quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A QUEM SERVE O ATENTADO DO CHARLIE HEBDO?


1 – Foi praticado um atentado ignóbil e tenebroso contra um jornal de esquerda – satírico – francês, chamado *Charles Hebdo*.

Não visou apenas atingir um jornal que fazia umas caricaturas de Maomé, como se levantou em coro, toda a máfia *civilizada* da chamada democracia ocidental.

Tratou-se sim um ataque a um tipo de pensamento que colocava em causa toda a cobardia burguesa capitalista, seja sob a forma de representação parlamentar ou ditatorial (laica ou teológica), fosse política, económica ou religiosa.


Este é o busílis da questão, e o centro do debate com que devemos encarar o assunto.

Naturalmente, a ideologia dominante tentou canalizar o acto em si para um fanatismo religioso islâmico, centrado numa obscura estrutura, que se apelida de *Estado Islâmico*, e que antes do 11 de Setembro de 2001, se intitulava Al Qaeda.

Curiosamente, ambas as estruturas surgiram do financiamento, formação militar e apoios logísticos, principalmente dos Estados Unidos da América, com a cumplicidade declarada da França, Inglaterra e Alemanha.

Em certo sentido, estas estruturas, também têm objectivos próprios que procuram fortalecer-se, buscando alguma autonomia dos seus *pais fundadores*.

Isto só é *meia-verdade*, na realidade, tal tipo de organizações não vivem, nem conseguem medrar fora da logística, apoio e financiamento dos seus tutores. 

São instituições caras, formadas normalmente por *mercenários* perfeitamente instruídos em treino militar de tropas especiais.

Raramente, conseguem fugir a quem as governa.

Servem sempre objectivos.

Podem ser pagas, directamente, pela Arábia Saudita e monarquias do Golfo, mas só existem se os seus chefes superiores o permitem.

2 – Quando se pesquisa sobre os dados que nos são transmitidos pelos órgãos de informação das classes dominantes ocidentais, verificamos que os presumíveis suspeitos do atentado o fizeram com uma frieza e uma estrutura de movimento e de informação que somente poderia ser dada por quem *está dentro* do que se está a passar.

Atentado contra o navio Rainbow Warrior da greenpeace, na Nova Zelândia. 
A sede do jornal Charlie Hebdo, considerada de alto risco, apenas tinha um polícia no interior a guardar o seu director.

Não havia uma guarda armada permanente no exterior e arredores da sede e do bairro.

(Os polícias atingidos estavam a fazer uma ronda vulgar de giro. Não me pareciam policiais treinados de luta anti-terrorista).

Pela descrição, os autores do atentado, ao entrarem no edifício, tinham perfeito conhecimento dos principais jornalistas, aqueles que actuavam com a sua caneta contra o sistema capitalista estabelecido.

Os atiradores pararam o carro numa rua que só tinha um sentido, com veículos arrumados de um lado e de outro: tinham perfeita noção de que não seriam bloqueados, enquanto executavam a acção, nem atrás, nem à frente. 

Fizeram-no com toda a parcimónia.

3 – O que é ainda mais estranho – e retiramos a informação do próprio e insuspeito jornal Le Monde, os irmãos Kouachi estavam referenciados como *terroristas*, apoiantes publicamente declarados da *Guerra Santa*.

Citamos de passagem: os irmãos Shérif e Said Kouachi, ambos nascidos em Paris (o primeiro de 32 anos e o segundo de 34), estavam referenciados pelos serviços secretos como *anti-semitas*.

O Ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, ( que anunciou estes dados sem um pejo de vergonha. Alguma razão será certamente) referiu que Shérif estava *fichado*, como eventual terrorista fanático militante, desde que foi detido em Fevereiro de 2005, quando estava já em fase adiantada de partir para o Iraque para combater os invasores norte-americanos.

Continuamos a citar os dados da imprensa internacional divulgados:
a polícia sabia que Shérif estava ligado a um pregador islâmico jidaista chamado Farid Benyetton, que controlava uma célula que recrutava e enviava combatentes para o Iraque.

Fazia treino de armas em pleno território francês: Benyetton apanhou uma pena de sete anos de prisão e Shérif três.

Ainda dos relatos, Shérif, cerca de oito anos depois daqueles acontecimentos e depois de ter passado cerca de 18 meses na cadeia, actuou como combatente na Síria, bem como o seu irmão.

Agora, matou friamente – segundo a polícia – pessoas, actuando como um membro bem treinado de uma elite de tropa especial.


Os dois irmãos estiveram na Síria e no Iémen, como já referimos, eram reconhecidos como combatentes do chamado *Estado Islâmico*, mas regressaram, calmamente, a França.

Quem os deixava andar à vontade e com que objectivos?

Reflictam sobre o que se está a passar realmente em França, com a ascensão da Frente Nacional, que tem e serve teve uma larga infiltração nos Serviços Secretos, nas Polícias e nas Forças Armadas.



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