domingo, 3 de agosto de 2014

GAZA: "MATAR GENTE INOCENTE NUNCA PODE SER UM MEIO LEGÍTIMO DE DEFESA PRÓPRIA".

1 - Nos princípios de Fevereiro de 1970, conheci em Bigene, Guiné-Bissau, um senhor de nome Yussup Djarani, que se me apresentou como libanês. 

Era comerciante naquela vila do norte da então colónia portuguesa da Guiné, sede do comando operacional unificado onde fiquei inserido, como membro de uma unidade de fuzileiros estacionada numa base da Marinha de Guerra de nome Ganturé.

Vim a conversar com o senhor Yussup - como era popularmente tratado - várias vezes, porque ele nos ofereceu, não sei a propósito de quê, repastos de carneiro assado, cuja maneira de cozinhar se assemelhava a um prato típico da minha terra de naturalidade.

Um belo dia, já com maior intimidade e com a refeição a correr com desenvoltura na língua - o senhor Yussup deveria rondar na altura os seus 60 anos e eu era um jovem oficial de 21 anos - começamos a falar do Líbano, do que fora e do que estava a transformar-se.

(O senhor falava razoavelmente o português, embora, por vezes, se lhe notasse alguma deficiências em concordâncias verbais e sujeito e predicado, mas era o menos)

Ele, a determinada altura, fez-me uma confissão que me ficou sempre na memória, e que está relacionada com o massacre nazi que sofre, actualmente, Gaza.

Disse-me então: "Eu sou um expatriado forçado, não sou libanês".

E acrescentou: "a maior parte dos libaneses que vivem na Guiné, que assim se apelidam como eu, são expatriados".

Como não percebi o que ele queria dizer, e, até porque, naquela época, não tinha uma percepção de consciência do conflito que percorria o Médio-Oriente, transmiti-lhe, precisamente, isso: que não percebia o que ele queria dizer. Perguntei-lhe mesmo: Foi expulso do Líbano?

Com os olhos marejados de lágrimas, Yussup Djarani respondeu-me que era, na realidade, palestiniano e fora expulso da sua terra - e a frase é dele - "pelo ocupante judeu" em 1948 e se refugiou no Líbano, onde conseguiu um passaporte como natural daquele país, e, através de uma "rede de emigração", que lhe custou "muito dinheiro", tinha a pretensão de seguir para o Brasil.

Contou-me ainda: "quando chegamos aqui (Guiné) disseram-nos que era o Brasil e assim ficamos".

Referiu-me então que esperava, ainda, um dia regressar à sua terra, de onde tinha sido expulso, "humilhado" - palavra dele, e, desde então sempre esteve em contacto com "os que resistiam".

Confessou-me, ainda, depois, que era partidário da Al Fatah e contribuía com dinheiro para ela se manter.

Já depois do 25 de Abril de 1974, em Lisboa, um bom par de anos depois, ao ir almoçar a um restaurante de comida árabe, assim era conhecido o local, vim a saber que fora um senhor chamado Yussup Djarani, que morrera algum tempo atrás, que montara aquele estabelecimento.

Morreu sem conseguir regressar à sua terra, de onde foi espoliado e humilhado, e expulso arbitrariamente.

Já em meados de 1971, no decorrer de uma preparação conjunta de uma operação militar, que se iria efectuar entre comandos "africanos" guineenses e fuzileiros continentais (porque os havia também de recrutamento local) vim a conhecer um tenente de nome Zacarias Saiegh, que comandava, provisoriamente, a companhia de comandos, e me pareceu mulato cabo-verdiano. Mas não era.

(Ele veio a ser promovido, mais tarde, a capitão, e, ascendeu a comandante da sua unidade, penso que até ao 25 de Abril de 1974. Sei que foi fuzilado, já depois desta data, pelas novas autoridades da República da Guiné-Bissau).



Como fui o seu interlocutor na preparação da operação e, mais tarde, no transporte em lancha de desembarque da sua unidade no dia seguinte, estivemos em cavaqueira durante longas horas.

