segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quem são os predadores financeiros?

Nos últimos meses, andam nas bocas do mundo uns seres étereos, apelidados pelos políticos dos regimes implantados na Europa, como os "ataques dos mercados". E coitados, esses políticos europeus mostram-se indignados com essa "especulação" que parece pairar no ar, como vampiros, que só andam de noite clandestinamente, por isso nunca são vistos.

E então decretam medidas de austeridade para fazer frente a esses ataques, medidas estas que atingem sempre os de baixo e nunca esses especuladores.

Mas então não têm rosto? Os governantes desconhecem onde estão?

Claro que tem rosto e as suas moradas são conhecidas, mas os nossos púdicos governantes procuram esconder-lhe as faces, pois também os iam atingir. E desse modo deslindar toda a ligação que os enquadra, como representantes políticos, desses predadores.

Os especuladores não são nada mais nada menos que os grandes capitalistas financeiros, agiotas de Wall Street, os grandes banqueiros que dominam toda a economia mundial, e em particular a do chamado mundo ocidental, a que se juntam hoje também os capitalistas especuladores chineses e russos.

Depois da desagregação do sistema soviético de capitalismo de Estado nos finais dos anos 80 do século passado, o então Presidente dos EUA Ronald Reagan lançou aos quatro ventos o anúncio de que a democracia vencera no Mundo e que, a partir daí, iria implantar-se, por todo o lado, o dominio do liberalismo económico mais desenfreado.

Na realidade, Reagan estavam a ser o porta-voz político da fracção mais rapace do capitalismo, a aristocracia financeira. E quem é esta elite financeira nos EUA? Essencialmente, os especuladores liderados pelo lobby judeu que domina a economia daquele país.

Os grandes banqueiros, os especuladores da Bolsa, os chamados empresários de sucesso dos negócios predadores e obscuros, em torno dos branqueamentos de capitais, tráfico de droga e movimentações de dinheiro em paraísos fiscais, tornaram-se os seres omnipotentes a quem os governantes de então, desde Reagan, Clinton, Blair, Mitterand, Chirac, Andreotti, Helmut Kohl, Filipe Gonzalez, Mário Soares até aos actuais Obama, Gordon Brown, Zapatero, Sócrates, Barroso, Merkel, Berlusconi, Lula da Silva, entre outros, se tornaram obedientes vassalos e seus homens de mão na governação, permitindo todo o tipo de malfeitorias, publicando legislação favorável aos negócios, adjudicando-lhes chorudos concursos públicos, afundando-se na dívida pública, levando os Estados à bancarrota ou quase.

Ora, são esses grandes banqueiros, esses especuladores da Bolsa, que estão a forçar os Estados, através dos seus governantes cúmplices, para conseguir realizar novos contratos, através de mais empréstimos nas condições mais desfavoráveis para esses mesmos Estados, levando a um roubo descarado dos contribuintes líquidos, a maioria dos trabalhadores, a quem lhe vão ser retirados salários, benefícios sociais.

E esses especuladores, que arruinam também um elevado número de pequenos capitalistas, vão ter, nos próximos tempos, fortunas majestosas, adquiridas com rapidez extraordinária. Assim aconteceu, recentemente, nos EUA com o grupo financeiro Sachs Goodmans, que recebeu muitis e muitos milhões de dólares de "ajuda" do Estado, e, com novos processo especulativos, emprestando dinheiro ao próprio Estado, já afirma que os seus lucros são elevados este ano.

O actual liberalismo económico mundial não é mais do que uma enorme sociedade de acções que saca a riqueza de cada país, dos seus asslariados e até dos seus capitalistas menores, para distribuir os dividendos pela aristocracia financeira, deixando umas migalhas para os governantes e o séquito de assessores e consultores que os servem.

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