1 – Os moralistas burgueses, e os seus acólitos que se
intitulam comentadores e, mesmo alguns jornalistas escrevinhadores, lançam
frases de horror cínico, quando são denunciados casos em vários países, desde a
Inglaterra aos Estados Unidos, passando pela Grécia, França e a Holanda, de
soldados e policias, ora fazendo a saudação nazi, ora sabendo-se que são
componentes essenciais de “milícias” fascistas, de apoio ou mesmo filiados em
partidos pró-nazis, candidamente rotulados apenas, na linguagem oficial, de
extrema-direita.
Até como sucede na Grécia e na Alemanha, actuando como
*braços assassinos* das hierarquias políticas e policiais contra imigrantes ou
activistas políticos anti-nazis.
Contudo, não analisam, nem reagem,
com sincera indignação, quando se sabe e, eles têm perfeito conhecimento que,
pelo menos, ALGUNS desses partidos já são (ou foram recentemente) membros de nove *respeitáveis* governos europeus.
Na Inglaterra
Na Grécia
Aliás, olimpicamente, pouco preocupados estão com tais
factos.
O essencial, para esses servidores, é a “estabilidade” dos
actuais regimes corruptos.
Mas o que significa, na realidade, a ascensão desses partidos
ao poder político e o silêncio tenebroso da grande comunicação social
internacional face a esse evento?
Se nos concentrarmos no nascimento e evolução da restauração,
porque é disso que se trata, a restauração dos projectos
nazi-fascistas no chamado mundo ocidental, claro que noutras
condições e situações, verificaremos que eles ganham espaço, presença e são
incentivados, a partir do momento que se iniciam as grandes crises da finança
internacional, cujo começo situaremos na chamada “crise do petróleo” de 1973.
A crise foi um “rastilho inicial” de um processo, que hoje
verificamos ter sido perfeitamente delineado, da recuperação da lúmpen grande
burguesia financeira, que trucidando as restantes facções da grande burguesia,
principalmente industrial e comercial, que chegou a uma “encruzilhada” em 2008
– esvaziamento progressivo das economias nacionais, sem dó, nem piedade; redefinições
dos processos produtivos, com a dispersão territorial desordenada, somente
baseada no lucro imediato, dos projectos industriais para países de mão-de-obra
intensiva e barata, com um incremento, sem qualquer regra, dos fluxos de
capitais e empréstimos, que, naturalmente, e os seus promotores, estavam
cientes disso, teria de ter um cais de chegada, onde se bateu fragorosamente.
Tudo isto foi conduzido dentro do
poder das chamadas democracias parlamentares, que, aliás, os poderes económicos
centrais, do judeu capitalista de Wall Street e ao cínico sagrado do Vaticano
já “magicavam” há muito, tudo fazendo para que este sistema de regime político,
se alargasse o mais possível, desde a Europa até ao Extremo-Oriente, com
passagem pela Grande Rússia/ex-URSS.
(O exemplo mais escabroso e sinistro
que levou à execução do então primeiro-ministro Aldo Moro, foi a tentativa de
golpe fascista em Itália nos finais dos anos 70, quando se registava o
descalabro dos partidos do regime - Democracia Cristã e Partido Socialista - posto
a nú quando se descobriu a aliança directa do Vaticano/Banco Ambrosiano e a
Loja Maçónica P-2, e as ditaduras sul-americanas.
E nelas pontificavam dirigentes
fascistas assumidos, responsáveis da Democracia Cristã, como Giullio Andreotti
- agente político directo da Máfia, do Vaticano/IOR e da finança internacional
na política interna), e do PS italiano, como Pietro Longo, os principais chefes
militares, dos serviços secretos e da diplomacia e as grande figuras do lumpem
capital financeiro em crescimento, como Berlusconi, Roberto Calvi, Michele
Sindona (o banqueiro da Máfia e do Vaticano nos EUA), Umberto Ortolani, bem
como vários cardeais e bispos católicos, dos quais se destacam dois antigos
secretários de Estado da Santa Sé, Jean Villot e Agostino Casarolli).
Com a profundidade da crise económica e financeira de 2008,
a questão, agora, para o lumpem capital financeiro, coloca-se em torno da
harmonização do seu poder real económico ao um tipo de poder ditatorial e transnacional, que amordace,
repressivamente, quer pela força das armas, quer por toda uma nova concepção de
regime político, que enquadre novas legislações constitucionais ou
para-constitucionais sem contestação, laboral, de expressão, de ensino, de
saúde, fiscal, e mesmo monetária.
