quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA ENTRARAM NA ERA NAZI

1 – Os Estados Unidos da América são, na actualidade, um Estado nazi.

É uma afirmação grave que faço, mas esta é a realidade e como tal deve ser encarada.

Os Estados Unidos da América, que nasceram, separando-se do colonialismo inglês, com o estandarte da democracia, desapareceram, com a evolução social e politica, do seu capitalismo, que entrou na decadência, e, procura sobreviver, em confronto com novas alternativas crescentes, incluindo um reforço da consciência de sectores importantes das classes laboriosas, pela via do poder político autoritário nazi-fascista, claro que noutras condições.

Não porque aquele país tenha já efectuado o que o regime hitleriano fez ao Mundo na segunda metade do século passado, mas porque o poder de Washington está a realizar, lenta e de maneira diferente, desde a Administração Reagan, exactamente a mesma política e actos similares, na situação actual.

Porque caminhamos – se não for sustida e destroçada - para uma guerra mundial, cujo centro de acção política é a supremacia imperial norte-americana, pejada de sangue, com o completo desprezo pelos direitos e interesses dos povos, em nome do seu «interesse nacional», o que leva às intervenções mais descaradas e inimagináveis nas soberanias dos povos e na actuação mais sanguenta em tudo que se considere revolucionário e contrário à sua expansão ideológica, económica e geo-política, temos de balizar, em termos de ideias e de debate político, o que representa, justamente, hoje, o Estado norte-americano.

A tortura nazi institucionalizada e autorizada secretamente

Os Estados Unidos da América emergiram, no final da II Grande Guerra, como uma grande potência vencedora, enquadrada, no que considerava ser a +sombra protectora+ da democracia parlamentar e do capitalismo dito liberal, em parceria com a outra grande potência vencedora da mesma guerra, a ex-URSS, assente, economicamente, no modelo de capitalismo de Estado, e, ideologicamente, defendendo o que considerava ser o seu socialismo e o caminho para o comunismo.

Como vencedores, particularmente, na Europa – desde Portugal até à antiga União Soviética – forjaram a sua reestruturação política, de uma maneira imperial, claro que atendendo à soberania, ainda que limitada de cada Estado, formando dois blocos político-económico-militares, um intitulado NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), sob a dominância total dos Estados Unidos, o outro Pacto de Varsóvia, estritamente supervisionado pela ex-URSS.

Claro que esta divisão contratual, porque realmente um Tratado de compromisso foi estabelecido em três conferências, Teerão, Ialta e Potsdam, vigorou, naturalmente com conflitos pontuais e concorrências acrescidas até ao desmembramento, primeiro da URSS, depois à separação – e nalguns casos desagregação - dos países que estavam na sua esfera de influência.

Com deste desenlace, nos princípios dos anos 90 do século passado, os Estados Unidos consideraram que o compromisso estava acabado e auto-intitularam-se *a única superpotência*, messianicamente capaz de impor, unilateralmente, o seu poder e a sua ideologia sobre todo o Mundo.

Desfizeram, deste modo, um compromisso que era mundial, e, fizeram-no, consciente e organizadamente, para controlar economicamente o mundo, sob a pata sanguenta do seu poder militar, sem qualquer pejo ou rebuço, nem sequer um mínimo de visão de que o modelo de capitalismo que defendem está a chegar ao fim.

Daí a sua arrogância, mas também o seu desespero, para procurar forjar um novo rearranjo geo-económico e geo-político que mantenha a sua visão de as diferentes nações se deveriam submeter a *uma liderança americana* (George W.Bush, a distinctly american internationalism, 1999).

Dois anos depois, após um nebuloso e sem explicação plausível de que tivesse havido um atentado terrorista organizado contra as Torres Gémeas, em Nova York, e contra o edifício do Pentágono, em Washington, de imediato foi posto em prática um plano, como se estivesse já programado com larga antecedência, todo ele enquadrado por directivas secretas do Presidente no mandato do republicano lunático religioso George W. Bush, e reforçadas, curiosamente, pelo seu sucessor, dito democrata, Barack Obama, de actuação unilateral em várias partes do Mundo, desde o Iraque ao Afeganistão, mas também em território da Rússia, Irão, América Latina e Extremo-Oriente.


O ataque às Torres Gémeas: uma operação que teve de ser controlada e autorizada internamente

Essa linha orientadora foi definida taxativamente numa *Mensagem à Nação* (Adress to the Nation) nos seguintes termos: quem não estivesse com os EUA na sua acção contra o que considerava ser terrorismo, estava ao lado dos “terroristas”, e, sofreriam as consequências.

