1 – As ideias morais, estéticas,
artísticas, de propagação de formas de lazer, de direito, de justiça,
apresentam-se, hoje, mais do que nunca, envoltas em controvérsias e relações
contraditórias.
No
meio de uma nuvem, que aparece obscurecer o essencial do debate ideológico, de
que, actualmente, não existem ideias dominantes, mas sim múltiplas
interpretações conforme as teorias e as práticas de cada homem pensante,
gostaria de explanar a minha opinião:
Como não existem verdades
eternas, também não posso deixar de estar convicto que, no meio da turbulência
dos dias de hoje, há uma perspectiva profunda e contabilizadora, que é possível
racionalizar quem é dominante no campo ideológico.
Para tal, terei de recorrer,
principalmente, à História.
Não à História marcada por
cronologia e personalidades, mas aquele investiga o desenvolvimento societário
da humanidade, nas suas relações económicas, sociais e políticas, no estudo das
suas diferentes formas estatais, de direito, de filosofia, de vida artística.
Se se analisar a História das
comunidades e sociedades humanas ao longo da sua actividade escrita, porque, até
agora, é a única que nos dá resultados confirmados documentais da evolução dos
seus processos de desenvolvimento, de nascimento, crescimento, implantação e
declínio das épocas estruturadas sociais e institucionais, verificamos que as
ideias nos domínios da moral, da justiça, da ética, da estética, do próprio
enquadramento governativo ou Estado se vão modificando.
E esta modificação, por vezes,
foi tão díspar em comunidades organizadas, situadas muito próximas, e mesmo em
épocas diferenciadas.
Se olharmos, para os dias de
hoje, claro que já de uma maneira difusa, existem três de morais e formas de
expressão espiritual de concepção ideológica: a monárquica-feudal, com
resquícios da Idade Média, a burguesa, que se foi implantando desde o século XV
e hoje é a dominante, e a da classe trabalhadora, que é submergida, ou pelo
menos, “abafada” pelo monopolismo da anterior na sua tentativa de ganhar pleno
direito de acção e cidadania.
2 - Vem isto a propósito de quê?
Em primeiro lugar, a avassaladora
dominância nos principais meios televisivos de informação e de lazer de
divulgação de notícias cujo conteúdo central provem, essencialmente, dos
Estados Unidos, como centro da ideologia burguesa dominante e dos seus meios de
comunicação.
O exemplo mais gritante para
Portugal, por exemplo, é a SIC, em que o “correspondente” para o Médio-Oriente
é um judeu, apologista do regime sionista instalado em Israel, cujo “fio noticioso”
primordial é a “justeza” da política israelita na região.
Ou das televisões e jornais que
debitam, por exemplo, as notícias do conflito sírio a partir de uma pertença
ONG, situada em Londres, dependente dos serviços secretos, cujos protagonistas
são os “rebeldes” financiados e treinados pelos países ocidentais para
intervirem nos “assuntos internos” de uma Nação, em nome de uma pretensa
democracia, tutelada, mundialmente, por Washington.
Ou a completa submissão dos
filmes e séries televisivas (para adultos e crianças) aos ditames das cadeias
controladas pelo sistema financeiro de Wall Street, como a FOX, a Universal, a
Disney, cujos argumentos e guiões se
baseiam no “patriotismo” norte-americano, na segurança policial “made em USA”,
com as brutalidades mais bizarras e inumanas e nos problemas sociais da
decadente América do Norte.
Mas inclusive a moral e a justiça
– e a própria ética – que transmitem está assente no sistema corrupto dos
Tribunais norte-americanos e nas prédicas dos comerciantes religiosos que
pululam naquele país e controlam, em parte, a actividade política e económica
dos Estados Unidos, como se tal orientação fosse a única para divulgar nas
restantes partes do Mundo.
Os desenhos animados que passam
nas televisões e mesmo nos cinemas são execráveis, que produzem a completa
alienação dos miúdos, e estão a ser aceites, com a maior das apatias pelos
progenitores.
3 – Ao escrevermos este alerta,
fazemo-lo porque somos contra a imposição de uma visão dominante e
dogmática da ética, do lazer, da informação.
Quando nos atiram, martelando
continuadamente na informação, que os Estados Unidos da América pretendem,
inclusive pela força que países, que eles consideram “fora da lei” (com que
moral e justiça podem julgar os outros países?), não podem ter acesso à energia
nuclear ou construir bombas atómicas, e ninguém questiona esta prepotência, –
eles que fabricam milhares e já as utilizaram, foram os únicos, matando
centenas de milhares - estamos a ser cúmplices de um processo de neonazificação
da sociedade.
Qualquer país, por muito poderoso
que seja, não pode, nem o devemos permitir, que se imiscua nos interesses de
outro, por muito pequeno que seja.
Nem devemos admitir que a sua
ideologia, porque assenta na primazia do seu poder económico, molde as
mentalidades dos outros povos.
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