1 –
Os Estados Unidos da América são, na actualidade, um Estado nazi.
É
uma afirmação grave que faço, mas esta é a realidade e como tal deve ser
encarada.
Os
Estados Unidos da América, que nasceram, separando-se do colonialismo inglês,
com o estandarte da democracia, desapareceram, com a evolução social e
politica, do seu capitalismo, que entrou na decadência, e, procura sobreviver,
em confronto com novas alternativas crescentes, incluindo um reforço da
consciência de sectores importantes das classes laboriosas, pela via do poder
político autoritário nazi-fascista, claro que noutras condições.
Não
porque aquele país tenha já efectuado o que o regime hitleriano fez ao Mundo na
segunda metade do século passado, mas porque o poder de Washington está a
realizar, lenta e de maneira diferente, desde a Administração Reagan, exactamente
a mesma política e actos similares, na situação actual.
Porque
caminhamos – se não for sustida e destroçada - para uma guerra mundial, cujo
centro de acção política é a supremacia imperial norte-americana, pejada de
sangue, com o completo desprezo pelos direitos e interesses dos povos, em nome
do seu «interesse nacional», o que leva às intervenções mais descaradas e
inimagináveis nas soberanias dos povos e na actuação mais sanguenta em tudo que
se considere revolucionário e contrário à sua expansão ideológica, económica e
geo-política, temos de balizar, em termos de ideias e de debate político, o que
representa, justamente, hoje, o Estado norte-americano.
A tortura nazi institucionalizada e autorizada secretamente
Os
Estados Unidos da América emergiram, no final da II Grande Guerra, como uma
grande potência vencedora, enquadrada, no que considerava ser a +sombra
protectora+ da democracia parlamentar e do capitalismo dito liberal, em
parceria com a outra grande potência vencedora da mesma guerra, a ex-URSS,
assente, economicamente, no modelo de capitalismo de Estado, e,
ideologicamente, defendendo o que considerava ser o seu socialismo e o caminho para
o comunismo.
Como
vencedores, particularmente, na Europa – desde Portugal até à antiga União
Soviética – forjaram a sua reestruturação política, de uma maneira imperial,
claro que atendendo à soberania, ainda que limitada de cada Estado, formando
dois blocos político-económico-militares, um intitulado NATO (Organização do
Tratado do Atlântico Norte), sob a dominância total dos Estados Unidos, o outro
Pacto de Varsóvia, estritamente supervisionado pela ex-URSS.
Claro
que esta divisão contratual, porque realmente um Tratado de compromisso foi estabelecido em três
conferências, Teerão, Ialta e Potsdam, vigorou, naturalmente com conflitos
pontuais e concorrências acrescidas até ao desmembramento, primeiro da URSS, depois
à separação – e nalguns casos desagregação - dos países que estavam na
sua esfera de influência.
Com
deste desenlace, nos princípios dos anos 90 do século passado, os Estados
Unidos consideraram que o compromisso estava acabado e auto-intitularam-se *a
única superpotência*, messianicamente capaz de impor, unilateralmente, o seu
poder e a sua ideologia sobre todo o Mundo.
Desfizeram,
deste modo, um compromisso que era mundial, e, fizeram-no, consciente e organizadamente, para controlar economicamente o mundo, sob a pata sanguenta do
seu poder militar, sem qualquer pejo ou rebuço, nem sequer um mínimo de visão
de que o modelo de capitalismo que defendem está a chegar ao fim.
Daí
a sua arrogância, mas também o seu desespero, para procurar forjar um novo
rearranjo geo-económico e geo-político que mantenha a sua visão de as
diferentes nações se deveriam submeter a *uma liderança americana* (George
W.Bush, a distinctly american internationalism, 1999).