Faço uma longa citação do que afirmou, pois estes são os eixos fundamentais da arrogância imperialista nazi.

(Naturalmente os terroristas para a plutocracia norte-americana são, acima de tudo, os que se opõem à sua hegemonia – grupos como a Al Qaeda são, pelo contrário, formações para-militares ao serviço de Washington).

“Vamos direccionar – vociferou Bush - todos os recursos que temos -  todos os meios da diplomacia, todas as ferramentas dos serviços secretos, todos os nosso meios judiciais, toda a influência financeira e todas as armas necessárias à guerra – para a destruição e para a derrota da rede global do terror (sublinhado nosso)”.

E continuou, eufórico: “Na actualidade, esta guerra não vai ser como a guerra contra o Iraque, iniciada há uma década, com uma libertação decisiva do território e uma rápida conclusão. Não será semelhante à guerra aérea lançada por nós contra Kosovo, há dois anos, em que não foram utilizadas tropas terrestres e um único americano perdeu a vida em combate”.

“A nossa resposta envolverá – sustentou - muito mais do que a retaliação imediata e as acções isoladas. O país não deve contar apenas com uma batalha, mas uma campanha longa, diferente de qualquer outra que já assistimos. Pode incluir actos dramáticos visíveis na TV (massacres e assassinatos, nota nossa) e operações secretas que tenham sucesso”.

E a sanha fascista: “Nós vamos fazer com que morram de fome por falta de financiamento, fazer com que actuem uns contra outros, entrar nos países onde vivam e obrigá-los a fugir até que não possa obter refúgio ou descanso”.

E atentar com a soberania das países:

“Vamos actuar contra as nações que dêem apoio ou refúgio seguro aos terroristas. Cada nação em qualquer região terá, agora, de tomar uma decisão: ou se coloca ao nosso lado ou serão considerados cúmplices dos terroristas”. ( A tradução é minha).

2 – Para conseguir tais pretensões, o poder de Estado norte-americano não agiu sob o descontrolo de um Presidente desmiolado, havia uma sintonia no seu interior entre o domínio económico e os seus representantes políticos principais – desde o governo ao legislativo, passando pelo aparelho militar.

No decorrer da década de 80 do século XX, com o afrouxamento do pensamento e da acção revolucionários, em particular na Europa e nas diferentes Américas, e com o declínio e inversão do papel progressista das descolonizações em África e no Extremo-Oriente, começou a emergir, primeiro e acima de tudo, nos Estados Unidos da América, todo um arquétipo conservador, que rapidamente evoluiu para um processo expansivo contra-revolucionário, que atingiu, depois, sumamente, o continente europeu, e, colateralmente, a Rússia e a China.

Todavia, a partir do final do século passado, apareceram *violadores* do acordo unilateral que o poder norte-americano tentou estabelecer, como Império, para construir «o seu espaço vital». Assunto que referiremos mais à frente.

E este «espaço vital», tal como o regime hitleriano tentou edificar em pouco tempo para vigorar mil anos, estava assente, em primeiro lugar, no domínio absoluto e sem concorrentes do capital financeiro especulativo estabelecido em Wall Street e na existência de uma moeda única prevalecente sobre todas as outras: o dólar estadunidense.

E o seu avanço mundial, para os mentores dominantes do sistema social actual norte-americano, teria de ser formatado sob um programa político, cujo modelo é - era, e sempre foi - a democracia oligárquica rotativa, entre dois partidos, que, progressivamente arredaram a representação de interesses  de outros sectores da sua classe burguesa (a industrial, a camponesa e a pequena burguesia) para se involucrarem, unicamente, na defesa da +monarquia+ bancária-financeira de Wall Street.

(Claro que esta orientação estava em marcha já desde Brenton Woods, mas este sistema, nessa época, tinha entraves geo-políticos, pois foi criado, precisamente, numa altura em que havia um compromisso contratual efectuado com o outro vencedor da II Grande Guerra, a antiga União Soviética).

Todo o percurso do poder político dos EUA, desde a Administração Ronald Reagan (1981-89), esteve apostado na constituição de uma espécie de governo mundial do capitalismo financeiro especulativo, +omnipotente, omnipresente e omnisciente+, com toda a carga real repressiva que estas «metáforas» comportam.


E, esta predisposição estava alicerçada, num programa político, montado, paulatina e progressivamente, por *uma elite cultural-pseudo académica* organizada por fundações de «estruturação política», como a Heritage Foundation ou American Enterprise Institute, ligadas ao capital financeiro de Wall Street, orientada pelos capitalistas judeus e fanáticos religiosos cristãos (desde católicos a mórmons) e os seus ideólogos espalhados, estrategicamente, por universidades e grupos de pressão.



