quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O MITO KENNEDY - UMA HISTÓRIA DA ASCENSÃO DO LUMPEN CAPITALISMO NOS EUA



1- Os chamados democratas mundiais incensaram, no dia 22, a personalidade de John Fitzgerald Kennedy, então Presidente dos Estados Unidos da América, assassinado, naquele dia do ano 1963, em Dallas, Texas, quando visitava a cidade.

Fizeram questão de esquecer quem representava, na realidade, politicamente, John Kennedy e obscurecer, senão totalmente, pelo menos, em parte, que a sua morte esteve ligado a um golpe de Estado interno, maquiavelicamente organizado e com justificações ingénuas de um atirador isolado, justificações estas que foram estruturadas e difundidas, com o apoio das empresas de comunicação social do país, com uma aceitação, sem contestação, no chamado Mundo Livre.

Mas, procuraram nem sequer referir, que desde os princípios do século XX, quando começaram adquirir *uma cidadania imperial capitalista*, os Estados Unidos, como um dos esteios crescentes do poder monetário do capitalismo em expansão efectuou as maiores barbaridades civilizacionais, que passaram por assassinatos selectivos, invasões encobertas e abertas, golpes de Estado sangrentos, saques e massacres de uma ferocidade inumana, incluindo massacres colectivos de centenas de milhar de pessoas, com a utilização da bomba atómica, em 1945 sobre o Japão, com a justificação cínica de que tais actos salvariam a vida "a milhares de norte-americanos".

Uma actuação, aliás, em consonância com uma verdadeira política nazi, naturalmente efectuada noutra situação e realizada nos cânones da democracia burguesia, e dilatada no tempo, sem uma guerra mundial declarada, mas com muitas guerras regionais e locais de uma ferocidade sem precedentes, como o Vietname, o Laos e o Cambodja, e recentemente, a guerra Irão-Iraque (anos 80 do século XX), e as invasões do Iraque, Afeganistão e Líbia.


John F. Kennedy à esquerda a bordo de um iate

John F. Kennedy, na altura da sua candidatura, era o legislador "playboy", metido na política por intervenção e influência do pai, Joe Kennedy.

Este de origem irlandesa pertenceu, nos anos de Depressão, a gangues de contrabando de bebidas e, na sua ascensão no seio do lumpen capitalista financeiro, (além de contrabandista e mafioso, e controlador da indústrias cinematográfica de Hollywwog, com as máfias italianas e judias, que o ligaram aos magnates de Wall Street), com a especulação, com o dinheiro ganho ilegalmente, nas bolsas dos Estados Unidos, abalado pela depressão de 1929, depois de se servir de informação privilegiada actuando na hierarquia da administração estatal dirigente interna do controlo económico e bancário, primeiro como Presidente da Comissão Marítima (que regulava o transporte por mar), em seguida como Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), em estreita ligação com a família do então Presidente Franklim D. Roosevelt.


Frank Sinatra, membro da cúpula mafiosa e John Kennedy

(Um filho daquele James foi seu sócio, primeiro, nos negócios ilegais de bebidas, mais tarde, após o fim da Lei Seca, na representação legal de grandes marcas de whisky e gin escoceses).

Joe Kennedy que foi embaixador dos Estados Unidos da América no Reino Unido entre 1940 e 1943 teve de abandonar o cargo depois de criticar a política externa norte-americana que naquele ano último ano começava a apoiar, activamente, a própria Inglaterra.
O pai do falecido Presidente considerava que a neutralidade dos EUA era essencial para evitar, de certa maneira, uma queda rápida de Adolf Hitler.

(Uma curiosidade que convém salientar: o senador Joseph McCarthy, -católico irlandês como Joe Kennedy -, que esteve à frente da Comissão do Senado para controlo das actividades anti-americanas, e perseguiu dezenas de milhares de intelectuais, políticos e mesmo homens de negócios, com acusações vagas de adesão ao comunismo - tido como atentado à segurança de Estado!!! - e homossexualidade, foi um dos fiéis aliados políticos do pai de John Kennedy.

Este, como membro da Câmara dos Representantes, nunca se opôs à actividade pidesca de características nazis de McCarthy. Foi cúmplice da sua nefasta acção política organizada. Aquele foi afastado, numa votação no Senado, depois da maioria da população se ter pronunciado contra ele, incluindo a mulher do antigo Presidente Roosevelt. Sem uma palavra dos Kennedys...)


2 - A ascensão de John Kennedy à candidatura presidencial, e, posteriormente, à própria Presidência dos Estados Unidos da América surge, precisamente, numa conjunção de apoios, em que se destaca o lumpen capital financeiro em ascensão, a corporação de gangues mafiosos - que dominam os negócios dos jogos de casino, a disseminação da traficância de droga, da lavagem de dinheiro, e que de uma maneira ou de outra, se interligam com aquele e também do crescente papel que o complexo industrial militar começa a ter no aparelho de Estado.

