 3,192,62€, 699,91€
Adjuntos / Assessores

Maria Rita Brito - 47 anos 2,595,21€ 474,12€
Patricia Picarilho - Jurista - 46 anos 2 595,21€ 474,12€
Secretárias Pessoais
Antónia Pinheiro Verde - 44 anos 1,882,76€
Maria Luísa Tavares - 60 anos 1,882,76€
Assessoria Técnica
Margarida Sirgado - contabilidade - 56 anos 1,882,76 €

Motoristas

João Miguel Rodrigues - 31 anos 583,58€
Luís Silva - 44 anos 530,02€

Gabinete do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação

Chefe do Gabinete João Martins de Carvalho - 31 anos 3.192,62€ 699,91€
Adjuntos / Assessores

Miguel Trindade Rocha - 38 anos 2.595,21€ 474,12€
Gonçalo Marques - 33 anos 2.927,99€ 0,00€
Patricia Lisa - 36 anos 2.927,99€ 0,00€
Filipe Fernandes - 28 anos 2.633,82€ 0,00€
Marco Teixeira - 31 anos 2.633,82€ 0,00€
Secretárias Pessoais
Paula Pereira - 42 anos 1.882,76€
Pedro Silva Matos - 52 anos 1.882,76€
Motoristas

Nelson Semedo - 36 anos 549,25€
Manuel Duarte - 36 anos 583,58€

Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Chefe do Gabinete Maria Manuela Freitas Bairos - 49 anos 3.192,62 € 699,91€
Adjuntos / Assessores

Francisco Saraiva - 35 anos 3.069,33€
Carolina Araújo de Almeida - 42 anos 3.637,56€
Ana Cristina Santos Pedroso - 42 anos 3.069,33€
Fernando Paulo Valor - 42 anos 3.069,33€
Secretária Pessoal
Ana Carla Ferreira - 28 anos 1.882,76€
Motoristas

Joaquim Ferreira Silva 835,03€
José Emidio Guerra 761,01€
José Farinha Lopes 792,81€

Ministério da Defesa Nacional

Gabinete do Ministro

chefe de gabinete: José Arnaut Moreira (para lembrar é um oficial-general do Exército!!!)