Ele tinha ido a Conacri em Novembro de 1970, integrado na Operação Mar Verde, e eu quis saber - até porque me informaram que os principais oficiais *negros* se tinham recusado, inicialmente, a participar naquela aventura - qual a razão porque fazia parte de uma estrutura militar que lutava, directamente, contra os seus conterrâneos guerrilheiros.

Ele referiu-me que, embora fosse guineense de nascimento, era filho de um libanês comerciante em Bissau, e de uma manjaca ou macanha. 

O seu pai, ou um tio - não me recordo agora com precisão - exercia um cargo de cônsul honorário do Líbano na Guiné. 

E ele, segundo sustentou, foi pressionado para fazer parte daquele corpo militar português pela própria família. 

Recordando-me do que me dissera Yussup, perguntei-lhe se o pai era libanês ou palestiniano, e ele, depois de um compasso de espera, foi afirmativo na resposta: palestiniano.

Depois, confidenciou-me, já alta noite, que a sua família mantinha contactos com a Al Fatah e ele até já fora sondado por aquela organização para fazer parte da sua estrutura castrense, devido à sua experiência. 

Mas recusou - as palavras citadas são dele - "somente porque os interesses da família" na Guiné falavam mais alto.  

Meio a brincar, acrescentou: "tenho uma costela palestiniana e não esqueço isso".

Após a operação, nunca mais o vi. 

Quando se deu, em 1998, um golpe de Estado contra o então Presidente guineense Nino Vieira, uma das primeiras personalidades a serem mortas foi um dos responsáveis do protocolo presidencial de nome Rachid Saiegh. 

Soube, dias depois, que era irmão de Zacarias. 

2 - Esta introdução tem a ver com uma realidade: o massacre permanente de um povo - o palestianano - desde 1948, com o apoio directo das chamadas "potências ocidentais", cujo centro nazi principal está em Washington e o executor fiel é Israel.

A cumplicidade, no entanto, é total entre as classes dirigentes das restantes potências membros permanentes do Conselho de Segurança e dos oligarcas árabes e muçulmanos, com destaque para as chamadas monarquias do Golfo e os generais ditadores do Egipto.

E aqui não há meio-termo: 

não pode haver repartição de responsabilidades entre os massacrados - os palestinianos - e massacradores - israelitas, financiados, armados e apoiados directamente pelos Estados Unidos da América.

Os primeiros estão cercados, asfixiados. 

Têm todo o direito em defender-se e armar-se. 

É uma questão de sobrevivência.

É a sua identidade e a sua unidade que está em jogo.

Os restantes são os poderosos, que não cumprem, nem fazem cumprir o que foi estipulado.

Mais, Israel já não é só ocupante, é criminoso de guerra, é um abcesso em toda uma região. 

Não faz parte da solução, é um problema.








Os israelitas só fazem o que fazem porque têm as costas quentes. Sem esse apoio já tinham emigrado ou fugido todos a sete pés.

3 - Os factos: Os palestianos são os naturais organizados da Palestina há, pelo menos, mil anos. 

Nos tempos míticos bíblicos, mas essencialmente, nos períodos conturbados do início da criação do Império romano (triunvirato de Marco António, Octávio e Lépido e, em 27 AC, com a elevação, sem concorrentes, de Octávio a Augusto - o venerável, Imperator - chefe supremo do Exército -, Pontifex Maximus - Sumo Pontífice, e, Princeps Senatus - principal dirigente do Senado), a Judeia era um dos territórios enquadrado entre a Idumeia e a Samaria. 

Em meados do século II DC toda essa região, e, outras, com a província da Syria, Nabateia, Perea e Decapolis veio a chamar-se, para os romanos, Syria Palestina, sendo que a Palestina se situava entre a costa oriental do Mediterrâneo e as actuais fronteiras ocidentais do Iraque e da Arábia Saudita.

Nesta altura, a população da Judeia ficou reduzida. 



Os judeus deixaram, na realidade, aquela terra e emigraram para diferentes regiões e territórios do Império, incluindo a Península Ibérica.

Na antiga Judeia, ficou a viver uma pequena minoria, que nunca cresceu, integrando-se na vida das populações locais, já que a colonização e a movimentação de pessoas sempre foi grande naqueles territórios.

