sábado, 29 de junho de 2013

O CAPITAL PROCURA UMA SAÍDA: O SETEMBRO DE 1939 ESTÁ A SER RECLICADO PARA OS DIAS DE HOJE



1 – Depois de uma derrota clamorosa das forças capitalistas mais radicais e tenebrosas com a II Grande Guerra, hoje existe uma forte corrente de pensamento “teorizando” que é uma surpresa, logo apresentado como uma incompreensão das pessoas, que as ideologias que sustentaram essas forças estejam a ressurgir e tenham aceitação em sectores populares.

A questão não é um mero assunto de memória, mas a visão que se faz dos acontecimentos históricos, da evolução societária, das relações económicas de produção e da implantação classista do poder político.

O revês capitalista-imperialista brutal e assassino premeditado dos anos 30 e 40, que teve o expoente na guerra de 1939/45 não foi um recuo, produto de uma acção revolucionária; nem a derrota da máquina bélica e ideológica desse modelo de capitalismo ultramontano foi efectuada segundo o domínio do poder das classes laboriosas, nem foram estimuladas as verdadeiras aspirações de classe, ainda que uma parte substancial dos que participaram transportava, com fervor e militância, na sufocação militar do capitalismo de carácter nazi-fascista, que avassalou uma parte respeitável da Europa (no poder) e do Extremo-Oriente.
Tudo foi controlado pelo grande capital financeiro.
A primeira análise que se tem de debater é que as ideias hitlerianas (ou seja, o domínio capitalista brutal e insano face ao ascenso das reivindicações proletárias e populares) não medravam apenas na Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, elas avançavam, paralelamente, nos chamados Estados democráticos ocidentais como a Inglaterra (o rei Eduardo VIII, Churchill), ou nos Estados Unidos (com magnates como Henry Ford, Max e Paul Warburg, que chegou a ser considerado criminoso de guerra, Charles J.Stewart, que foi presidente da Manufactures Hanover Corporations, os principais dirigentes do grupo du Pont, entre os quais Irenee, abertamente um diligente apoiante de Hitler, entre outros, ou políticos, como Allen Dulles, que dirigiu os Serviços Secretos, o secretário de Estado do Tesouro Henry Morgenthau ou responsáveis policiais, como o chefe do FBI, Edgar Hoover). 
Os grupos nazis militantes não eram apanágio (como não são actualmente!) da Alemanha, da Grécia e até de França, mas, de suma maneira, dos Estados Unidos, onde aparentemente reinava a democracia parlamentar, onde germinavam como cogumelos, apoiados no grande Capital e em parte significativa do aparelho de Estado: nos anos 30 do século passado, eram referenciados nos EUA mais de 700 grupos fascistas diferentes, dentre os quais se destacaram o Partido Nacional-Socialista Americano, a Liga Germano-Americana, a Frente Cristã, os Camisas Prateadas, o Primeiro Comité da América, o Mobilizador Cristão, a Liga Nacional dos Trabalhadores e o Comitê do Milhão, além de diversas facções do Movimento das Mães que se declaravam como sendo abertamente fascistas.

Em 7 de Setembro de 1926, sem qualquer descaradamento, Irennee du Pont, presidente daquele grupo, discursou, perante a American Chemical Society, mostrando-se favorável à criação de uma raça de “super-homens” por meio da injeção de drogas em crianças seleccionadas, de “raça pura”.

Durante os anos 30, o grupo du Pont investiu, fortemente, na Alemanha nazi, através das empresas ligadas à sua sede social nos EUA.

Apenas a General Motors, controlada então pelo grupo du Pont, investiu, já com os hitlerianos no poder, 30 milhões de dólares na alemã I.G. Farben, holding do sector químico que chegou a ser a quarta maior empresa do planeta durante a existência da Alemanha nazi, composto por algumas companhias que existem até hoje como AGFA, BASF, Bayer e Hoechst.
A I.G. Farben foi, entre outras coisas, responsável pelo fornecimento do gás Zyklon B, utilizados nas câmaras de gás dos campos de concentração durante a fase final do regime de Hitler.


