sábado, 30 de outubro de 2010

ACABARAM AS REVOLUCÕES?




Todo o século XX foi sacudido por revoluções, que apesar de não vingarem, deram origem a novos movimentos subservivos.









Entre a Revolução russa de 1917 e os dias de hoje passaram-se 93 anos, percorridos por numerosas tomadas de poder sob os princípios programáticos daquela, outros tantos movimentos revolucionários ou subversivos, onde "o farol" apontava para Moscovo, assistiu-se ao desmembramento estatal da União de Repúblicas que se constituiram em torno do lema do "socialismo soviético". Arrastam-se, actualmente, sob as ruínas "teóricas" reformuladas desse mesmo "socialismo", os poderes de Estado da China, Coreia do Norte, Vietname e Cuba.


Detractores e apoiantes actuais destes últimos poderes afadigam-se, à sua maneira, com a negação ou assentimento acrítico, a denegrir o que, realmente, de revolucionário existiu, e, a depurtar, conscientemente, pelo lado da negação, que os avanços civilizacionais do século passado se forjaram quando se deram rupturas, ainda que momentâneas, nas relações sociais, e, pelo lado do apoio acrítico, a fazer obscurecer o que, na realidade, o Estado existente nesses países, e que foi formado, após as Revoluções que tiveram lugar, não representam um poder novo, revolucionário.

Naturalmente, uma abordagem deste tema num blog terá ser necessariamente sintético, mas para que possa contribuir para um debate, iremos fazê-lo em "forma de folhetim". Deste modo, neste primeiro texto, colocaremos as linhas principais do nosso pensamento. Seguir-se-ão outros, à medida que se concluam as pesquisas que empreendemos.

1- Em economia política, como nas chamadas ciências sociais, onde situo a História, não podemos afirmar que as verdades permanecem para sempre, nem podemos sustentar, na evolução societária, que os regimes foram sempre os mesmos, e continuarão a ser até aos finais dos tempos, porque na História dos Homens, e isso está perfeitamente comprovado, existiram fases diferenciadas de relações sociais, que trouxeram para as sociedades humanas formas de poderes evolucionistas, que, em momentos precisos, conduziram a rupturas radicais do desenvolvimento interno civilizacional.

Ou seja, as mudanças das sociedades estiveram assentes em revoluções, que, ao seguirem o seu trajecto, ao empreenderem a sua marcha, adquiriram carácter contra-revolucionário, por se modicarem as condições económicas, sociais e políticas, as relações produtivas tomaram novas formas que impulsionaram os homens, na sua situação social, para empreenderem novas transformações.


2 - As Revoluções deram-se, muitas vezes, em situações sociais que não correspondiam ao desenvolvimento económico necessário e a uma maturidade das forças sociais capazes de seguirem "a minoria esclarecida" que tomava o poder, e essa força, que era revolucionária, afastava-se dos reais interesses das grandes massas populacionais, que se tornavam, ou apáticas, ou começavam a seguir os programas dos partidos ou forças mais moderadas.

Na maior parte das vezes, essa "minoria esclarecida", quando conquistava o poder, a prazo, adquiria uma feição claramente contra-revolucionária e ditatorial, embora continuasse a brandir os slogans e consignas da sua primeira fase, claramente revolucionária, de ascensão ao poder;

3 - Se analisarmos, com honestidade e impregnados da capacidade racional da ciência, verificamos que num processo de ruptura civilizacional, esses retrocessos ou derrotas nas Revoluções não representaram o destroçar permanente e definitivo de um novo caminho revolucionário.
O que, na realidade, era trucidado nesses retrocessos foi o lastro social em fase pré-revolucionária, que ainda não estava em condições imanentes para se radicalizar, para ultrapassar o atraso de consciência e material dos grupos sociais, que, embora sendo, potencialmente, os autores desejosos de um novo regime, se retraem e abrem caminho aos arautos da contra-revolução.
Ou seja, em determinadas condições, uma Revolução, que poderia ser a referência para progressos revolucionários mais avançados e alargados, retrocede em contra-revolução e dá armas ao inimigo para atacar e desmoralizar todos aqueles que colocavam as maiores esperanças nessa via revolucionária.

4 - Uma derrota no domínio das ideias pode, durante um período mais ou menos prolongado, ser um entrave à formação de novas forças revolucionárias, a formulação de novos programas de poder subservivo, impedindo o surgimento de partidos verdadeiramente revolucionários.

E, esta atrofia teórica do capital revolucionário pode ser mais prolongada quando as condições económicas se modificam de tal maneira, que subvertem todas as relações sociais e classistas, necesitando de estudos e análises mais apuradas para relançar as orientações de luta e de amadurecimento das consciências políticas.

O que exige, portanto, também uma ruptura teórica sobre a concepção ainda hoje dominante do que é um programa revolucionário.
















quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PORQUE CHEGAMOS AO ESTADO ACTUAL?














Quem permitiu o regreso do dominio do sistema financeiro?