Adjunto - Paulo Correia

Adjunto Financeiro - João Matos

Adjunto - Gonçalo Sampaio

Adjunto de imprensa - Nuno Maia

Adjunto diplomático - Miguel Graça

Assessora - Ana Santos

Assessora - Sandra Clemente

Assessor - Jorge Saramago

Assessor - Claudio Silva

Assessor militar - Luís Graça

Assessor militar - Octávio Avelar

Assessor militar - António Rodrigues

Ajudante de Campo - Hugo Ferrão

Ajudante de Campo - Marina Colaço Ferreira

Ajudante de Campo - João Pais

Secretária - Maria José Lourenço

Secretária - Joana Furtado

Secretária - Teresa Silva

Motorista - João Patrício

Motorista - João Dias

Motorista - José Matos

Motorista - António Gonçalves

Motorista - José Martins


Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional

Chefe do Gabinete - João Saldanha Serra

Adjunto - João Annes

Adjunta - Marta Santos

Assessora - Margarete de Oliveira

Secretária - Conceição Azevedo

Secretária - Bárbara Almeida

Motorista - José Fernandes


Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território

Gabinete da Ministra

Chefe do Gabinete - Duarte Bué Alves

Adjunta - Isabel Gonçalves

Adjunto - José Martins

Adjunto - Gabriel Barros

Adjunto - Antero Silva

Adjunto - Alexandre Pires

Assessora/Especialista - Madalena Lucas

Assessora/Especialista - Filipa Pires

Assessora - Susana Larisma

Secretária - Cristina Valente

Secretária - Isaltina Silveira

Secretária - Margarida Nascimento

Motorista - Artur Santos

Motorista - Pedro Silva

Secretário de Estado da Agricultura

Chefe do Gabinete - Eduardo Diniz

Adjunta - Amélia Ferreira

Adjunto - Francisco Rico

Adjunto - Carlos Arrais

Assessor/Especialista - Pedro Serrano

Assessor/Especialista - Paula Raposo

Secretária - Celeste Brandão

Secretária - Fernanda Jorge

Motorista - Joaquim Guilherme

Motorista - José Branco

Secretário de Estado das Florestas


Chefe do Gabinete - Nuno Almeida

Adjunta - Carolina Seco

Adjunta - Alda Mesquita

Adjunto - Fernando Nogueira

Assessora/Especialista - Joana Novo

Assessor - Luís Damas

Secretária - Luísa Amaral

Apoio Técnico e Administrativo - Marisa Torres

Apoio Técnico e Administrativo - Maria José Firmino

Apoio Técnico e Administrativo - Cristina Belo

Apoio Técnico e Administrativo - Virgínia Lopes

Motorista - Ricardo Chaves

Motorista - Américo Gonçalves

Secretário de Estado do Mar

Chefe do Gabinete - Armando Sequeira

Adjunta - Catarina Medeiros

Adjunto - José Gouveia

Adjunta - Ana Berenguer

Assessor/Especialista - Paulo Assunção

Assessor - Luís Silva

Secretária - Sara Costa


Secretária - Luísa Guilherme

Motorista - José Mendonça

Motorista - Ivo Cavaco



Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento

Chefe do Gabinete - Paulo Coelho

Adjunto - António Lopes

Adjunta - Bárbara Cruz

Adjunta - Alda Calvo

Especialista - Mónica Fonseca

Especialista - Mónica Lemos

Especialista - Tiago Cartaxo

Especialista - Inês Diogo

Especialista - João Rego

Especialista - Joana Silva

Secretária Pessoal - Margarida Moritz

Secretária - Maria Teresa Santos

Apoio técnico - Vânia Vassalo

Apoio técnico - Nuno Botelho

Apoio Administrativo - João Palma

Apoio Administrativo - Sónia Luís


Apoio Administrativo - Ana Assenção


Motorista - Artur Santos

Motorista - Pedro Silva

2 - Recentemente, o jornal “Diário de Notícias divulgou que das 447 nomeações feitas até 6 de Agosto de 2011, 73 são”boys” conhecidos e identificados partidários, do PSD ou do CDS-PP.

Da lista publicada pelo jornal, que pode ser consultada aqui, destacam-se nomeadamente seis gestores de topo da Caixa Geral de Depósitos (CGD): Fernando Faria de Oliveira, chairman, ex-secretário de Estado do PSD; António Nogueira Leite, vice-presidente da CGD, conselheiro económico do presidente do PSD; Norberto Rosa, vice-presidente da CGD, ex-secretário de Estado em Governos PSD; Nuno Fernandes Thomaz, vogal da comissão executiva da CGD, CDS-PP e ex-secretário de Estado de Santana Lopes; Manuel Lopes Porto, presidente da mesa da assembleia-geral da CGD, presidente da Assembleia Municipal de Coimbra, eleito nas listas do PSD; Rui Machete, vice-presidente da mesa da assembleia-geral da CGD, ex-presidente do PSD.

Entretanto em entrevista recente ao jornal "Público", Macário Correia, presidente da Câmara de Faro eleito pelo PSD, - e não esquercer ex-Secretário de Estado do Ambiente de Cavaco Silva- critica agora alguns procedimentos governamentais: o aumento da remuneração dos administradores da CP e o aumento do número de administradores da CGD.



Macário Correia diz ainda que “a lista de assessores e adjuntos, e a remuneração dos elementos dos gabinetes é de pasmar”. O presidente da Câmara de Faro refere ainda: “Já tive dois cortes no meu vencimento, vou ter agora o terceiro. Mas depois olho para a lista de assessores, adjuntos e membros do Governo e fico preocupado”.

Da lista publicada pelo DN, das 67 pessoas que a compõem, além dos gestores da CGD, 6 têm vencimentos mensais entre 1.800 e 3.000 euros, 56 ganham entre 3.000 e 4.000 euros, 3 entre 4.000 e 5.000, um não se sabe (será o mesmo vencimento de origem: HS Consultores de Gestão) e uma pessoa ganhará mais de 5.000 euros mensais: Marta Neves, chefe de gabinete do ministro da Economia.


Os vampiros enxameiam este Portugal. Até quando?