No fundo, para essa burguesia financeira, será necessário uma
contra-revolução total, com o controlo absoluto da toda a vida societária.
2 – Claro que os fautores e pensadores da grande burguesia
financeira internacional não preconizam, abertamente e de uma assentada, que se
instale esse poder ditatorial e repressivo, fazem-no, com cautelas e,
aparentemente, jogando, enquanto lhe interessa, nas regras da democracia parlamentar, que,
aliás, controlam no essencial.
Inventam e produzem, agora com maiores evidências, as maiores
vigarices manipuladoras para atrair para os seus objectivos, essencialmente, as
grandes massas populares.
A realidade é esta : Nove
países europeus têm (ou tiveram recentemente) na sua composição governamental, directamente, alianças de
executivo central, ou como apoiantes declarados nos respectivos parlamentos,
partidos declaradamente fascistas, apelidados, cândida e selectivamente, para
não ferir as susceptibilidades burguesas liberais, de extrema-direita.
Iremos voltar ao tema.
Vamos, justamente, concentrarmo-nos no país, onde a
recuperação total da lumpen grande burguesia financeira ocupa toda as esferas
de poder, e onde essa restauração alcançou os resultados mais profundos, e, se
tornou o maior centro de corrupção mundial, mais ampliou, sem qualquer pudor, a
sua dívida, *enrola*, na mais pura vigarice à custa dos oprimidos de todo o
mundo, o seu crescente défice, com
alardes fictícios de recuperação económica e lança o ónus da crise em que está
estrangulada para cima de outros países, em particular, ao que mais no
interessa, a União Europeia.
A grande burguesia financeira, para actuar com a maior
impunidade e desfaçatez, tem de ter uma rectaguarda territorial mais ou menos
segura e poderosa.
Estamos a falar dos Estados Unidos da América.
Embora se diga que os dois maiores bancos mundiais, em
termos de valores activos, sejam chineses, na realidade estes bancos têm uma
concentração territorial ainda pouco ampliada.
E, além do mais, uma parte da estrutura accionista é
estrangeira. (Não significa tal, um menosprezo sobre o seu poder, pelo contrário
é sinal de um crescimento do capital financeiro naquele país, mas, por
enquanto, o seu poder real tem balizas restritas).
Na realidade, são os grandes bancos norte-americanos - JP Morgan, Bank of América, Citigroup, Wells
Fargo, Goldman Sachs e Morgan Stanley, juntamente com o HSBC, o primeiro da
escala, embora não tendo a sede principal nos EUA, mas em Londres, a estrutura
principal accionista remete para o capital centrado em Wall Street, que detém o
controlo efectivo das bolsas internacionais, das grandes empresas
multinacionais de alta tecnologia, das grandes empresas de transportes –
marítimo, aéreo e terrestre, do processo produtivo, industrial e distributivo
das grande riquezas naturais (petróleo, gás, diamantes, carvão, lítio, urânio,
entre outras), uma parte significativa da agro-produção, agro-indústria e
agro-comércio, e, acima de tudo, do negócio do armamento, que tem levado a uma
crescente militarização do país.
(O total de gastos militares dos Estados Unidos em 2012 foi
de cerca de 1,75 biliões de dólares,
superior a 40% da despesa militar mundial e maior do que todos os próximos 14 maiores
gastos militares nacionais somados. Dado este que já pressupõe uma restrição
face ao ano anterior, produto da crise onde estão atolados).
É esse capital financeiro centrado em Wall Street, dominado
em grande parte pelos capitalistas judeus, hoje em competição com o
Vaticano, que desde a crise de 2008 se
apresentou, sem rebuços, como também o centro da corrupção mundial: são eles, que descaradamente, fazem o lavagem do tráfico
internacional de droga ( estima-se que, anualmente, circulem pelo sistema
financeiro mais de 500 mil milhões de dólares) e gerem os investimentos e as
trocas dos dinheiro que fomentam o chamado “terrorismo internacional”, que eles
criaram, através da AlQaeda e formações afins.
