domingo, 18 de setembro de 2011

O GOVERNO AUMENTA O MAI, PARA GARANTIR O FUTURO




O Ministério da Administração Interna (MAI) de Portugal vai receber mais dinheiro em 2012. Na prática é o único departamento governamental em que tal acontecerá.

Segundo a imprensa local, que não questiona tal facto, o MAI, que tutela a PSP, GNR, SEF, e o dispositivo de protecção civil, é o único organismo do Governo que não sofrerá cortes no orçamento de Estado para 2012. Ao invés, deverá receber mais dinheiro.

A notícia foi avançada, na última edição do jornal ‘Expresso’, que explicou que o MAI ia passar dos 1,4 mil milhões de euros, que recebeu em 2011, para os 1,8 mil milhões, em 2012.

Os jornais nada referem sobre o assunto, mas as chamadas Forças Policiais de Segurança atingem, na actualidade uma efectividade que rondam os 50 mil homens. Muito mais que as próprias Forças Armadas.

Na sua génese, as forças de segurança (políciais e secretas) foram constituidas pelo poder de Estado para garantir, no geral, a lei, a ordem e a segurança pública do Estado.

Como estão na dependência dos poderes executivos, defendem, na prática, a ordem em que assente o regime dominado pelos executivos.



Ou seja, formalmente, são neutras. Na realidade, são classistas. Estão ao serviço da defesa do regime estabelecido.

Ora, o regime actual português - e todos os regimeS assentes na velha ordem capitalista - estão numa encruzilhada. Paira no ar uma ameaça de desmoronamento, possivelmente, acelerado pela movimentação popular.

Daí a necessidade de assegurar a "lealdade" de um corpo paramilitar que lhe possa garantir a sobrevivência.


Nada melhor, pois, de que ceder as reivindicações dos jovens soldados das forças de segurança, garantido-lhe melhores salários e enquadrar essas forças com armamento mais sofisticado e moderno.


Os tumultos podem estar aí, e para os conter os senhores do poder já não falam em austeridade.

Como uma achega terminal:


É preciso juntar a estas forças de segurança oficiais os muitos milhares da segurança privada.


Esta tem igualmente uma missão de defender o regime, através da defesa do património privado dos grandes senhores capitalistas.

Os dados são retirados da imprensa internacional. Num estudo divulgado, este ano, pelo Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento, em Genebra, o sector de segurança privada já emprega, em todo o mundo, cerca de 20 milhões de pessoas

A segurança privada continua sendo uma das indústrias mais promissoras do mundo apesar da crise económica global, empregando cerca de 20 milhões de pessoas, quase o dobro das forças policiais oficiais.

O estudo, chama-se "Relatório de Armas Ligeiras 2011" publicado, no principio do mês, em Genebra.

Uma das referências que assinala é a forte expansão que o scetor experimentou, nas últimas duas décadas, em todo o planeta.

O responsável pelo estudo, Robert Muggah, afirma que "o principal factor do crescimento parece estar ligado à privatização por parte dos governos de muitas funções relacionadas à segurança".

Muggah sublinhou, mesmo, que, na maioria dos países, os empregados das empresas privadas de segurança utilizam já as armas de fogo.

O estudo, elaborado a partir dos dados de 70 países, mostra que a segurança privada dispõe em conjunto já quatro milhões de armas de fogo.

"É inquestionável que está ocorrendo uma privatização generalizada da segurança", sustenta Muggah.

Para este responsável, a expansão da indústria não ajudou na melhoria dos mecanismos de acompanhamento e transparência.

"Apesar da evidência que algumas companhias de segurança privada compraram armas ilegalmente, que perderam armas por roubos ou que utilizam com pouca segurana os seus arsenais, não existe um sistema de informação sobre estes comportamentos", admite.

Apesar de alguns países proibirem os seguranças privados de usarem armas, em determinados locais, no entanto e particularmente em zonas de conflito, esses agentes dispõem em média de três armas.

O relatório assinala, todavia, que há "uma distinção progressivamente confusa entre as forças de segurança privadas e as públicas" e que as multinacionais que encontraram um importante nicho de mercado não estão sujeitas a mecanismos confiáveis de controlo.

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