Dois
anos depois, após um nebuloso e sem explicação plausível de que tivesse havido
um atentado terrorista organizado contra as Torres Gémeas, em Nova York, e
contra o edifício do Pentágono, em Washington, de imediato foi posto em prática
um plano, como se estivesse já programado com larga antecedência, todo ele
enquadrado por directivas secretas do Presidente no mandato do republicano
lunático religioso George W. Bush, e reforçadas, curiosamente, pelo seu
sucessor, dito democrata, Barack Obama, de actuação unilateral em várias partes
do Mundo, desde o Iraque ao Afeganistão, mas também em território da Rússia,
Irão, América Latina e Extremo-Oriente.
O ataque às Torres Gémeas: uma operação que teve de ser controlada e autorizada internamente
Essa
linha orientadora foi definida taxativamente numa *Mensagem à Nação* (Adress to
the Nation) nos seguintes termos: quem
não estivesse com os EUA na sua acção contra o que considerava ser terrorismo,
estava ao lado dos “terroristas”, e, sofreriam as consequências.
Faço
uma longa citação do que afirmou, pois estes são os eixos fundamentais da
arrogância imperialista nazi.
(Naturalmente
os terroristas para a plutocracia norte-americana são, acima de tudo, os que se
opõem à sua hegemonia – grupos como a Al Qaeda são, pelo contrário, formações
para-militares ao serviço de Washington).
“Vamos
direccionar – vociferou Bush - todos os recursos que temos - todos os meios da diplomacia, todas as
ferramentas dos serviços secretos, todos os nosso meios judiciais, toda a influência
financeira e todas as armas necessárias à guerra – para a destruição e para a
derrota da rede global do terror (sublinhado nosso)”.
E
continuou, eufórico: “Na actualidade, esta guerra não vai ser como a guerra
contra o Iraque, iniciada há uma década, com uma libertação decisiva do
território e uma rápida conclusão. Não será semelhante à guerra aérea lançada por
nós contra Kosovo, há dois anos, em que não foram utilizadas tropas terrestres
e um único americano perdeu a vida em combate”.
“A
nossa resposta envolverá – sustentou - muito mais do que a retaliação imediata
e as acções isoladas. O país não deve contar apenas com uma batalha, mas uma
campanha longa, diferente de qualquer outra que já assistimos. Pode incluir
actos dramáticos visíveis na TV (massacres e assassinatos, nota nossa) e
operações secretas que tenham sucesso”.
E
a sanha fascista: “Nós vamos fazer com que morram de fome por falta de
financiamento, fazer com que actuem uns contra outros, entrar nos países onde
vivam e obrigá-los a fugir até que não possa obter refúgio ou descanso”.
E
atentar com a soberania das países:
“Vamos
actuar contra as nações que dêem apoio ou refúgio seguro aos terroristas. Cada
nação em qualquer região terá, agora, de tomar uma decisão: ou se coloca ao
nosso lado ou serão considerados cúmplices dos terroristas”. ( A tradução é
minha).
2 –
Para conseguir tais pretensões, o poder de Estado norte-americano não agiu sob o
descontrolo de um Presidente desmiolado, havia uma sintonia no seu interior
entre o domínio económico e os seus representantes políticos principais – desde
o governo ao legislativo, passando pelo aparelho militar.
No
decorrer da década de 80 do século XX, com o afrouxamento do pensamento e da
acção revolucionários, em particular na Europa e nas diferentes Américas, e com
o declínio e inversão do papel progressista das descolonizações em África e no
Extremo-Oriente, começou a emergir, primeiro e acima de tudo, nos Estados
Unidos da América, todo um arquétipo conservador, que rapidamente evoluiu
para um processo expansivo contra-revolucionário, que atingiu, depois, sumamente,
o continente europeu, e, colateralmente, a Rússia e a China.
Todavia,
a partir do final do século passado,
apareceram *violadores* do acordo unilateral que o poder norte-americano tentou
estabelecer, como Império, para construir «o seu espaço vital». Assunto que
referiremos mais à frente.
E
este «espaço vital», tal como o regime hitleriano tentou edificar em pouco
tempo para vigorar mil anos, estava assente, em primeiro lugar, no domínio
absoluto e sem concorrentes do capital financeiro especulativo estabelecido em
Wall Street e na existência de uma moeda única prevalecente sobre todas as
outras: o dólar estadunidense.