O actual Presidente da República, Cavaco Silva, formalizou, esta semana, a sua recandidatura ao cargo e apresentou uma panóplia de "respeitáveis senhores" nas suas comissões de honra e mandatários. Apresentou-se como o campeão da "estabilidade política" e o lider incontestado do actual regime. Pode, na realidade, vir a ser reeleito. Os mais avisados dirão, interrogando-se: "Como é possível que uma Nação se renda assim aos pés de um homem que está no cerne de toda a crise económica, social e política da actualidade?".

Ele não admite que se possa dizer que não existe alternativa. E, para que este pressuposto vingue conta que tenha a seu favor toda a máquina de propaganada da chamada "sociedade civil", que é a base de apoio do Estado português da actualidade. A culpa não é, pois, de um homem só.

A questão que se tem de colocar é a de que porque, ao longo destes anos todos, não houve uma clara demarcação ídeológica e política com o actual regime vigente.




A questão vem de longe.

E tudo isto começou, precisamente, nos inícios deste regime, na constituição do I governo provisório. No 25 de Abril de 1974, que foi um golpe de Estado, até ao 25 de Novembro de 1975, que resultou doutro golpe de Estado, houve realmente um período que evolucionou e que se pode considerar como uma época pré-revolucionária.




Mas, não passou disso, porque o acto operacional que serviria para impulsionar uma verdadeira mudança de regime, que seria a constituição de um novo poder, foi marcado, sucessivamente, pela constituição de governos que se diziam provisórios.




E como tal tudo o que se fazia ou proclamava era necessáriamente provisório.

Todos aqueles que participaram nesse 25 de Abril: desde os liberais da defunta Assembleia Nacional, (Sá Carneiro, Balsemão, Magalhães Mota), oposicionistas liberais monárquicos, estilo Teles Ribeiro, sociais-democratas socialistas, liderados por Mário Soares, aos que se reclamavam do comunismo, como Álvaro Cunhal e os promotores e mentores do MES, como Jorge Sampaio e Cravinho, o seu objectivo central foi fazer parte desses governos provisórios, com maiores ou menores participações, maiores ou menores intrigas.

Mesmo aqueles que preconizavam uma Revolução, ficaram sempre atados aos objectivos centrais do programa político daqueles que fizeram o golpe de Estado de 25 de Abril, que se centrava na criação de uma República democrática de regime parlamentar e o término da guerra colonial.

E essa teia de compromissos, que enredaram todos os que defendiam o chamado programa do MFA, levou a uma capitulação prática dos que pensavam em constituir um novo poder saido de um movimento revolucionário.




No fundo, no rescaldo do 25 de Novembro, todos entraram no redil do poder democrático que se começava a estabelecer e que as primeiras eleições legislativas, após instalação da Assembleia Constituinte, de certa maneira, sufragara.

Claro que o período entre 25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 1975, não foi uniforme, nem rectilíneo. A partir de 11 de Março de 1975, rebentou um conflito de certa envergadura entre as classes trabalhadoras e os defensores dos diferentes governos provisórios. O Exército desmembrou-se e uma parte apoiou esse movimento pré-insurrecional. Parecia, em pleno Verão de 1975, que um poder revolucionário poderia vir a existir. Começou a falar-se em socialismo. Os partidos, desde o liderado por Sá Carneiro até ao chefiado por Àlvaro Cunhal, davam loas a um "regime a caminho do socialismo". Claro que cada um divagava sobre o conceito do seu socialismo.

Como a classe dominante que sustentou o anterior regime claudicou e para sobreviver se infiltrou, silenciando-se momentaneamente, em alguns dos partidos que faziam parte dos governos provisórios, não podia refrear violentamente o movimento popular que conquistara, nas ruas, o estatuto de cidadania.




Face ao clamor dos de baixo, embora já dominada pelos partidos "centristas", a Assembleia Constituinte, que fora criada para estabelecer uma nova Constituição, não teve outro remédio senão a de colocar, no papel, que a República Portuguesa iria "a caminho do socialismo".

A partir de 1976, essa foi a baliza ideológica e política que determinou a argamassa que permitiu, pacificamente, a criação do actual regime.




Nos primeiros anos, a democratização foi o objectivo central da governação, com o alargamento da massa de privilegiados (políticos e económicos, mas principalmente os primeiros) da nova classe política em detrimento do poder asfixiante do pequeno grupo estrito de financeiros e banqueiros que sobressaira no anterior regime.

A partir de 1978, com as perspectivas de uma adesão rápida à CEE todas as reivindicações e conquistas das classes trabalhadoras começaram a ser postas em causa em nome dos chamadaos "interesses nacionais". As respostas de rua dessas classes eram sempre canalizadas e organizadas pelo rigoroso respeito pela Constituição de 1976. Nada de formas mais avançadas ou radicais. Institucionalizou-se o conformismo perante a ameaça de umas vagas perspectivas de bancarrota.

As velhas forças económicas e sociais começaram a ganhar força, impulsionando, essencialmente, os chamados partidos do "bloco central", em especial o PPD, que se transformara em PSD. E, perante a falta de resposta, a maioria do povo começou a dar-lhes apoio.

É nesta fase, meados dos anos 80 do século passado, que tem um papel destacado o PSD, liderado por Cavaco Silva. Foi ele o "motor" do início do domínio do capital financeiro, agora interlaçado com uma panóplia de arrivistas que enriqueceram, sem qualquer pejo de ética ou honradez, com a mais desenfreada especulação financeira. E uma parte substancial deles nasceram e formaram-se dentro da governação e sob a alçada do actual Chefe de Estado.

