1 – Os últimos acontecimentos ocorridos em Portugal, com os
pedidos de demissão do todo, aparentemente, poderoso ministro das Finanças
Vítor Gaspar, tendo a indigitação da sua sucessão recaído numa personalidade
vulgar, a ser investigada judicialmente,
chamada Maria Luís Albuquerque, com uma actividade ligada à especulação
financeira, sem qualquer atitude de valor como profissional, seguida de uma rocambolesca
demissão “irrevogável”, que deixou de ser, do presidente do CDS, Paulo Portas
(por causa, exactamente, da nomeação da dita adjunta para o cargo), bengala da
coligação que mantém com o PSD, que, de imediato, volta atrás, subindo na
hierarquia do executivo e ficando, em teoria, a controlar a área financeira e
económica governamental, apresentam uma interligação interna e externa, que para
serem, completamente, compreendidos tem de se analisados com o desenvolvimento
económico em Portugal, no geral desde o 25 de Novembro, mas, no particular, em
toda a evolução económica do país, desde que Cavaco Silva iniciou a sua
ascensão ao poder, como Primeiro-Ministro em 1985.
Quando a semi-revolução, que se seguiu ao golpe de Estado
militar de 25 de Abril de 1974, adquiriu alguma pujança, fazendo crer que
poderia levar o curso dos acontecimentos para um estádio avançado de
revolucionamento social, no entanto, foi destroçada por um contra-golpe militar-politico
em 25 de Novembro de 1975.
Todavia, o recuo imediato da acção política nessa época não deu lugar a
uma destruição sem freio dos muitos projectos de cariz revolucionário que
emergiram num espaço, muito curto, de poucos meses: nacionalizações do sistema
bancário, redistribuição da posse da terra, particularmente na região centro e
sul do país, relações contratuais de trabalho, entre outras.
Houve, realmente uma reacção a uma acção breve de ruptura,
ainda que profunda, pois foi efectuada sobre a força revolucionária popular de
meia dúzia de meses, conduzida contra o poder do Capital e contra o poder
efectivo dos partidos burgueses que se afirmavam do socialismo e do comunismo.
Houve, portanto, uma derrota, mas o recuo foi efectuado,
durante certo período, com uma burguesia no poder, mas ainda sem as alavancas
económicas totais.
De tal modo que a Constituição da República Portuguesa de 2
de Abril de 1976, aprovada, portanto, depois do golpe novembrista, se
intitulava como Socialista no seu regime e pretendia enquadrar um poder sem
classes dominantes.
As lutas políticas interpartidárias, que se seguiram, e ,
particularmente, a acção concertada entre o PS, de Mário Soares e o PPP/PSD, de
Sá Carneiro, teve um objectivo político e ideológico central, para formatar a
inflexão económico capitalista, bem como a repressão, empenhada, quer dos
soaristas, quer dos sá-carneiristas, especialmente, contra a Reforma Agrária, de efectuar
a transformação jurídico-legal-constitucional do poder de Estado.
E este caminho ainda demorou uns anos. O primeiro processo
de revisão constitucional teve um “parto” demorado – entre Abril de 1981 e 30
de Setembro de 1983.
Com o recuo dos movimentos populares, os mais influentes
políticos no seu seio, em escalas diferentes é certo, o PCP/APU/CDU, em
primeiro lugar, depois o PC (R)/UDP (ambos com representações parlamentares),
trouxeram, igualmente, uma inversão grande do seu papel parlamentar, pondo de
lado, pelo “adormecimento” da concepção revolucionária de subversão estatal,
enquanto os defensores “moderados” que apoiavam o socialismo da Constituição e
a sociedade de classe, se transformaram em defensores abertos do capitalismo
“democrático”, mudando os seus estatutos e as concepções políticas que antes
enalteciam.
O PS passou o “socialismo” para a gaveta com o inefável
salta-pocinhas Mário Soares, e mais tarde, com Vítor Constâncio, então
secretário-geral deu aos estatutos “marxistas-leninistas” do PS a nova visão de
defesa intransigente do mercado, e Sá Carneio tornou-se no defensor máximo do
capitalismo bolsista e especulativo.
