terça-feira, 24 de janeiro de 2012

EUA: A VORAGEM MILITARISTA E A SUA DESTRUIÇÃO




1 - Os Estados Unidos da América pensam e agem, como se mandassem no mundo: engendram e inventam, cada vez mais armas de destruição maciça, mas consideram que só eles podem utilizar as armas, pois, para eles, o mundo é uma coutada dos seus magnatas.





O militarismo entranhou-se na sociedade norte-americana











Podem pensá-lo, podem até sustentar, com argumentos históricos , que a humanidade - onde eles surgiram há apenas 200 anos!!! - necessita de meios e métodos animalescos para sair dos tempos da bruma barbárica, que é a actual, na cabeça distorcida do capitalismo financeiro dos lumpen judeus que o manipulam. 

O que eles manifestam hoje - o seu poder militar, que é real - já não representa o capitalismo de há 30 anos. 

Nos dias de agora, deu-se uma evolução económica internacional, e os centros de poder estão a reorganizar-se.

Os EUA estão a opor-se a esta evolução económica, com a percepção falaciosa que detêm a supremacia total no poder castrense. 

É um engano. 

Este poder é, em termos económicos, apenas puro militarismo, e este ao apoderar-se do domínio do próprio Estado, carcome as suas entranhas e é parte activa na sua destruição. A produção industrial interna passou para plano secundário, o que é sintoma de grave doença em economia.

E, a parte mais substancial deste desnorte está ligada a uma questão que foge aos interesses da oligarquia ianque: a supremacia produtiva económica, que julgavam ser da sua exclusiva preponderância, está a implantar-se em várias partes do mundo, como forma concorrencial imparável, com um sistema financeiro débil, implantado nos Estados Unidos. 

2 - O Irão, a Líbia, a Síria, ou a Coreia do Norte, porque não "vibram" pelo sistema norte-americano, não podem construir arsenais nucleares, mas os EUA podem ampliá-lo, sofisticá-lo, e, até utilizá-lo, em qualquer parte do mundo, onde, em nome da doutrina imperial nazi do "espaço vital" nacional, tal é considerado como justo e endeusado pela cáfila de vassalos europeus e outros de igual calibre.

Para memória futura, que convém não esquecer, na presente conjuntura, os EUA foram o único país, no Mundo, até agora, que lançou bombas atómicas sobre população civil de um país, neste caso, o Japão, com o cínico argumento de acabar uma guerra. 

Aconteceu, em 1945, em Nagasáqui e Hiroshima, num Japão moribundo. Mais de 400.ooo mortos e muitos mais milhares de civis feridos e estropiados. 

Somente, porque em causa estava o seu conceito de "espaço vital" face à então União Soviética.

Em 2009, com parangonas da grande imprensa norte-americana, controlada pelo capital financeiro de Wall Street, o governo de Washington (eles chamam-lhe Administração), divulgaram - com fortes títulos, e pela primeira vez -  o tamanho, do que diziam ser,  o seu arsenal nuclear: 5.113 ogivas operacionalmente mobilizadas, mantidas na reserva activa ou armazenadas de forma inactiva.

Segundo os dados divulgados pelo Pentágono, o arsenal nuclear do país chegou a 31.225 ogivas no ano de 1967, e desde então foi reduzido em 84 por cento.

Pura mentira. Apenas manobra propagandística.

Primeiro, não sabemos o que se passa, realmente, de forma independente, com a quantidade e a qualidade do arsenal norte-americano. A Administração não permite que tal seja verificado.

Segundo,  documentos oficiais norte-americanos, divulgados pelo portal Wikileaks, em 2010, referem, expressamente, a trapaça dos militaristas de Washingtion.

Retiramos do que foi divulgado:

"Documentos diplomáticos norte-americanos transmitidos pelo site WikiLeaks nesta semana revelaram que os Estados Unidos ainda mantêm um arsenal de armas nucleares tácticas da época da Guerra Fria na Europa, além de sua localização detalhada. 

A NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) condenou a divulgação como "irresponsável e perigosa", mas não confirmou directamente a existência das armas.

"Segundo os telegramas diplomáticos, a maioria das bombas nucleares tácticas dos EUA estão na Bélgica, Alemanha, Holanda e Turquia. 

"Apesar da suspeita sempre ter existido, a NATO e outros governos se recusavam a confirmar formalmente a existência das armas. 

A lista inclui ainda a Itália e o Reino Unido, países não citados nos documentos do WikiLeaks.

As armas nucleares tácticas, ou não estratégicas, são normalmente de curto-alcance e incluem mísseis terra-terra com alcance de menos de 500 km e armas lançadas do ar ou do mar com alcance de menos de 600 km. 

"As armas estratégicas compreendem bombas com potencial para destruição em massa. 

"Especialistas ressaltam que as armas tácticas podem ser mais perigosas que as estratégicas, já que são menores e mais vulneráveis a roubo".
O arsenal nuclear dos EUA é desconhecido

3 - Quem empola todos os anos o seu Orçamento castrense não está em pensar em desarmamento, mas em guerra e violência.

Quem mantém e procura alargar a sua presença militar em várias partes do Mundo, com milhares de bases e grupo de combate móveis sediados, normalmente, em unidades navais, não pretende acabar com o militarismo. Pelo contrário, fomenta-o e procura, até impô-lo a outros Estados. É, precisamente, o caso dos EUA:

Vamos, portanto, falar em economia.

O orçamento da defesa dos EUA foi estimado para o ano de 2009 como sendo de 786 mil milhões de dólares, incluindo, nestes, as despesas militares propriamente ditas, a chamada defesa anti-terrorismo, logística, recursos humanos e espionagem. 

Os gastos com as forças armadas foram estimados em 583 mil milhões.
   
