sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ARMAS PARA ARÁBIA SAUDITA: UMA ESCALADA ESTRATÉGICA


















Aviões e misseis ultrasofisticados para Exércitos anedóticos...



Com alarido noticioso e sem qualquer atitude crítica da chamada imprensa ocidental face a esta escalada armamentista, ficamos a saber que o governo norte-americano, com a complacência e o apoio de Israel - a notícia é das agências noticiosas internacionais -informou, quinta-feira, o Congresso do seu país, que pretende vender armamento à Arábia Saudita, avaliado em valores monstruosos de 60 mil milhões de dólares.

Em nome de uma pretensa defesa de valores democráticos, os EUA estão a militariazar a região sob a sua tutela, procurando manter, sob controlo absoluto, as riquezas naturais da região, em especial o petróleo e o gás natural.

Ora esta medida não é um acto isolado: as nações monárquicas teocráticas, normalmente fantoches, sustentadas pelo chamado mundo ocidental, que vivem da venda do petróleo, são forçadas pelos seus "protectores" a comprarem armamento sofisticado (que, na realidade, nem podem usar, porque nem sequer Exércitos, minimamente eficazes, comportam).

Prevê-se que, nos próximos quatro anos, essas monarquias árabes da região do Golfo venham a comprar cerca de 123 mil milhões em armamento.

Claro que os EUA, através do seu complexo industrial-militar, está na linha da frente. São os principais fornecedores. Mas, não só: a Grá-Bretanha e a França seguem-llhe as pisadas, em concorrência com a Rússia e, em menor escala, a China.

Há dez anos o "papão" era o Iraque "agressivo"; agora é o Irão, que se tornou independente do ponto de vista do fornecimento de armas do Mundo ocidental. Logo, um perigo em potência.

A maioria dos países do Golfo Pérsico já possuem ou estão recebendo baterias antimísseis Patriot, que não os sabem usar, pois são manipulados por técnicos norte-americanos.

Os Emirados Árabes Unidos estão interessados na obtenção dos sistemas antimísseis THAAD (Terminal High Altitude Area Defence) da Lockheed Martin dos Estados Unidos. Além disso, há negociações em estágio avançado para a compra de 8O aviões de combate Rafale, da Dassault.

As autoridades sauditas estão preocupadas também em dotar as suas Forças Armadas de equipamentos adequados para combater, em primeiro lugar, eventuais insurreições internas, a exemplo do que já sucede nas operações contra os rebeldes Houthi Shia, estes sedeados no vizinho Yemen.

O Qatar, país onde está localizada a Base Aérea de Al-Udaid, sede do comando central das forças norte-americanas no Golfo, é o mais parco em despesas militares, aliás desnecessárias pois a presença militar dos Estados Unidos transformou o país num "protectorado".

Pelos modelos de armamento vendido pelos EUA à Arábia Saudita, verifica-se que esta transacção poderá ter objectivos estratégicos mais profundos, possivelmente o envolvimento do país numa refrega com o Irão, já que o negócio envolve 84 novos F-15 da Boeing, 70 helicópteros Apache, 36 aparelhos menores, denominados AH-6M Little Bird e 72 helicópteros Black Hawk, entre outros armamentos, além da actualização tecnológica de 70 caças F-15 que Riad já possui. Ou seja, material militar para projectar a longa distância.

Nesta região do Médio-Oriente, a presença militar norte-americana, com ocupações prolongadas (Afeganistão, Iraque) estão a mostrar-se desastrosas e a refazer alianças regionais, que se podem tornar hostis para Washington: caso do Líbano, Iraque, Afeganistão e mesmo Iemen.

Há um perigo evidente de a região entrar numa escalada de guerra.

Não se pode esquecer que o Médio-Oriente não é a única região cuja corrida armamentista se intensifica: a Ásia e a América Latina são locais onde tais factos se tornam evidentes. Sempre por detrás da escalada estão os traficantes oficiais de Washington.

Segundo um Relatório de 2009 do Congresso dos EUA, este país é o maior fornecedor de armas do mundo por ano. Domina, precsiamente, 2/ do mercado mundial. È um negócio de Estado, centrado no Pentágono: mais de 37,8 mil milhões de dólares/ano.

O relatório realizado pela comissão da Biblioteca do Congresso norte-americano assinala para um controlo de 68,4% do volume de negócios não confidenciais firmados internacionalmente.

Tendo facturado 37,8 bilhões de dólares, o complexo industrial-militar norte-americana surge à cabeça, tendo em segundo lugar a Itália, com 3,7 mil milhões, e a Rússia, com 3,5 mil milhões.






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