Sem qualquer espécie de vergonha, desde os finais da década de 80, começaram a formar-se fortunas descomunais à custa de crises sucessivas, que o sistema financeiro fomentava, para arrecadar mais lucros, despejando as classes assalariadas de todos os direitos que a própria Constituição de 76 preconizara.

Aquelas classes deixaram de contar para nada, a não ser para serem alvos de rapinas contínuas em salários, pensões, subvenções sociais, direitos laborais.

O actual Presidente da República não se pode esquivar à responsabilidade de uma situação trágica que criou para o País. Ele lançou a economia portuguesa no marasmo com que chegou à actualidade. Teve um vassalo subserviente no PS, que, como parceiro privilegiado das benesses deste regime, se prontificou a pôr em marcha as políticas que deram o resultado que todos conhecemos. O Partido Socialismo foi o servidor fiel que transformou o actual regime num poder de caricatura.

Mas esta máscara, necessariamente, terá de cair e, nessa altura, haverá que lhe exigir um pagamento duro e elevado pelos crimes que estão a efectuar.








sábado, 23 de outubro de 2010

CAVACO SILVA: O HOMEM QUE INICIOU A CRISE ACTUAL












Os apaniguados são actualmente os bem sucedidos capitalistas especuladores









Com toda a candura, o actual Presidente da República, Cavaco Silva, em véspera de anunciar a recandidatura ao cargo, prontifica-se - e naturalmente negoceia - uma entrevista-reportagem ao jornal Expresso. com direito a ser "exclusiva" e ser o frontíspicio e a mensagem cuidadosamente estudada: "sinto tristeza com a situação que vivemos".

Ele, Cavaco Silva, um santo, que tudo tem feito para evitar a crise, que nada tem a ver com ele e as políticas que defende e pôs em prática -"confesso que não esperava que estivéssemos na situação em que estamos".

Um esquecido, este Presidente da República, que subiu ao cargo em 9 de Março de 2006, prometendo favorecer "consensos alargados em torno dos grandes objectivos nacionais", que são justamente os preconizados pela governação actual do país, que segue, no enssencial, os objectivos que o actual chefe de Estado perseguiu quando foi Primeiro-Ministro deste pais, alías, o chefe do executivo de Portugal pós-25 de Abril que mais tempo tempo esteve no cargo entre 1985 e 1995. Nada mais, nada menos 10 anos seguidos.

Foi ele, aliás, o "motor político" da ascensão do capital financeiro - não só do nacional, mas essencilamente do internacional, - permitindo que aquele controlasse todo o sistema fas finanças e da produção portuguesas, contribuindo assim para o aumento da dívida pública. Foi ele, como governante, que mais contribuiu para a elevação a níveis dilatórios o próprio défice de Estado, que, ao ficar nas mãos dos grande financeiros, principalmente, internacionais, se tornou objectivo obssessivo de toda a especulaço (mais tarde, noutra mensagem, registaremos um a um os membros dos governos de Cavaco Silva, que estão agora no centro do furação do #buraco especulativo# português) que levou ao enriquecimento desenfreado dos agiotas mais descarados, que pupularam em torno do poder governativo do actual Chefe de Estado.

Ao privatizar desenfreadamente, a governação de Cavaco Silva colocou o país na dependência directa dessa alta burguesia especulativa e desenvergonhada, que, por sua vez, se entregou de bandeja aos apetites do capital financeiro especulativo internacional. Ao fazer isto, ele, Cavaco Silva, é co-responsável, mas co-responsável directo, de todo o desequilíbrio que se foi acentuando no Orçamento de Estado.

Quando se coloca a balança a pender para o lado do Capital, tirando-lhe o freio, ele vai exigir sempre mais no restabelecimento do equilíbrio do Orçamento: Querem mais juros, mais vantagens para emprestar, sem beliscar os seus lucros, logo saquem à outra parte os assalariados, os de baixo, a classes baixas e médias-médias e médias-baixas.

Vejamos exemplos:

Comecemos por aquele que é mais recente na memória: a PT.

A Portugal Telecom – uma das maiores empresas do País – foi "trabalhada" e "organizada", durante anos, para ser entregue aos grupos económicos privados.

Primeiro mexeu-se nos CTT-Correios e Telégrafos de Portugal. Estamos em 1992 - o governo era de Cavaco Silva. Estraçalhou-se, separando as telecomunicações do serviço postal. Depois juntou-se, em 1994, três empresas públicas do sector das telecomunicações: Telecom Portugal, TLP (Lisboa e Porto), TDP (Teledifusão), o que permitiu ainda o controlo de 51% da Marconi (comunicações internacionais).

Em 1995, - Cavaco preparou tudo - começou a privatização da empresa.

É uma empresa do Estado que favorece o Estado? Balelas.

A Portugal Telecom é hoje uma empresa cotada em bolsa (com um valor de capitalização bolsista de cerca de 8 mil milhões de euros), mas o Estado está na posse de cerca de 7% através da CGD. Há uma "golden share" certo, mas os lucros não são portugueses.