No ano fiscal de 2010 , o Orçamento base do Departamento de Defesa era de  533,8 mil milhões. 

Com o acréscimo das chamadas "operações  ultramarinas", este valor subiu para 663,8 mil milhões.

Quando o orçamento foi aprovado atingia  o valor de 680 mil milhões.

Ao fazer uma apreciação mais detalhada do Orçamento, verificou-se que haviam verbas dotadas à defesa mas contabilizadas fora do Departamento de Defesa. Foram avaliadas entre os 216 e 361 mil milhões como despesas adicionais.

Elevou-se assim o total das despesas com a Defesa para valores que se situam entre os 880 mil milhões e 1,03 biliões de dólares no ano fiscal de 2010.






Orçamentos oficiais da Defesa dos EUA, sem contabilização de outros departamentos





Deste modo, temos de constatar, sem grandes resistências, que uma despesa castrense deste teor, além de colocar os EUA, como o maior fomentador da corrida armamentista, como o único país a açambarcar, em gastos castrenses, a quase totalidade dos restantes países. 


Ora, estes acréscimos não são para fabricar simples espingardas...

As Forças Armadas norte-americanas começaram a tornar-se, desde há cerca de 50 anos, como o objectivo principal do próprio Estado. 

Podem sofrer desastres tremendos, como sucedeu no Vietname e, em grau menor, na Coreia, e nos dias de hoje no Iraque e no Afeganistão. 

Mas, a voragem militarista penetrou em todos os poros da sociedade: somente existe nos tempos actuais para incrementar o poder militar. 

Ora, este militarismo está a devorar os Estados Unidos. É, quer queiramos, quer não, um sintoma da sua própria decadência.

Os seus economistas estão a tomar atenção a esta vertente.

Cito o caso do economista Robert DeGrasse Jr, que escreveu o livro a "Máquina da Guerra": “Sem que muita gente desse conta, criou-se nos Estados Unidos o que eu apelido de ‘classe guerreira’, formada por milhões de famílias economicamente dependentes dos gastos do governo com armas.

E a terminar as palavras de outro catedrático: "A máquina de guerra americana cresceu tanto que está dominando a economia, influenciando a sociedade e, certamente, moldando a maneira como a actual geração de americanos encara a vida", escreveu Joseph Nye Jr., professor da Universidade Harvard e autor do livro The Paradox of American Power (O Paradoxo do Poder Americano). 


domingo, 8 de janeiro de 2012

MAÇONARIA: UM LONGO BRAÇO QUE A IGREJA TAMBÉM ABRAÇA







1 - As recentes denúncias da existência, no interior do Estado português, de estruturas organizadas, de índole secreto-conspirativa civil, sob o nome de lojas maçónicas, ou de feição religiosa católica, com o nome de Opus Dei,  Ordem de Malta, Carismáticos,  Jesuítas (Papa Negro),  entre outros, deveriam "alertaram-nos" para o que, realmente, está a ser feito, em termos práticos, na subversão do próprio Estado.


Não é um fenómeno novo, nem na História de Portugal, nem na História Mundial.


Quando sublinho subversão do próprio Estado, não estou a falar em avanço civilizacional, mas em retrocesso político, económico e social.


Os filisteus que se constituem em promotores e defensores deste tipo de estruturas, e defendem o seu secretismo a todo o custo, em nome da defesa da liberdade de organização, estão a ser, isso mesmo, filisteus, mas, acima de tudo, cínicos e apologistas do obscurantismo "político", embora erijam a sua participação nessas organizações em nome do bem, da filantropia e do progresso da humanidade.


Não é que seja crime formar tais entidades, o crime está em constituí-las para prosseguir fins mafiosos para benefício próprio, objectivo este enquadrado em teias de influências perniciosas, de conquistas capciosas de mordomias, lugares de supremacia social e económica ilegais e irregulares, em detrimento de um harmonioso estatuto de carreiras e hierarquias de progresso, formação de *núcleos* de poder fechados e reaccionários.


Na realidade, certas instituições, em determinada época histórica, tiveram um papel que serviram para incrementar um salto societário, - e como tal eram atacadas pelos poderes vigentes, daí a sua salvaguarda clandestina ou fechada, como aconteceu, justamente, com a maçonaria, nos séculos XVII, XVIII e XIX, mas a sua missão, na actualidade, é retrógrada, porque se mantêm para perpetuar o modelo de sistema económico e político, que ajudaram a desabrochar e implantar, mas, que, no presente, está contra o progresso da civilização. 


De igual modo, o cristianismo foi um perigoso partido subversivo - que actuou clandestinamente em certa época - há quase 1.900 anos, quando alastrou por todo o Império romano, pondo em causa que o poder do Imperador fosse a única vontade e inquestionável.


Cumpriu, todavia, o seu papel histórico, como fonte de progresso, ao atingir o próprio poder, e se ter tornado, ele próprio como religião de Estado e estrutura máxima de governo, um instrumento de retrocesso, em tudo o que ficou depois do desmembramento imperial.





2 - A questão é que estas instituições e estruturas no presente não desempenham um papel retrógrado apenas no domínio da ideologia, e isso não trazia mal ao mundo, mas, essencialmente, constituem formas organizativas que visam, na prática, fazer regredir o caminho da modernidade pela acção nefasta da repressão económica e política. 


Quer as entidades maçónicas, quer as instituições de "clan" religioso (católico ou de outras confissões) estruturam-se para obterem o domínio da economia, da sociedade, da política, do próprio Estado. 


Merecem ser investigadas e escrutinadas pelo Estado, que se diz democrático. 


Aquele não pode emitir apenas juízos de valor de lamento, mas devassá-las como "organismos infecciosos" que o estão a minar.