E
o seu avanço mundial, para os mentores dominantes do sistema social actual
norte-americano, teria de ser formatado sob um programa político, cujo modelo é
- era, e sempre foi - a democracia oligárquica rotativa, entre dois partidos,
que, progressivamente arredaram a representação de interesses de outros sectores da sua classe burguesa (a
industrial, a camponesa e a pequena burguesia) para se involucrarem, unicamente,
na defesa da +monarquia+ bancária-financeira de Wall Street.
(Claro
que esta orientação estava em marcha já desde Brenton Woods, mas este sistema,
nessa época, tinha entraves geo-políticos, pois foi criado, precisamente, numa
altura em que havia um compromisso contratual efectuado com o outro vencedor da
II Grande Guerra, a antiga União Soviética).
Todo
o percurso do poder político dos EUA, desde a Administração Ronald Reagan
(1981-89), esteve apostado na constituição de uma espécie de governo mundial do
capitalismo financeiro especulativo, +omnipotente, omnipresente e omnisciente+,
com toda a carga real repressiva que estas «metáforas» comportam.
E,
esta predisposição estava alicerçada, num programa político, montado, paulatina
e progressivamente, por *uma elite cultural-pseudo académica* organizada por
fundações de «estruturação política», como a Heritage Foundation ou American
Enterprise Institute, ligadas ao capital financeiro de Wall Street, orientada
pelos capitalistas judeus e fanáticos religiosos cristãos (desde católicos a
mórmons) e os seus ideólogos espalhados, estrategicamente, por universidades e
grupos de pressão.
O controlo da propaganda presidencial pelos lobbies judeus
Um
dos primeiros desses ideólogos, que vai ter largamente influência na política
externa de Ronald Reagan é, precisamente, Jeane Kirkpatrick, que passou do
Partido Socialista dos EUA para o Partido Democrata e acabou na extrema-direita
fascista do Partido Republicano.
Foi
a primeira mulher embaixadora dos EUA na ONU, abertamente defensora do nazismo
norte-americano: expansão imperialista, alianças com todos países fascistas
contra o que ela considerava comunismo.
Os
seus pares e homólogos vieram a dominar toda a estrutura decisória da
Administração norte-americana e a sua política imperial, nos governos
seguintes: George Bush, Bill Clinton e George W.Bush.
Convém
referir e relembrar alguns e os seus cargos, quase todos judeus e apoiantes do
lobby judaico e interligados com Wall Street:
Três responsáveis por crimes de guerra
Donald Rumsfeld, Dick Cheney, Paul Wolfowitz, Lewis `Scooter`Libby,
Peter Rodman, Dov Kahein, Joh Bolton, Douglas Feth, Richard Perle, Robert
Zoollick, Ken Adelman, entre outros.
Rumsfeld,
que pertenceu – e pertence – aos lobbies do American Enterprise e o Jewish
Institute for National Security Affairs, desde a sua juventude, entrou na
política governamental, ainda no tempo de Nixon, a quem *aconselharam* a colocá-lo
como responsável do Departamento das Oportunidades Económicas, em 1969, e,
tempos depois em embaixador dos EUA junto da NATO.
Com
Gerald Ford, como Presidente sucessor de Nixon, Rumsfeld é investido no cargo
importantíssimo de Secretário da Defesa, com 40 anos, cujo predecessor tinha
sido, justamente, um judeu e capitalista:
William Cohen.
Rumsfeld
veio a ser o superpoderoso Secretário da Defesa de George W.Bush, já com toda a
ascensão da “quadrilha neocons” no poder político e económico.
Outra
personalidade política e capitalista que vai abrir caminho à fascização actual
dos EUA é um senhor chamado Dick Cheney, que foi vice-presidente de George W.
Bush, e o ideólogo e promotor das “acções secretas” sem controlo do poder
militar e securitário da Administração norte-americana.