Mais de 75% das suas acções estão nas mãos de capital estrangeiro.

Um conjunto de grupos económicos apresentados como nacionais estão na posse do restante, com proeminência para o Grupo Espírito Santo, mas este também é dominado pelo capital estrangeiro.

Com a saída daquela empresa do controlo estatal directo – o Estado ficou, na realidade, sem receitas apreciáveis e deixou de ter a palavra determinante num sector estratégico na economia.

Toda a orientação estratégica foi remetida para a obtenção pura e simples de lucros, que na realidade são distribuidos, maioritariamente, para estrangeiros, cuja cabeça dominante no executivo é actualmente Zeinal Bava.

Quando o plano inclinado em direcção à actual situação de crise económica, social e até política se comecou a acentuar, foi, justamente, quando a política de privatizações entrou em galope.

Por volta do ano 88 do século passado, as grandes empresas públicas contribuiam com cerca de 20 por cento do PIB nacional.

Albergavam mais de 11 por cento do emprego efctivo do país. Eram decisivas nas orientações e tomadas de posição da política económica nacional.

Pois, naquele ano, o governo de Cavaco Silva fazia a primeira "transfiguração" para a privatização: as empresas nacionais transformavam-se em sociedade de capitais maioritariamente públicas, com a chusma imediata de administradores a ganharem pelo "salário do sector privado". E dai, foi um ver se te avias. Os boys começaram a sair do "subsolo" como formigas. Em 1990, oito seguradoras e 11 bancos seguiram esse caminho.

Depois a privatização a 49 por cento, mais tarde a maioria. Lembram-se do caso Roquete, com o Mário Conde no Totta-Açores?.

Saltemos para 1992: venda de 22% do capital da PETROGAL, 60% do BESCL, 100% da Rodoviária Nacional, da Rodoviária do Douro e da Mundial Confiança, 17,6% do BPA, 20% do BFB, 100% da Império, 100% do BANIF, 100% do CPP e 15% da Bonança.

Reparem que, num ápice grande parte das acções estão nas mãoes de estrangeiros. Lembram-se do BESCL, que gritavam a pleno pulmões que o controlo era português? O sucessor, o grupo BES, embora tenha um cidadão português na presidência, o seu capital estão todo hipotecado ao estrangeiro, em especial ao lobby judeu.

Seguiram-se governos PS, que se tornaram seguidores incondicionais do PSD. Depois, ascenderam governos PSD/PP. Retomou o PS.

O rumo foi o mesmo.

A crise vem, pois de longe, e o actual Presidente da República sabe disso. Ele esteve com as mãos na massa. Ele contribuiu, grandemente, para o desequilíbrio dos Orçamentos do Estado.

Quando Cavaco Silva menospreza o papel do capital internacional, que está longe, segundo ele, e só pensa em sacar do nosso, ele é o responsável directo disso. Está a tirar a água do capote.

Náo é possivel recolocar a Função Pública, ou seja a Administração Central, Regional e Local do Estado para fomentar a produção interna, nacional, digamos assim, sem conseguir que a despesa e a receita desse mesmo Estado seja equilibrada.

Ora, para se conseguir isso terá de se ferir os interesses do Grande Capital para evitar retirar o que já não se pode retirar de quem paga impostos e não pode fugir deles.

A crise vai aprofundar-se, quer queira Cavaco ou Sócrates, ou não, se não se retirar uma parte substancial dos encargos públicos de cima dos ombros dos de baixo, e ir buscá-los aos off-shores e lucros do grande Capital.

O cerne de uma nova política passa por aí.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ARMAS PARA ARÁBIA SAUDITA: UMA ESCALADA ESTRATÉGICA


















Aviões e misseis ultrasofisticados para Exércitos anedóticos...



Com alarido noticioso e sem qualquer atitude crítica da chamada imprensa ocidental face a esta escalada armamentista, ficamos a saber que o governo norte-americano, com a complacência e o apoio de Israel - a notícia é das agências noticiosas internacionais -informou, quinta-feira, o Congresso do seu país, que pretende vender armamento à Arábia Saudita, avaliado em valores monstruosos de 60 mil milhões de dólares.

Em nome de uma pretensa defesa de valores democráticos, os EUA estão a militariazar a região sob a sua tutela, procurando manter, sob controlo absoluto, as riquezas naturais da região, em especial o petróleo e o gás natural.

Ora esta medida não é um acto isolado: as nações monárquicas teocráticas, normalmente fantoches, sustentadas pelo chamado mundo ocidental, que vivem da venda do petróleo, são forçadas pelos seus "protectores" a comprarem armamento sofisticado (que, na realidade, nem podem usar, porque nem sequer Exércitos, minimamente eficazes, comportam).

Prevê-se que, nos próximos quatro anos, essas monarquias árabes da região do Golfo venham a comprar cerca de 123 mil milhões em armamento.

Claro que os EUA, através do seu complexo industrial-militar, está na linha da frente. São os principais fornecedores. Mas, não só: a Grá-Bretanha e a França seguem-llhe as pisadas, em concorrência com a Rússia e, em menor escala, a China.

Há dez anos o "papão" era o Iraque "agressivo"; agora é o Irão, que se tornou independente do ponto de vista do fornecimento de armas do Mundo ocidental. Logo, um perigo em potência.