Quer as instituições de poder judicial, quer legislativo do Estado tem a obrigação de as inquirir e verificar a extensão dos prejuízos que estão a causar. 


Até porque, na realidade, quer as civis, quer os "clans" religiosos, se intercruzam nos prosseguimentos de um objectivo comum.





3 - Como atrás referi este "modelo" português de subversão reaccionária é uma importação - em termos nacionais, naturalmente, sem as implicações económicas e políticas, de outra grandeza - do que sucedeu em Itália, há 30 anos, e, em grande medida em toda a Europa, EUA, e América Latina, porque as ramificações investigadas apontaram para isso. 


No caso concreto, estou a referenciar, justamente, o que foi descoberto no início dos anos 80, com a Loja Maçónica Propaganda Due (Propaganda Dois).


A P-2 era uma ramificação da Loja P-1, ambas pertencentes ao Grande Oriente de Itália (GOI).


A imagem inicial da P-2 (que os seus promotores pretendiam divulgar como tal) era a de uma pacata estrutura, que se dedicava a promover obras de caridade e de filantropia. 


Medrou, alastrou e imiscuiu-se em todas as esferas da vida social de Itália, até 1981, dentro desta obscena retórica de honestidade. 


E, continuou, noutras condições, até aos dias de hoje. (Alguns dos maçons da P-2 estão no centro do poder económico e político, como Silvio Berlusconi).


Embora já houvessem certos indícios de que a P-2 actuava fora do âmbito estritamente filantrópico e cultural desde os anos 60, o certo é que as pequenas notícias - nos anos 70 escreveu-se que encobria o tráfico de armas, por exemplo - eram dissipadas pela força do poder da própria Loja sobre os meios de comunicação social. 


Somente, em 1981, se tornou foco de notícias, imparável, pela evidência, quando se deu a incriminação do banqueiro ítalo-norte-americano Michele Síndona nas negociatas ilegais e corruptas do Banco Ambrosiano, a principal instituição bancária comercial de Itália, pertença exclusiva da Igreja Católica Romana, sediada no Vaticano.


(Sindona era, então, um dos dirigentes principais da P-2. 


Foi preso dos Estados Unidos da América, quando fez falir fraudulentamente a instituição bancária que liderava, o Franklim Bank, e se descobriu que o mesmo era um "entreposto" para fazer branqueamento de dinheiro da Máfia, a que ele, também, pertencia).


O que se soube depois sobre o papel dessa Loja proveio de investigações judiciais e jornalísticas e da comissão de investigação parlamentar italiana, que foi liderada pela deputada Tina Anselmi, da Democracia Cristã.


A principal conclusão desta ultima comissão é que a Loja P-2 actuava "secretamente" para actual sobre os negócios e a política do país para destruir a ordem constitucional existente e impor um regime musculado de poder, em que a segurança e a militarização teriam supremacia. 


Este programa constava de um documento da Loja, na posse de Lício Gelli, o seu venerável e impulsionador, intitulado "Piano di Rinascita Democrática" (Plano de Renascimento Democrático), cujas intenções precisas eram: criação de uma nova elite política e económica para levar a Itália na direcção de uma nova forma de democracia, mais autoritária e anti-comunista.


Ora, Sindona era conselheiro económico do Papa Paulo VI e outro dos mais influentes banqueiros do Vaticano, o conde Umberto Ortolani, que foi Grão-Mestre da Ordem de Malta, era o número dois da P-2. 


O Grão-Mestre desta Loja chamava-se Licio Gelli e tinha íntimas ligações de negócios  com Roberto Calvi, Presidente do Conselho de Administração do Banco Ambrosiano, que era, igualmente um dos quatro líderes da mesma  instituição maçónica.


A loja, que seria diminuta no início dos anos 60, veio a atingir uma dimensão, que as investigações consideraram "foram do comum" pela composição e papel desempenhado pelos membros: 


Em Março de 1981, na magnífico palacete de Gelli, em Arezzo, foi descoberto, pela polícia, um dossiê com cerca de mil nomes - mais precisamente, 953 nomes, divididos por 17 "irmandades", cada qual com um líder.


(Segundo a investigação, outros mil membros não foram decifrados).


Da lista divulgada - a outra nunca foi conhecida publicamente -  estavam inscritos três membros do executivo então no poder (primeiro-ministro Arnaldo Forlani, que se demitiu), incluindo o da Justiça Adolfo Sarti.


Foram referenciados, no relatório parlamentar, vários ex-primeiro-ministros, o mais conhecido Giullio Andreotti, ainda vivo e condenado a 24 anos de prisão, que não cumpre, por ter sido, inesperadamente, nomeado, em 1992, senador vitalício, 43 parlamentares, 54 altos funcionários da Administração Central do Estado, 183 oficiais - 38 generais e almirantes - das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea, incluindo o Chefe do Estado-Maoir General almirante Giovanni Torrisi), 19 juízes, dezenas de advogados, magistrados do Ministério Público, oficiais dos "carabiniere", comandantes da Polícia, os mais importantes banqueiros, proprietários de jornais e responsáveis da televisão, bem como editores e jornalistas, incluindo o director do jornal Il Corriere Della Sera, 58 professores universitários, líderes dos principais partidos do poder (Democracia Cristã, Socialista, Social Democrata e os directores-gerais das três principais estruturas de serviços secretos do país. 


Constavam igualmente altos hierarcas da Igreja, como os cardeais Jean Villot, Agostino Casarolli e o arcebispo Paul Markincus.


A P-2, aparentemente, foi desmantelada, digo aparentemente, porque muitos dos seus inscritos continuam, nos dias de hoje, a ter papel preponderante nos negócios e na vida política de Itália. 