(O HSBC foi, recentemente, condenado a pagar uma multa de
1,2 milhões de dólares, por ter sido o veículo privilegiado dessa lavagem de
dinheiro proveniente de magnates do Médio-Oriente. Todavia, nem um só administrador
do banco foi beliscado, nem os seus promotores alvos de denúncia pública. Qual
seria o valor real da lavagem? Certamente, muito superior a biliões de
dólares!!!).
Falávamos, nós, da crise de 1973, e veremos agora os seus
reflexos práticos na interligação entre esse grande capital e a caminhada para
tomar o poder legislativo, executivo e militar no interior do aparelho de
Estado norte-americano, e principalmente, a montagem da necessidade do “Estado
forte”, da necessidade de intrusão nos “assuntos internos” de outros Estados
para “fomentar a democracia” para defender “os interesses nacionais” dos
Estados Unidos, pactuando para tal como todo o tipo de “ditaduras” favoráveis à
implantação das “leis do mercado”.
Ou
seja, a fascização lenta e continuada dos Estados,
com a supremacia dos EUA.
A crise de 1973, embora sendo uma crise económica, foi,
também, uma forma de afrontamento ao capital financeiro através dos países
produtores de petróleo, e tal facto colocou na ordem do dia, para Wall
Street/oligarcas e magnatas das chamadas oito irmãs, a questão de impor “o seu
espaço vital” sob a forma ditatorial em todo o mundo.
O capital financeiro, através de fundações e institutos que,
financia e controla, normalmente sedeados em grandes cidades como Nova Iorque e
Washington, também na Califórnia, como o Institute for Educacional Affairs,
Project for The New American Century (PNAC), American Enterprise Institue
(AEI), Hudson Institute, Claremont Institute e Heritagem Foundation, entre muitas outras
ligadas a universidades como Harvard, Yale e John Hopkins, iniciou um processo
constante, planeado e concertado de “assalto ao poder”.
Não sendo por acaso, todas as figuras intelectuais cimeiras
desta rede de pensamento, que se intitulou “neoconservadorismo”, são de origem
judia e todos, embora alguns não sendo judeus, estavam ligados ao “lobby”
respectivo, como Rumsfeld, Cheney, Condolezza
Rice ou mesmo o general Collin Powell.
À medida que, após 1973, as crises capitalistas (crise da
queda do Xá da Pérsia em 1979, e a subsequente guerra Iraque-Irão, das bolsas de
valores de Tóquio, de 1990, entre outras)
se sucediam, havia, todavia, um impulso num incremento
económico e tecnológico, implosivo e em grande extensão, ultrapassando
as grandes fronteiras, fechadas há
dezenas por um grande proteccionismo do capitalismo de Estado, o que colocou em marcha novas burguesias regionais
poderosas em ascensão.
Contudo, o grande
capital financeiro tinha noção que entrava, por um lado, numa grande crise
estrutural , e, por outro, numa crise de superprodução, que conduziu, em grande
parte a actual situação.
Um beco, cuja saída está a ser buscada numa reestruturação
capitalista, numa primeira fase, sob a forma de regimes de carácter fascistas, mais ou menos “democratizados”.
Naturalmente, depois poderá surgir uma guerra de proporções
para refazer os “territórios de
conquista”.
Esse capital – sedeado essencialmente em Wall Street, EUA - usou
os seus “tentáculos” políticos (governo, legislativo, judicial, policial),
ideológicos (centros de pensamento e meios de comunicação social,) e mesmo
religiosos (seitas fanáticas comerciais, estilo evangélicos, ortodoxos judeus,
cristãos irredentistas) para colocar o Estado, a obedecer, sem restrições, aos seus
interesses económicos.
Começaram, em força em meados dos anos 70 do século passado pela
ideologia, lançando programas, e divulgando-os em eventos e coberturas
mediáticas dos grandes jornais e televisões, ligados ao capital de Wall Street,
como o Washington Post, Los Angeles Times, Wall Street Journal, New York Times,
New York Post, USA Today, Financial Times, CNN, CBS, ABC; NBC, FOX.
Propunham, em síntese, entre outras coisas, “uma
postura externa mais agressiva, com mais iniciativa, mais gastos militares,
mais atenção para os temas de segurança e da defesa e, fundamentalmente, a
construção de uma ordem internacional guiada pelos valores dos EUA”.
À medida que ganhavam espaço, os seus asseclas eram
colocados como assessores governamentais e das câmaras legislativas, isto, de maneira
incisiva já na Administração Reagan.