O controlo da propaganda presidencial pelos lobbies judeus

Um dos primeiros desses ideólogos, que vai ter largamente influência na política externa de Ronald Reagan é, precisamente, Jeane Kirkpatrick, que passou do Partido Socialista dos EUA para o Partido Democrata e acabou na extrema-direita fascista do Partido Republicano.

Foi a primeira mulher embaixadora dos EUA na ONU, abertamente defensora do nazismo norte-americano: expansão imperialista, alianças com todos países fascistas contra o que ela considerava comunismo.

Os seus pares e homólogos vieram a dominar toda a estrutura decisória da Administração norte-americana e a sua política imperial, nos governos seguintes: George Bush, Bill Clinton e George W.Bush.

Convém referir e relembrar alguns e os seus cargos, quase todos judeus e apoiantes do lobby judaico e interligados com Wall Street:

Três responsáveis por crimes de guerra

Donald Rumsfeld, Dick Cheney, Paul Wolfowitz, Lewis `Scooter`Libby, Peter Rodman, Dov Kahein, Joh Bolton, Douglas Feth, Richard Perle, Robert Zoollick, Ken Adelman, entre outros.

Rumsfeld, que pertenceu – e pertence – aos lobbies do American Enterprise e o Jewish Institute for National Security Affairs, desde a sua juventude, entrou na política governamental, ainda no tempo de Nixon, a quem *aconselharam* a colocá-lo como responsável do Departamento das Oportunidades Económicas, em 1969, e, tempos depois em embaixador dos EUA junto da NATO.

Com Gerald Ford, como Presidente sucessor de Nixon, Rumsfeld é investido no cargo importantíssimo de Secretário da Defesa, com 40 anos, cujo predecessor tinha sido, justamente, um  judeu e capitalista: William Cohen.

Rumsfeld veio a ser o superpoderoso Secretário da Defesa de George W.Bush, já com toda a ascensão da “quadrilha neocons” no poder político e económico.

Outra personalidade política e capitalista que vai abrir caminho à fascização actual dos EUA é um senhor chamado Dick Cheney, que foi vice-presidente de George W. Bush, e o ideólogo e promotor das “acções secretas” sem controlo do poder militar e securitário da Administração norte-americana.

Estava ligado desde a sua entrada na política activa ao poderoso complexo militar-industrial (entre cargos em empresas de destacar a administração da Halliburton Company), mas foi, justamente no aparelho de Estado que representou, realmente, esses interesses: chefe de gabinete de Gerald Ford, secretário da Defesa de George H. W. Bush e, finalmente, vice-Presidente de George W.Bush. 

Paul Wolfowitz – começou como subsecretário de Estado para os assuntos do Extremo Oriente e Pacífico, com Reagan, subsecretário da Defesa para a Orientação Política, com George H.W. Bush e Secretário da Defesa adjunto (nº. 2 do Pentágino) com George W.Bush, seguindo depois para Presidente do Banco Mundial.

Lewis `Scooter`Libby, foi o braço direito de Cheney, como seu chefe de gabinete e assessor político do Presidente George W.Bush.

Peter Rodman. Iniciou-se como assessor político especial do secretário de Estado Henry Kissinger (Presidentes Nixon e Ford), depois director na Secretaria de Estado do Departamento de Planeamento Político, depois adjunto do subsecretário da Defesa, adjunto (e mais tarde assessor especial) do Presidente para os Assuntos de Segurança Nacional (consulado de Reagan), acabando como subsecretário da Defesa para os assuntos de Segurança Externa.

Dov Zakhein. Exerceu diversos cargos de assessor na Secretaria de Defesa no governo de Reagan, vindo a assumir a função de subsecretário da Defesa na era de Bush filho.

John Bolton. Acabou como embaixador dos EUA junto da ONU, mas iniciou-se nos meandros da política neoconservadora como subsecretário de Estado para os Asuntos de Política Externa, com Bush pai e subsecretário de Estado para o Controlo de Armamento e Segurança Externa, com Bush filho.

Douglas Feith. Trabalhou com o secretário da Defesa Caspar Wienberger (era Reagan), como conselheiro especial e foi subsecreário da Defesa, de Bush filho, com a incumbência de definir os planos de actuação externa castrense e policial.

Richard Perle. Nos anos 70, entrou no Comité do Senado que supervisiona as Forças Armadas, envolvendo-se depois com a Administração Reagan, com cargos de assessor especial do Secretário da Defesa e Presidente do Comité do departamento de Orientação Política de Defesa de Bush filho.