Bem como os negócios do Vaticano correm de plena feição no interior do Estado italiano e no mundo.


O filho do proprietário do Banco Sicula Antonio D`Ali Jr (Antonio D`Ali, pai, destacado membro da P-2), que constava da lista é hoje senador, eleito pelas lista da Forza Italia, 


O general Vito Micelli, director dos SIOS, serviços secretos militares em 1069, e depois director do SID, entre 1970 e 1974 - que foi preso em 1975, acusado de "conspiração contra o Estado" - tornou-se depois dirigente do MSI (partido fascista italiano).


Angelo Rizzoli é hoje produtor de cinema.


Franco Colombo, que era correspondente da RAI em Paris, é agora - ou foi até há pouco tempo - vice-presente do Conselho de Administração da sociedade que gere o túnel do Monte Branco.


Giancarlo Elio Valori é agora Presidente da Associação Industrial de Roma.


Fabrizio Cicchitto, que pertenceu ao PSI, está agora na Forza Italia.


Antonio Martino foi ministro de um dos governos de Silvio Berlusconi.


Muitos poderiam ser citados, como o príncipe Victor Emmanuel, o primogénito do falecido rei Humberto,  ou Massimo de Carolis, que sendo dirigente da  Democracia Cristã, se tornou membro da Forza Italia e foi até, há pouco tempo atrás, por indicação de Berlusconi, Presidente da Câmara de Milão.


Mas, o que tenho de relevar - e baseio-me no mesmo relatório - é que a P-2 tinha ramificações profundas internacionais, nomeadamente nos governos da América do Sul, e ligações profundas à CIA.


Cito alguns dos antigos responsáveis políticos sul-americanos e homens de negócios da América e Austrália:


Raúl Alberto Lastiri, Presidente da Argentina de 13 de Julho de 1973 ate 12 de Outubro de 1973;


Emilio Massera, com Orlando Ramón Agosti, de 1976 ate 1978 foi parte Junta Militar em Buenos Aires, liderada por Jorge Rafael Videla;


José López Rega, Ministro das Obras Sociais no governo de Péron e fundador da Aliança Anticomunista da Argentina. ("Triple A");


Alberto Vignes, ministro argentino;


Almirante Argentino Carlos Alberto Corti;


Randolph K. Stone, Los Angeles, USA;


Dott. Hatz Olah, Melbourne, Austrália;


Roberto(Bob)Patino.


Nos documentos estavam apensos os juramentos de obediência destes homens ao grão-mestre Gelli, com o repto de estarem prontos para responder ao apelo para as missões que estivessem indicadas.






4 - Mas, o que sobressaia dos bastidores da Loja era a eminência parda da Igreja Católica de Roma, no domínio dos negócios financeiros, económicos e políticos, em primeiro lugar, de Itália, e, em grau menos evidente, mas fundamental, de outros Estados, incluindo os próprios Estados Unidos da América.


Na realidade, todos os principais membros da Loja, incluindo os seus dirigentes, eram homens directamente ligados ao Vaticano. 


E o Vaticano dominava, conforme se verificou, o poder de Estado em Itália, praticamente, desde o fim da guerra, com a ascensão do católico Alcide De Gasperi às chefias do Estado e do governo, de 1945 a 1953. A Santa Sé apelidou-o de "Servo de Deus", e quer torná-lo "santo". 


(Um dos seus braços direitos, de que foi secretário de Estado, que veio a ser o seu verdadeiro substituto na ligação ao Papado, chamava-se (e chama-se) Giullio Andreotti).


Mas, a inquirição, ao esmiuçar o papel do Banco Ambrosiano na trama que se urdia para refazer o poder de Estado, segundo métodos pró-fascistas, verificou que, na realidade, que a Santa Sé dominava, como domina,  a actividade económica de Itália, desde o sistema financeiro - três dos cinco administradores do Banco Central, eram "acólitos" do Papado.


 E a "rede" dos principais bancos, ou pertenciam inteiramente ou mantinham "interesses consideráveis" da Santa Madre Igreja Católica Romana (Banca de San Paolo, Banca Provinciale Lombardo, Credito Bergamasco, Banca de San Geminiano e San Prospero, Nazionale dell`Agricultura, Credito e Risparmino di Roma, Popolare de Bergamo, Piemonte di Torino, Fucino di Roma, Romana, Toriness Balbis e Guglielnome, Communi Vesunian, Trento e Bolzano, del Sul, Instituto Bancario Romano, Credito Mobiliare Fiorentino, Credito Comerciale di Cremona, entre outros, alguns dos quais, na actualidade, mudaram de nome e reestruturam-se.


Assim, como controlava - e controla - a  distribuição de gás as grandes cidades italianas, as grandes empresas de construção civil, os mercados de têxteis, a metalurgia, as indústrias farmacêuticas e a energia eléctrica, entre outros ramos produtivos industriais.


Vamos voltemos ao Ambrosiano, hoje rebaptizado como Banco Ambrosiano Venneto  após a fusão com o Banco Católico do Veneto. 


De acordo com a investigação parlamentar era dirigido, directamente, pelo Instituto per la Opere di Religione (IOR), o Banco Central da Santa Sé, cuja presidência estava nas mãos do arcebispo Paulo Marcinkus, que, por seu turno, representava o Papa, na administração do Ambrosiano. Este arcebispo controlava já, sem controlo da administração, apenas reportava ao seu Chefe, uma subsidiária, forjada unicamente, para off-shores e branqueamento, o Ambrosiano Overseas, baseado em Nassau, Bahamas.


Quando o Ambrosiano entrou em turbulência, a Santa Sé deu directivas a um empresário Carlos De Benedetti, para intervir na instituição, de que se tornou vice-Presidente, quando Roberto Calvi começou a ser julgado. Benedetti, ligado à indústria automóvel, foi preso e condenado a 26 anos.