Em um depoimento do próprio responsável máximo da du Pont a uma comissão do Congresso norte-americano tornou-se público que este estava ciente de que Wendell Swint, seu representante na Europa, concordava em que a I.G. e a Thysen Krupp contribuíssem com meio por cento de sua folha de pagamento para o Partido Nazi. 

Mais ainda: du Pont estava plenamente a par de que a General Motors contribuía para o esforço de guerra dos nazis por meio de suas operações na Alemanha, a empresa Opal.


O grupo du Pont apoiou ainda as actividades de grupos pró-Hitler nos EUA, tais como o Grupo pela Liberdade Americana (American Liberty Lobby), os Cruzados de Clark (que afirmavam possuir 1,2 milhão de membros) e a Liga da Liberdade.
Os Warburg, judeus, financeiros internacionais e magnates da navegação mundial (Hamburg-America Line), apostaram grandemente no financiamento directo ao partido de Hitler. (Dos Warburg, Paul foi secretário de Estado e um dos principais accionista do Banco Kuhn,Loeb & Co. Foi um filho deste, Sidney, que levou o dinheiro directamente a Hitler).

2 – A radicalização actual do Capital para formas fascistas depende, em primeiro lugar, da situação dos ataques populares ao domínio desenfreado do capitalismo financeiro, que actua, perante o seu descalabro, como forma de auto-defesa, mas a sua inserção mais rápida está ligada, precisamente, aos resquícios nazi-fascistas que ficaram inseridos e resguardados, propositadamente, nas sociedades capitalistas parlamentares saídas da II Grande pelos diferentes poderes que se instalaram no poder desde 1945. 



Ora, esse aspecto da contribuição para a manutenção de poderes “ocultos” nazi-fascistas cobertos pelas democracia norte-americanas e europeias, por um lado, por outro, pelo poder ditatorial instalado na antiga União Soviética no rescaldo da derrota da revolução socialista de 1917, estão ligados às cumplicidades daquelas perante as personalidades dos regime de Hitler e Mussolini, que foram acobertadas pelos regimes vencedores da guerra de 1939/45.

Começamos, precisamente, pela França, que teve uma contribuição elevada dos guerrilheiros de influência comunista no afastamento por um lado das tropas de ocupação alemão, por outro, dos colaboracionistas pró-nazi de Vichy.

Pois, o sector burguês da Resistência liderada por De Gaulle e a intervenção directa imperial da ex- URSS de Stáline evitaram que o poder fosse ocupado pelos genuínos representantes dos cerca de 120 mil “franco-atiradores” armados, anti-capitalistas. (Foi a primeira grande dissidência no interior do então secretariado do PCF).

O regime que se institui, com o afastamento dos homens em armas, teve uma preocupação enorme, mas subtil, de dar cobertura aos cúmplices colaboracionistas nazis, como François Mitterrand, que chegou à Chefia do Estado.

Não referimos aqui a cobertura de fascistas assassinos, como Klaus Barbie, já muito divulgados, mas de homens que, durante anos, foram branqueados e tornados impolutos democratas e socialistas, como o antigo Ministro da Defesa francês Charles Hernu.

A confissão está estampada numa revista da franco-maçonaria, que, claro, com a sua perspectiva “suave” do assunto, as relata, no entanto, com todas as letras.



Citamos dessa revista, intitulada “Franc-Maçonnerie Magazine”, no seu nº 24, Mai/Juin 2013: “se a franco-maçonaria francesa perdeu um certo número dos seus durante a segunda guerra mundial, caídos na defesa dos valores da sua ordem, ela também serviu para branquear um certo número de colaboradores. Testemunhando as alucinantes biografias de Charles Hernu e de Jean-André Faucher, duas figuras, cujos percursos não honram nem a maçonaria nem a República”.



De certo modo e em certo sentido, se pode frisar, com veemência, que todas as instituições de cariz parlamentar franceses, desde os gaullistas aos socialistas e dirigentes do então PCE, bem como a Igreja Católica e a magistratura, foram cúmplices da ascensão de um colaboracionista, como François Mitterrand, ao novo aparelho de Estado saído de 1945 e, posteriormente, à própria chefia do Estado.

