sábado, 9 de junho de 2012

BANKIA: UM GRANDE NEGÓCIO DA IGREJA EM ESPANHA





1 - A grande burguesia europeia e norte-americana está em alvoroço com a possibilidade real de bancarrota do sistema bancário espanhol. Andam, numa roda viva, a imaginar manigâncias para sacar mais dinheiros dos contribuintes europeus para "deitar a mão" aos abutres accionistas e protectores das ladroagens e descapitalizações que fizeram nos bancos espanhóis. (colocando os dinheiros em off-shores privados em nomes dos seus vigaristas ladrões).


E a preocupação imediata é uma entidade financeira, que, aparentemente, somente nasceu em 2010. O chamado banco Bankia.


Então, porque é frenesim, se este Bankia nasceu de um sistema de aforro "popular" que, em termos práticos, deveria ser simples e transparente?


Ora este Bankia é uma entidade financeira, que na realidade movimentava - ou movimenta - muitos biliões de euros. Formalmente, é uma instituição financeira pertencente ao Banco Financeiro y de Ahorros (BFA).


Oficialmente, é o primeiro banco espanhol de "negócios domésticos",  mas tem activos totais que ultrapassam os 270 mil milhões de euros e um valor patrimonial de 12 mil milhões de euros.


A 7 de Maio de 2012, foi anunciada uma nova injecção de capital pelo estatal Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária, em valor da ordem dos 10 mil milhões de euros. Dois dias depois, o chefe do governo do Partido Popular, Mariano Rajoy, pressuroso, nacionaliza o BFA, com um projecto de meter mais 19 mil milhões de euros no Bankia, que este diz não fará regressar este dinheiro.


2 - Mas então porque está ânsia pela defesa deste banco, em particular, por parte do PP, mas, também, a nível internacional, incluindo o norte-americano J-P.Morgan, e qual a razão porque ele é importante para o sistema financeiro espanhol.


Porque é um banco da Igreja Católica Espanhola - e, acima de tudo, importante, na hierarquia do Banco do Vaticano (IOR), e, em termos, mais latos, nas especulações bolsistas de Wall Street, onde persiste uma parceria estreita entre o capital judeu (Rotschild/ Rockfeller) e a banca da Santa Sé. 


(Eu não sei, ainda, qual a ligação entre estes descalabro financeiro "católico" espanhol e a demissão do Presidente do IOR, e, em parte as intrigas na Cúria Romana. Só futuro o irá explicitar...)


Vamos ao que interessa.


Centremo-nos, em primeiro lugar, na estrutura accionista do Bankia.


O BFA tem, formalmente, 52, 408 % dos direitos de voto, segue-se a Fundacion MAPFRE, com 4,310% (cuja sociedade é a própria MAPFRE e a cartera Mapfre, com uma inversão, em euros - os dois - de 180 milhões de euros. Depois, referencia-se o Banco Santander, com 2,25%, e um inversão de 150 milhões de euros. No lugar seguinte está a Caixabank, com 1,5% e uma inversão de 100 milhões de euros. Com o mesmo valor percentual e inversão está a Mutua Madrilena. Coloca-se depois dois bancos Sabadell e Popular, o primeiro com 0,66 % e  uma inversão de 42 milhões de euros e o segundo com 0,6 %, e uma inversão de 40 milhões.


Ora, todos estas accionistas estão ligados à Igreja Católica espanhola, através da suas ordens e "seitas", desde os Jesuítas até à OPUS DEI.





3 - A criação do BFA está ligado a uma centralização de uma parte das chamadas caixas de aforro - um espécie de caixa de socorro mútuo - que a Igreja Católica, através das paróquias veio a controlar, em maioria, paulatinamente, em Espanha.


Naturalmente, a centralização não foi do agrado de certas caixas locais, pois os aforradores "desconfiavam" de tal abundância. Houve divergências, houve conflitos, mas a interligação estreita entre o Estado Espanhol e a Igreja levou a sua avante.


Assim, em 2010, com o impulso do Banco de Espanã, nas mãos dos grandes bancos, todos ligados a organização eclesiástica católica espanhola (Santander, Sabadell, Popular, entre outros), através de um instituto estatal chamado Sistema Institucional de Proteccion (SIP), naturalmente com o apoio do PSOE de Zapatero no poder - eles receberam as respectivas benesses -, foi fundado o BFA, conjuntamente com a Caja Madrid y Bancaja, a que depois vieram aderir La Caja de Canárias, Caixa Laietana, Caja Rioja, Caja Ávila e Caja Segóvia. 


Esta "fusão" foi controlada pela Caja Madrid - lembro que o timoneiro desta era, nada mais nada menos, que Rodrigo Rato, voltaremos a ele. 


Grande negócio: este novo banco ficou a gerir, conjuntamente, mais de 350 mil milhões de euros de activos e veio a receber ajudas estatais de 4.465 milhões de euros.  


O BFA começou a funcionar a 1 de Janeiro de 2011 e a 2 de Março de 2011 foi apresentado um novo banco, dependente daquele chamado BANKIA. 


Rodrigo Rato ascendeu a chefe máximo do Bankia.







Com a bênção a apoio de todo o aparelho estatal e da superestrutura religiosa, o Bankia recebeu, de imediato, o "agrement" do capital internacional, através do Morgan Stanley Capital International. Teoricamente, por manobras várias, em particular a especulação imobiliária, o Bankia começou a encher-se de dinheiro.


A "bolha" entretanto rebentou. Onde está o dinheiro? Os asseclas da Igreja Católica no governo procuram, agora, recapitalizar à custa dos dinheiro dos contribuintes.


4 - Quem é Rodrigo Rato? Foi um dos chamados "tecnocratas" formados na fase última do consulado franquista, sob a escola da OPUS DEI. 


Foi - e certamente é - um seu fiel. 


Quando Franco cai, passa uns três anos de travessia no deserto, e, em 1979, apresenta-se como candidato por Cádiz pelo partido Alianza Popular, de Fraga Iribarne, o antecessor do Partido Popular, de José Maria Aznar.


Foi vice-presidente  do governo e ministro da Economia de Aznar entre 1996 e 2004.


Formou-se na Universidade Católica Complutense (Direito) em 1971.


A sua íntima ligação ao capital financeiro do Vaticano na Europa (e no Mundo), elevaram-no ate 2007 director-geral do FMI.


Como Ministro da Economia, realizou a maior privatização realizada até agora em Espanha, que beneficiou, em grande medida, a Igreja, como por exemplo, a Argentaria, agora integrada no BBVA (Opus Dei), Telefónica (cujos principais accionistas são o BBVA, La Caixa e os fundos Blckrock).


O descalabro do Bankia começou a dar brado e o Banco de Espanã entalado foi obrigado, em Dezembro de 2011, a divulgar os salários (incompletos) dos seus principais administradores.


Ficou-se a saber-se que Rato recebia uma renumeração anual (sem cartões e outras benesses) de 2,43 milhões de euros.


Os dinheiros do BFA e do Bankia escapuliram-se pelos off-shores e empresas-fantasmas.


Agora, os títeres da Igreja Católica no governo procuram, afanosamente, que o contribuinte pague cerca de 10 mil milhões de euros para o Bankia e possível 40 mil milhões para o BFA.


E a gente como Rato, Aznar, Zapatero, Rubacalba ou Rajoy, bem como os financeiros dos bancos da Igreja, continuam a gozar o nosso dinheiro e a rir-se dos pacóvios que lhe vão dando os votos.






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