Além de Calvi, Ortolani e Marcinkus, pontificava na administração, como representante da sua filial na Argentina o almirante Carlos Guido Natal Coda, que fora o antecessor de Eduardo Massera na Junta Militar, como Chefe do Estado-Maior da Armada daquele país.


Aparentemente, o Ambrosiano actuava, em autonomia, face aos outros interesses do Vaticano. 


Só aparentemente, porque tudo estava ligado: branqueamento de capitais, financiamento ilícitos, intervenção nos assuntos internos de outros Estados.


"O ponto nevrálgico das operações bancárias no estrangeiro" do Ambrosiano, referiram os investigadores italianos, era o Banco Ambrosiano Holding, sediado no Luxemburgo, que contava, nestas operações, com o Banco Ambrosiano Overseas, o Banco Ambrosiano do Peru e o Banco Bellatrix, todos a operar na América do Sul.


A investigação determinou ainda que o camareiro do Papa Umberto Ortolani recebera a incumbência do Ambrosiano, para agir, autonomamente, através do Banco Financeiro Sudamericano (BASUFUD), como entidade "importantíssima" nos negócios do Vaticano em toda a região.


Determinou-se ainda que o Ambrosiano controlava, directamente, a Banca de Gotardo di Lugano (Suíça), o Kredietkank Sa Luxembourgoise e o Iteritalia (Luxemburgo).


Desta investigação, veio a saber-se que o Vaticano "tem investimentos nas bolsas de todo o mundo", com referência especial à intervenção muito "profunda" das finanças papais nos negócios de Wall Street, Chicago. 


Intervêm, de maneira evidente, na NYSE e NASDAQ, mas também em Los Angeles, San Francisco, Dallas, Houston, Filadéfia e Boston, em parceria estratégia com o lobby judeu.

domingo, 1 de janeiro de 2012

PORTUGAL: O REGABOFE DO CAPITAL ESPECULATIVO








1- Todos os dias somos inundados com informações sobre a impunidade da corrupção, o casos gritantes de enriquecimentos ilícitos, desvios escandalosos de lucros para o estrangeiro, a promiscuidade revoltante entre os banqueiros, especuladores financeiros e os governantes e ex-governantes em Portugal.


Embora pareça uma situação recente, que os fazedores de opinião tentam balizar no governo de José Sócrates, na realidade, devemos enquadrar, com racionalidade, qual a evolução real do que está a suceder com os princípios reais da crise, que já vem de longe.


Depois do golpe de Estado de 25 de Abril e da fase pré-revolucionária que se seguiu, que não pode medrar porque foi jugulada por um golpe de Estado a 25 de Novembro de 1975, quem vai emergir como vencedor é a antiga oligarquia bancária, que apoiou então, no segredo e no estrangeiro, com a cumplicidade dos governos ocidentais, a subversão de um novo regime que procurava consolidar-se.


Esta data, e principalmente, as primeiras medidas tomadas pelos promotores deste golpe, veio dar mão larga à reconstituição do incipiente capital financeiro português, alargando-lhe a "base social" a toda a cáfila de lumpen capitalistas, que, ao longo destes 37 anos, enxamearam e conspurcaram o Estado de alto a baixo, com a mais descarada roubalheira e especulação financeira.


Foi, precisamente, a 12 de Janeiro de 1976 (dois meses após o golpe novembrista) que foi reiniciada, com trombetas, a especulação bolsista em Portugal - interrompida a 29 de Abril de 1974 - com a reposição em funcionamento da Bolsa de Valores de Lisboa (o Porto demorou até 2 de Janeiro de 1983). 


Quem o político mais apologista desta viragem política?


 Francisco Sá Carneiro, sobrinho do ministro salazarista Lumbrales - , Ministro das Finanças (1940-1950) e presidente da Junta Central da Legião Portuguesa e da União Nacional (partido fascista de António Salazar) -, que procurou, desde essa data, primeiramente, como líder do PPD (mais tarde PSD), na oposição, dentro no governo da AD (Aliança Democrática), dar um corpo consistente ao domínio do capital financeiro especulativo. 


Marcara, no entanto essa veia liberalizadora do Capital - o que o levou a entrar em ruptura com o marcelismo -, quando era deputado na Assembleia Nacional do Estado Novo em 1969, sob o rótulo de deputado liberal).


No entanto, não é propriamente, Sá Carneiro o executante primeiro do incremento do capital financeiro especulativo. 


O I governo constitucional de Mário Soares foi a "pedra de toque" de uma viragem política total face ao estipulado na Constituição política aprovado, meses atrás, depois da finalização da Assembleia Constituinte. 


E, ele traiu, precisamente, o dispositivo da lei fundamental que ele jurara defender, e, que mantivera, até aí, com a hipocrisia que o caracterizou, desde que entrou no comboio da Revolução abrilista, de que não participou. 


Aprovou, em 1973, na Alemanha, um programa partidário de um PS recém-criado, que se gabava, em 1974, de ser marxista-leninista, que depois renegou, imputando, sem descaramento, de que o fizera por pressão de uma "ala esquerda", onde pontificava António Reis.


No poder em 1976, e como Primeiro-Ministro, e em nome do PS, Soares meteu o "socialismo na gaveta" para permitir que a governação política do país ficasse nas mãos da finança especulativa internacional, negociando com o FMI um apoio monetário de 750 milhões de dólares, submetendo as classes trabalhadoras à primeira grande fase de empobrecimento para satisfazer os ditames da grande burguesia.


(Convém não esquecer que era Ministro das Finanças deste governo o inefável Medina Carreira, que entrou em divergência com Soares, pois queria uma maior imposição de impostos, cortes de regalias sociais e leis mais favoráveis para a especulação financeira. 