(Seguiram-se outras revisões, que ajustaram o poder legista
constitucional `a marcha dos acontecimentos capitalistas. Em 1989 teve lugar a
2.ª Revisão Constitucional que deu maior abertura ao sistema económico,
nomeadamente pondo termo ao princípio da irreversibilidade das nacionalizações
directamente efectuadas após o 11 de Março de 1975.
As revisões posteriores, em 1992 e 1997, vieram adaptar o
texto constitucional aos princípios dos Tratados da União Europeia, Maastricht
e Amesterdão, consagrando ainda outras alterações referentes, designadamente, à
capacidade eleitoral de cidadãos estrangeiros, à possibilidade de criação de
círculos uninominais, ao direito de iniciativa legislativa aos cidadãos,
reforçando também os poderes legislativos exclusivos da Assembleia da
República).
2 – Com a entrada formal de Portugal na Comissão Económica
Europeu, a 1 de Janeiro de 1986, e o impulso capitalista rejuvenescido que se
deu no Mundo com o ressurgimento de uma nova potência económica chamada União
Europeia, com o mínimo de harmonia económico-política, a facção mais rapace e
desbragada do capital financeiro que juntava banqueiros sedentos de lucros
obtidos da maneira mais rápida e especulativa, a lumpen grande burguesia
financeira especulativa juntou banqueiros, grandes capitalistas, grupos de
advogados sem escrúpulos, políticos analfabetos e tidos como corruptos, como
Almeida Santos, Galvão Teles, Rui Pena, Castro Caldas, José Miguel Júdice, Mota
Amaral, Dias Loureiro, Valentim Loureiro, Fernando Nogueira, Oliveira Costa,
Mira Amaral, Arlindo de Carvalho,
António Vitorino, José Lamego, Mário
Lino, entre outros, uma chusma de assessores e jornalistas chamados de
economia, a hierarquia religiosa católica e os seus asseclas laicos, como
Jardim Gonçalves, Teixeira Pinto, Vítor Melícias, Américo Amorim, Belmiro de
Azevedo, entre outros, lançou-se ao assalto aos principais centros de poder
económico, social, cultural e político.
É, precisamente, com a chegada de Cavaco Silva ao poder
político, em 1985, que todas as classes dominantes burguesas se encavalitaram, como
fossem uma só, na cravagem das garras na repartição dos lucros escandalosos e
gananciosos das mais valias que davam entrada com os chamados dinheiros da CEE.
Com essa ascensão, desapareceu da cena política toda a aparência de um Estado Constitucional,
inserto no texto de 1976.
Os antigos partidos que se diziam revolucionários,
PCP/CDU e PCP(R) – convém dizer que o MRPP e o PCP (m-l) foram apêndices do
golpe novembrista – e o PS, que procurou dissimular a sua capitulação completa
por detrás de um slogan estafado de um “socialismo democrático”, tornaram-se
ser inúteis e os “socialistas” foram mesmo cúmplices declarados dessa lúmpen
grande burguesia capitalista.
Os governos do PSD cavaquistas intitulavam-se, num
auto-elogio degradante de subserviência, os “alunos” cumpridores dos ditames da
política do grande capital financeiro, que avassalava já a União Europeia.
Entrando no governo, em 1985, com um apoio parlamentar
minoritário, Cavaco Silva colocou em marcha uma política agressiva favorável ao
Capital, levando para o Parlamento a arrogância de que pretendia “mudar”
Portugal, atacando todos os princípios constitucionais ainda vigentes.
A sua ascensão à Presidência do PSD foi
preparada pela grande burguesia, cujo testa de ferro foi um depravado sexual
empresário ignóbil nortenho, chamado Eurico de Melo, e que se veio instalar no
poder em luta contra uma coligação PS/PSD, que estava a braços com a aplicação
titubeante de uma política de austeridade, imposta, como agora pelo FMI/capital
financeiro judeu de Wall Street, e que teve a cumplicidade descarada do então
Presidente da República general Ramalho Eanes, também ele emaranhado por mil
laços ao capital financeiro e comercial do Norte e à hierarquia da Igreja
Católica, via Opus Dei.
Formando um partido (PRD- Partido Renovador Democrático) o
falso impoluto Eanes deita abaixo, em Abril de 1987, o governo minoritário de
Cavaco Silva, sabendo que toda a camarilha de banqueiros, generais e almirante,
empresários da grande imprensa, rádio e televisão, estruturas dirigentes das
policiais, e incluindo uma chusma de vendidos antigos militantes políticos
pequenos burgueses, ditos revolucionários, reforçavam a ideia de que Cavaco
Silva seria o agente transformador da sociedade.