Robert Zoollick, Secretário da Defesa adjunto e mais tarde Presidente do Banco Mundial.
Ken Adelman. Trabalhou com Jeanne Kirkpatrick, como seu embaixador adjunto nas Nações Unidas, mas iniciou-se nos bastidores da governação, em 1969, como assessor na Secretaria do Comércio. Com Gerald Ford, foi assessor especial de Rumsfeld, na Secretaria da Defesa, sendo mais tarde, membro do Conselho da Política de Defesa.

Foi colocado, durante 17 anos, editor da política nacional do semanário Washington.

Foram estes – e outros que não se indicam por se tornar fastidioso - que formataram e enquadraram, ao longo de dezenas de anos, toda a estrutura da Administração do Estado norte-americano para os objectivos pretendidos: tornar o mundo um espaço único serviçal do capital financeiro norte-americano.
Sem olhar a meios, sem recuar em tudo o que fosse necessário fazer para manter essa supremacia, incluindo as guerras sujas, os massacres, as torturas, a destruição de Estados, fomentando o caos.

Não houve qualquer interrupção, com o negro Barack Obama. 

O branco ou negro não é indicativo de mudança política. 

O homem da finança de Chicago prosseguiu as orientações: ordens secretas, fomento de guerras (Síria, Afeganistão, Iraque, confrontos e intervenções na Ucrânia, militarização das fronteiras europeias com a Rússia).

Indicação de um homem dos neocons para Secretário da Defesa, Ashton Carter.

Este, passando de lacaio do capital (Global Tecnology Partners, Goldman Sachs, MITRE Corporations, Milretek Systems, MIT Lincoln Laboratory), entra na estrutura dos negócios da Defesa, como membro da governamental Departamento de Política de Defesa e Departamento de Ciência de Defesa, em paralelo com os grupos conservadores Conselho de Relações Externas e Grupo de Estratégia Aspen. Depois cargos de subsecretário da Defesa, secretário da Defesa Adjunto, acabando no posto actual.

3 – Será abusivo escrever que um Estado, como o norte-americano, é nazi, quando existe, formalmente, um sistema parlamentar eleitoral a funcionar?.

A questão, tal como iniciamos este artigo, não é a formalidade de uma existência política, aparentemente, democrática.

A questão é o exercício do poder absoluto de um sector de uma classe social exploradora de impor a sua supremacia, através da força, ou da guerra: interna e externamente face à maioria (s) da população (ões).

E isso tanto diz respeito a uma ditadura visível, propriamente dita, ou a um sistema de poder absoluto, encoberto por uma pretensa democracia.

Claro que o poder norte-americano não actua, despoticamente, no mundo, porque tem uma visão religiosa da sua missão.

Ela não quer impor a democracia, e pouco se preocupa com a religião, quer controlar as produções e distribuições comerciais do globo.
Acha-se com esse direito, como «interesse nacional».

Amachuca-se, em nome dele, as soberanias e os direitos dos povos, ameaçam com represálias os próprios aliados servis que se lhe submetem.

E fazem isso, porque em causa estão, justamente, não questões políticas, mas sim interesses económicos do sector que domina toda a administração da coisa pública nos EUA: 

o lúmpen capitalismo financeiro, que, face às ofensas que foram feitas aos compromissos geo-políticos no passado, os atacados estão a responder à ruptura do compromisso multilateral que existia então.

Desde os meados dos anos 70 do século passado que essa resposta se iniciou.

E essa marcha para forjar toda a argamassa autoritária e ditatorial (os EUA têm mais de 400 mil soldados destacados em cerca de 140 países) deu-se com mais veemência e evidência quando nos anos 70 do século XX, os países organizados na OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) começou a fazer frente ao poder das chamadas *sete irmãs*.

Citámo-las: Royal Dutch Shell. Actualmente, é conhecida apenas por  Shell; Anglo-Persian Oil Company (APOC). Depois denominada, British Petroleum Amoco, ou BP Amoco. Hoje, BP; Standard Oil of New Jersey (Esso); Exxon, que se fundiu com a Mobil, e deu a ExxonMobil; Standard Oil of New York (Socony). Conhecida depois por Mobil, que fundiu-se com a Exxon, formando a ExxonMobil: Texaco. Fundiu-se com a Chevron, formando a ChevronTexaco;
Standard Oil of California (Socal). Posteriormente formou a Chevron, que incorporou a Gulf Oil e posteriormente se fundiu com a Texaco.



São estas e outras multinacionais norte-americanas (ou sob forte presença do capital sedeado naquele país) ligadas ao controlo e distribuição de outras matérias-primas, como diamantes, urânio, lítio, cobalto, e mesmo no sector agro-industrial que estão ameaçados pelo despertar de outras Nações que se sentem com capacidade de defender os seus interesses e entram em concorrência, aberta ou subterrânea.