Foquemo-nos no PNAC, que começa a ter projecção em 1997, e
vejamos quem foram os seus promotores iniciais e preponderantes depois nos
postos chave da administração norte-americana, com George W.Bush - Paul Wolfowitz, John Bolton, Dick Cheney,
Perle, Donald Rumsfeld.
Eis o trecho chave da sua declaração de princípios: “ a existência de um Exército forte e
preparado para enfrentar os desafios presentes e futuros, a manipulação da
política externa no sentido de impor os princípios norte-americanos e uma
liderança nacional que aceite as responsabilidades dos Estados Unidos”.
Os ideólogos dos chamados neocons foram, inicialmente, Ivring
Kristol, Max Schatchatman, Elliot Cohen, Irving Howe e Gertrude Himmelfarb,
todos de origem judia e em sintonia com o AIPAC, a principal associação lobista
judia norte-americana.
Depois surgem Norman Podhoretz, Paul Wolfowitz, David Wurmser, Abraham Shubby,
Richard Perle e Douglas J. Feith, entre outros. Também, eles, todos judeus.
Embora não judeus, personalidades como Collin Powel l - que
veio a ser Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, mas antes já
andara no governo de Reagan, como assistente do Secretário Adjunto da Defesa
Frank Carlucci, e, depois, membro do
Conselho Nacional de Segurança - e
Condolezza Rice, e não sendo intelectuais dos neocons, são aliados e cúmplices das
suas orientações.
Passam para a administração governamental, a partir de
Ronald Reagan em lugar secundário, a não ser Rumsfeld, que foi secretário da Defesa (mas
nesta altura não têm a força adquirida posteriormente, com a passagem pela
administração de parte do complexo-industrial militar), ascendem à dominância
com George W. Bush:
DicK Cheney é o
vice-Presidente, Powell secretário de Estado, Donald Rumsfeld, secretário da Defesa, secretário
do Tesouro Paul Henry O´Neil ( que lhe sucedem John Snow e Henry Paulson) e o
secretário da Justiça John Ashcorft, pouco depois substituído por um
incondicional da política dos neoconservadores, Alberto Gonzales.
Os homens da confiança cega na supremacia norte-americana,
todos ligados ao lobby judaico expandem-se pelo governo Bush: o secretário de
Estado adjunto é Richard Armitage, Paul Wolfowitz éo secretário adjunto da
Defesa.
Condolezza Rice, negra, toma posse como Conselheira de
Segurança Nacional. Richard Perle, que, inicialmente, foi seu assistente,
transitou, pouco depois, para a Secretaria da Defesa, como Adjunto para a
Segurança Internacional.
O ideólogo do PNAC Paul
Wolfowitz ascende a número dois de Rumsfeld na Secretaria de Defesa.
Douglas J. Feith vai, também para a Defesa, como subsecretário de Estado para
as questões políticas.
John Bolton, que terminou a carreira política – permanece
lobista activo-, como embaixador dos EUA na ONU, foi uma peça chave no
Departamento de Estado, como subsecretário de Estado para o controlo de armas e
segurança internacional.
David Wurmser foi assistente especial de Dick Cheney para o
Médio Oriente.
(Perle, Feith, Wurmser, pelo menos, continuam a ser “conselheiros”
muito próximos do primeiro-ministro de Israel Benjamim Netanyahu e do partido
Likud).
3 – Quando se dão as eleições que vão colocar George W.Bush
no poder, 2000, os Estados Unidos estão a ser percorridos por uma crise social
e mesmo política: a parte final da época governativa de Bill Clinton estava
envolta em polémica, com os seus casos amorosos e sexuais.
Os eleitores pouca atenção davam ao próximo acto eleitoral,
que colocaria frente a frente o vice-presidente em exercício Al Gore e o
ex-governador do Texas, o filho mais velho do antigo presidente Bush, George W.
Bsuh, totalmente apoiado pelo capital financeiro e pelos seus intelectuais
neo-conservadores e pelo complexo industrial-militar, cujo expoente era Donald
Rumsfeld .
Mesmo assim, Al Gore alcança o maior número de votos, mas o
colégio eleitoral da Florida, Estado onde dominava o seu irmão Jeb, o
governador, contabilizou, fraudulentamente, uma maioria de votos a favor do
irmão.
(O Estado da Florida tem um peso acrescido face a outros
pelo seu número de eleitores. O Presidente é eleito por um colégio de eleitores
conforme os votos de cada Estado, e não directamente do voto popular).