Estava
ligado desde a sua entrada na política activa ao poderoso complexo
militar-industrial (entre cargos em empresas de destacar a administração da
Halliburton Company), mas foi, justamente no aparelho de Estado que
representou, realmente, esses interesses: chefe de gabinete de Gerald Ford,
secretário da Defesa de George H. W. Bush e, finalmente, vice-Presidente de
George W.Bush.
Paul
Wolfowitz – começou como subsecretário de Estado para os assuntos do Extremo
Oriente e Pacífico, com Reagan, subsecretário da Defesa para a Orientação
Política, com George H.W. Bush e Secretário da Defesa adjunto (nº. 2 do Pentágino)
com George W.Bush, seguindo depois para Presidente do Banco Mundial.
Lewis
`Scooter`Libby, foi o braço direito de Cheney, como seu chefe de gabinete e
assessor político do Presidente George W.Bush.
Peter
Rodman. Iniciou-se como assessor político especial do secretário de Estado
Henry Kissinger (Presidentes Nixon e Ford), depois director na Secretaria de
Estado do Departamento de Planeamento Político, depois adjunto do subsecretário
da Defesa, adjunto (e mais tarde assessor especial) do Presidente para os
Assuntos de Segurança Nacional (consulado de Reagan), acabando como
subsecretário da Defesa para os assuntos de Segurança Externa.
Dov
Zakhein. Exerceu diversos cargos de assessor na Secretaria de Defesa no governo
de Reagan, vindo a assumir a função de subsecretário da Defesa na era de Bush
filho.
John
Bolton. Acabou como embaixador dos EUA junto da ONU, mas iniciou-se nos
meandros da política neoconservadora como subsecretário de Estado para os
Asuntos de Política Externa, com Bush pai e subsecretário de Estado para o
Controlo de Armamento e Segurança Externa, com Bush filho.
Douglas
Feith. Trabalhou com o secretário da Defesa Caspar Wienberger (era Reagan),
como conselheiro especial e foi subsecreário da Defesa, de Bush filho, com a
incumbência de definir os planos de actuação externa castrense e policial.
Richard
Perle. Nos anos 70, entrou no Comité do Senado que supervisiona as Forças
Armadas, envolvendo-se depois com a Administração Reagan, com cargos de
assessor especial do Secretário da Defesa e Presidente do Comité do
departamento de Orientação Política de Defesa de Bush filho.
Robert
Zoollick, Secretário da Defesa adjunto e mais tarde Presidente do Banco
Mundial.
Ken
Adelman. Trabalhou com Jeanne Kirkpatrick, como seu embaixador adjunto nas
Nações Unidas, mas iniciou-se nos bastidores da governação, em 1969, como
assessor na Secretaria do Comércio. Com Gerald Ford, foi assessor especial de
Rumsfeld, na Secretaria da Defesa, sendo mais tarde, membro do Conselho da
Política de Defesa.
Foi
colocado, durante 17 anos, editor da política nacional do semanário Washington.
Foram
estes – e outros que não se indicam por se tornar fastidioso - que formataram e
enquadraram, ao longo de dezenas de anos, toda a estrutura da Administração do
Estado norte-americano para os objectivos pretendidos: tornar o mundo um espaço
único serviçal do capital financeiro norte-americano.
Sem
olhar a meios, sem recuar em tudo o que fosse necessário fazer para manter essa
supremacia, incluindo as guerras sujas, os massacres, as torturas, a destruição
de Estados, fomentando o caos.
Não
houve qualquer interrupção, com o negro Barack Obama.
O branco ou negro não é
indicativo de mudança política.
O homem da finança de Chicago prosseguiu as
orientações: ordens secretas, fomento de guerras (Síria, Afeganistão, Iraque,
confrontos e intervenções na Ucrânia, militarização das fronteiras europeias
com a Rússia).
Indicação
de um homem dos neocons para Secretário da Defesa, Ashton Carter.