É, justamente, no início dos anos 60 do século passado que o sistema financeiro norte-americano começa a utilizar a extracção contínua de dólares, (como moeda internacional poderosa e única), lançando no mercado para expandir e solidificar o seu comércio.
Ou seja, a especulação entrou num processo crescente de globalização sob a supervisão norte-americana, que JFK apoiou sem reservas.

É, também, no início do mandato presidencial de Kennedy, que é criado o chamado "Peace Corps", com tradução em português de "Corpos da Paz", unidades de intervenção castrense imperialista no mundo, sob cínicas argumentações de "apoio voluntário" ao desenvolvimentos dos povos das apelidados "países do terceiro mundo".



Esta expansão militarista estava em interligação com o complexo industrial militar, que preconizava o incremento armamentista e a intervenção crescente nos assuntos internos dos países, em nome "da democracia" dos Estados Unidos.

A mais conhecida intervenção de Washington - até porque falhou estrondosamente - foi a chamada invasão da baía dos porcos, em Cuba, em 1961.

Uma operação, cuidadosamente, preparada, em segredo, ainda antes da vitória eleitoral de Kennedy, pelos chefes militares e pela CIA, com a direcção do pró-nazi Allen Dulles.

Kennedy deu o assentimento imediato ao acto, que teve lugar, sobre a forma de "operação encoberta".

Os invasores de Cuba seriam , nominalmente, "refugiados" daquele país, treinados, municiados e conduzidos até Cuba em unidade navais dos EUA, com a cobertura de aviões norte-americanos B-52, uns tripulados por cubanos, outros, sem identificação, por aviadores norte-americanos.

A operação começou a 17 de Abril de 1961, e, dois dias depois, tinha sido desbaratada pelo novo regime cubano, liderado por Fidel Castro, que "nacionalizou" toda a actividade da Máfia e parceiros financeiros no jogo de casino, na indústria petrolífera e nas grandes plantações latifundiárias de tabaco.

A intervenção mais lucrativa norte-americana, e que acabou agora passado 50 anos, com a retirada de *calças na mão* das Forças Armadas norte-americanas, deu-se no Iraque - e razão, essencial, da mesma foi o controlo do petróleo iraquiano pelas grandes companhias anglo-americanas.

Em 1963, o governo de Kennedy, seguindo as directivas das sete "irmãs do petróleo" (Esso, Texaco, Socony e Soca, bem como a Standard, a Shell e a Amoco. Hoje estão concentradas em quatro) preparou um golpe de Estado no Iraque contra o governo do general Abdul Karim Qassen, que cinco anos antes derrubara a monarquia imposta pelos ingleses durante a II Grande Guerra.

Qassem nacionalizou a produção petrolífera do país e formou um governo nacionalista, que enquadrou forças e partidos ditos de esquerda.

Entrou em acção a CIA, que arregimentou figuras cimeiras do Partido Baath, que se dizia socialista islâmico, liderado por Abdul Salam Arif, e que contava, no seu seio, com jovens oficiais, um dos quais veio a ser o principal aliado norte-americano no Médio-Oriente, o então capitão Saddam Hussein.

Foi a CIA que forneceu uma extensa lista de supostos esquerdistas e comunistas, que incluíam milhares de intelectuais, médicos, professores, advogados, engenheiros, bem como militares e políticos, que deveriam ser eliminados, o que sucedeu.

Finalmente, de destacar, duas acções, intimamente ligadas ao complexo militar e Wall Street: a guerra do Vietname e o programa militar de conquista do espaço, e uma terceira de jogo de forças de geo-política: a chamada crise dos mísseis em Cuba.

Aparentemente, Washington ganhou em toda a linha com esta terceira, pois obrigou a antiga União Soviética, de Nikita Krutchov, a capitular e a retirar os mísseis instalados na ilha. Mas, com o compromisso escrito de não haver uma invasão norte-americana, e de um compromisso secreto, cujos contornos se conheceram mais tarde, de que retiraria os seus mísseis atómicos instalados na Turquia, o que foi cumprido.

O que sucedeu, na realidade, é que, economicamente, Cuba ficou refém da ex-URSS, o que levou, em definitivo, ao afastamento político e ideológico entre Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara, este, desde então, completamente, abandonado pela direcção política cubana, embora, cinicamente, continuem a afirmar que mantiveram, sempre, os laços políticos.

A guerra do Vietname foi, integralmente, planeada pela Administração Kennedy, que estabeleceu um "plano de ajuda militar" de 16 mil "conselheiros militares" ao regime fantoche, liderado por um general de opereta chamado Ngo Dinh Diem, instaurado no Vietname do Sul, com a capital em Saigão.