Alcança, pois deste modo, o poder: no desânimo interno e na
apatia geral da população.
A ascensão da Administração George W. Bush está nas ruas da
amargura.
A economia dava indícios de quebra.
De repente, em 11 de Setembro de 2001, surge um inesperado
ataque, militarmente organizado ao pormenor, às Torres Gêmeas de Nova Iorque e ao edifício do Pentágono, atribuídos a
uma célula da Al Qaeda, cujos eventuais promotores entraram, legalmente, no país, vindos
da Arábia Saudita, com a autorização da CIA e do Departamento de Estado.
O pseudo embate de um avião Boeing no Pentágono
O pseudo embate de um avião Boeing no Pentágono
Ainda não se sabia o que se estava a passar, já os
principais responsáveis da Administração Bush, como o vice-Presidente Dick
Cheney à cabeça defendem uma intervenção, unilateral, no Afeganistão.
São postas, em prática, interna e externamente, legislações
clandestina que permite as prisões arbitrárias, sumárias e secretas.
É organizado um campo de concentração secreto na base de
Guatánamo, em território cubano.
Verifica-se uma sintonia, em cadeia, entre a administração
Bush, os principais chefes militares (desde os generais Richard Meyrs e Richard
Pace, respectivamente, chefe e vice-chefe do Estado Maior Conjunton e o próprio
general Shelton, que liderava
anteriormente), os directores das diferentes departamentos de serviços secretos
(CIA, NSA, de cada ramo militar, do Departamento de Estado e o FBI), e o
poderoso complexo industrial militar, umbilicalmente ligado a Wall Street.
A partir daqui foi criado, interna e externamente, um clima
de medo e arranjado um inimigo clandestino chamado “terrorismo”, que
transformou os Estados Unidos em “centro nazi” de actuação mundial: invasões de
países, aumento repressivo interno, vigilância mundial, todos os países que se
oponham aos ditames de Washington são “cúmplices” ou apoiantes directos desse
“terrorismo”.
Apesar da crise de 2008 e das restrições orçamentais que
existem nos Estados Unidos, este país nunca deixou de enveredar pelo militarismo
mais descarado para manter o que considera ser o seu “espaço vital”.
Fora dos Estados Unidos, as suas Forças Armadas têm
operacionais 865 bases e instalações,
com forças castrenses destacadas em mais de 150 países.
O “golpe de Estado” de 11 de Setembro, que alicerçou o
regime ditatorial nos Estados Unidos, deu-lhe capacidade, a pretexto do
incremento do sistema securitário –no país e estrangeiro – para impulsionar
“verdadeiros exércitos privados”, que, teoricamente, sendo empresas, na
realidade são “forças militares” (com dezenas de milhares de membros) que
actuam sob supervisão directa da Secretaria da Defesa.
O seu primeiro grande campo de actuação foi o Iraque e
depois o Afeganistão – agiram, todavia, na Líbia e noutros países -, e
constituíram-se como “empresas”, como a Blackwater e a DynCorp International –
têm dezenas de aviões para treino e transporte, navios de desembarque, armas de
calibres diversos e sofisticados, incluindo mísseis terra-terra e terra-ar.
Estão preparadas “para intervir”, segundo os seus responsáveis, em “áreas de
conflitos”, abordagem de navios, resgates, treinos de exércitos, em “qualquer
parte do mundo”.
Claro em defesa dos interesses imperiais dos Estados Unidos.
(O salário de um “soldado” deste exército privado estatal é,
em média, da ordem dos 90.000/100.000 dólares anuais, enquanto do soldado
voluntário das FA`s ronda os 40.000 dólares/ano, mas o “mercenário” pode ganhar
mais de 360.000 dólares em contrato em “zona de conflito explosivo”).
O equipamento de mercenários oficiais
Tudo o que neoconservadores construíram, para a fascização
do regime, com George W. Bush, foi continuado com a Administração Barack Obama.
Os dois partidos rotativos da gestão desse regime são,
exactamente, iguais nos seus projectos.
De um dia para o outro dizem-se democratas, do dia para a
noite, moldam o poder ao modelo nazi.
Simplesmente,
porque não é questão de um homem no poder, (eles são a face diferente de uma
mesma moeda), é a questão da defesa do regime do capital financeiro.
São dois
em um, na realidade.