A maioria dos países do Golfo Pérsico já possuem ou estão recebendo baterias antimísseis Patriot, que não os sabem usar, pois são manipulados por técnicos norte-americanos.

Os Emirados Árabes Unidos estão interessados na obtenção dos sistemas antimísseis THAAD (Terminal High Altitude Area Defence) da Lockheed Martin dos Estados Unidos. Além disso, há negociações em estágio avançado para a compra de 8O aviões de combate Rafale, da Dassault.

As autoridades sauditas estão preocupadas também em dotar as suas Forças Armadas de equipamentos adequados para combater, em primeiro lugar, eventuais insurreições internas, a exemplo do que já sucede nas operações contra os rebeldes Houthi Shia, estes sedeados no vizinho Yemen.

O Qatar, país onde está localizada a Base Aérea de Al-Udaid, sede do comando central das forças norte-americanas no Golfo, é o mais parco em despesas militares, aliás desnecessárias pois a presença militar dos Estados Unidos transformou o país num "protectorado".

Pelos modelos de armamento vendido pelos EUA à Arábia Saudita, verifica-se que esta transacção poderá ter objectivos estratégicos mais profundos, possivelmente o envolvimento do país numa refrega com o Irão, já que o negócio envolve 84 novos F-15 da Boeing, 70 helicópteros Apache, 36 aparelhos menores, denominados AH-6M Little Bird e 72 helicópteros Black Hawk, entre outros armamentos, além da actualização tecnológica de 70 caças F-15 que Riad já possui. Ou seja, material militar para projectar a longa distância.

Nesta região do Médio-Oriente, a presença militar norte-americana, com ocupações prolongadas (Afeganistão, Iraque) estão a mostrar-se desastrosas e a refazer alianças regionais, que se podem tornar hostis para Washington: caso do Líbano, Iraque, Afeganistão e mesmo Iemen.

Há um perigo evidente de a região entrar numa escalada de guerra.

Não se pode esquecer que o Médio-Oriente não é a única região cuja corrida armamentista se intensifica: a Ásia e a América Latina são locais onde tais factos se tornam evidentes. Sempre por detrás da escalada estão os traficantes oficiais de Washington.

Segundo um Relatório de 2009 do Congresso dos EUA, este país é o maior fornecedor de armas do mundo por ano. Domina, precsiamente, 2/ do mercado mundial. È um negócio de Estado, centrado no Pentágono: mais de 37,8 mil milhões de dólares/ano.

O relatório realizado pela comissão da Biblioteca do Congresso norte-americano assinala para um controlo de 68,4% do volume de negócios não confidenciais firmados internacionalmente.

Tendo facturado 37,8 bilhões de dólares, o complexo industrial-militar norte-americana surge à cabeça, tendo em segundo lugar a Itália, com 3,7 mil milhões, e a Rússia, com 3,5 mil milhões.






quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CATROGA: UM HOMEM DO "ESPÍRITO CUF"




















Sigam as ligações...







O PSD indicou hoje ao Governo a equipa que vai iniciar conversações sobre o Orçamento do Estado para 2011, que inclui o antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva Eduardo Catroga.

É o senhor respeitável, que recebe uma pensão de 9993 euros mensais "pela sua dedicação à causa" pública, com uma vida emaranha na defesa dos grupos monopolistas.
E já agora, com a sua reforma dourada continua a trabalhar como administrador para os mesmos grupos.

Eis a sua confissão: "O meu testemunho está forçosamente impregnado do "espírito CUF". A CUF era a minha casa e a minha família profissional e eu não me via a trabalhar em mais nenhum lugar. Havia no grupo em 1973 oportunidades de carreira e desenvolvimento profissional imensas. Afinal a CUF era então o maior grupo empresarial ibérico, e um dos maiores europeus". Ou seja, os Mellos...

Foi, aliás, no seu período fecundo de homem de "espírito CUF", que foi chamado por Cavaco Silva, então Primeiro-Ministro, para ministros das Finanças do XII Governo Constitucional, onde tinha como pares, entre outros, na Administração Interna Manuel Dias Loureiro, no Planeamento, Valente de Oliveira, nas Obras Públicas Ferreira do Amaral e na Educação, Manuela Ferreira Leite.
Todos eles rapazes que trabalharam sempre para "o bem-estar público" !!!.

Naturalmente, este arauto da austeridade para os de baixo, irá negociar as melhores saídas de oportunidade para os seus mentores de sempre.

domingo, 17 de outubro de 2010

ALEMANHA: ENTRE A TRAGÉDIA E A FARSA







O fim do multicuturismo é um eufemismo para justificar a "separação das raças"







Há mais de 160 anos, um alemão proscrito pela sociedade dominante de então o filósofo e economista político Karl Marx escreveu um texto que ficou célebre, intitulado "o 18 de Brumário de Louis Bonaparte", em que analisava a evolução da sociedade francesa entre os períodos dos poderes de Napoleão Bonaparte e Louis Bonaparte, tio e sobrinho, que se guindaram a Imperadores de França.