Deram-lhe as honrarias de
homem providencial.
Levaram os camponeses, destroçados por impostos,a incensá-lo, arregimentaram mesmo
uma classe de assalariados, saídos recentemente das fileiras do campesinato,
residentes, em amontoados bairros de lata nos subúrbios das grandes cidades.
Nas eleições de Julho de 1987, uma maioria dos portugueses
atribui a primeira maioria absoluta a uma força política conservadora não
coligada (com 50,2% dos votos para o PSD), que se havia de repetir nas eleições
legislativas de 1991.
Dessas vitórias resultaram, respectivamente, a
constituição dos XI e XII Governos Constitucionais, cujo seu chefe colocou em
marcha, com rapidez, a política do grande capital financeiro.
Os resquícios da
semi-revolução de 1975 foram arrasados, humilhados, destroçados:
introduziram-se impostos que beneficiavam à acumulação de Capital, como o IRS e
o IRC.
Privatizou-se, ao desbarato, as grande empresas públicas, revogaram-se
as leis laborais e agrárias, deu-se de bandeja as grandes estações de televisão
aos seus apaniguados privados.
Foram lançadas obras faraónicas, como o Centro
Cultural de Belém.
Embora se utilizasse uma
parte dos dinheiros recebidos da CEE para modernizar estruturas rodoviárias e
grandes parques industriais, tudo isto era controlado pela lumpem grande
burguesia capitalista especulativa, que dominava os concursos, os preços, a
distribuição de cargos públicos, a destruição da indústria, da agricultura e
das pescas em detrimento da especulação bolsista, e acentuava, na realidade,
uma penúria constante das Finanças do Estado, cujos ganhos e impostos não pagos
pelo capital financeiro seguiam para off-shores e outros paraísos fiscais.
A administração do Estado
era sugada, sem dó, nem piedade, por esses abutres financeiros, que pediam
sempre mais, transformando a sua dívida privada em pública.
(Entrega de toneladas de ouro do Banco de
Portugal a uma empresa norte-americana que terminou na falência, uma operação
conduzida por Cavaco Silva e o secretário de Estado Tavares Moreira).
Embora governasse num período de vacas gordas, colocando o
Estado numa crescente e evidente da dívida pública ao fim de 10 anos de
consulado cavaquista levou-o ao afastamento do poder: Cavaco deixa o governo,
em 1995, numa altura que o desemprego começa a subir e se fazem sentir o
desequilíbrio já acentuado dos orçamentos de Estados.
Mas o partido sucessor, o
PS tornou-se um canino seguidor dessa mesma política.
O rendimento dos
trabalhadores começou a baixar ainda mais acentuadamente, os investimentos
estrangeiros, que apostaram no apoio sem fundo do Estado e na mão de obra
intensiva, começaram a abandonar o país.
Idênticas facções
dominantes da burguesia europeia tomaram conta dos diferentes governos europeus
e das suas instituições de poder económico, como o Banco Central Europeu, e
político, como a Comissão Europeia e o Conselho Europeu, que unificava toda a
estrutura financeira e dirigia a administração já formada supranacional sob os
ditames da grande burguesia financeira capitalista financeira, centrada
essencialmente na subserviência a Wall Street e à parceria conjunta vaticana e
do lobby judeu internacional.
Toda a União Europeia, na
sua formulação política e monetária, estava a transformar-se, tal como
Portugal, numa descuidada e asfixiante entidade accionista supercapitalista,
ligada a Washington e ao Papado Romano que explorava as riquezas construídas ao
longo de cerca de 60 anos para dar ligar a um novo tipo de potência económica,
que arrecadava cada vez mais lucros, que punham de lado quer o interesse
europeu, que, essencialmente, a harmonização da sua indústria, do seu comércio,
da sua agricultura, na sua pesca e navegação, desprezando a produção que
deveria ter sido orientada para fortalecer os diferentes Estados mais débeis
dessa União.