Mas, acima de tudo, porque evolui, no Mundo, uma consciência crescente de que terá de surgir, dentro de algum tempo, um novo tipo de poder, mais consentâneo com os interesses dos explorados, que leva a oligarquia política e financeira de Washington, em cumplicidade, principalmente com os seus lacaios europeus, que mostram o desespero com o rompimento de todos compromissos e acordos estabelecidos no passado.

No fundo, está a forjar-se, ainda sem um programa definido e extensivo em territórios e Estados, um partido da Revolução.

Daí, a resposta nazi, que se fomenta e evoluciona, desde os Estados Unidos até ao Japão, passado por grande parte da União Europeia, com leis secretas, actividades securitárias anti-subversivas crescentes, com preparação dos Exércitos para intervir, como sucedeu, precisamente, no interior dos EUA, no caso dos acontecimentos de Ferguson, Missouri, com as forças paramilitares no terreno, imposição de censuras, com restrições à liberdade de informação, prisões arbitrárias e mortes em crescendo por forças policiais, treinadas, justamente, para atirar primeiro e depois inquirir.

Não é de hoje, é um caminho que o grande capital financeiro está a traçar através dos poderes político e securitário-militar.

São os investigadores e jornalistas ligados aos grandes meios de comunicação social estadunidenses, que assinalam esta entrada no campo do poder fascista.

Referenciamos excertos de livros recentes e os seus autores:

*Os contornos históricos das guerras do Afeganistão e do Iraque são hoje bem conhecidos. Mas, ao longo de mais de uma década, tem sido travada uma guerra separada e paralela, um reflexo sombrio das +grandes guerras+ iniciadas pela América após os ataques do 11 de Setembro. Numa guerra obscura conduzida à volta do globo, a América tem perseguido os seus inimigos por meio de robôs assassinos e tropas de operações especiais. Tem contratado sicários para estabelecer redes clandestinas de espionagem e confiou em ditadores temperamentais, serviços estrangeiros de informações suspeitos e exércitos maltrapilhos que agem por procuração. Em locais para onde os Estados Unidos não podiam mandar tropas para o solo, personagens marginais materializaram-se para desempenhar papéis de destaque, incluindo um oficial do Pentágono, fumador inveterado, que juntou  forças com uma figura da CIA dissidente do escândalo Irão-Contras para conduzir uma operação clandestina de espionagem no Paquistão, e uma herdeira do clube de equitação da Virgínia, que fixou obcecada com a Somália e convenceu o Pentágono a contratá-la para apanhar membros da Al-Qaeda naquele país*.

*A guerra estendeu-se a múltiplos continentes, das montanhas do Paquistão até aos desertos do Iémen e do norte de África, das latentes guerras de clãs na Somália às densas florestas das Filipinas. As fundações da guerra secreta foram lançadas por um presidente conservador do Partido Republicano e abraçadas por um liberal do Partido Democrata, que se enamorou daquilo que herdou*.

“A Guerra nas Sombras – O Exército Secreto da Cia” – Mark Mazzetti (vencedor do prémio Pulitzer em 2009), jornalista do New York Times. Pertenceu às redacções do Los Angeles Times (redactor principal) e US News and World (correspondente permanente no Pantágono). Edição portuguesa `Vogais`, Junho de 2014.

O assassinato de Lumumba: programado pelos EUA

*Este livro é um resumo de algumas das 300 operações ilegais ou “actividades altamente voláteis” conduzidas pela CIA, tanto dentro como fora do território dos Estados Unidos, e retiradas das 703 páginas tornadas públicas pela CIA*.

“CIA – JÓIAS DE FAMíLIA” – Eric Frattini, escritor, investigador e guionista de documentários para as principais estações de televisão espanholas, escreve regularmente para a rádio e televisão, Edição portuguesa, Bertrand Editora, 2014.

*Debaixo desse vasto arco de acontecimentos globais, há uma história secreta da CIA e da Administração Bush, e, especialmente depois do 11 de Setembro. É uma história premonitória, uma história que demonstra de que modo é que os instrumentos mais secretos da política de segurança nacional americana foram incorrectamente utilizados. Envolve espionagem interna, abusos de poder e operações ultrajantes. É uma história que só agora pode começar a ser contada*.

“ESTADO DE GUERRA – A história secreta da CIA e da Administração Bush” – James Risen (vencedor do Prémio Pulitzer 2002). Foi jornalista do New York Times, edição portuguesa Quidnovi, Março de 2007.



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