1-
O mundo encontra-se numa encruzilhada.
Em
confronto, estão concepções de gestão do
mundo.
De
um lado, em pleno século XXI, dos grandes avanços tecnológico e científicos, uma
força retrógrada de reacção, agarrada à defesa dos valores capitalistas do século
XIX em certos aspectos, principalmente,
nas relações sociais que se podem comparar às atitudes esclavagistas do
pré-capitalismo industrial, cujo expoente cimeiro se coloca a evolução nazi do
capitalismo financeiro norte-americano.
Do
outro, um avanço, larvar e com muitos ziguezagues, mas gigantesco, ainda dentro
do sistema capitalista, que dá indícios de evoluir, todavia sem clareza, através de antagonismos crescentes de classe,
e que mostra trazer no bojo uma revolta
em que se começa evidenciar, pois as
relações sociais de produção atingiram um estádio tal, que estão a ficar
atrasadas face ao desenvolvimento que as forças produtivas já necessitam.
Estas
em fase de impulsos rápidos e empolgantes que mostram, ainda que
incipientemente, que querem fazer irromper uma nova sociedade.
A Europa quer romper com o velho capitalismo
Ou seja, o descontentamento que alastra, que leva a modificar mesmo certas posições políticas, através de eleições legislativas dentro do sistema vigente, tem um destinatário indiscutível: a arrogante, desastrosa, e, já cheirando a passado, a estrutura do capitalismo financeiro dominante a partir do imperialismo norte-americano de Wall Street.
Ou seja, o descontentamento que alastra, que leva a modificar mesmo certas posições políticas, através de eleições legislativas dentro do sistema vigente, tem um destinatário indiscutível: a arrogante, desastrosa, e, já cheirando a passado, a estrutura do capitalismo financeiro dominante a partir do imperialismo norte-americano de Wall Street.
E
é esse enfrentamento directo entre o poder social dos povos que evoluiu – ainda
que sem um sentido revolucionário, mas que contesta o poder vigarista e
fraudulento do lúmpen-capitalismo norte-americano, que está a conduzir,
cobardemente, a burguesia subserviente europeia a acolher-se a um pretenso
regaço, já cheio de buracos, de um poder imperial militar de Washington.
2 –
A destruição produtiva provocada pelo descalabro económico financeiro de
2007/8, iniciada e engendrada nos corredores de Wall Street e nas fundações e
instituições ditas académicas que definem a geo-estratégia económica e politica
imperial dos Estados Unidos da América está directamente ligada com a actual
fase de tensão internacional, que, novamente, tem, no seu centro, a execrável
permanência do lumpem capital financeiro no domínio mundial.
Os
casos presentes da Ucrânia, da Grécia e do Médio-Oriente embora, diferenciados
na geografia, em certos aspectos da política, têm em comum como essencial o
papel nefasto do grande capital financeiro, centrado em Nova York,
colateralmente na City londrina e no Vaticano.
A derrota da Ucrânia no leste é derrota americana
A derrota da Ucrânia no leste é derrota americana
Na
realidade, a contra-revolução do capitalismo financeiro de 2007/8 e as
implicações catastróficas para as economias burguesas que procuravam uma
distribuição mais cooperante dos benefícios do comércio mundial, fizeram soar
*luzes de alerta* nesses esses países sobre os verdadeiros objectivos e
actividades estratégico-económicas do lumpem capital financeiro
norte-americano.
Esses
países, apelidados, grosso modo, de emergentes, tomaram (ou estão a tomar)
posições independentes ou concertadas entre si para adquirirem um papel
crescente e diferenciado no poder político mundial.
E
esse passo fez-se, simultaneamente, por uma evolução económica capitalista
alargada que, nos próximos anos, será em crescendo e concorrência desenfreada
com a economia norte-americana.
Ora,
estes países, por um lado, e a União Europeia, por outro, para fazerem
evolucionar a sua indústria, a sua tecnologia, e, principalmente, fazer
prevalecer no mercado internacional de que poderiam desenvolver-se pela
capacidade de engrandecer e aumentar o seu poder interno de bem-estar, somente vingarão se tiverem uma política
independente de exportação em competição directa – e sem capitulação - com os
Estados Unidos, e sem a interferência imperial do poder cambial do dólar.