A grande burguesia
financeira mundial colocava homens de mão, como Mário Draghi, um servidor desse
polvo chamado Goldamn Sachs, a dirigir o BCE, fazendo alastrar a crise a todo o
espaço europeu, destroçando – ou pelo
menos atrasando - a unificação política dos Estados, enlameando-os, pelo
contrário e deliberadamente, no mundo da corrupção, do saque dos tesouros
nacionais, no empobrecimento das classes assalariadas, nas fraudes mais
descaradas.
Revertendo salários,
impostos e pensões para favorecer o sistema financeiro com uma política de
roubo descarado, de ladroagem doentia, chamada austeridade.
3 – Esta política, com
nuances menos aberrantes, continuava a ser praticada pelos governos de
Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes e Sócrates, e no meio do descalabro
governamental e financeiro crescente, um homem, que se considerava providencial,
chamado Cavaco Silva, preparava, com a chusma de seus antigos ministros,
transformados em banqueiros, unidos a velha estirpe bancária, que ia dos
Espíritos Santos aos Mellos, e
escritórios de advogados, cujos sócios principais medraram no governo e no
aparelho de Estado, desde Rui Pena a Castro Caldas, passando por André
Gonçalves Pereira, Júdice e Proença de Carvalho, até José Luís Arnault, Aguiar
Branco, para unificar, finalmente, e dar rédeas soltas, à fracção da grande
burguesia que já dominava o poder de Estado.
Ascendeu ao poder em
Junho de 2006, clamando contra “a década perdida em termos de ganhos de nível
de vida”, que atribui, única e exclusivamente à governação do PS. Pedia “um
caminho”.
Com ele, subiu ao poder, preparando a sua estratégia de “pequeno Salazar”, rodeado de rufias seus apaniguados e ex-ministros, encravados na
onda lamacenta do dinheiro sujo, que iria governar, sendo Chefe de Estado,
garroteando a Constituição e impondo a sua vontade.
Sempre a vociferar,
cinicamente, contra a austeridade do “aliado” PS do arco governativo.
Um acontecimento mundial
acelerou um descontrolo total sobre a economia, fez aumentar o mal-estar geral
das populações, incrementou um descontentamento larvar, com conflitos duros de
rua e mesmo das instituições políticas quer na Europa, quer nos Estados Unidos,
mas especialmente neste: a falência técnica oficial do grande sistema bancário
norte-americano, que a administração norte-americana “esbateu” com uma
aceleração forçada de dinheiro – dólar – pondo-o em circulação e remetendo-o para o salvamento do seu sistema financeiro: a crise financeira de 2008 nos
EUA.
Propositada e por tabela,
o lobby de Wall Street “exportou” essa crise financeira para a Europa, cujos
principais bancos e companhias de seguros estavam dependentes do poder de
Washington.
Os bancos europeus – e
particularmente o sistema financeiro dos chamados países da União Europeia –
caiaram na alçada da ameaça latente da finança.
Portugal foi, justamente, dos
mais atingidos. A banca portuguesa descapitalizou-se rapidamente, com os seus
responsáveis a colocarem os seus activos em paraísos fiscais e a exigirem, como
senhores reais do poder, aos seus executivos governamentais a que aumentassem
os impostos, fizessem restrições drásticas nos salários e pensões para
“salvar”, em primeiro, lugar as instituições de rapina financeira.
Foi justamente, no início
da sua segunda passagem pela Presidência da República que Cavaco Silva,
encavalitando-se no descontentamento popular, que mostrou a sua verdadeira face:
na sua tomada de posse a 9 de Fevereiro de 2011, fez um violento discurso
contra o governo, criticando-o pela má governação – evidente – e sugerindo que
deveria ser derrubado.
Ele vai ser o porto seguro do novo governo,
entretanto eleito, numa coligação PSD/CDS, cujo lema principal é a
recapitalização bancária e o “corte” das gorduras das classes assalariadas e
sectores da média burguesia para compensar todo o chamado endividamento do
Estado ao sistema bancário.
Cavaco Silva tornou-se, deste modo, a cabeça do polvo que utilizou o défice do Estado como fonte
constante de enriquecimento do capitalismo especulador.
Durante estes dois anos,
o Chefe de Estado esteve sempre no lado mais radical da aplicação prática e sem
qualquer recuo das medidas do Memorando de Entendimento, inclusive das medidas
que os seus subordinados no governo ultrapassavam todas as metas do razoável.