Marx produziu, logo no início do seu livro, uma frase que ficou célebre: "Hegel observa algures que todos os grandes factos e personagens da História universal aparecem como que duas vezes. Mas esqueceu-se de acrescentar: uma vez como tragédia e a outra como farsa".

Isto vem a propósito das declarações proferidas hoje pela chanceler alemã, Ângela Merkel, sobre a sociedade alemã: a tentativa de criar uma sociedade multicultural na Alemanha "falhou redondamente".

Esta é a parte da farsa, pois não explicitou o seu verdadeiro pensamento:
O que ela quer dizer é que só os "alemães puros" é que devem ter direito de cidadania no país.

A tragédia é que, há 67 anos, um seu antecessor no cargo, de nome Adolf Hitler, em 1933, começou a aplicar a intenção, sem disfarces linguísticos, exterminando milhões de pessoas de "outas culturas", levando a Europa para uma guerra de carnificina racial, que custou a vida a mais de 50 milhões de homens e mulheres.

Sob a capa de combate à crise económica, financeira e social, que assola todos os países europeus, fomentada por gente medíocre, mesquinha e sinistra, mas capaz de tudo, até de se tornarem assassinos, em nome da democracia, os aprendizes modernos de Hitler estão a querer preparar o caminho para uma nova investida bélica, ensarilhada em "combates à migração clandestina" para defenderem o poder do Capital, que está ameaçado por ventos de explosões sociais de dimensões possivelmente superiores às que sucederam na Alemanha nas decadas de 10, 20 e 30 do século passado.

Eles estão a montar, paulatinamente, a farsa - alertas consecutivos contra o terrorismo, ameaças de descalabros económicos - para fazer emergir uma "cultura de segurança", que forme estruturas militares e policiais prontas para atacarem e destroçarem tudo o que seja movimentações populares contra os poderes estabelecidos.

Sonham, portanto, com novas tragédias.

O Capital mundial estão a financiar e a fomentar a ascensão de partidos da extrema-direita em toda a Europa e mesmo nos Estados Unidos da América.

A Alemanha é um caso evidente. E essa extrema-direita está a cristalizar-se dentro da própria democracia cristã.

Não é por acaso que a extrema-direita se se agiganta em Estados "culturalmente muito próximos" da Alemanha.

A Áustria e a Holanda são os casos mais recentes em que a extrema-direita ganha ascendente com discurso anti-islâmico, em ambiente de ameaça terrorista.

A Europa liberal fez um chinfrin tremendo em 200o, quando a extrema-direita chegou ao poder na Áustria. O discurso racial de Jörg Haider levou até que aquele país tivesse sido sancionado pela União Europeia.

Era discurso balofo, é certo. Pois não havia ameaças directas ao domínio dos capiatlistas.

Em 2010, dá-se a ascensão de um sucessor de Haider, Heinz-Christian Strache, que obteve, recentemente, 27% de votos nas eleições municipais e regionais de Viena. Com uma linguagem ainda mais violenta. Os sápatras europeus, desta vez, estão calados. Eles, agora, até concordam, como são os casos de Sarkozy e Berlusconi.

No espaço de uma década, o discurso da extrema-direita centrou-se num argumento novo: o ataque aos imigrantes muçulmanos e ao islamismo. Porque os "outros bárbaros", os de Leste, em parte, fazem parte da UE.

O caso mais acutilante é o do holandês Geert Wilders líder de Partido da Liberdade da Holanda. O curioso é que o nome do partido austríaco também é de Liberdade.

Wilders impôs as suas ideias ao governo minoritário de liberais e democratas-cristãos, viabilizando-o, com a condição de haver discriminação internas aos muçulmanos.
Ora, todos estes impostores e demagogos, que são os representantes directos de uma classe de capitalistas, que colocaram a sua própria economia em pantanas, procuram fazer ressurgir as "democracias musculadas" para evitarem prováveis revolucionamentos nas sociedades europeus nos próximos anos (talvez até nos próximos meses).
Esse ressurgimento poderá ser contido, mas para isso é necessário um programa ideológico, político e económico, que oriente uma provável explosão popular.




sexta-feira, 15 de outubro de 2010

OE: A VITÓRIA DO CAPITAL ESPECULATIVO




Os bancos são os beneficiados com as medidas do OE







Os quatro grandes bancos privados do mercado português BES, BCP, BPI e Santander Totta apresentaram no ano passado lucros de 1,445 mil milhões de euros, mais 13,8 por cento do que no ano anterior, ou seja, quatro milhões de euros por dia.

O Santander Totta foi quem apresentou os maiores lucros com 523 milhões de euros, mais 1,1 por cento do que em 2008, seguido de muito perto pelo Banco Espírito Santo (BES), que teve um resultado líquido de 522 milhões de euros, mais 30 por cento do que há um ano.

Em terceiro lugar surge o Millennium BCP, que passou de lucros de 201 milhões de euros, em 2008, para 225 milhões de euros, uma variação positiva de 12 por cento, enquanto que o Banco BPI fecha a lista com lucros de 175 milhões de euros, mais 17 por cento que no mesmo período do ano passado.