Foi a partir dos finais do século XVIII, concretamente, em 1897, que foi lançada a ideia por uma minoria ultra-capitalista a viver no centro europeu para constituir uma "pátria judaica".

Com a ascensão, nesse período, de uma "elite judaica" no domínio do capital financeiro no interior dos principais Estados da Inglaterra e Europa Central (França, Alemanha, Holanda) - a familia Rothschild já era preponderante e financiadora, através de "intelectuais" endinheirados como Theodor Herzl, o teórico do sionismo - supremacia judia, recusa de integração dos judeus nas sociedade estatais existentes, retorno à Palestina e criação de um Estado confessional judeu, como entidade integradora de todos os espaços do que eles consideravam ser o Grande Israel, ela começou a fazer "lobby" junto da burguesia enobrecida, mas na bancarrota, no poder,  comprando-a, para o objectivo pretendido. 

Iniciaram, deste modo, já no século XIX, a financiar a migração de judeus para a Palestina.

Ostensivamente, utilizaram o dinheiro em abundância que transportavam para comprar terras, principalmente, aos pequenos proprietários locais.

Criou-se consciente e paulativamente, deste então, a desconfiança entre as populações muçulmanas e esses judeus desenraizados, vindos de fora. 

Deixou de haver integração, embora não haja registos de conflitos étnicos e raciais de envergadura nessa época.

Por alturas de 1920, após a derrota do Império Otomano, a Inglaterra tomou posse, como ocupante colonizador do território da Palestina, onde se manteve até 1947, e favoreceu a penetração terrorista judia.

Desde 1917, os judeus capitalistas, com Rothschild à cabeça, na perspectiva de uma derrota otomana, em consequência da I Grande Guerra, já tinham "comprado" o governo de Sua Majestade britânica para concordar com a criação de Estado Judaico na região. 

O seu ministro dos Negócios Estrangeiros assinou, nesse ano, a "Declaração Balfour", documento então secreto. 




"Caro Lord Rothschild,
"Tenho o grande prazer de endereçar a V. Sa., em nome do governo de Sua Majestade, a seguinte declaração de simpatia quanto às aspirações sionistas, (sublinhando meu) declaração submetida ao gabinete e por ele aprovada: 
`O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento, na Palestina, de um Lar Nacional para o Povo Judeu, e empregará todos os seus esforços no sentido de facilitar a realização desse objectivo, entendendo-se claramente que nada será feito que possa atentar contra os direitos civis e religiosos das colectividades não-judaicas existentes na Palestina, nem contra os direitos e o estatuto político de que gozam os judeus em qualquer outro país.´
"Desde já, declaro-me extremamente grato a V. Sa. pela gentileza de encaminhar esta declaração ao conhecimento da Federação Sionista.
"Arthur James Balfour."


Em 1917, a Palestina - grosso modo, uma área de 30 mil Km2 - tinha uma população de um milhão de palestianos e cerca de 100 mil judeus.

Com o controlo efectivo, imperial e colonial, da Palestina, a pérfida Albion, com o cheiro do dinheiro, dividiu a região com uma manobra que visou, numa primeira abordagem, sossegar os muçulmanos: 80% do território era para eles (a actual Jordânia), os restantes 20% destinar-se-iam ao "lar judeu" vendido pelos ingleses a Rothschild em 1917 (declaração Balfour). 

(De registar, que durante o conflito mundial de 1939 e 1945, os europeus tentaram "afastar" a questão do "lar judaico" dos seus Estados, tendo havido propostas para a criação no Brasil, Angola, entre outros, e,... imagine-se, na então URSS (Stáline recebe uma petição de personalidades de descendência judia, encabeçada por Polina Molotov, mulher de Vyacheslav Mikhailovich Molotov, o ministro dos Estrangeiros para formar um Estado Judaico na Geórgia. O líder soviético verificou que estava em curso uma operação contra a unidade do regime. Polina foi presa e exilada no Casaquistão. Molotov ficou no poder, mas não apoiou a sua mulher).