Quando se começa a desmoronar todo o sistema montado, se inicia a degradação humilhante desse executivo, Cavaco Silva não tem pejo em lançar mãos de propostas que ultrapassam a Constituição para a manutenção do “status quo”, sempre na defesa do sistema financeiro da chamada tróica.
Quando se começa a desmoronar todo o sistema montado, se inicia a degradação humilhante desse executivo, Cavaco Silva não tem pejo em lançar mãos de propostas que ultrapassam a Constituição para a manutenção do “status quo”, sempre na defesa do sistema financeiro da chamada tróica.
Um governo ou
compromisso de "salvação do capital" tutelado ultrapassado tudo o que o sistema judirico-constituição
defende, em nome da “salvação nacional”.
A classe dominante, essencialmente de
Wall Street e do FMI, assim o exige.
4 – Convém seguir uma
trama desta personalidade vulgar, intriguista e cobarde, que se apelida inimiga
dos políticos, mas age, com presteza, em defesa do grande capital.
Com as ascensão, em 1985,
de Cavaco Silva significou o fim da carreira do velhos sonhos republicanos de
avental, ou de uma social-democracia capitalista, que embora já beliscados pela
arrogância da AD, de Sá Carneiro ainda se mantinha nas instituições do Estado.
Cavaco foi o começo real da
montagem e da caminhada do capital financeiro para o topo do poder de Estado.
Quando é nomeado
Presidente do PSD não era nada, mas poderia tornar-se uma personalidade
saliente, porque tinha a pretensão de representar os interesses convergentes de
diversas classes e extractos de classe da burguesia.
A partir do seu primeiro
governo de maioria absoluta tornou-se uma personalidade colectiva
para todos os partidos que representavam o capital, desde o financeiro até ao
agrário, passando pelo industrial, e ate da pequena burguesia que odiava os
“devaneios burgueses” dos socialistas que abocanhavam tudo o que fosse
interesse negocial em torno do aparelho de Estado.
A falsa imagem de ícone
de Cavaco está a e irá, ainda mais, desvanecer-se quando o vamos ficar a
conhecer ao longo dos anos, como informante policial, pequeno burguês agarrado
ao dinheiro que faz negócios obscuros, através de homens de mão que foram seus
ministros e que medraram em torno da sua figura e lhe dão umas migalhas, homem
de pequenos rancores contra os seus pequenos barões, que depois de bolsos
cheios, lhe cospem na cara, como Mira Amaral. E outros.
Estamos perante uma
figura patética do pequeno burguês que pensava agigantar-se como político e
dirigente de Estado, dando a mão ao grande capital, como o faz agora.
Mas,
presentemente, age também, com medo de ser preso, se houver uma mudança de
regime, porque se enlameou (ele e a família) em negócios de vão de escada, para
arrecadar mais uns cobres para o fim de vida.
5 – Tal como a União Europeia, e em particular Portugal, os
governos de cada um do país, especialmente os da zona euro, estão completamente
encarcerados pela fracção da grande burguesia financeira, e, esta submissão
está ligada à sua míngua de capacidade consentida de financiamento.
Nestes dois últimos anos, de intervenção do FMI e do BCE na
política interna de Portugal, mas igualmente de outros países, verificamos que
essa míngua cresceu e o desequilíbrio entre as receitas e as despesas do Estado
se aprofundaram, porque a distribuição de encargos recaiu sempre sobre os
sector assalariados e pensionistas.
Foram aplicados roubos sem nome, feitos
pelo governo, em nome do interesse nacional, simplesmente para pagar os “empréstimos”
e juros dos bancos privados, sacados a custo quase zero ao Banco Central
Europeu, e “comprados” pelo Estado a juros exorbitantes.
Os banqueiros estão a
pedir sempre mais, a pilhar o dinheiro dos contribuintes em nome de novos “empréstimos”.
Não é possível inverter esta situação, sejam quais forem as
cambalhotas, enquanto não se atingir os interesses rapinantes do capital
financeiro e sem realizar legislação drástica que obrigue, a bem ou a mal, um
redistribuição dos impostos sem os ir buscar ao lado do Capital – dentro e fora
do país.
Sem esta capacidade de restabelecer o equilíbrio nas
despesas e receitas do Estado, sem atingir o Capital financeiro, o caminho da
sociedade será para procurar uma outra via para acabar com este estado de coisas.
A bem ou a mal.
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