Estão
preparados, para, intitular-se dirigentes de um novo poder estritamente
ditatorial.
4 – Regressemos à Europa.
O dedo apontado, precisamente, a França, que é presidida pelo socialista François Hollande.
Formalmente, não pode ser considerado um partido fascista, atendendo
ao seu programa teórico.
Ficamos por aí.
Vamos ver a sua prática de poder.
Repressão sobre os estrangeiros, tal como preconiza o Front
Nationale, de Marine Le Pen, apoio aos “capital nacional”, tal como defende o
partido fascista, com medidas de austeridade sobre as classes trabalhadoras
para financiar “a dívida pública” que está nas mãos dos chamados bancos
nacionais, que o são apenas nominalmente, pois grande parte é capital judeu ou
do Vaticano, casos do Crédito Agricole e do BNP Paribas.
Ou seja, são estes partidos, que se apelidam de socialistas
e democráticos, que permitem a “corrida” em ascensão dos partidos fascistas,
financiados, justamente, …pelo grande capital.
Sim, porque não são as quotas de desempregados e de
biscateiros que “ajudam” um partido de tal tipo a manter-se, com todas as
benesses aos seus dirigentes!!!
Na realidade, na sociedade francesa o aparelho
colaboracionista de Vichy da II Grande Guerra nunca foi, totalmente,
desmantelado.
Nem os grandes capitalistas industriais, que serviram
fielmente o regime ocupante nazi, como Renault, Louis Vuiton, Chanel, são
minimamente beliscados.
Pelo contrário, foram
acarinhados pelas novas autoridades, que governaram em conjunto, os gaullistas,
os partidários do general Giraud (pró-americano) e comunistas de Thorez.
Quando de Gaulle chega ao poder nos pós guerra, acolhe
torcionários daquele regime, que colaboraram, directamente, com a Gestapo: Maurice Papon, que fora dirigente policial
pró-nazi, ascende a chefe da polícia de Paris, e certamente modela a nova
estrutura policial da V República, onde também prosperou outro criminoso chamado
René Bousquet.
(Papon foi Presidente da
Sud Aviation, tesoureiro do partido gaullista, Ministro do Orçamento sendo
Raymon Barre, primeiro-ministro).
Maurice Papon, chefe da polícia do regime de Vichy
Robert Buron,
organizador das COIC, trabalhos forçados de judeus, foi Ministro dos Trabalho,
e, mais tarde ministro das Finanças.
(Já não damos destaque neste artigo, porque os fizemos num
anterior: homens da colaboração estreita com Vichy, como François Mitterrand,
cuja cumplicidade foi “rigorosamente” silenciada ao longo dos anos. Pois, com
essa cumplicidade consciente, transformou-se em líder do PSF e Presidente da
República. E até fez uma aliança governamental, nos anos 70 do século XX, com o
PCF, de Georges Marchais).
Referimos, ainda, o caso da Alemanha, dita Ocidental, embora
sem dar mais exemplos, porque já divulgados, porque estão inseridos em outros
textos deste blogue: a formação dos serviços secretos foi idealizada e montada por antigos oficiais dos
Serviços Secretos Militares e das SS nazis (o seu mentor era o general
hitleriano Gehlen, o Exército foi modelado por Hans Globke, ideólogo do
Partido Nacional-Socialista e, mais tarde, no pós guerra, conselheiro de segurança nacional de Konrad
Adenauer, o chanceler do Partido Católico, que foi parceiro de coligação com o
Partido Nazi, até 1933.
Alguns dos chanceleres iniciais, estiveram ligados como
Kurt Kiesinger e Helmut Schmidt, ao nazismo puro e duro.
Na parte Oriental da Alemanha, ficou sob o domínio
soviético, não se conhece ainda com dados documentais suficientes o
posicionamento de certas figuras do regime nazi no aparelho de Estado da ex-RDA.
(Sabemos que o general da SS Sepp Dietrich, que foi o comandante
do Regimento ligado directamente a Adolf Hitler, que ficou no lado ocidental no
pós Guerra, não foi sequer condenado e se tornou um “parceiro comercial
privilegiado com o regime de leste).
Sepp Dietrich e Himmler
Situemo-nos, finalmente, na situação actual da União Europeia.
Situemo-nos, finalmente, na situação actual da União Europeia.
