1 – Em artigo anterior, lancei uma
discussão em torno do incremento do capital financeiro e a ascensão ao poder de
Estado das orientações teológica-religiosas, principalmente judaicas,
cristãs/católicas e islâmicas, com artifícios ideológicas para submeter as
comunidades aos ditames seculares da usura e e do egoísmo, revertidos a favor
dos hierarcas (e seus asseclas leigos) que dominam as instituições religiosas
chamadas “pró-ocidentais”, algumas das quais se intitulam islâmicas, como a Jordânia,
Marrocos ou Arábia Saudita.
A mais cínica e mais perigosa, no
momento presente, intitula-se Igreja Católica Apostólica Romana, encimada por
um ditador teológico chamado Papa (que foi buscar a sua designação latina
oficial aos antigos Imperadores romanos, Pontifex Maximus) e que, no emaranhado
de sombras reais, se apelida a si própria de Vaticano ou Santa Sé, conforme a
conveniência secular do negócio que estiver a empreender.
É o maior antro de conspiração, de
aleivosia, de podridão humana, de traficância de dinheiro, que existe no
interior de uma instituição religiosa.
Vejamos todo o maquiavelismo negocial e
político que existe no interior do Banco Papal, o IOR, o centro do poder da
Cúria Romana.
Citamos do livro do jornalista italiano Giancarlo Nuzzi “Sua Santidade – As Cartas
Secretas de Bento XVI- Como o Vaticano vendeu a alma”, para ilustrar como se
faz a usura, como se maneja o dinheiro, como todo o objectivo do poder papal é
o controlo do poder e a especulação financeira:
“MEMÓRIA
SINTÉCTICA RESERVADA AO MONSENHOR Georg Ganswwein” (secretário pessoal de
Bento XVI. O autor deste escrito é o então Presidente do IOR o membro do OPUS
DEI Gotti Tedeschi, que denunciava as conspirações e os movimentos de dinheiros
ilegais que se estavam a fazer no interior do Banco do Vaticano, com os seus grupos
financeiros, aparentemente rivais. É curioso, e de assinalar, a Santa Sé nunca
reivindica como seu toda a estrutura capitalista que manipula e governa no
Mundo. Por estas cartas, ficamos a saber algo. Claro que muito pouco. A leitura
completa do livro é mais esclarecedor).
“(…)A ordem de transferência, assinada
pelo director e vice, de uma conta do IOR para outra conta do IOR, dizia
respeito a uma operação de tesouraria para um investimento em bund alemães. O
director explicou ao investigador que a ordem foi dada informando que se
tratava de transferências de fundos, na certeza que não fossem necessárias
posteriores informações sobre o destinatário. O Credito Artigiano trabalha com
o instituto há vinte anos e deve ria conhecer como foram criados os fundos
perto de si. Foi também decidido confirmar a ordem de transferência, não
obstante a ausência de acordo escrito, sendo este atraso imputável (também) ao
próprio Credito Artigiano, no qual jaziam inutilizados 28 milhões de euros. DE
entre sete bancos com os quais o Instituto trabalha em Itália, tinha já sido
definidos acordos com cincom como conforma o facto de que no mesmo dia (6 de
Setembro) 20 milhões de euros foram transferidos da conta IOR do D.B (Deutshe
Bank) para a conta IOR JP Morgan-Frankfurt. DE notar também a surpreendente
(pouco habitual segundo os peritos) dos acontecimentos. O Credito Artigiano
comunica a operação com a autorização do Presidente do grupo bancário que é
também conselheiro do Instituto (IOR) no UIF (o gabinete italiano de câmbio da
Banca DÌtália). Este, após cinco dias, informa o Ministério Público de Roma e a
notícia é publicada antes que fôssemos informados ou contactados para dar
explicações(…)Em sede processual o investigador não dá nenhuma indicação a
respeito das hipóteses de crime de branqueamentos que não são contestadas, nem
nos interrogatórios, nem no procedimento. Tais informações foram lidas nos
jornais (Corriere della Sera). O comportamento do Corriere é curioso,
considerado a ênfase na primeira página às notícias de quinta-feira 21, para
modificar no dia seguinte, sexta-feira 22, para a página 11. Tal comportamento
curioso torna legítima qualquer suspeita sobre o papel de um acionista do
Corriere. Do interrogatório, o advogado do Instituto decide recorrer ao
Tribunal de revisão para ter os fundos disponíveis. Este recurso parece ter
incomodado o investigador que (sempre via postal) procura demonstrar com factos
precedentes (2009) que existiam outras operações que confirmavam a falta de
transparência do Instituto”.