Este, passando
de lacaio do capital (Global Tecnology Partners, Goldman Sachs, MITRE
Corporations, Milretek Systems, MIT Lincoln Laboratory), entra na estrutura dos
negócios da Defesa, como membro da governamental Departamento de Política de
Defesa e Departamento de Ciência de Defesa, em paralelo com os grupos
conservadores Conselho de Relações Externas e Grupo de Estratégia Aspen. Depois
cargos de subsecretário da Defesa, secretário da Defesa Adjunto, acabando no
posto actual.
3 –
Será abusivo escrever que um Estado, como o norte-americano, é nazi, quando
existe, formalmente, um sistema parlamentar eleitoral a funcionar?.
A
questão, tal como iniciamos este artigo, não é a formalidade de uma existência
política, aparentemente, democrática.
A
questão é o exercício do poder absoluto de um sector de uma classe social
exploradora de impor a sua supremacia, através da força, ou da guerra: interna
e externamente face à maioria (s) da população (ões).
E
isso tanto diz respeito a uma ditadura visível, propriamente dita, ou a um
sistema de poder absoluto, encoberto por uma pretensa democracia.
Claro
que o poder norte-americano não actua, despoticamente, no mundo, porque tem uma
visão religiosa da sua missão.
Ela
não quer impor a democracia, e pouco se preocupa com a religião, quer controlar
as produções e distribuições comerciais do globo.
Acha-se
com esse direito, como «interesse nacional».
Amachuca-se,
em nome dele, as soberanias e os direitos dos povos, ameaçam com represálias os
próprios aliados servis que se lhe submetem.
E
fazem isso, porque em causa estão, justamente, não questões políticas, mas sim
interesses económicos do sector que domina toda a administração da coisa
pública nos EUA:
o lúmpen capitalismo financeiro, que, face às ofensas que
foram feitas aos compromissos geo-políticos no passado, os atacados estão a
responder à ruptura do compromisso multilateral que existia então.
Desde
os meados dos anos 70 do século passado que essa resposta se iniciou.
E
essa marcha para forjar toda a argamassa autoritária e ditatorial (os EUA têm
mais de 400 mil soldados destacados em cerca de 140 países) deu-se com mais
veemência e evidência quando nos anos 70 do século XX, os países organizados na
OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) começou a fazer frente ao
poder das chamadas *sete irmãs*.
Citámo-las: Royal Dutch Shell. Actualmente, é conhecida apenas por Shell; Anglo-Persian Oil Company (APOC). Depois
denominada, British Petroleum Amoco, ou BP Amoco. Hoje,
BP; Standard Oil of New Jersey (Esso); Exxon, que se fundiu com a Mobil, e deu
a ExxonMobil; Standard Oil of New York (Socony). Conhecida depois por Mobil, que
fundiu-se com a Exxon, formando a ExxonMobil: Texaco. Fundiu-se com a Chevron,
formando a ChevronTexaco;
Standard
Oil of California (Socal). Posteriormente formou a Chevron, que incorporou a
Gulf Oil e posteriormente se fundiu com a Texaco.
São
estas e outras multinacionais norte-americanas (ou sob forte presença do
capital sedeado naquele país) ligadas ao controlo e distribuição de outras
matérias-primas, como diamantes, urânio, lítio, cobalto, e mesmo no sector
agro-industrial que estão ameaçados pelo despertar de outras Nações que se
sentem com capacidade de defender os seus interesses e entram em concorrência,
aberta ou subterrânea.
Mas,
acima de tudo, porque evolui, no Mundo, uma consciência crescente de que terá
de surgir, dentro de algum tempo, um novo tipo de poder, mais consentâneo com os
interesses dos explorados, que leva a oligarquia política e financeira de
Washington, em cumplicidade, principalmente com os seus lacaios europeus, que
mostram o desespero com o rompimento de todos compromissos e acordos estabelecidos
no passado.
No
fundo, está a forjar-se, ainda sem um programa definido e extensivo em
territórios e Estados, um partido da Revolução.
