segunda-feira, 23 de março de 2015

A CORRUPÇÃO PAPAL QUE FEDE


1 - A hipocrisia papal ultrapassa todas as medidas.

O Chefe da Igreja Católica Romana foi, no passado sábado a Nápoles, Itália, e fez uma acirrada crítica à Máfia local, ele, como chefe de gangue, que vive da lavagem de dinheiro e do branqueamento de capital daquela instituição criminosa há dezenas de anos.

Numa chamada «vista pastoral», o homem que dirige a maior instituição capitalista corrupta do Mundo ocidental, a par da Wall Street norte-americana, o Banco do Vaticano, tem a lata de proferir com a maior desfaçatez: *A corrupção fede e a sociedade corrupta fede. Um cristão que deixa entrar a corrupção em si, não é cristão, fede*.

"Caros napolitanos, - falou, enchendo o peito balofo e corrupto de ar - não deixem que roubem suas esperanças. Não cedam à tentação de dinheiro fácil. Reajam com firmeza às organizações que se aproveitam e corrompem os jovens, os pobres, os necessitados, com o cínico comércio da droga e com outros crimes. Não deixem que a juventude seja aproveitada por essa gente", criticou Francisco.

Bento XVI e o chefe político da Máfia, Giulio Andreotti

Merecia somente o desprezo este paleio papal se não fosse grave a corrupção mafiosa que percorre todo o sistema católico: financeiro, social e, até político!!!!

3 – Desde os tempos do Papa Paulo VI, que se tem conhecimento documental da ligação directa do Vaticano com a MÁFIA.

O principal conselheiro económico do desaparecido Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana chamava-se Michele Sindona e era o elo de ligação entre as Máfias italiana e norte-americana e o IOR, o Banco do Vaticano, controlando parte do sistema financeiro daqueles nos Estados Unidos.

Foi *suicidado* numa prisão de máxima segurança de Itália, naturalmente à ordem dos seus patrões – laicos e religiosos.

Estávamos nos tempos da falência do banco da Igreja Católica de Milão, o Ambrosiano, cujo Presidente Roberto Calvi foi enforcado numa ponte em Londres, em 1982, cuja investigação policial veio a demonstrar que foi estrangulado num terreno baldio localizado perto e depois pendurado para que se admitisse como tendo sido um suicídio.

De todo o processo – judicial e parlamentar – italiano veio a conclui-se que o Banco Ambrosiano, cujo acionista dominante era o IOR, o banco central da Santa Sé, era um dos principais meios de lavagem de dinheiro da MÁFIA, e apoiava a manobras golpistas e terroristas da loja maçónica Propaganda Due – P2, onde pontificavam alguns dos principais cardeais, políticos, comandantes das unidades militares, dos serviços secretos e das finanças e policiais.

(Roberto Calvi era um homem de confiança do Papa Paulo VI, desde os tempos que ele fora o arcebispo primaz de Milão).

3 – Durante o reinado do Papa João Paulo II, o Banco do Vaticano foi um instrumento privilegiado da interpenetração do capital católico com o capital judeu de Wall Street.

Foi dos fundos do IOR que o Papa Paulo II utilizou, indiscriminadamente e sem prestar contas, mais de 300 milhões de euros, em associação com a Administração norte-americana, para sabotar a ligação da Polónia à antiga União Soviética.

Ligação que ainda hoje se mantém com os principais actuais dirigentes polacos.

4 – Os temas laudatórios de todos os Papas contra a corrupção são sempre desmentidos ao longo destes anos pelas auditorias e investigações (forenses ou judiciais).

Após a falência do Ambrosiano e de uma hipotética bancarrota do IOR, o Papa de então, ainda João Paulo II, socorreu-se dos bancos da OPUS DEI, nomeadamente, BBVA, SANTANDER, SABADELL, POPULAR, PASTOR e outros para refinanciar e gerir as finanças vaticanas.