A revista assinala, nomeadamente, que Charles Hernu foi um importante quadro do STO (Serviço do Trabalho Obrigatório) do ocupante alemão, mas foi mais longe, trabalhou para a Gestapo e foi um repressor anti-semita.

Teve, no pós guerra, o apoio, segundo a revista, de importantes responsáveis da franco-maçonaria francesa no seu branqueamento, como Guy Penne (membro do comité permanente da convenção das Instituições Republicanas. Foi conselheiro para os assuntos africanos de Mitterrand entre 1981 e1986).

O outro grande colaborador na Presidência de Mitterrand foi Jean-André Faucher. Este foi um colaborador activo e conhecido com o regime de Vichy e os ocupantes nazis de França.

Pois, foi julgado como informador da Gestapo e condenado pelo Tribunal de Limoges à pena de morte por contumância “por crime de traição em tempo de guerra”.

Nada sofreu.

Ascendeu na hierarquia da franco-maçonaria francesa com apoios diversos, desde o seu grão-mestre da altura até de um cristão novo socialista, hoje ministro dos Negócios Estrangeiros do actual governo, o judeu Laurent Fabius, que, segundo a revista citada, quando, em 1981, Mitterrand se torna Presidente, nomeia o nazi - Fabius era Ministro do Orçamento - membro do Conselho Económico e Social.

Faucher será o homem poderoso da informação de Mitterrand na chefia do Estado.

A revista não enumera mais casos, nem se estende mais sobre a situação actual do aparelho de Estado francês e as suas ligações tenebrosas ao colaboracionismo de Vichy.

3 – Mas o país central do surgimento do nazismo, a Alemanha foi aquele que, apesar de cindido em dois (RFA e RDA), mais se reformulou sob os parâmetros estatais do mesmo modelo, aparentemente com uma fantasmagoria mascarada de parlamentarismo ocidental.

E neste caso, falamos, em primeiro lugar, da chamada República Federal Alemã, protectorado oficial dos Estados Unidos da América.

(Enquanto não se cortarem todas as ligações +clandestinas+ que permanecem em todo o aparelho de Estado – desde a economia aos serviços secretos – com os EUA, será difícil vingar uma Alemanha perfeitamente integrada no espaço europeu).

Mesmo antes de instalarem um governo em Bona, os EUA firmaram uma parceria com um general nazi dos Serviços Secretos Militares Reihnard Gehlen, que estruturou toda a máquina de inteligência e vigilância para controlar a futura política estatal da RFA: mais 200 quadros das SS, das SS Waffen, e da Secreta Militar constituíram a “ossatura” do novo sistema de polícia secreta, o BND.



Eles vasculharam os dossiês, as vidas e actividades de todos os novos agentes principais do novo Estado, impedindo que qualquer democrata ascendesse a posto de relevância.



Branquearam os financeiros capitalistas, como os Krupp, os Thyssen, os Porsche, entre muitos outros, que deram o poder económico à máquina assassina de Hitler.



Colocaram, em perfeita sintonia, com a Administração norte-americana, primeiro de Henry Trumann, depois do general Dwight Eisenhover, um dos teóricos do nazismo, Hans Globke, o teórico das leis rácicas de Nuremburga, como o conselheiro de segurança nacional do chanceler escolhido, Konrad Adenauer, o dirigente do Partido Católico, que fez coligação com Hitler, antes da ascensão plena e única daquele ao poder, Globke este que ficou a controlar a formação militar e de polícia, bem como a diplomacia.



Foi essa mesma parceria que depois vai escolher um nazi, membro do Partido de Hitler desde 1933, Kurt Kiesinger, para suceder a Adenauer.


E mais tarde, Helmut Heinrich Waldemar Schmidt, já então branqueado no Partido Social-Democrata, que começou como membro da juventude hitleriana e foi oficial das SS blindadas na frente russa e nas Ardenas, com o posto de tenente.


Willy Brandt, seu antecessor, foi aceite, simplesmente, porque trabalhou para a CIA (Fonte Victor Marchetti, antigo quadro superior daquela central).


A RDA, que se constituiu, desde o início como Estado policial, veio dar, com a reunificação nos anos 90, políticos de destaque, como Ângela Merkell, que ocupa o cargo de chanceler, fazendo-nos crer que o regime de Berlim, na altura, permitia que alguém ascendesse na sua hierarquia sem dar o contributo para “o socialismo real”.