É esse paladino da gestão eficaz  - as televisões dão-lhe honra de incorruptível - que acumulou tachos e prebendas, ao longo da sua vida dentro do sistema corrupto, sendo, arrecadador de cargos públicos e semi-públicos, como, entre outros, membro do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, do Conselho Fiscal da Fundação Oriente, Vice-presidente do Conselho Nacional do Plano., Vogal do Conselho de Administração da Expo'98, Presidente da Comissão de Reforma de Tributação do Património, Presidente da Direcção da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, além de fiscalista e consultor de milionários pareceres, com pagamento do erário público).


Mas, então, a partir desta governação de "socialismo na gaveta", que se começa a impor no país, primeiro lenta, depois em roda livre, com os governos de Sá Carneiro, o domínio de uma fracção da burguesia portuguesa, a do capital bancário e financeiro. 


O seu ministro das Finanças de então Aníbal Cavaco Silva foi o continuador submisso e pressuroso da política do seu patrono, já como Primeiro-Ministro de Portugal - 1985 -1995. 


(Nesses anos fez-se uma "reforma" fiscal, que introduziu dois tipos de impostos, o IRS e o IRC, privatizaram-se empresas públicas estratégicas,  modificaram-se as leis laborais e agrárias, tornando-as favoráveis ao patronato e liberalizou-se a comunicação social, de que resultou a abertura da televisão à iniciativa privada e ao rebaixamento cultural).


E o primeiro ditame impositivo do FMI em 1978 é a chamada "liberalização do Estado",  que no caso português, passou, em primeiro lugar, e paulatinamente, pela concentração bancária e uma injecção de dinheiro público nos novos bancos, para em 1983 e 1984, através de decretos-leis - com a revisão constitucional que punha de lado a impossibilidade de privatização - permitir o regresso do sistema bancário ao domínio do capital privado.


(Em Março de 1975, depois de uma tentativa frustrada de golpe de Estado militar, liderada pelo primeiro Chefe de Estado do pós-Abril, António de Spínola, e o apoio de todos antigos detentores de capital bancário, surgiu a nacionalização da banca.


Todos os bancos nacionais, que eram privados no antigo regime, - com um acrescento: mesmos os bancos emissores o eram, Banco de Portugal, BNU e Banco de Angola, com excepção da CGD de capitais exclusivamente públicos - foram nacionalizados, deixando, por hesitação e inépcia política do governo provisório de então, na iniciativa privada três bancos estrangeiros (o Bank of London & South America, actualmente na gestão do Barclays Bank, o Crédit Franco-Portugais, controlado, directamente, pela casa-mãe Crédit Lyonnais, e o Banco do Brasil). 


Para "contornar" a Constituição de 1976, os mentores do novo regime novembrista começaram por efectuar a concentração - com gestão de homens de mão do capital privado: o Banco Pinto & Sotto Mayor absorveu o BIP; o Banco Português do Atlântico "sugou" o Fernandes Magalhães e o Banco do Algarve; O Fonsecas & Burnay "canibalizou" o Banco do Alentejo; o Crédito Predial Português "sacou" o Viseense e a União dos Bancos Portugueses, este já fusão de três entidades.


Isto é, em 1983, o sistema bancário comportavam 16 instituições, 13 nacionalizadas e as restantes as três privadas estrangeiras.


Aquele ano e o seguinte são o marco evolutivo do processo especulativo financeiro português, que vai fazer ressurgir algumas das principais figuras do antigo sistema bancário, como as famílias Espírito Santo, Mello e Champallimaud, e, na ressaca da "democratização económica", os chamados "novos ricos" do lumpen capitalismo desgravado e de enriquecimento duvidoso, como os Belmiros de Azevedo, Américo Amorim, Ilídio Pinho, Ramos dos Santos, António da Mota, entre muitos outros. 


Na realidade, entre 1983 e os dias de hoje, o regime foi açambarcado por uma fracção da burguesia (os banqueiros, os grandes especuladores bolsistas, os grandes proprietários de terras absentistas, que viviam dos subsídios estatais nacionais e da UE, os magnates nascentes e sem escrúpulos, que interligavam os seus negócios de empresas com as sociedades de bancos e seguros).


Em 2002, existiam 60 instituições bancárias, formalmente, 32 nacionais e 28 estrangeiras. 


Na realidade, bancos ditos nacionais, como o BPI, o BES, BCP, estão, ou estavam, até recentemente, nas mãos de accionistas estrangeiros. Outros, como o BPN (Banco Português de Negócios) e o BPP (Banco Privado Português) eram meras empresas de negócios mafiosos, fraudulentos, criminosos de branqueamento e fugas de capitais. 


Caucionados pelas chamadas elites legislativa e executiva nacionais, que, em seu nome e elaborando leis e decretos-leis,  forjavam - e forjam - os ditames regulamentares legalistas, ocupavam - e ocupam - os cargos públicos de controlo político e económico, desde os Ministérios a direcções-gerais, passando por institutos, autarquias, magistraturas, Forças Armadas e Serviços Secretos. 


O Estado - neste caso o regime saído do 25 de Novembro - ficou na dependência directa dessa burguesia capitalista, que emprestava dinheiro a juros elevados às instituições estatais, que o próprio Banco Central lhe emprestara a juros baixíssimos.


Praticamente, desde o primeiro empréstimo do FMI, esse mesmo Estado, através do seu braço executivo, ficou na penúria e na dependência financeira da alta burguesia especulativa, que colocava os seus fabulosos lucros em paraísos fiscais e recorria a novos empréstimos baratos para recolher a fonte de enriquecimento da sua especulação. 


