1 - A União Europeia, considerada *uma aliada do coração* dos
Estados Unidos, nas suas manobras de geo-política mundial, é o “um dos
principais alvos de espionagem norte-americana”, segundo documentos, até agora
secretos, divulgados, na semana passada, pela revista alemã +Der Spiegel+.
E o que a espionagem norte-americana *vasculha* na sua acção contra os seus
parceiros da União Europeia?
Vejamos o que dizem os documentos
oficiais: “comércio externo e
estabilidade económica como objectivos prioritários de vigilância”.
Ou seja, em termos práticos, a
economia,
o seu desenvolvimento.
Para os EUA, a União Europeia continua a
ser a grande potência económica emergente, com uma moeda forte, apesar do
ataque concertado e feroz, desencadeado, desde 2008, contra o euro, fomentando
as intrigas de desagregação da Europa, como apoio cúmplice dos dirigentes
europeus enfeudados ao lúmpen capital financeiro norte-americano, liderado pelo
lobby judeu de Wall Street, em
associação estreita com o Vaticano.
/Convém referir e reforçar que à frente
das instituições financeiras e políticas da União Europeia, e, de cada país em
particular, estão bonzos comprados por esse Capital, colaborando com ele em
estrita sintonia.
No topo está Mario Draghi, actual
Presidente do Banco Central Europeu.
Foi
vice-presidente e director executivo da Goldman Sachs e membro da
comissão de gestão daquele banco multinacional (2002-2005). Logo após foi
indigitado para ser o governador do Banco de Itália, de 2006 a 2001.
Mas, paralelamente, trabalha para o
Vaticano, na administração da rede de empresas da Ente Nazionale Idrocarburi
(ENI), o IRI (Instituto para a Reconstrução Industrial), Banca Nazionale del
Lavoro (BNL) e o banco Sanpaolo IMI).
De 1984 a 1990, foi Director Executivo do
Banco Mundial, cuja gestão dominante pertence aos EUA.
O cavalo de Tróia mais destacado da
política norte-americana na Europa é, todavia, a Inglaterra. A City londrina é
apenas e somente uma sucursal servil dos interesses directos de Wall Street
dentro da UE.
Eles são a víbora visível das tentativas constantes de dividir a
unidade económica e monetária europeia/.
2 – Apesar de toda a pressão, que
continua a surgir da parte da alta finança norte-americana, cercada pela
perspectiva de uma falência para alguns dos principais bancos de investimento
do país, o certo é que a União Europeia continua com o euro em alta e com os
desejos de crescimento por parte de países do território chamado Europa, mas
também alguns que pertencem à chamada Eurásia, como a Ucrânia e a Turquia.
A gestão económica da União Europeia, em
grande parte, já interligou, fortemente, a maioria dos países que a constituem,
e, isso força, pela própria natureza dessa integração, as relações produtivas a
manter e evolucionar a economia.
Claro
que o impulso, verdadeiramente democrático e de igualdade distributiva, somente
será conseguido com uma mudança radical de poder económico e político no seu
interior.
Caso contrário, haverá sempre o risco de
retrocesso político.
3 -
A recente crise síria está a mostrar a importância das divergências, que
começam a tornar-se, cada vez mais públicas, entre esses “grandes aliados”.
E como dessa crise, os EUA tentam minar,
novamente, a unidade europeia.
E os “postos avançados” dessa tentativa
está na Inglaterra e agora na França pró-judaica de François Hollande e Laurent
Fabius (o judeu, filho dilecto do sionismo internacional no interior do poder
político gaulês).
Mas a realidade, e a verdadeira realidade
“pesquisa-se” debaixo das diversas camadas com que procura justificar os actos
repelentes.
E elas estão, enfim, na economia.
O interlocutor principal, para as
relações económicas e monetárias, no Magrebe, Médio-Oriente e América do sul, é
buscado pela maioria dos Estados e países, que formam essas regiões, é,
justamente, a UE.
Há cerca de 20 anos, os engravatados
apologistas do capital financeiro, centrado em Wall Street, representado,
politicamente, pelos legisladores e administração norte-americanas, davam loas
à politica de saque e destruição dos Estados Unidos, com os seus capangas e
sequazes da NATO, que o sucesso da evolução mundial estava na capacidade de
Washington impor a sua “pax” mundial.
O militarismo norte-americano
entranhou-se na própria concepção do Estado.
O próprio Presidente dos Estados Unidos
da América já se apresenta, como comandante-em-chefe, com capacidade única de
impor as Forças Armadas como a derradeira e principal finalidade de justificar
a sua política.