Merkell pertenceu à elite da Alemanha Oriental.


4 – Uma das mais importante e sofisticadas operações de cobertura e cumplicidade na fuga de altos dignitários nazis e fascistas deveu-se a uma estrutura que ficou conhecida por ODESSA (sigla alemã de Organisation der ehemaligen SS-Angehörigen, que significa "Organização de antigos membros da SS").

Os principais apoios foram dados pelas hierarquias da Igreja Católica Romana (quer central no Vaticano, quer regionais em Estados que se identificavam com a ideologia e a prática do nazismo, quer na Europa, quer ma América).



Convém referir que a Igreja Católica Romana, ou seja o Sumo Pontifíce da mesma, vulgo o Papa, estabeleceu, por Concordatas, relações políticas, ideológicas e económicas próximas e de aprovação, com os regimes que professavam o nazi-fascismo na Europa (anos 20/30 do século passado): Itália, Portugal, Espanha, Alemanha.



(A propósito da concordata vaticanista com o Estado nazi nela está envolvido, directamente, o então núncio apostólico romano, arcebispo Montini, mais tarde, cardeal, Secretário de Estado e Papa, com o cognome de Paulo VI).



Esta organização a “ODESSA”, no entanto, para vingar como vingou, recebeu apoios directos de grupos fascistas, montados pelos serviços de informação italianos e pela NATO, por exemplo a +operaçãp Gladio+, formada na época da Guerra Fria, criada para destroçar as movimentações populares, mas justificada por um dos seus mentores, Giulio Andreotti, que foi filiado no Partido fascista de Benito Mussolini, recentemente falecido, como um obstáculo a uma eventual invasão da Itália pela União Soviética.



(Ora, isto é uma falácia, pois foi a então URSS que deu o seu assentimento, em 1946, após concordância da IC, à formação de um governo entre a Democracia Cristã, de de Gasperi e o PCI, de Palmiro Togliati, em detrimento das forças guerrilheiras armadas italianas, colocadas, praticamente, fora da lei, com o beneplácito de Josef Stáline).



Socorremo-nos, em síntese, dos dados já divulgados.

Durante a Guerra Fria, quase todos os países da Europa Ocidental organizaram redes “clandestinas” anti-comunistas, sob o controlo da NATO (Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Noruega, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia e Reino Unido).



No entanto, a existência da Gladio - da qual apenas se suspeitava até as revelações feitas pelo membro da Avanguardia Nazionale, Vincenzo Vinciguerra, durante seu processo, em 1984 - só foi reconhecida pelo Presidente do Conselho italiano, Giulio Andreotti, em 24 de Outubro de 1990, quando se referiu a uma "estrutura de informações, resposta e salvaguarda".



A Gladio foi acusada de ter tentado influir na política interna de vários países, particularmente em Itália, usando a estratégia da tensão, com execução de atentados e assassinatos, como a da estação de Bolonha. (O ataque – 85 mortos - foi materialmente atribuído a uma pequena organização terrorista neofascista Nuclei Armati Rivoluzionari. As suspeitas de envolvimento do serviço secreto italiano surgiram pouco depois, devido ao uso de explosivos ​​da bomba e o clima político em que o massacre ocorreu).

Verificou-se que esta trama, que desde a Gládio à extrema-direita, estava ligada à Loja maçónica P-2, que preparava uma tentativa de golpe de Estado, que envolvia parte da hierarquia da IC, da Democracia Cristão, dos Serviços Secretos e policiais, bem como da estrutura máxima das Forças Armadas.


De certo modo, foi o embrião organizativo da chamada loja maçónica P-2 (que juntou cardeais, entre os quais Agostino Casaroli, generais, magistrados, ministros e até jornalistas, onde medraram homens como Andreotti e Berlusconi), que pretendeu instituir um Estado fascista, caso houvesse um colapso dos governos parlamentares.



A “Operação Odessa” foi denunciada, logo no seu início, como estrutura fascista, com o apoio directo da Igreja Católica, pelo bispo brasileiro Carlos Duarte Costa, morto em 1961.