Foram efectuados então ruinosos gastos públicos que caiam nas mãos da ganância de empresas ligadas a esse capital financeiro. 


Chegamos assim aos dias de hoje. Os bancos a quererem injecção de capitais públicos a custos quase zero, sem controlo estatal, para emprestar aos contribuintes e ao próprio Estado a juros elevadíssimos. 


Ou seja, temos pela frente a ameaça de bancarrota. Sabemos quem são os responsáveis, mas não os punimos exemplarmente.







2 - Uma figura que marca, como obstinado vassalo de todo o sistema financeiro português, pela acção legislativa e representante discreto e permanente dos seus interesses, bem como na interligação do capital bancário à grande indústria e comércio é o nome de António Almeida Santos.


Se verificarmos as suas biografias oficiais de regime, onde se destaca a sua primeira investida governamental logo após o 25 de Abril, como Ministro da Coordenação Interterritorial, pela mão de António de Spínola, até, recentemente, ao segundo cargo institucional português, como Presidente da Assembleia da República, está completamente omitida a sua "veia" de homem de mão dos interesses capitalistas.


Que começou em Moçambique, antes do 25 de Abril, onde ocupou cargos de "homem de negócios" de mais de 100 empresas.


Afirmava-se, então, Republicano e Democrata, mas convivendo com o regime colonialista.


Ora, a sua veia "política" de homem de negócios perdura até aos dias de hoje, em que, em associação descarada com os interesses capitalistas do Estado chinês, através do seu "protagonista" legal para Macau Stanley Ho, se coligou, novamente, em Moçambique para explorar as riquezas nacionais (carvão, madeiras especiais) no vale do Zambebe, via a firma Zambcorp.


Convém recordar que esteve, sempre, ligado, praticamente, desde o 25 de Novembro de 1975, aos negócios de Macau. O seu interlocutor chamava-se e chama Ferro Ribeiro. 


E o que havia de negócio em Macau? branqueamento de capitais, prostituição, jogos e droga.


À volta dos negócios e passagens por Macau estiveram numerosos homens da política e da economia, que ocuparam cargos importantes no aparelho de Estado, nomeadamente, na feitura de leis, na gestão da administração estatal, no domínio dos meios de comunicação social. O rol é extenso. 


Alguns casos foram mediáticos, como o de Carlos Melancia, Murteira Nabo, Salavessa da Costa, Jorge Rangel, Manuel Monge.


O jornalista Joaquim Vieira escreveu, em 2005, numa revista hoje desaparecida, a "Grande Reportagem, que nos negócios macaenses, muito se empenhou o antigo Presidente da República Mário Soares. 


E cito: "Dos notáveis próximos da candidatura do "pai da pátria", há também homens da administração de Macau sob a tutela de Soares, como António Vitorino e Jorge Coelho, actuais eminências pardas do PS, ou Carlos Monjardino, conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma fundação formada com os dinheiros de Stanley Ho". 


E acrescenta: "Outros ex-"macaenses" influentes são o ministro da Justiça Alberto Costa..., ou o presidente da CGD por nomeação de Sócrates, que o Governador Melancia pôs à frente das obras do aeroporto de Macau". O seu nome é Santos Ferreira.


Um homem de facilitação de negócios com Macau e países árabes foi o antigo ministro Ângelo Correia. Hoje, um poder influente no interior do actual governo.


Foi no regabofe da especulação financeira, e com o apoio das antigas elites bancárias, que abriam mão *democraticamente* para terem uma maior base de apoio à sua ânsia de enriquecimento, se que alastrou uma "corrida" à ganância e agiotagem sem escrúpulos, que surgiram e se implantaram figuras que "deslizaram" pela política para o ódio da riqueza, da lama e até do sangue, como Mira Amaral, Dias Loureiro, Oliveira Costa e Duarte Lima. 


Ou seja, o florescimento de desclassificados, como responsáveis políticos, em nomes sonantes da aristocracia financeira e, em caso extremo, os verdadeiros responsáveis pelo estado actual da própria sociedade burguesa.


Como afirmava o poeta: anda tudo ligado.









3 - Ao finalizar esta deambulação pelo domínio do capital financeiro em Portugal, das referências dos seus mentores e promotores, dos seus apaniguados e dos desclassificados que dele beneficiam, convém destacar a figura de uma "nova vaga" desses indigentes repugnantes, que se erigiram em seus ideólogos e respeitados homens de Estado em ascensão, na sua fase mais repugnante e mascarada de todos os artifícios.


Falo de Carlos Moedas, Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro do actual executivo, o XIX Governo Constitucional.


Já não é o velho e astuto Ângelo Correia, com uma mão à frente e outra atrás, que se lançou nas negociatas, com o cargo de dirigente e ministro atrás das costas. 


É o intelectual, jovem, antigo estudante aplicado, que se passeou pelas grandes empresas da especulação capitalista internacional, que entrou na política, com reputação, para se imiscuir na governação, onde, a partir de dentro, como sumidade económica, preservar, incrementar e relançar, com o maior cinismo e posicionamento mefistofélico, o que de pior pretende o Capital, na sua actual fase de crise, para se perpetuar no poder.


Claro que não tem perfil político nenhum. 


Obteve, em 1993, a licenciatura em engenharia civil em Lisboa e zarpou, no ano seguinte, para a escola do capitalismo norte-americano, onde "tirou" uma pós-graduação, que os anglo-saxónicos apelidam de MBA, na Harvard Business School. 


Exactamente, a escola de quadros económico-políticos do sistema financeiro, dominado pelos capitalistas judeus nos Estados Unidos.


Foi, então, recrutado para o banco de investimento Goldman Sachs, justamente, o banco que mais interferência tem tido na tentativa de destruição do euro, como moeda de referência mundial.