Ou seja, o militarismo norte-americano
domina totalmente as sua relações institucionais e está a devorar por dentro
toda o enquadramento económico do país.
Os gastos militares, que o próprio Obama sustentou,
há dois anos, que se deveriam restringir, porque as guerras do Iraque e do
Afeganistão, destroçaram o próprio desenvolvimento financeiro, na realidade
estão a aumentar em espiral.
Os EUA estão a caminho da catástrofe.
Mas, a voragem castrense imperial está,
constantemente, a vir ao de cima, para esconder a realidade da produção
económica interna dos Estados Unidos.
3 – O que é importante, nesta crise, é
que os aliados de outrora, estão a reter e repensar o que se passou no mundo,
desde o 11 de Setembro de 2001, e a verificar que as reivindicações nacionais e
regionais trazem no bojo uma ameaça mais contundente para a sua situação
económica e política, como capitalistas que se ajoelhavam, sem pudor, perante
os ditames terroristas e assassinos de Washington.
Na realidade, o auto-golpe efectuado
pelos sectores militares do poder político-económico dos Estados Unidos que
planearam e executaram o chamado “11 de Setembro”, após a primeira fase
emocional criada de apoio popular ao execrável crime cometido, verificou-se que
os efeitos práticos económicos se viraram contra a encenação.
Já ameaçados de uma crise financeira e
económica, os EUA – o núcleo duro da sua administração, centrada no
nazi-fascismo dos chamados neo-conservadores – verificaram que o país se
estatelavam a passos largos numa crise da sua economia, cujos efeitos visíveis
apareceram em 2008, enquanto a União Europeia – e a sua moeda – adquiriam um
estatuto crescente de fundo de reserva mundial.
Foi, precisamente, nesse período, após
2001, que muitos países muçulmanos, como a Líbia e o Iraque começaram a
manifestar, abertamente, a sua posição de se afastar dos petro-dólares, como
moeda única na troca da sua produção de crude.
E foi, por esta altura, que se começou a
impulsionar o MERCOSUL, como mercado comum, em parceria com a União Europeia.
Surgiu, então, um forte movimento
especulativo – cujo climax se deu em 2008 – procurando atingir, fortemente, a
unidade da Europa e a sua moeda, e isto porque as altas instâncias da EU
estavam “cercadas” pelo capital financeiro judeu de Wall Street.
E, não queriam afastar-se dele, pois os
seus capangas nas governações (bancos centrais e governos) estavam totalmente
eufeudados a Washington.
Colocados perante uma convulsão de
consequências que ainda não se tem a dimensão real, procuraram fomentar medidas
de “defesa”, que estão a passar pelo apoio descarado aos bancos falidos
europeus, roubando os salários e pensões dos trabalhadores de toda a União
Europeia.
Os capitalistas europeus, que pensavam já
dominar, avassaladoramente, o poder político, e como com tal incremento não trouxeram
a prosperidade, em particular, o crescimento da produção económica interna,
despertaram, isso sim, de uma letargia as velhas aspirações revolucionárias das classes
laboriosas da Europa.
Esses capitalistas mostram, agora, a
percepção que tem de tentar seguir “uma via própria” que retome a produção e se
afaste da política cega de austeridade.
O que pressupõe que o sector financeiro
tem de mostrar serviço, ou seja tentar provar que consegue evolucionar a
economia, fomentar as exportações e ter uma quota-parte significativa do
mercado mundial.
Tal orientação terá de passar, quer queiram,
quer não, por um afastamento da vassalagem a Washington.
Ora, a UE necessita, para conduzir uma
nova política económica capitalista, dita independente, os principais centros
produtores de matérias-primas lhe estejam a acessíveis e a preços competitivos.
Mas esta movimentação será feita já em competição com reivindicações das classes trabalhadoras.
Toda esta geo-política exige uma concorrência
acirrada, e, os EUA sabem muito bem que estão a ficar isolados e cercados por
Estados e grupos de Estados que lhes querem retirar o poder económico, - os
BRICS já iniciaram o processo de criar um banco internacional de reservas
monetárias fora do dólar – e, por tabela, enfraquecer o poder castrense.
A Europa é o alvo económico de um
possível ataque norte-americano à Síria.
Só que os tempos são outros.
Quer isto dizer que a unidade europeia tem
de ser adquirida, obtida, não só contra os inimigos vassalos internos, mas
também contra os seus “falsos” aliados estrangeiros.
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