Xanana Gusmão, com a sua mulher australiana Kyrsty Sword, que tinha acesso à prisão de Cipinang na Indonésia, quando aquele estava preso
1 – No passado domingo, teve lugar a segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste, que vieram a
ser ganhas, nas urnas, pelo antigo comandante-em chefe das Forças Armadas do pais
Taur Matan Ruak, com uns significativos 61,23 por cento.
Na liça, estava também o candidato do partido FRETILIN, antigo grupo político e militar da
resistência timorense ao ocupante indonésia, que “professou” em tempos idos uma
via revolucionária para aquela antiga colónia portuguesa no Extremo-Oriente.
Aparentemente, tratou-se de uma vitória expressiva de Ruak num país
governado sob a tutela militar da Austrália, e, por tabela, das principais
potências ocidentais.
Timor-Leste é território cobiçado, pois é rico em petróleo e gás natural.
2 – Tirando o formalismo da vitória eleitoral, que os observadores dos
países ocidentais se apressaram a considerar como justas e pacíficas,
verificamos pelas palavras proferidas pelo ainda Chefe de Estado do país, Ramos
Horta, que, na realidade, existiram fraudes, praticadas pela própria
instituição estatal dominante, em especial o governo liderado por Xanana
Gusmão, que já foi Presidente da República do país.
Referiu, explicitamente, Ramos Horta – e cito as declarações transmitidas
pela imprensa internacional - que o actual primeiro-primeiro do país, Xanana
Gusmão, que apoiou a candidatura de Taur Matan Ruak, através do Conselho
Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), partido que lidera, mobilizou todos
os recursos do Estado, do governo e do partido para apoiar o ex-chefe das
Forças Armadas.
“Portanto fou uma luta desigual, porque a FRETILIN é um partido e não teve
o endosso direito de nenhum outro partido, enquanto o lado do Taur teve toda a
máquina do governo e do CNRT por detrás dele”, sublinhou Horta.
Com esta confissão, o próprio Chefe de Estado reconhece que as eleições não
foram justas e que a eleição de Ruak esteve viciada.
3 – Como o próprio Horta assinala, nas próximas legislativas, a FRETILIN
deve ser o partido vencedor. E, ele sustenta que o que “conta” para a governação efectiva de Timor-Leste são essas
eleições.
Ou seja, o poder real eleitoral legislativo irá recair sobre a FRETILIN, que já foi afastada, anteriormente, da chefia do
governo, por uma coligação em que Xanana Gusmão e o próprio Horta montaram para
evitar o acesso ao poder daquele partido.
E tal manobra teve o apoio da chamada comunidade internacional, com
particular a Austrália.
Iremos ter, a breve prazo, uma situação idêntica à da Guiné-Bissau, com as
potências externas, vias intermediários internos, a fomentaram a divisão do
povo de Timor?
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