Daí,
a resposta nazi, que se fomenta e evoluciona, desde os Estados Unidos até ao
Japão, passado por grande parte da União Europeia, com leis secretas,
actividades securitárias anti-subversivas crescentes, com preparação dos
Exércitos para intervir, como sucedeu, precisamente, no interior dos EUA, no
caso dos acontecimentos de Ferguson, Missouri, com as forças paramilitares no
terreno, imposição de censuras, com restrições à liberdade de informação,
prisões arbitrárias e mortes em crescendo por forças policiais, treinadas,
justamente, para atirar primeiro e depois inquirir.
Não
é de hoje, é um caminho que o grande capital financeiro está a traçar através
dos poderes político e securitário-militar.
São
os investigadores e jornalistas ligados aos grandes meios de comunicação social
estadunidenses, que assinalam esta entrada no campo do poder fascista.
Referenciamos
excertos de livros recentes e os seus autores:
*Os
contornos históricos das guerras do Afeganistão e do Iraque são hoje bem
conhecidos. Mas, ao longo de mais de uma década, tem sido travada uma guerra
separada e paralela, um reflexo sombrio das +grandes guerras+ iniciadas pela
América após os ataques do 11 de Setembro. Numa guerra obscura conduzida à
volta do globo, a América tem perseguido os seus inimigos por meio de robôs
assassinos e tropas de operações especiais. Tem contratado sicários para
estabelecer redes clandestinas de espionagem e confiou em ditadores temperamentais,
serviços estrangeiros de informações suspeitos e exércitos maltrapilhos que
agem por procuração. Em locais para onde os Estados Unidos não podiam mandar
tropas para o solo, personagens marginais materializaram-se para desempenhar
papéis de destaque, incluindo um oficial do Pentágono, fumador inveterado, que
juntou forças com uma figura da CIA
dissidente do escândalo Irão-Contras para conduzir uma operação clandestina de
espionagem no Paquistão, e uma herdeira do clube de equitação da Virgínia, que
fixou obcecada com a Somália e convenceu o Pentágono a contratá-la para apanhar
membros da Al-Qaeda naquele país*.
*A
guerra estendeu-se a múltiplos continentes, das montanhas do Paquistão até aos
desertos do Iémen e do norte de África, das latentes guerras de clãs na Somália
às densas florestas das Filipinas. As fundações da guerra secreta foram
lançadas por um presidente conservador do Partido Republicano e abraçadas por
um liberal do Partido Democrata, que se enamorou daquilo que herdou*.
“A
Guerra nas Sombras – O Exército Secreto da Cia” – Mark Mazzetti (vencedor do
prémio Pulitzer em 2009), jornalista do New York Times. Pertenceu às redacções
do Los Angeles Times (redactor principal) e US News and World (correspondente
permanente no Pantágono). Edição portuguesa `Vogais`, Junho de 2014.
O assassinato de Lumumba: programado pelos EUA
*Este
livro é um resumo de algumas das 300 operações ilegais ou “actividades
altamente voláteis” conduzidas pela CIA, tanto dentro como fora do território
dos Estados Unidos, e retiradas das 703 páginas tornadas públicas pela CIA*.
“CIA
– JÓIAS DE FAMíLIA” – Eric Frattini, escritor, investigador e guionista de
documentários para as principais estações de televisão espanholas, escreve
regularmente para a rádio e televisão, Edição portuguesa, Bertrand Editora,
2014.
*Debaixo
desse vasto arco de acontecimentos globais, há uma história secreta da CIA e da
Administração Bush, e, especialmente depois do 11 de Setembro. É uma história premonitória, uma história que demonstra de que modo é que os instrumentos mais
secretos da política de segurança nacional americana foram incorrectamente
utilizados. Envolve espionagem interna, abusos de poder e operações
ultrajantes. É uma história que só agora pode começar a ser contada*.
“ESTADO
DE GUERRA – A história secreta da CIA e da Administração Bush” – James Risen
(vencedor do Prémio Pulitzer 2002). Foi jornalista do New York Times, edição
portuguesa Quidnovi, Março de 2007.
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