E, analisemos, primeiramente e com mais pormenor, dois casos
de presença de partidos nazis no aparelho de Estado: um o caso holandês, porque
nos mostra a ligação directa entre um partido fascista típico e o regime
israelita.
Estamos a falar do Partido da Liberdade, cujo Presidente é
Geert Wilders: racista, xenófobo, ligado ao grande capital.
Wilders faz questão de salientar tal “parceira” sem qualquer
rebuço. Ele vai a Israel, recebe apoio e enaltece, descaradamente, o regime que
ele sabe que só existe porque é sustentando pelo lobby capitalista judeu
internacional.
Aposta, directamente, na dissolução da UE, tal como o
desejam os capitais de Wall Street.
O outro é o caso grego, cujo partido fascista Aurora
Dourada, foi o sustentáculo parlamentar inicial do governo da coligação entre o
partido conservador – Nova Democracia -de Antonis Samaras e o socialista –PASOK
– de Evangélos Venizélos, que sucedeu ao executivo de George Papandreou.
Sentindo as costas quentes, o Aurora Dourada tentou nos últimos meses entrar
na via da violência fascista descarada, com a morte de um artista e o
aparecimento de grupos paramilitares fardados nos seus comícios e
manifestações.
Tal facto obrigou o governo actual grego a actuar, com panos
quentes, sobre alguns dirigentes daquele partido.
Pelos documentos que lhe foram aprendidos, verificou-se que ele era
suportado financeiramente por grandes capitalistas e pela própria Igreja
Ortodoxa, a seita religiosa dominante no país e a ligação real que existia
entre o partido uma parte da hierarquia das Forças Armadas e policiais.
Na Noruega, o fascista partido do Progresso, cuja presidenta
é uma mulher, (actual ministra das Finanças, Siv Jensen. Convém referir que era
este partido onde estava filiado Andres Breivik, o, oficialmente, considerado
único autor e promotor do massacre de 77 jovens) tem no governo, liderado pelo
Partido Conservador, sete ministérios (não é por acaso que, além das Finanças,
controlam o dos Petróleos e dos Assuntos Sociais).
Curiosamente, a chefe do governo, Erna Solberg, também é
mulher.
Erna Solberg e Siv Jensen
(Significa tal que os fascistas são tantos homens, como
mulheres, ou seja a igualdade de sexos, tanto dá, em política, para ser
torcionários, os machos, como as fêmeas).
Na Hungria, está no poder o partido FIDESZ, considerado,
oficialmente, pelos burocratas da UE, como conservador, tendo como
primeiro-ministro, Vitkor Orban, que defende uma “revolução nacional” fascizante
(embora, formalmente, esteja integrado na mesma UE, daí a tímida classificação
de conservador), com apoio ao nacionalismo, à repressão sobre emigrantes, o
reforço do capitalismo “liberal”, em perfeita sintonia como partido fascista
Joblitz, que o apoia, com todas as forças, no Parlamento.
Na Dinamarca, esteve
no governo, até 2011, o Partido fascista do Povo Dinamarquês, que obrigou a
realizar um corte com o acordo de Schegen, com controlo policial de todo o
cidadão que não fosse dinamarquês, mesmo sendo da UE, em aliança pacifica –e
sem qualquer entraves da própria União – com o chamado partido conservador, de
Lars Lokke Rasmussen.
Ora, com a actual governação, encimada pela social-democrata
Hellen Thorne-Schmidt, toda esta legislação restritiva e fascista permanece em
actividade.
Vejamos, agora, Itália.
Formalmente, uma democracia
parlamentar.
O governo, encabeçado por Enrico Letta, do Partido Democrata (o
antigo PCI, hoje uma vulgar formação liberal) está em coligação com a coligação
Forza Itália (que junta o Partido da Liberdade, de Berlusconi, pró-fascista, e
o partido fascista Liga do Norte, de Fini).
Ignazio La Russa, antigo Ministro da Defesa, do Partido de
Berlusconi, durante uma cerimónia que assinalava a Resistência
italiana em Roma na II Grande Guerra, fez um rasgado elogio às tropas nazis de
ocupação e o antigo Presidente da Câmara de Roma, Gianni Alemano, do mesmo
partido, assumidamente nazi-fascista, sustentou, numa alocução pública, quando
exercia o cargo, que o “fascismo não foi mau”.
Pela mesma altura, a então secretária de Estado de
Berlusconi Gabriela Santaché convidou Marine Le Pen, presidente do Front
Nationale francês, para estar presente, como convidada especial num comício do
partido que teve lugar em Milão.