Finda a II Grande Guerra, e ainda quando a Inglaterra era o colonizador da região, foi elaborado pelos chamados "ocidentais" vencedores daquela, a que se juntou a União Soviética, através do United Nations Special Commitee on Palestine, à revelia de todos os países árabes e muçulmanos, uma divisão do território maioritariamente habitado por islâmicos - mais de 2/3 - num Estado judeu (55%) e outro Estado palestiniano (45 %).

Em 1947, a Inglaterra levou esta proposta à assembleia-geral da ONU, tendo o apoio de países sul-americanos como o Brasil: 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções. 

Nessa votação, a Liga Árabe - Egipto, Síria, Líbano e Jordânia não reconhecem esse Estado judeu.

A Inglaterra, com o apoio dos ocidentais e da URSS, permitem, logo após essa aprovação, a actuação de uma organização terrorista sionista, financiada pelo capital judaico internacional, a Haganah, que entra em confronto, imediato, com a população civil, que se opõe à saída forçada das suas terras.


Perto de 400 mil palestinianos foram, neste período, expatriados.

Desde então, Israel nunca cumpriu a resolução inicial, nem aplicou as resoluções que foram aprovadas contra a sua actuação. 

Nunca.

Militarizaram-se, fizeram anexões, entraram em guerra com países vizinhos, fabricaram bombas atómicas, assassinaram, friamente e com a conivência do seu aliado subserviente de sempre, os EUA, dirigentes e políticos palestinianos.

Convém ressaltar: só conseguem fazer tais barbaridades com o apoio directo e monetário de Washington e a cumplicidade de todos os grandes países, incluindo a Rússia e a China. Para não falar dos países árabes principais, Arábia Saudita e Egipto.




Putin condecora rabino de Moscovo

Exemplos: em 1967, ocupam o deserto do Sinai, Gaza, Cisjordânia, Jerusálem Oriental e as colinas de Golão.

Em 1982, saíram de Gaza e do Sinai, mas depois de obterem a garantia do Egipto que se oporiam ao nacionalismo palestiniano.

Nesse ano, e com a cobertura dos Estados Unidos e do Egipto, invadem o Líbano, com um pretexto de virem a ocupar parte desse país - sempre o Grande Israel - sob a "roupagem" de evitarem ataques da OLP. 

Aliaram-se às milícias fascistas cristãs dos irmãos Gemayel, um dos quais Bachir veio a ser Presidente libanês, sendo assassinado. É nesta ocasião os israelitas permitem o massacre de Sabra e Chatila.


massacre de Sabra e Chatila

Em 2006, uma nova guerra com o Líbano, que os palestinianos e os islâmicos apelidaram como a sexta guerra israelo-árabe.

O pretexto é sempre o de evitar os ataques contra Israel. A retaliação. A conquista.

Essa nova guerra, pela primeira vez, terminou num fracasso com a resistência provocada por um grupo xiita libanês, Hezbolá.

Tiveram de recuar acossados e envolvidos numa guerra de guerrilha sofisticada, com nova tecnologia da parte dos resistentes.


Massacre de Gaza

4 - Deixemo-nos de rodriguinhos, de argumentos de que Israel está a fazer o que faz, porque se está a defender, de que tem direito à existência. 

A questão é: e os outros? 

Os massacrados. Só têm direito a morrer?

Porque será que um Exército poderoso, totalmente montado e apoiado pelos Estados Unidos, por terra, mar e ar, não consegue destruir um grupo de guerrilha?

Porque o que está em causa não é conter, não é evitar, mas apenas destruir, desorganizar qualquer espécie de concerto na região.

Os massacrados somente querem a sua terra e a sua unidade nacional.

Os massacradores querem o alastramento imperial, a submissão de toda uma região à sua ideologia e à sua política.






A realidade da ocupação

O pretexto inicial de Israel para iniciar a actual ofensiva foram os ataques com foguetões palestinianos.

Agora, que houve uma certa contenção, devido aos Escudos anti-misseis, fornecidos e reabastecidos pelos EUA, esse pretexto passou para túneis.

Agora, é o desaparecimento de um soldado. Que afinal morreu em combate.