Pois, o Papa Pio XII – exactamente o mesmo que apoiou Mussolini - excomungou-o.



5 - Como também já foi referido, mas convém realçar, com o fim da Segunda Guerra Mundial, houve a "caça aos cientistas alemães", quer por parte dos EUA, que da então URSS. Isso é conhecido por todos.

Os conhecimentos sobre os capturados pela antiga União Soviética, ainda hoje constituem “segredo de Estado”.


Mas, os EUA integraram os cientistas nazis no seu aparelho de Estado da investigação e dos negócios científicos.


O mais conhecido foi Werner Von Braun, o arquitecto da NASA e o "herói" da conquista do espaço.

Procurou-se escamotear o que ele representou no Reich Alemão e na sua máquina de guerra destruidora. Convictamente.

Quando uma parte da opinião pública norte-americana questionou a “inserção” maciça de quadros naziss, os seus dirigentes procuraram contornar a questão, pois, praticamente todos os cientistas, já em solo dos EUA, teriam de ser expatriados de volta para a Alemanha.



Quer o Secretaria da Defesa, quer a CIA, quer o complexo-industrial militar (curiosamente onde já estavam os capitalistas judeus) não queriam perder o seu contributo, fruto de muitos projectos avançados que tinham decorrido na Alemanha nazi.

A Agência de Investigação do Departamento da Guerra (JIOA), conduziu investigações sobre o passado dos cientistas.

O seu director, Bosquet Wev, submeteu o primeiro conjunto de dossiês ao departamento da justiça para serem apreciados.

Os dossiês eram, naturalmente, arrasadores.

Samuel Klaus, o representante do Procurador-Geral da Justiça,, afirmou que "todos os cientistas do conjunto eram nazis convictos". Os pedidos de visto de entrada foram recusados.

Wev reagiu mal. Considerava que a devolução à Alemanha dos cientistas iria constituir uma ameaça maior à "segurança dos Estados Unidos" do que mantê-los em território norte-americano.

Quando o JIOA começou a investigar os nazis, Reinhard Gehlen, chefe da inteligência na frente leste, encontrou-se com Allen Dulles, o director da CIA. Dulles prometeu-lhe que a sua organização ficaria em segurança dentro da CIA.

Wev decidiu contornar o problema. Dulles mandou alterar os dossiers sobre os cientistas alemães, removendo-lhes quaisquer informações incriminatórias. Dulles integrou a organização de Gehlen na CIA, donde foi responsável por vários projectos de espionagem e relacionados com as experiências nazis durante a guerra.



Baseamo-nos na imprensa norte-americana para referir o que se passou.

A Inteligência Militar "limpou" os dossiês relativos aos cientistas. Em 1955, mais de 760 cientistas nazis tinham já cidadania norte-americana, tendo-lhes sido dadas posições de relevo na comunidade científica americana.

Alguns exemplos destes cientistas:

ARTHUR RUDOLPH

Durante a guerra, Rudolph foi director da fábrica Mittlewerk nos campos de concentração Dora-Nordhausen, onde 20.000 trabalhadores morreram de espancamentos, enforcamentos e fome. Rudolph era membro do partido nazi desde 1931.

O seu ficheiro militar dizia em 1945 "100% nazi, do tipo perigoso, ameaça à segurança. Internamento sugerido".

O Dossier final do JIOA dizia: "nada no seu registo indica que tenha sido um criminoso de guerra ou um nazi convicto"

Rudolph recebeu cidadania norte-americana e projectou, mais tarde, o Saturno V, usado nas missões Apollo. Em 1984, o seu registo de guerra foi finalmente investigado, e ele fugiu para a Alemanha Ocidental.



WERNHER VON BRAUN

De 1937 a 1945, von Braun foi o director técnico de Peenemunde, onde o foguetão V2 foi desenvolvido. O seu dossiê foi reescrito para que não surgisse o facto de ser um nazi fervoroso.

Von Braun trabalhou em mísseis teleguiados para o exército do EUA e foi mais tarde director do Marshall Space Flight Center da NASA e, mais tarde seu administrador executivo.