Ora, estes valores, que revertam para os capitalistas privados, praticamente sem impostos, ou então com taxas irrisórias, representam uma autêntica humilhação para todos aqueles que estão a ser fortemente taxados, a coberto de uma pretensa resolução de uma crise económica, cujo cerne da mesma está no aumento substancial da dívida pública criada e fomentada em torno da especulação financeira desenfreada.
Especulação esta, que afundou os próprios bancos, que foram ressarcidos e apoiados com fundos públicos pelo governo de Portugal.

Na realidade, estes bancos que geraram estes lucros vão exportá-los para o estrangeiro, sem qualquer cobrança significativa de impostos, exaurindo as receitas do Estado que recaem sobre aqueles que são, na realidade, os contribuintes líquidos.

E isto porque esses bancos estão nas mãos de capitalistas estrangeiros.

O BPI pertence ao grupo La Caixa (30,1 %), ao grupo ITAÚ (18,9 %), ao grupo Allianz (8,8 %), entre outros menores.

Por seu turno, o BES tem uma forte componente accionista do Crédit Agricole e, em menor escala, do brasileiro BRADESCO.

O Millenium BCP, sob intervenção estatal, é, no entanto, governado por representantes do BPI, grupo EUREKO, JP Morgan, Sonangol, Sabadell, UBS, entre outros.

O Santander Totta é um banco pertença do grupo espanhol Santader.

Precisamente, com a actual crise económica e financeira em Portugal, estes bancos "agitaram-se" nas últimas semanas impondo o rumo ao Orçamento de Estado.

Com a capitação de receitas do Estado aos assalariados, aqueles - e outros bancos e consórcios parabancários internacionais a que os privados estão dependentes e interligados -, esperam ir buscar novas fontes de enriquecimento com as necessidades de empréstimo que o Estado irá necessitar. Eles vão arrecadar, cada vez mais, novos juros. Na prática, sem qualquer pagamento de impostos, ou então com "migalhasa" retiradas de 0,00...%.

O actual regime político português, fomentado em torno do "Bloco Central", transformou-se numa grande associação accionista de capital privado que delapida toda e qualquer riqueza nacional.

Este polvo está a ser dividido e controlado a nivel mundial, mas para nós o que conta é a componente europeia entre consórcios ligados à Igreja Católica e ao capitalismo judaica internacional, centrado nos EUA.

La Caixa, Santader, Bradesco, ITAÚ, Allianz, UBS, pelo lado católico, J.P. Morgan, Credit Agricole, entre outros, pelo lado do capital judeu internacional, movimentam-se em função de defesa de interesses particulares, de apropriação especulativa de riquezas a favor de privados.

Por isso, convém recordar que a Allianz, por exemplo, que é a maior seguradora europeia com sede na Alemanha, tem interesses cruzados com o Deutsche Bank, mas igualmente se intercruza em parcerias com a FORTIS, outro colosso bancário europeu, que, por seu turno, estão em estreita ligação com o IOR, o Banco do Vaticano. Ora, não se pode esquecer igualmente que o Barcklays trabalha em sintonia com o Banco Popular Espanhol e com o Sabadell.

Pela gestão do IOR, passa o Santander, que tem até um seu representante na Presidência do Conselho de Administração, mas o Deustshe Bank, o Bilbao y Vizcaia, os suíços do UBS, os norte-americanos do Allied Stories, e, naturalmente, os numeros bancos italiano que gravitam à volta do Vaticano.

A imposição de um OE português, com fortes impostos para os assalariados, restrições aos pensionistas e à chamada classe média, agrada, pois, de suma maneira, aos detentores do Capital. É puro negócio, à custa da riqueza alheia.

O resto é demagogia, pura conversa.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A REPÙBLICA DOS BANQUEIROS