Ora, este Exército massacrador somente pode realizar este avanço, porque tem o apoio total de uma retaguarda que a reabastece continuamente, porque uma guerra desta envergadura só pode ser levada a efeito com logística armamentista sofisticada e contínua que os arsenais israelitas não têm.

A responsabilidade principal vem, pois, desta retaguarda, dos seus principais financiadores que estão em Wall Street, ou seja nos EUA e na sua Administração.

É, pois, a denúncia do papel de Washington que está na ordem do dia. O seu isolamento internacional.

Temos de olhar para a realidade de um percurso dos Estados Unidos no caminho imperial da guerra pelo lado do dinheiro gasto somente no acto bélico.

É o seu próprio Congresso quem faz as contas.

Desde que abandonou os seus propósitos reais de emancipação colonial há cerca de 200 anos e se embrenhou na intervenção dos assuntos internos de outros países, os senhores da guerra centrados em Washington.

Cita-se o Serviço de Investigação do Congresso norte-americano: cerca de sete biliões de dólares.

Termino, justamente, com extractos de um respeitado jornal israelita "Haaretz", da passada quinta-feira, aliás o único grande meio de comunicação social, que não alinhou com a manipulação da classe dirigente económica, política e militar do país.

O jornal sustenta que são "incompreensíveis" os esforços das autoridades israelitas para se colocar na posição de "inocentes" no que está a suceder.

E atirar com as culpas para um débil, militarmente, Hamas (Movimento de Resistência Islâmica", cujo território está cercado e asfixiado há anos.

"Cerca de 400 mil palestinianos foram afastados dos seus lares. Mais de 1450 (na altura NM) foram mortos, dos quais 80% eram civis, metade dos quais mulheres e crianças", assinala o articulista Gideon Levy.

"O que está a suceder atinge as dimensões de um verdadeiro massacre, mas as autoridades israelitas juram que as suas mãos estão limpas e as suas consciências tranquilas porque responsabilizam o Hamas de todo o que está a acontecer", sublinhou.

E pergunta: "O Hamas é verdadeiramente uma organização terrorista?". E inquire novamente: "Acaso o Hamas tem sido mais cruel que o Exército israelita nesta guerra? Quantos israelitas querem destruir Gaza?

E o articulista ressalta com mais veemência: "a ameaça do Hamas não é nada comparável com a que pratica o regime israelita, que submete a Franja de Gaza a um assédio de sete anos e a uma ocupação de 47 anos". 

E tem um desabafo: "Matar gente inocente nunca pode ser um meio legítimo de defesa própria".





2 comentários:

  1. Uma breve resenha histórica muito conveniente, isto é, inquinada pela falta de imparcialidade.
    Vamos começar pela nomenclatura. A língua árabe não tem a letra a letra 'p'. Coloca-se a questão de se saber qual a origem da palavra palestina. Trata-se de uma corruptela da palavra hebraica plistin, que significa invasor. Consequentemente, nunca existiu uma nação palestina, um povo com uma cultura e língua distintas das demais. Houve israelitas e toda a sorte de invasores e seus descendentes Como recentemente observou S. Levy, durante o mandato britânico, também os israelitas ou judeus eram chamados 'palestinianos.
    E invasores sobre o território de Israel houve muitos, sublinho. Porquê? Encontrem a resposta numa obra insuspeita, escrita por um historiador marfinês, Daniel Amara Cissé, muçulmano, portanto: "L'Histoire Economique de L'Afrique Noire".
    Os últimos invasores foram os britânicos. O Recenseamento efetuado pelos britânicos, durante o seu mandato apurou igual número de judeus e árabes em Jerusalém em 1862.
    É contra os britanicos que em primeira mão os judeus ou israelitas, mais corretamente dito (escrito), levam a cabo a guerra de libertação de Israel. Sim, em áreas de valor estratégico-militar, os árabes foram removidos, o que não pode ser entendido como expulsão. Vejam-se os apelos feitos pelas novas autoridades israelitas dirigidos aos árabes, suplicando-lhes que ficassem, informação disponível na internet. Hoje, 25% dos deputados israelitas são árabes e ambos partilham a defesa do território, funções publicas e ambos estão presentes em todos os sectores da vida publica e privada.

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