Paulo VI e o fundador do OPUS DEI

O IOR – e os sistema bancários e de seguros seus associados – entrou no campo da pura especulação bolsista, que era apanágio do crescimento do lúmpen capital financeiro nos meandros sinistros e mafiosos da Santa Sé.

Na primeira década deste século, ascendeu, pois, no poderio bancário do Vaticano o OPUS DEI – com correspondência directa no aumentos dos seus hierarcas cardeais na Cúria.

É, neste intervalo, que para liderar o IOR é chamado um senhor chamado Ettore Gotti Tedeschi, que chefiava o SANTANDER em Itália.

Agudizam-se as *guerras* de poder nos corredores do Palácio Papal. Estava em causa o controlo de toda a corrupção e jogo de influência económica-política, não só em Itália, mas no mundo, incluindo os EUA.

Tedeschi elabora, então, um dossiê, que, formalmente, deveria ser secreto, mas que o jornal italiano Corriere dela Sera tornou público em Junho de 2012.


O relatório com cerca de 200 páginas, que enquadravam dezenas e dezenas de mails, apontamentos à mão, páginas de agenda com números precisos, locais de encontros e reuniões.

O jornal italiano refere mesmo que parte das informações vindas a público continuam contas cifradas dos grupos mafiosos que utilizaram o Banco do Vaticano, bem como dados assinalados sobre depósitos com chorudas comissões ilegais pagas por empresas a importantes funcionários internos e políticos italianos.

Ora, este dossiê que Tedeschi montara, para o caso de poder vir a ser *suicidado* veio a cair nas mãos da Justiça Italiana.
A Santa Sé ficou de calças na mão e actuou de imediato, com a arrogância, que lhe é habitual.

Emitiu mesmo um comunicado manifestado a *sua surpresa e preocupação*, mas fez valer logo as ameaças sobre a magistratura, sublinhando que espera que sejam tidas em conta «a máxima confiança nas prerrogativas soberanas reconhecidas à Santa Sé pela legislação internacional» e como tal essas prerrogativas, assinadas no tempo do fascista Mussolini, «sejam adequadamente respeitadas» pelas autoridades do país.

(Claro o aviso era para aqueles – autoridades - que recebiam os bónus dos envelopes da caridade papal).

O dossiê, sublinha o jornal italiano, contem todo um conjunto de documentos que mostram que o apadrinhamento da corrupção permanece dentro da Cúria romana e que Gotti Tedeschi se sentia impotente para modificar o estado de coisas.

Admitia que o IOR conteria um valor de cinco mil milhões de euros, que diziam respeito a umas 44  mil contas que não conseguiam ser controladas, pois estavam nas mãos de hierarcas eclesiásticos e muito poucas de entidades privadas.

Este dossiê já teria sido elaborado, depois do Papa, agora demissionário, Bento XVI ter emitido, em 2010, uma lei que exigia a transparência financeira, que não era posta em prática.

Tedeschi foi substituído pelo aristocrata alemão Ernest von Freyburg, membro proeminente de uma das Ordens mais secretas e endinheiradas da Igreja Católica, a Ordem de Malta.

Freyburg foi proposto pelos cinco cardeais que superintendem o IOR e provem do principal Estado financiador do Vaticano, a Alemanha.

Além do mais é o dirigente dos estaleiros controlados pelo dinheiro do Vaticano o «Blohm+Voss Group».

5 – Este trajecto de corrupção não é um desvio, inconsciente, de meia dúzia de sacerdotes que fugiram ao seu *catecismo* ideológico.

É uma acção, programada, estimulada e enquadrada desde sempre pela Igreja Católica desde que teve acesso directo ao poder económico – naturalmente ao político.

Está, perfeitamente, retratado por um dos seus homens da economia e das *batinas negras* corruptas que o fez público ao mandar entregar a sua documentação a um jornalista italiano anos atrás.

E o jornalista, Gianluigi Nuzzi, transformou esse desejo em livro, deu *voz* ao documentos de um fiel servidor da Igreja Católica Apostólica Romana.