KURT BLOME

Um cientista nazi de alto nível, disse aos seus interrogadores militares em 1945 que tinha sido mandado em 1943 investigar o efeito de vacinas em prisioneiros dos campos de concentração.

Foi julgado no Tribunal de Nuremberga, sob a acusação de ter praticado a eutanásia em prisioneiros doentes e conduzido experiências em seres humanos. Apesar de absolvido, as suas alegações prévias eram conhecidas, e era aceite a sua participação em experiências sinistras.

Dois meses depois do seu julgamento em Nuremberga, Blome foi entrevistado em Camp David, acerca de guerra bacteriológica. Em 1951, foi contratado pelo Corpo de guerra química do Exército dos EUA. O seu ficheiro não menciona o seu julgamento em Nuremberga.

MAJOR GENERAL WALTER SCHREIBER

O Tribunal Militar dos EUA em Nuremberga investigou provas sobre "Schreiber ter encarregado médicos de conduzir experiências nos prisioneiros dos campos de concentração e ter arranjado os fundos para financiar essas experiências".

O delegado do Ministèrio Público afirmou que Schreiber teria sido condenado se os soviéticos não tivessem retido as provas de 1945 até 1948 e as apresentado em tribunal.

Mais uma vez, o ficheiro de Schreiber não menciona este facto. Schreiber foi colocado na Escola de Medicina da Força Aérea em Texas. Quando estes dados foram tornados públicos, a JIOA tratou de lhe fornecer "visto e um emprego na Argentina, onde a sua filha vivia". Em 22 de Maio de 1952, fugiu para Buenos Aires.

HERMANN BECKER-FREYSING e SIEGFRIED RUFF

Estes dois, junto com Blome, pertenciam aos 23 acusados no Julgamento de Nuremberga àcerca dos "Casos médicos". Becker-Freysing foi condenado a 20 anos de prisão por conduzir experiências em prisioneiros de Dachau, tais como fazê-los passar fome e depois fazê-los beber à força água do mar que tinha sido quimicamente alterada para a tornar potável. Ruff foi absolvido (numa decisão muito renhida) de acusações de que ele tinha morto pelo menos 80 prisioneiros de Dachau em câmaras de baixa pressão para simular as condições a 20000 metros de altitude.

Antes do seu julgamento, ambos foram pagos pela Força Aérea do Exército para escreverem relatórios acerca das suas experiências grotescas.

6 – Naturalmente, o mundo desde a II Grande Guerra mudou, sofreu evoluções, o capitalismo sofisticou-se, o seu poder no entanto concentrou-se num lúmpen capitalismo financeiro sem qualquer tipo de pudor, nem de “guião” de conduta.

As relações de produção capitalistas deram um salto enorme, mas criaram os tiques da sua própria destruição. Por detrás, da opulência desenfreada desse Capital está uma movimentação popular assalariada, ainda sem grande capacidade de direcção, e sem um programa definido de expropriação dessse mesmo Capital.

O mundo está prenhe de uma nova sociedade. Não sabemos quando se dará o parto.



Um facto que se manifesta hoje entre as lutas intercapitalistas, (principalmente entre os EUA e a Europa) que na altura dos anos 30, conduziram à guerra, advem todavia de uma realidade já então latente: as tensões agudizaram-se, justamente, com o estilhaçamento do sistema especulativo bolsista, que começou em 1929 nos Estdaos Unidos, e veio a ter repercussões terríveis na Europa, com os países a confrontarem-se entre si, por interposta pessoa.

E quem beneficiou, no final da Guerra, foram essencialmente os magnates infames judeus norte-americanos que encheram os bolsos à custa dos empréstimos concedidos aos países europeus, que os pagaram integralmente.

Como agora está a suceder com a crise de 2008.

Somente a ruptura política, financeira e militar da União Europeia com os Estados Unidos, pode fazer caminhar essa mesma EU para um período que leve à harmonia co operacional entre Estados, que já estão organizados pela economia e pela moeda.

Temos de avançar para a política, a estrutura militar e a diplomacia conjunta intereuropeia, como forma de contribuir para outras harmonias idênticas que estão a surgir noutras áreas do Mundo, seguindo o projecto europeu.

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