Eles escolheram a servidão dos banqueiros

Os principais banqueiros portugueses, cujo sistema financeiro está dependente directamente e controlado pela alta finança internacional (com excepção da Caixa Geral de Depósitos) tornaram-se, nos últimos dias, os porta-vozes oficiais do actual regime político português.
Há 15 dias, reuniram-se com o Primeiro-Ministro, José Sócrates. Na passada quarta-feira, entraram, triunfantes, na sede do PSD, onde "aconselharam" o seu líder, Passos Coelho, a aprovar o Orçamento de Estado (OE). Hoje, quinta-feira, ultimaram esse OE com o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.
Ao efectuarem este giro entre os dirigentes políticos do bloco central apoiante do regime, fizeram questão de marcar posição: "Quem domina a política governamental e estatal portuguesa somos nós os banqueiros".
Na realidade, com a formulação e eventual aprovação do OE em gestação, em que o essencial da receita do Estado advirá dos salários e das pensões - restringindo-as -dos que são ou foram assalariados para ser remetida para pagamentos de juros aos bancos, que estiveram no centro da crise financeira e económica que o país atravessa, nada sendo beliscados nos seus juros e encargos, pode afirmar-se, sem qualquer rebuço de maledicência, que o grande capital financeiro é único e verdadeiro "patrão" do poder de Estado em Portugal.
O actual governo, liderado pelo PS, com a cumplicidade e o apoio directo e entusiasmante do Presidente da República, Cavaco Silva, e do seu partido apoiante, o PSD, colocaram-se à partida nas mãos dos banqueiros, e isto desde o início da crise financeira de há dois anos, quando lançaram mãos de fundos públicos para sustentar o descalabro em que estava metido todo o sistema financeiro especulativo.
Ao fazerem isto, desequilibraram, de imediato, o Orçamento, colocando em causa os gastos públicos essenciais para as populações e para a própria produção nacional.
E ao optar por esta via, nitida e objectivamente, colocaram-se ao lado do capital especulativo em detrimento de todo aquele que trabalha.
Claro que a ligação harmónica entre Administração Pública e o desenvolvimento da produção nacional depende, acima de tudo, do estabelecimento de um equílibrio entre despesa e receita desse mesmo Estado. Ora, para não ferir essa harmonia - para não restringir os interesses dos assalariados e mesmo das obras públicas necessárias - como hospitais, vias de transporte competitivas, etc etc - era necessário atingir os valores descomunais da alta finança e da alta burguesia que lhe está ligada.
O "bloco central" que gere o Estado tomou uma posição clara: vamos taxar aqueles que estão de baixo e dar à mão aos de cima. É uma clara opção classista.
Na actual situação, taxar, com valores substanciais, os fabulosos lucros da alta finança nem sequer era um acto de uma prática revolucionária, mas uma acção reformista que poderia impulsionar a produção nacional, sem atingir grandemente que trabalha, e inclusive os sectores "mais empobrecidos" das pequenas burguesias, mas, claro, ao tomar essa iniciativa os partidos do actual regime iriam entrar em choque directo com os banqueiros para quem "trabalham" ou podem vir "a trabalhar".
E o que era mais grave para o futuro: ficaria o exemplo. E os assalariados poderiam exigir mais e mais e até produzir convulsões de carácter mais avançado.
Daí a campanha intensa, cinicamente mesquinha, que vem do governo, da Presidência da República, dos jornalistas e economistas do regime, de que não há outra via senão aquela de apertar o cinto.
Como contrariar essa massificadora campanha? A propaganda da rua, da manifestação de poderio daqueles que não se deixam vergar. E se calhar algo mais.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O PAPA CAPITALISTA SUSTENTA QUE É UMA AMEAÇA

















Estava, há dias, em Itália, e ouvi, na televisão local, que o Chefe da Igreja Católica Romana, o alemão Ratzinger, que na simbologia daquela estrutura religiosa, se intitula seu Pontifíce Máximo, tal como os Imperadores romanos, com o cognome de Bento XVI, afirmava, com a maior das canduras, que o capitalismo é uma ameaça para o mundo.

"Achamos que as potências do mundo moderno, os capitais anónimos que escravizam os homens (...) são um poder destrutivo, que ameaça o planeta", sem qualquer esgar de riso, proferiu estas palavras o Papa Bento XVI, na passada segunda-feira, na abertura de uma reunião religiosa católica, que apelidou de Sínodo de Bispos sobre o Oriente Médio.

Claro que me ri: minutos antes tinha feito um levantamento numa caixa de multibanco duma sucursal bancária de um dos principais estabelecimentos financeiros, pertencentes ao Vaticano: o Banco Popolare.

É preciso ter lata. Pensei. Mas a realidade é mesmo essa: o Papa Bento XVI é o líder do maior sistema financeiro mundial, juntamente com os capitalistas judeus. Ele, que é o chefe de fila dos especuladores financeiros, atreve-se a fazer tais afirmações. Pior cinismo, não há.

E estas declarações seguem-se depois da justiça italiana colocar em investigação Ettore Gotti Tedeschi, Presidente do Conselho de Administrção do Banco do Vaticano (IOR - Instituto para as Obras Religiosas) por branqueamento e lavagem de dinheiro.
Ora, Tedeschi foi nomeado para o cargo pelo Papa Ratzinger.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Os dr. Mengeles norte-americanos





Eis os novos doutores Mengels norte-americanos... Naturalmente, vão pedir desculpas, depois do crime estar feito.












Na década de 40 o governo dos Estados Unidos levou a cabo uma série de experiências médicas na Guatemala que consistiram na infecção propositada de centenas de guatemaltecos com sífilis e gonorreia sem o seu consentimento.

Como parte do estudo, muitos dos infectados foram incentivados a transmitir a doença a outros. Um terço dos contaminados nunca chegou a receber o tratamento adequado.

Esta sexta-feira é esperada uma conferência de imprensa, onde Hillary Clinton e a secretária dos Serviços de Saúde norte-americanos, Kathleen Sebelius, onde pedirão desculpa às vítimas pelos actos praticados pelo Serviço de Saúde Pública dos EUA. Segundo fontes do governo norte-americano, essas desculpas serão dirigidas à Guatemala e à população hispânica a viver nos EUA.

Das experiências efectuadas na Guatemala entre 1946 e 1948 não resultaram conclusões específicas e até hoje. A responsável pela divulgação é Susan Reverby, uma professora de Estudos Femeninos do colégio de Wellesley no Massachusetts, que disponibilizou os relatórios no seu site.

Segundo o relatório de Reverby, estes testes foram financiados pelos Serviços de Saúde norte-americanos, o Departamento de Saúde Pan-Americano e pelo governo da Guatemala. No total foram infectadas 696 pessoas – a maioria prisioneiros e pacientes femininas do Hospital Nacional de Saúde Mental da Guatemala.