Assassinato do general Diem

A corrupção e ineficácia desse exército sul-vietnamita levou os norte-americanos a fomentarem um golpe sangrento de Estado, em Julho de 1963, que conduziu à prisão e execução sumária de Diem e do seu irmão Ngo Dinh Nhu, chefe dos serviços secretos - o curioso é que quem faz o anúncio oficial destas mortes são as autoridades norte-americanas na região -, sendo substituídos por uma "Junta Militar", sob o comando de um outro general Duon Van Minh.

Para sustentar o regime, o governo de Washington começou a enviar, em crescendo, soldados expedicionários, que chegaram a atingir mais de 500 mil homens.

As tropas norte-americanas praticaram das maiores barbaridades no terreno, (não só no Vietname, mas também no Laos e Cambodja) comparáveis ao desvario nazi em toda a Europa.

Foi um período áureo de incremento do militarismo norte-americano no mundo.

O chamado programa espacial norte-americano, que teve o seu papel exterior e mediático com a chegada de uma equipa de astronautas à Lua em 1969, teve no entanto um objectivo central: o desenvolvimento de todo o sistema de mísseis balísticos intercontinentais, em concorrência desenfreada com a então URSS, ultrapassando-a.

3 - A vida privada dos Presidentes dos Estados Unidos, e, neste caso em particular de John Kennedy, é um poço sem fundo de imundice, de cinismo, de devassidão típica da lumpen grande burguesia capitalista, de que, numa parte significativa pertencia ou a eles estavam ligados como alto representantes.

Tudo era cenário, tudo era encoberto, tudo era mascarado. Os Kennedys políticos, tidos como progressistas, católicos fervorosos e liberais, eram de uma cupidez sem qualquer tipo de moralidade ou ética humana.



E, toda a armação política e de segurança que rodeava os Presidentes estava montada para o encobrimento da sujidade que os rodeava.

Kennedy era um escroque político e humano.

4 - Afirmar que a morte de John Kennedy foi uma acção isolada de um homem vulgar, sem grandes aptidões para se concentrar, sem capacidade militar experiente e sofisticada para disparar, a grande distância, uma arma de segunda ordem, uma espingarda da II Grande Guerra conhecida por Mannlicher-Carcano 6.5X52 mm, com uma mira telescópica quase obsoleta, que conseguiu iludir toda a vigilância dos serviços secretos e policiais que esquadrinharam, atempadamente, todos os espaços circundantes, incluindo habitações e centros comerciais,
é uma estória da carochinha.



Lee Oswald poderia ter participado no complô, mas nunca o confessou, nem nada de comprovativo ligado à sua pessoa foi encontrado na arma que foi apresentada como sendo o objecto que produziu a morte do antigo Presidente dos EUA.

Nem se pode sequer considerar como sério que os serviços de segurança e policiais deixassem, quase sem protecção, um pretenso assassino, Oswald, de um Chefe de Estado, tal à vontade para se abatido, em plena via pública, por um membro da Máfia Jack Ruby, que se apresentou como "justiceiro" do magnicídio presidencial.

(Curiosamente o Ruby era judeu, chamava-se Jacob Rubistein e trabalhava para "a família mafiosa" de Chicago).

Nada foi investigado, com objectivo de descobrir os promotores do passamento de Kennedy, incluindo todos os que eventualmente estivessem em relação conflitual com ele, desde o vice-Presidente Lyndon Jonhson, ao expoentes máximos do CIA de então, desde Allen Dulles, afastado, depreciativamente do cargo, pelo então Presidente, até ao chefe do FBI, Edgar Hoover, que lhe mostrava os dossiês que o atingiam como forma de o pressionar, nem as redes mafiosas, (italianas, cubanas, irlandesas) que o envolviam e que ele estava envolvido, desde o cantor Frank Sinatra ao seu cunhado o actor Peter Lawford, casado com uma irmã do assassinado, nem a toda a hierarquia da segurança pessoal e policial do Texas.

E inclusive a uma parte dos homens de negócios de Wall Street, que mantinham uma relação de desconfiança com a "rede capitalista", onde estava inserido o seu pai.

Todo este encobrimento (a família Kennedy nunca denunciou publicamente o que realmente se passou) faz parte do próprio sistema político e económico corrupto dos Estados Unidos e, tal como com o assassinato de Kennedy, nada se sabe de concreto com o que se passou com o 11 de Setembro de 2001, que seria impossível de concretizar por meia dúzia de "aprendizes de pilotos", vindos das montanhas do Afeganistão e Paquistão e conseguiam ultrapassar o maior sistema de vigilância electrónica aero-naval dos Estados Unidos da América.

Os golpes de Estado nos EUA procuram sempre transmitir-se para uma opinião pública acéfala como contos de encantar.

Sem comentários:

Enviar um comentário