Não era um mero sacerdote, era um alto dirigente da Cúria Papal e da administração do IOR. 

Chamava-se monsenhor Renato Dardozi, economista e homem dos grandes negócios vaticanistas.

Faleceu em 2003, e deu autorização de publicação do que sabia e tinha documentado, após a sua morte.

Nuzzi colocou parte em livro e chamou-lhe *Vaticano S.A.*, que saiu em 2009, sem qualquer desmentido formal do Papa, do IOR ou da própria Santa Sé.

Referindo-se ao Vaticano, Nuzzi escreve: "o silêncio protege toda a sua economia, e, portanto, também os negócios mais discutíveis que caracterizam a vida financeira da Igreja Roma. O silêncio protege a relação de confiança com os fiéis, evitando assim os estragos do passado mais recente. Enfim, o silêncio é indispensável para que o grupo de cardeais possa consolidar o poder que eles próprios representam, sobretudo, depois dos escândalos da Banca Privata Italiana, de Michele Sindona, do Ambrosiano, de Roberto Calvi e do IOR com o arcebispo Paul Marcinkus".

É a revista portuguesa Sábado, que sublinha já em Junho de 2012, o que continuam a serem "os negócios obscuros do banco secreto do Vaticano".

Acusando taxativamente: "Tem ligações à máfia, à política e às ilhas Caimão. Os titulares das contas são anónimos e tudo o resto é segredo. Uma das poucas coisas que se sabe é que aceita depósitos em barras de ouro".

6 – O novo Papa, um jesuíta, procurou mudar a estrutura dirigente do sistema financeiro do Vaticano, o IOR.

A grande penetração negocial dos jesuítas está centrada nas América e, curiosamente, na América do Norte. 

Eles têm bases accionistas e de poder nos grandes bancos dos Estados Unidos da América, e, em grande maioria, no sistema educacional, de saúde, e hospitalar de toda a região.

No conjunto, o Vaticano controla ou mexe os cordelinhos em cerca de 10 por cento do sistema bolsista especulativo internacional, cujo centro, apesar das mudanças que se estão a produzir no Mundo, está centrado em Wall Street.

Foi, precisamente, ao movimento especulativo bolsista que o actual Sumo Pontífice Francisco, o novo cara alegre de uma tentativa de lavagem da face negra e sinistra da corrupção papal, foi buscar, em Agosto de 2014, o francês Jean-Baptista de Franssu para Presidente excutivo do IOR.
Franssu era o directo executivo da INVESCO EUROPA e membro do comité de gestão da INVESCO Worldwide, são essencialmente magnates norte-americanos, mas, curiosamente, segundo o documento oficial desta empresa de especulação bolsista (Invesco Funds): é «um agrupamento de fundos de investimento aberto constituído ao abrigo das leis do Luxemburgo e harmonizado ao abrigo da Directiva do Conselho da EU 2009/65/CE».

Ou seja, a Santa Sé faz parte do mercado dos fundos de investimento e aposta na sua expansão.

Está a combater a corrupção? 

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Pope Francis pulls in George Pell over $700k office set-up