É, justamente, perante esta mudança
geo-estratégica face ao poder unilateral e imperial norte-americano, que
Washington – seguindo os ditames de Wall Street – e contando com os seus
cúmplices quer na UE, quer no Médio-Oriente, e, inclusive na Austrália e
Extremo-Oriente, se refina como poder nazi-fascista, interventor directo – e
sem dar cavaco às aspirações nacionais e interesses dos povos das diversas
nações - nos diferendos internos, nas intervenções armadas fora dos seus
territórios, nas intrigas assassinas nos negócios e comércios mundiais,
incluindo os de matérias-primas.
E,
é o entrave principal à efectivação de um grande espaço comercial entre os EUA
e a UE, justamente, porque aqueles pretendem controlar, sem interferência, nem
concessões, os investimentos financeiros.
Estamos,
contudo, no limiar de uma nova aventura da geopolítica mundial.
3 –
O que se passa na Ucrânia e, com similitudes na Síria e no Irão, é
demonstrativo de como a arrogância unilateral imperial norte-americana está a
soçobrar.
E,
acima de tudo, como o seu papel de cobra deslizante venenosa se está a
transformar mais em escorpião que se *mata a si próprio*.
Estado Islâmico transporta-se em veículos ocidentais
Estado Islâmico transporta-se em veículos ocidentais
A
principal razão para esta comparação está no facto de os EUA terem destruído,
desmantelarem e ostracizarem todos os regulamentos e compromissos escritos que
respeitavam a não interferência directa nos assuntos internos de outros países,
de desprezarem, sobranceiramente, os limites territoriais de Estados e Nações,
que não concordam com a sua política e de utilizarem todos os estratagemas
ditos *secretos* para desarticular o poder político interno dos países que lhe
são concorrentes ou se opõem à sua pretensão de liderança mundial militarizada.
Todos
sabemos que a Rússia aparam os movimentos separatistas na Ucrânia, mas o
*grande urso* fá-lo, dentro de uma perspectiva nacionalista, de que o leste
daquele país tem a nacionalidade russa.
Está
no fundo a defender, para já, os seus interesses nacionais imediatos.
Todavia,
até agora não humilhou a Europa, engrossou, internamente, apenas o seu poder,
fez com que os oligarcas representantes do capital nos governos da UE agissem,
debaixo da humilhação norte-americana, que atirou os países europeus para a
boca do lobo, e, Washington, colocado ao largo, espera um deslize que conduz ao
estraçalhamento europeu para colocar a pata inteiriça na maior e mais rica
potência comercial do mundo, apesar da sua crise.
E,
neste período que vai desde 2008, verifica-se a fascização continuada e
persistente dos Estados Unidos.
Estes
são os verdadeiros inimigos dos povos que desejam a liberdade de se governarem
sem ingerências.
As
crise da Ucrânia, Grécia, Médio Oriente, fizeram vir ao de cima o que
representa, na prática, a política nazi do lumpem capital internacional.
O
seu braço armado chama-se Estados Unidos da América.
Mas
também apareceu a sua fraqueza.
Eles
que se intitulavam os *polícias* dos conflitos mais latentes, estão se isolando
mesmo dos seus aliados mais próximos e mais seus dependentes, porque não têm
uma política externa e um exército comuns.
E,
tal indício é o sinal primordial de que uma nova economia, mais diversificada,
irá ganhar cidadania.
E
os seus concorrentes sabem disso e estão a ganhar a sua fatia em economia, em
política e em capacidade militar.
Felizmente,
os sinais mais evidentes de mudanças em torno dessa geo-economia, com
arremessos de pretenderem uma ruptura, estão na UE.
Mais
do que nunca, a burguesia desenvolvimentista europeia sente que se não avançar
terá atrás de si o fantasma ameaçador das movimentações radicais das classes
laboriosas.
Estas
necessitam de compreender, agora, que a transformação societária não pode ser
só num país, terá de haver um programa comum de revolução em toda essa União.
Sem comentários:
Enviar um comentário