1 – A 17 de Julho de 2014, as
principais agências de informação ocidentais noticiavam que um avião da aviação
civil da Malásia, que viajava de Amesterdão para Kuala Lumpur, com 298 pessoas a bordo, teria sido abatido
*por armamento sofisticado em terra ou no ar* na região leste da Ucrânia,
apontando, com uma grande certeza, que o autor desse abate ter sido a Rússia.
cabine de avião malaio com tiros de metralhadora
Seguiu-se uma campanha de
propaganda, tendo os Estados Unidos da América convocado, para a sexta-feira
seguinte, o Conselho de Segurança das Nações Unidas continuando o dedo apontado
à Rússia.
Através dos meios de
comunicação social norte-americanos, que os solícitos congéneres portugueses
seguiram de olhos fechados, como o então suplemento económico do Diário de
Notícias, chamado *Dinheiro Vivo*, cujo director era um funcionário chamado
André Macedo, agora director desse DN, reflectia em paragonas: *O governo dos
Estados Unidos divulgou terça-feira imagens de satélite e outras provas que
demonstravam que a Rússia treinou e equipou rebeldes ucranianos que,
alegadamente, derrubaram o avião da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo*.
E ressaltavam a propaganada
norte-americana: *Jornais com o The Washington Post ou a cadeia de
televisão CNN difundiram algumas imagens, terça-feira, por funcionários dos
serviços secretos e não identificados.
Washington Post sustentou que o avião foi abatido por separatistas ucranianos
*Os funcionários citaram dados – prosseguia o
suplemento liderado por André Macedo - de,
segundo o The Washington Post, sensores que seguiram a trajetória do míssil
que, alegadamente, abateu o avião da Malaysia Airlines, marcas de estilhaços na
aeronave, análise de conversas com os rebeldes em que assume a autoria do abate
e fotos publicadas em redes sociais.
As fontes disseram ainda que os Estados Unidos detectaram
o lançamento de míssil terra-ar no momento do acidente com o avião malaio e na
zona leste da Ucrânia controlada pelos rebeldes pró-russos.
Os norte-americanos descartam também que as forças
ucranianas sejam as responsáveis pelo abate do avião*.
Referiam, explicitamente, que o avião em causa teria
sido abatido de território controlado pelos separatistas ucranianos com mísseis
terra-ar de alcance médio da classe BUK.
(Tanto a Rússia como a Ucrânia estavam e estão na
posse de mísseis daquele tipo, mas o seu manejamento e movimentação é
facilmente referenciável).
2 – Os
russos exigiram provas aos norte-americanos.
Assinalaram, inclusive, que as tinham
porque havia satélites norte-americanos a passar no local no momento do abate.
Nunca as divulgaram…até hoje.
E, o caso para a democracia
norte-americana, era de transcendência, porque se tratava, na sua douta
apreciação de uma violação flagrante dos direitos humanos.
A
17 de Julho, o Estado Maior General das Forças Armadas russas deu uma
conferência de imprensa – e cito da Agence France Presse - e apresentou
fotografias de satélite e imagens de radar que sustentavam que um caça
ucraniano SU-25 estava a uma distância de 3 a 5 km do Boeing da Malaysia
Airlines pouco antes da queda do avião.
"Nós constatamos a presença de um avião ucraniano SU-25 voando em
direção ao Boeing malaio que se encontrava a uma distância de 3 a 5 km. O Su-25
pode chegar a uma altitude de 10 mil metros e dispõe de mísseis terra-ar que
podem disparar a até 12 km e garantir a destruição de um alvo a até 5 km",
declarou o general o general Kartapolov, daquele Estado-Maior, durante uma
conferência de imprensa no ministério russo da Defesa.
Versão do Estado-Maior russo sobre a presença de um avião militar ucraniano junto da aeronave malaia
"Nós nos perguntamos: qual o propósito de um caça estar voando naquela
altitude ao mesmo tempo que um avião civil?", acrescentou.
O general lançou outros factores que podem acusar as forças ucranianas de
ter disparado contra o Boeing que transportava 298 pessoas.
"Depois de Donetsk, o avião malaio mudou de direcção, saiu de seu
corredor e desviou para a esquerda, até 14 km. Ele então tentou voltar para o
seu corredor, mas não foi capaz de realizar essa manobra.
Às 17H20, houve uma queda significativa na velocidade e às 17H23
desapareceu dos radares dos controladores russos.
A pergunta é: porque estava fora de seu corredor, foi um erro do piloto ou
uma ordem dos controladores ucranianos?", questionou
O general também disse que os mísseis terra-ar das forças ucranianas (BUK),
capazes de derrubar um alvo a 35 quilômetros de distância, estavam posicionados
perto de Donetsk no dia da catástrofe.
"Porque as forças ucranianas estavam lá e contra quem essas armas
anti-aéreas estavam apontadas, enquanto todo mundo sabe que os combatentes
(separatistas) não têm aviões?", prosseguiu.
E referiu que a Rússia não cedia mísseis sofisticados aos separatistas.
3 – Nove meses depois, a importância transcendente dos direitos humanos desapareceu
da linguagem viperina dos dirigentes norte-americanos.
Verificamos que a guerra civil na Ucrânia continua, com o Exército de Kiev
a capitular massivamente – talvez mais de quatro mil mortos, fora os
prisioneiros e desertores.
Mas verifica-se que existem *Batalhões* formados por elementos pró-nazis,
como o Azov e outros com militantes e apoiantes do Partido *Pravyy Sektor*
(partido fascista que se diz seguidor do nazi ucraniano do tempo de Hitler,
Stepan Bandera, cuja formação paramilitar actual se apelida de Assembleia
Nacional Ucraniana de Auto-defesa-UNA-UNSO. Foi fundado por grupos como o
Tridente (Tryzub) liderados por fascistas assumidos como Dmytro Yarosh e Andriy
Tarasenko.
parte do batalhão Azov
Outros grupos militares actuantes, formando batalhões, são os *Patriotas da
Ucrânia*, a +Assembleia Nacional-Socialista* «White Hammer».
Algumas dessas unidades, com muitos estrangeiros, foram integradas, directamente, no Ministério do
Interior e destacadas para o leste, nomeadamente para Mariupol.
O objectivo actual do complexo industrial militar dos Estados Unidos,
através dos seus legisladores e congressistas é dotar estes batalhões, com armas
sofisticadas, e forçar uma guerra europeia contra a Rússia.
O seu mentor e expoente é o general norte-americano Philip Breedlove.
A ajuda militar, em armamento e homens, norte-americana está a entrar na
Ucrânia, por via dos países europeus limítrofes, dependentes do dinheiro de
Washington.
Uma propaganda desenfreada tem sido desenvolvida, como a desesperada do
actual Presiddente Pryot Poroshenko, que há dias atrás, apareceu em Davos,
(Fevereiro de 2015) a exibir documentos como sendo passaportes de soldados
russos.
Quando lhe foi pedido pelo governo russo que lhes desse cópias dos citados
passaportes, o tema desapareceu da agenda.
Poroshenko e os passaportes
4 – Chagamos novamente ao avião.
Já passaram quase nove meses e não existe
um inquérito oficial.
Os direitos humanos, segundo parece, não serviram para alguma coisa.
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