Entre 1993 e 1998, esteve também ligado a outro grupo financeiro do capital judeu, o grupo Suez, sediado em França. Depois andou pelo Eurohypo Investment Bank.


Regressa, em 2004, para dirigir, em Portugal, uma empresa, nominalmente, espanhola, chamada Aguirre Newman, ligada à especulação imobiliária mundial, cujos principais accionistas são os judeus Newman.


Segundo reza a sua biografia, esteve naquela até 2008, altura em que criou a empresa de "gestão de investimentos" Crimson Invesrment Managament. 


Todavia, verifica-se que esta funciona como "intermediária" da norte-americana Carlyle. Ora, a Crimson tem como investidores Miguel Paes do Amaral, João Brion Sanches, Alexandre Relvas e Filipe de Botton, este  último, pelo menos, membro do grupo português da Comissão Trilateral, também conhecido pela designação Fórum Portugal Global.


Quando se aprofunda a crise económica em Portugal, na parte final do governo Sócrates, Carlos Moedas embrenha-se, então, na política e torna-se, num ápice, coordenador do sector económico do Gabinete de Estudos do PSD. 


Moedas vai fazer, então, parte da equipa social-democrata que negociou com o PS a aprovação do Orçamento do Estado para 2011, juntamente com Eduardo Catroga. 


Upa, upa. Candidato e cabeça de lista por Beja nas legislativas de 5 de Junho de 2011. É eleito deputado, mas só por um dia. A 21 de Junho, assume o lugar de Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, com assento no Conselho de Ministros.


Curiosamente, este trepador de serviço, com curricullum no mundo da especulação, fica, precisamente, no interior do governo a acompanhar o "trabalho" da troica, ou seja do capital financeiro internacional (FMI, BCE, Comissão Europeia), a quem ele pertence e está ligado, até por interesses próprios, como um vulgar peregrino de Wall Street. 


Mas não só ele - porque não é egoista - mas, com a mulher e amigos.


Retiramos o que a seguir está inserido de um conhecido blog, que citamos:

*Já aqui demos conta de como o Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, o Goldman Sachs boy Carlos Moedas, caridosamente passou a sua empresa do grupo Carlyle para o nome da sua esposa. 


Carlos Moedas tinha prometido, em Agosto, desfazer-se das
participações que detinha em três empresas, por enquanto
cumpriu a promessa em uma delas, faltam duas.


Uma é a Shilling Capital Partners, SGPS, LDA, que
se descreve com uma sociedade de "Gestão de Participações Sociais Noutras Sociedade, como forma indirecta de Exercício de Actividades Económicas", traduzindo: especulação bolsista e seguros. 


O secretário de Estado detém 20% da sociedade, um dos seus sócios é a MOGOPE (18%) - um fundo de investimento que detém participações na SIC, TSF e na Kendall Develops. Esta última é um “veículo de investimento criado por João Rendeiro (BPP)” que até pouco tempo detinha 3,3 por cento da Brisa e 5 por cento da brasileira OHL, e cujo maior accionista é a Privado Holding (dona do BPP).


Outro sócio de Moedas é o Engº. Diogo António Rodrigues da Silveira (20%), Presidente da Comissão Executiva da Açoreana Seguros (BANIF), membro do Conselho de Administração da GIGA - GRUPO INTEGRADO DE GESTÃO DE ACIDENTES e da Associação Portuguesa de Seguradoras.
Segue-se João Peres Coelho Borges (20%), membro do Conselho de Administração de dez empresas, entre as quais podemos encontrar a GENERIS FARMACÉUTICA SA ( nº 1 no ranking das empresas nacionais em vendas hospitalares e líder nacional de vendas em oncologia) e a MER MEDICAMENTOS.
Por fim, Hugo Mota Canova Canelhas Gonçalves Pereira (2%), que para além de estar no Conselho de Administração da já referida MOGOPE ainda se encontra na direcção da ISQ - SOCIEDADE DE CAPITAL DE RISCO, SA, que investe sobretudo em ambiente e saúde.


A outra sociedade na qual o secretário de Estado Moedas detém participação é a Win Word, cuja especialidade é a organização de palestras e cursos de formação para empresários (CEO Conference; EGP-UPBS Leadership Grand Conference; Happy Conference and Business Innovation Program). Carlos Moedas juntava, inclusive, a sua participação accionista à função de orador, sendo distinguido o seu “incrível talento para explicar matérias complexas de uma forma fácil e acessível”. Uma opnião de certo partilhada por Passos Coelho.
Como sócio de Moedas na Win Word ncontramos: Miguel Maria Pitté Reis da Silveira Moreno, membro do Conselho de Administração da Tranquilidade Seguros (BES), seguros LOGO (BES), Espírito Santo Saúde e a E.S Contact Center, sociedade gestora de Call Centers.
Carlos Moedas é o secretário de Estado responsável pela coordenação do programa da troika, como tal uma das suas funções será supervisionar o processo de privatização dos seguros da CGD. Mas não há problema, quando esse momento chegar provavelmente Moedas já terá cumprido a sua promessa de alienação destas participações, que estarão, seguras e florescentes, na posse da senhora Moedas*.


Carlos Moedas é, portanto, sócio de membros do Conselho de Administração da Açoreana Seguros (BANIF), Tranquilidade Seguros(BES), Seguros LOGO.

E o jovem e promissor governante é afirmativo e putativo em afirmar:  Carlos Moedas reiterou que é intenção do governo vender o negócio segurador da Caixa Geral de Depósitos,


"Aquilo que está escrito no memorando é muito claro. E o que está escrito sempre esteve escrito e diz que a CGD irá alienar a sua parte dos seguros e activos que não sejam estratégicos para a empresa". Dixit Moedas.


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