(Ou seja, secretamente, o Presidente do
IOR assinala as transferências fraudulentas, que não passavam de meros
branqueamentos, e as denúncias partiam de faccões dentro do Vaticano, que
ficamos a saber que tem interesses directos no Deutsche Bank e no JP Morgam,
além de ser parte accionista no próprio jornal, aparentemente ligado aos
sectores sociais democratas da política italiana, o Corriere dela Sera. Eis, pois, o
retrato mais destestável da tirania do dinheiro no interior da Santa Sé.
2 – Como o Papado Romano é tenebroso e
manipulador.
Como se grita agarra que é ladrão, para
desviar a atenção dos verdadeiros ladrões.
Eis o que o actual Papa Francisco I (ele
que é um dos dirigentes principais de uma das Ordens mais ricas do Vaticano: A
Companhia de Jesus, que controla bancos, universidades, os colégios mais caros
de todo o Mundo, entre outras riquezas).

Cito da imprensa.
“O papa Francisco pediu nesta quinta-feira aos líderes
mundiais que acabem com a "tirania" do dinheiro e a "ditadura de
uma economia sem rosto" ou verdadeiro objectivo humano.
"A adoração do bezerro de ouro
encontrou uma nova e insensível imagem no culto do dinheiro e na ditadura de
uma economia que não tem rosto e que carece de qualquer verdadeiro objectivo
humano", disse Francisco aos embaixadores no Vaticano.
As ideologias mais radicalmente
favoráveis ao livre mercado criaram uma "nova, invisível e, às vezes
virtual, tirania" e seres humanos "considerados como bens de
consumo", declarou o Sumo Pontífice, que defendeu uma reforma financeira
global que beneficie a todos.
"A solidariedade, que é o tesouro
dos pobres, costuma ser considerada contraproducente, oposta à lógica da
finança e da economia", lamentou.
"O Papa tem a obrigação, em nome de
Cristo, de recordar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los,
promovê-los. O Papa solicita a solidariedade desinteressada e um retorno da
ética a favor do homem na realidade económica e financeira", completou”.
3 – Em Portugal, o actual Presidente da
República, Cavaco Silva, foi, desde a sua ascensão ao poder político em 1985,
como Primeiro-Ministro, o principal impulsionador legislativo e prático do
incremento do capital financeiro na vida societária portuguesa, por um lado,
privatizando os bancos e as companhias
de seguros a favor dos representantes do Capital; por outro, entregando parte significativa
desse capital aos interesses negociais do sistema bancário controlado pela
Igreja Católica, desde o favorecimento ao Santander até ao impulso que deu ao
desenvolvimento do Banco Comercial Português (BCP), curiosamente duas entidades
muito ligadas à OPUS DEI.

Mas o actual Chefe de Estado português
sentiu-se, agora, com forças para defender o carácter religioso do próprio poder ao
considerar que foi a intervenção dos “santos” da Igreja Católica na
regularização das acções praticas da governação.
Socorro-me, igualmente da imprensa,
"Na mesma semana, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, recorreu por duas vezes a figuras religiosas em outras tantas intervenções públicas.
Na segunda-feira agradeceu a Nossa Senhora de Fátima pelo fecho da sétima avaliação da troika, já ontem reportou-se a São Jorge".
(Embora na invocação deste último “santo” Cavaco esteja fora da História da Igreja, pois aquela já o riscou da sua “santidade”.
A questão que coloco no artigo anterior é pertinente:
Qual é a diferença entre o “rabi” judaico do partido religioso que está no poder em Israel, o “aiatola” xita, que governa o Irão, e o Presidente da República portuguesa?
Absolutamente nenhuma.
"Na mesma semana, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, recorreu por duas vezes a figuras religiosas em outras tantas intervenções públicas.
Na segunda-feira agradeceu a Nossa Senhora de Fátima pelo fecho da sétima avaliação da troika, já ontem reportou-se a São Jorge".
(Embora na invocação deste último “santo” Cavaco esteja fora da História da Igreja, pois aquela já o riscou da sua “santidade”.
A questão que coloco no artigo anterior é pertinente:
Qual é a diferença entre o “rabi” judaico do partido religioso que está no poder em Israel, o “aiatola” xita, que governa o Irão, e o Presidente da República portuguesa?
Absolutamente nenhuma.
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