quinta-feira, 30 de setembro de 2010

QUEM PROVOCOU A CRISE É QUE TEM DE PAGAR



Enquanto a especulação financeira dominar, iremos continuar de crise em crise...


No anterior mensagem, afirmávamos que a crise económica portuguesa só poderia ser resolvida a favor dos assalariados portugueses, se a alta finança fosse fortemente taxada, e inclusive, colocada, sob o fio da navalha de ficar sob o controlo directo do Banco de Portugal.

Caso contrário, o ónus da crise abater-se-ia sobre esses mesmos assalariados, com a finança nacional e internacional a sair altamente benefciada de todos os lucros e especulações que se vão seguir.

Aí estão as medidas do governo: corte drásticos sobre salários, congelamentos de pensões, impostos, directos e indirectos. Roda livre para o sector privado, com especial destaque para o controlo directo do crédito e aplicação desenfreada de juros, que o Estado português irá pagar em crescendo. A uma crise vao somar-se outro para daqui a meses.

Eu gostaria de ver as vozes da oposição a levantar-se contra este estado de coisas e a impôr salários de 1.500 euros para todos os membros do governo, das administrações estatais e privadas e para direcções-gerais. Acabar com os apoios estatais a todos os ministros: obrigá-los a seguir de transportes públicos para os seus departamentos, sem direitos a subsídios; acabar com os cartões de crédito a todo o governo e aos administradores e similares (privados e públicos); acabar com as duplas e triplas pensões de Estado, superiores a quatro mim euros, a todos os antigos detentores de cargos públicos. Separar radicalmente os empregos públicos e privados (não admitir que servidores públicos de especialidade trabalhem no sector privado); integrar a rede privada de Hospitais no sector público, fechando as que se tornassem inúteis. Impedir que deputados exerçam funções fora do Parlamento; impedir que os militares de topo continuem a ocupar cargos mesmo depois de passarem à reserva; impedir que os polícias exerçam actividades privadas; controlo restritivo dos lucros dos bancos e das suas movimentações ilegais.


A crise ficará resolvida em três tempos e a economia relançada, se a busca do equílibrio do defice for efectuado indo buscar o dinheiro ao sector produtivo inútil da sociedade.

Volto a referir integralmente a mensagem anterior:


A alta finança portuguesa - e internacional, principalmente esta - que foi o fomentadora da última crise financeira, que conduziu à crise generalizada que atinge a sociedade portuguesa (mas igualmente toda a sociedade mundial) está, hoje, num processo organizado e acelerado de ameça em geral da República e, em particular, o actual regime.

Colocada, quando a crise financeira saltou e se agudizou, sob a ameaça de ser intervencionada, e, em último caso de ser nacionalizada, essa alta finança hesitou e encolheu, momentaneamente, as garras. Foi sol de pouca dura.

O governo, que agora se "empola", dizendo que defenderá o "Estado Social" teve, nessa altura, a possibilidade de o fazer, com toda a legalidade e destroçando a arrogância da banca e dos banqueiros em três tempos. Deixava essa Banca, inútil e especulativa, cair na bancarrota e reorganizava todo o sistema financeiro, tendo como pressuposto na defesa do crédito a quem desejasse investir na produção, assegurar as receitas das segurança social, impor impostos altamente penalizadores à alta finança, e evitar que os banqueiros enviassem, ainda mais, o dinheiro em depósito para of-shores.

O governo, se fosse embuído de interesses de defesa dos assalariados, ficaria assim a *reinar* sob todo o crédito, ou seja, colocá-lo, sem pestanejar, ao serviço do "Estado Social".

Não o fez. Pelo contrário, encheu os cofres dos bancos quase falidos com a garantia do Banco do Portugal. Recorrendo depois a empréstimos, optando por se submeter aos ditames de créditos, mesmo de recusas dos mesmos em emprestar, com juros mais elevados, hipotecou praticamente todo o Estado, estando agora de calças na mão, com um défice alarmante, engordando a alta finança, indo buscar tudo o que pode aos assalariados, públicos e privados, e mesmo à pequena burguesia.

Para salvar o "Estado Social", na actual situação de chantagem do sistema financeiro (nacional e internacional), um governo que o defenda só tem uma hipotese de envergadura: lançar um novo imposto, mas um imposto sobre as grandes fortunas, sobre os financeiros especulativos, sob os magnates das bolsas, sem lamentações, nem contemplações.

Mas, não é isso que este governo está a fazer, está a preparar um conjunto de medidas mais restrivas nos benificios de quem trabalhava e irá lançar impostos adicionais ou indirectos sobre a grande massa do pessoal assalariado, que englobará uma parte significativa da classe média.

O governo para satisfazer os seus amos da finança está a esticar a corda.

As reivindicações que estão a chegar às ruas - se não forem controladas apenas para destapar a panela - vai colocar em enfrentamento um jogo de forças, que poderá fazer saltar dos carris a paz podre que se tem vivido nos últimos

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