National Education Correspondent - Brisbane
FRUGAL Pope Francis has ­questioned Australian cardinal ­George Pell’s spending, ­according to Italy’s prestigious L’Espresso magazine.
The current affairs magazine has branded Cardinal Pell “the “Cardinal of luxury’’, claiming he last year spent half a million euros ($720,000) in six months setting up his new office after the Pope appointed him to reform Vatican finances.
It claims the Pope questioned Cardinal Pell about the cost, which included furniture, rugs, made-to-measure clothing and business-class flights.
The article, published yesterday, says the Pope was critical of an under-sink storage unit that cost €4600 and asked: “What, is it made of solid gold? Can you tell me how you managed to spend half a million euros?’’
According to the magazine, Cardinal Pell replied: “Your Holiness, trust me. I have purchased only what is needed. I know what I’m doing.’’
L’Espresso says Cardinal Pell — the former archbishop of Sydney — hired his “personal bursar’’, fellow Australian Danny Casey, on a tax-free monthly salary of €15,000.
“The monsignore wants the best for his protege,’’ the article says. “He even rented an apartment for €2900 per month in Via dei Coronari and has paid for quality furnishings for the office and the residence.’’
The bill, according to the ­report, included €33,000 for minor renovations, €7292 for “tapezzeria’’ (wallpaper or upholstery), and nearly €47,000 for furniture and wardrobes.
Mr Casey previously worked as the business manager for the Archdiocese of Sydney, organised World Youth Day 2008 in Sydney and managed the purchase and restoration of a pilgrim house, Domus Australia, in Rome. In his new Vatican position, Mr Casey is in charge of Cardinal Pell’s project management office.
At the time of his appointment last June, he said it had “taken many hours of prayer and reflection before making the decision to … relocate to Rome’’.
L’Espresso says the expenditure — which includes computers and office equipment — is “not bad for an entity that is not yet ­operational’’.
It says that in comparison, another Vatican office with five times more staff members spent €95,000 in the same period.
The article claims that Cardinal Pell regularly flies business class and spent $US1103 ($1585) on a flight from Rome to London last year.
“His travelling companion, the Australian priest Mark Withoos, paid only €274 for a seat on the same flight,’’ it says.
Cardinal Pell allegedly billed the Vatican €2508 for custom-made clerical clothing from the famed Gamarelli tailor — L’Espresso noted that the clergy usually “pay from their own ­pocket’’.
L’Espresso says the spending is notable given that Cardinal Pell has ordered a spending review across the Vatican to ensure money is spent helping the poor.
It says “the Australian’s gaffe” has irritated many in the church hierarchy.
Cardinal Pell ruffled feathers in December when he boasted that he had “discovered’’ hundreds of millions of euros that the Vatican had “tucked away’’.
Cardinal Pell and the Catholic Communication Office in Sydney did not respond in time for publication yesterday, and the Vatican refused to comment on theL’Espresso article.
artigo de um jornal australiano
Conversa de crianças. Cada vez mais corrupção, mais embrenhada na usura, mais enquadrada na vigarice financeira mundial.

A revista italiana *L´Espresso* publicou recentemente – Fevereiro - uma longa reportagem sobre as lutas de *galos* dos cardeais e confrades da instituição católica sobre o controlo do IOR.

Na revista é assinalado, com documentos internos, os posicionamentos dos hierarcas, não desmentido pelo porta-voz oficial do actual Papa, o padre Federico Lombardi, que procuram dominar as finanças do Vaticano.

Segundo a revista, estão frente a frente duas correntes, uma liderada pelo cardeal australiano George Pell – uma espécie de Ministro das Finanças papal – e outra tendo como cabeça visível Pietro Parolin, que é o Secretário de Estado do Vaticano.  

O editor do L´Espresso sublinhou, na sua justificação dos documentos, que as notícias publicadas provêem das actas da APSA  (o organismo papal que administra o património da Santa Sé), onde estão inseridos confrontos entre cardeais pela gestão do poder interno, do IOR, de hospitais estratégicos como o IDI.

A revista assinala ainda que o cardeal Pell tem um curriculum de cadastro, referenciado pelo governo australiano, quando era simples arcebispo de Sydney, como cúmplice da pedofilia que grassa na Igreja Católica da Austrália, tendo inclusive sido afastado do país e refugiar-se na Cúria, onde o Papa o elevou a cardeal.

L´Espresso denuncia que o cardeal Pell é um gastador de extravagantes sinecuras pessoais: utilizou 500 mil euros ao seu serviço, para comprar paramentos de último modelo, bem como móveis de luxo, além de ter instituído para si um salário de 15 mil euros/mês e viajar em classe executiva em aviões e em alugueres de pensões de luxo.
cardeal Pell e o actual Papa

A revista sustenta que fez esta reportagem, precisamente, para denunciar os falsos pregadores do combate à corrupção dentro do Vaticano.
  


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