Marine le Pen em comício em Itália a convite de governantes de Berlusconi
Ora, os democratas de Letta governam, pacificamente, com
estes representantes directos do fascismo italiano e internacional.
Na Áustria actual, o governo resulta de uma coligação entre
os sociais democratas (SPO), cujo primeiro-ministro e´ Werner Faymann e os
conservadores do Partido do Povo (OVP), que tiveram, respectivamente, 27 % e 23
%.
O terceiro mais votado (22 %) é a formação fascista Partido
da Liberdade (FPO), cujo presidente é Heinz Christian Strache, que já fez parte
do governo com o OVP e que deu controvérsia, mas acabou por ser aceite pela
própria UE.
Está em ascensão, em particular nos Estados federados, Lands,
nomeadamente Viena,
Um percurso similar, no que refere em ascensão, é
apresentando pelo partido Verdadeiros Finlandeses.
O grupo pró-nazi viu
quadruplicar o número de eleitores em 2011, tornando-se a força política na
Finlândia, com projectos programáticos nacionalistas, de saída da UE, de
endurecimento à concessão de nacionalidade finlandesa a estrangeiros e propondo
que mulheres nacionais estudem menos para ter tempo de dar à luz
"verdadeiros finlandeses".
Vejamos os números de deputados: conservadores – 44, sociais
democratas – 42, Verdadeiros Finlandeses, 39, centristas, 35, Aliança de
Esquerda, 14, Verdes, 10, Partido popular sueco, 9, democratas cristãos, 6.
Para formar governo, formou-se uma aliança controversa –
conservadores, sociais democratas, comunistas (Aliança de Esquerda), Verdes e
Democratas Cristãos e partido popular sueco, mas com medidas anti-populares,
como as restrições salariais, contracções na saúde, menos férias, maior duração
da actividade profissional. A idade da reforma passou em cinco anos de 60 anos
para 62.
Na Eslováquia, em 2006, o partido fascista Nacional Eslovaco
(SNS) ascendeu ao governo, cujo
principal partido era o socialista (SMER), da “família” socialista europeia,
numa aliança que se estendia a um partido pró-fascista Movimento para uma
Eslováquia Democrática, do ex-primeiro-ministro Vladimir Meciar.
Com as eleições legislativas de 2012, o partido social
democrata SMER regressou ao poder, com uma maioria absoluta na Assembleia
Parlamentar.
Idêntica situação se deu nas eleições na Polónia, em 2006, a
“Liga das Famílias Polacas (LPR), fascista católico e o partido pró-fascista
Samoobrona entraram , directamente, para
o governo chefiado pelo conservador Kazimiera Marcinkiewicz, sob os auspícios e
a conivência do Presidente católico pró-fascista Lech Kaczynski.
Nas eleições de 2011, deu-se uma reviravolta e o partido
fascista católico desapareceu da cena parlamentar.
5 – O capital financeiro internacional, que criou a crise
económica, política e social em 2008 parece estar a levar a água ao seu moinho
na regeneração da sua própria situação.
Todavia, trouxe um facto perverso: levou a crise,
praticamente, para todo o mundo, de diversas maneiras e em etapas diferenciadas,
e levantou uma enorme panóplia de contradições, que o levam a subverter, quase
todos os dias, as relações políticas e económicas e a criar sintomas
assustadores de que em qualquer momento pode irromper uma crise militar.
Consciente, ou inconscientemente, por medidas planeadas, em
parte, mas também, por não ter uma alternativa consistente, está a ser
acossado, em grande parte do mundo ocidental, em especial na Europa, por uma
desconfiança acentuada sobre a sua própria supervisão política.
Sentem-se os indícios de uma certa balbúrdia económica, e uma
raiva crescente contra os privilégios e benesses do sistema capitalista
internacional.
É um período chave para uma contra resposta das classes
trabalhadoras.
Um potencial que está a ser desprezado, porque concentrado
nas visões nacionais em detrimento de uma resposta unificada internacional, em
especial na União Europeia.
A auréola de Wall Street esta a empalidecer, com o
surgimento de outros centros, ainda incipientes, de financiamentos nas relações
internacionais.
Os povos e as novas potências em ascensão irão, certamente,
produzir uma grande modificação na geo-política internacional na próxima
década.
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