1
– O jornalismo de pacotilha que se
emite, actualmente, em Portugal, em especial, no último de decénio, nesta época
natalícia cristã, relatou, de maneira evidente, nas diferentes televisões generalistas,
os apelos *caridosos* dos políticos e hierarcas religiosos sobre o que se passa nos
locais onde as potências ocidentais são... as fomentadoras das guerras.
Os
alinhamentos são os mesmos, os escritos seguem a mesma lenga-lenga, a edição
vem toda do mesmo centro de difusão internacional de propaganda.
Antes
de entrarmos do assunto central, escolhemos, justamente, uma reportagem de hoje, dia 26, sobre esse Natal de uma
manipulação de entrar pelos olhos.
O
seu autor foi o correspondente da SIC no Estado israelita, que se referia a uma
eventual perseguição de cristãos na Faixa de Gaza, por parte do HAMAS, o
movimento político que domina aquele território ocupado, precisamente, pelos
dirigentes sionistas de Israel, de quem o alegado jornalista Henrique Cyberman
é serventuário e apoiante.
Os massacres de Gaza não contam nas reportagens do Natal, nem nas mensagens do Papa
Ou
seja, a verdadeira perseguição, a asfixia e cerco por parte de Israel a cerca
de 1,7 habitantes de Gaza não era um acto hediondo e inumano, mas uma eventual
discriminação a cerca de 300 católicos– que na reportagem não conseguimos
confirmar – e que lá habitarão, era uma acção *terrível*, que levou o sionista
judeu de origem portuguesa a deambular pelos meandros da perseguição,
esquecendo os criminosos da sua terra que ele idolatra.
Cyberman
*esqueceu-se*, naturalmente, de referir que Israel construiu um campo de
concentração, como o apoio dos ditadores militares do Egipto, em torno de Gaza,
com um muro de comprimento de 100 quilómetros, ao longo da fronteira com o
Egipto.
Com
a frase lapidar racista do actual Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, nunca
citada pelos asseclas jornalistas ocidentais: *Esta é uma decisão estratégica
para garantir o carácter judaico e democrático do Estado de Israel”.
E
mais grave, na reportagem em questão, agarrar um problema menor, para
obscurecer os verdadeiros crimes de guerra de Israel desde 2008 até 2014: naquele
ano, os soldados israelitas mataram 434 palestinianos, a maior parte civis nos
cinco dias dos ataques israelitas, que, segundo os dados oficiais, os aviões
castrenses destruíram ainda departamentos de polícia, escolas, hospitais,
mesquitas, armazéns da ONU, vários edifícios do governo do Hamas e outras
construções.
Em
Julho e Agosto de 2014, forças terrestres, aéreas e marítimas de Telavive
mataram mais de 2.000 palestinianos, 500 dos quais crianças, massacre este que
a ONU especificou ter levado à destruição de 18 mil lares, deixando mais de 100
mil pessoas desabrigadas.
Do
outro lado, como resposta, os bombardeios realizados por grupos armados
palestinianos, como o Hamas, em solo israelita foram responsáveis pelas mortes
de seis civis (1 criança) e, em Gaza, 66 soldados de Israel invasores morreram
em combate.
Um
dado que marca o processo tenebroso da acção israelita - o campo de
concentração ao estilo nazi, a um território e a uma comunidade de quase dois
milhões de humanos, que deveria ser livre, mas é controlado, ilegal e
violentamente, pelo Estado israelita é este: o território de Gaza tem 41
quilómetros de comprimento e apenas de 6 a 12 quilómetros de largura, com uma
área total de 365 quilómetros quadrados.
Um
pormenor final: a SIC, do escolhido dos escolhidos do Clube de Bilderberg,
Pinto Balsemão, apenas tem um correspondente permanente, no Médio-Oriente, onde
99% da população é muçulmana,...em Israel.
Coincidência?
2
– Regressemos à retórica espiritual.
No
chamado mundo ocidental, 25 de Dezembro é celebrado o Natal, uma data mítica do
nascimento de uma pessoa, que veio a ser conhecida por Jesus Cristo.
De
entre as religiões ditas cristãs, a maior e mais significativa – em número dos
que se dizem seguidores e no papel económico-financeiro que desempenha na
sociedade planetária -, é a católica apostólica romana, cujo pontífice máximo
se apelida Papa e, na crença dessa religião, é o sucessor directo do fundador
da citada religião.
O luxo dos cardeais
e a miséria humana real
O
actual papa católico, que adoptou o nome de Francisco, é, na realidade, um
religioso argentino de nome civil José Mário Bergoglio, provindo de uma
poderosa facção do catolicismo, a Companhia de Jesus, sendo os seus membros
vulgarmente conhecidos por jesuítas.
E
que ascendeu na sua carreira eclesiástica no seio e à sombra da ditadura
argentina dos generais fascistas, onde os jesuítas *engordaram*, enormemente,
nos negócios terrenos.
A
retórica do discurso papal deste ano centrou-se em três temas:
dissertou sobre
as guerras e os males que afligem, actualmente, o mundo, sublinhando o Chefe de
Estado do Vaticano (e por inerência o responsável único das finanças do Estado
da Santa Sé) que, nesse mundo *há verdadeiramente muitas lágrimas neste Natal*.
Depois
centrou-se, no umbigo cristão, sustentando que existe uma *perseguição brutal*
sobre os cristãos no Iraque e Síria, enquadrando-os nas guerras fomentadas
naqueles países em que as vítimas são, essencialmente, vulgares muçulmanos….
Finalmente, referiu-se à *esperança* de que o Natal traga (vindo do ar, naturalmente…) para *refugiados, meninos e velhos daquela região e do mundo*, pedindo que aqueles `recebam ajuda humanitária necessária para sobreviver*.
Já
numa fase de passagem do seu discurso fez uma referência ao “conflito na Terra
Santa (geográfica é, realmente, a Palestina, sem retórica religiosa) e também
Ucrânia, as guerras no continente africano”.
Os actos racistas ocorridos nos Estados Unidos, simplesmente, não existiram na interpretação da Santa Sé.
3
– Dissertar contra as guerras e os males do mundo é o mais puro cinismo dos
hierarcas do catolicismo e a negação completa do papel real que a Igreja
Católica sustenta representar.
Na
realidade, ela é uma fomentadora da guerra e um abutre na rapinagem do dinheiro
dos pobres.
A
Santa Sé é a principal accionista do segundo maior grupo industrial italiano da
indústria de guerra, a FINMECCANICA, precisamente um dos 10 maiores do mundo,
cujo lucro líquido divulgado para o ano passado ultrapassou os 900 milhões de
dólares.
A verdadeira arte dos negócios da guerra, que esconde a retórica pacifista
Vendeu
aviões de guerra, veículos transportadores e peças de artilharia, mísseis,
indústria militar aeroespacial.
A
holding divide-se em aeronáutica, com percentagens nas associadas (Alenia
Aermacchi, ATR, Superjet International, Eurofighter); Helicópteros
(AgustaWestland, NHIndustries, HeliVert, Jiangxi Changhe-Agusta Helicopter,
Libyan Italian Advanced Technology); Espacial (Telespazio, Thales Alenia Space,
NGL Prime; Defesa e Segurança (DRS Technologies, Selex ES, Eurotech; Sistemas
de Defesa (Oto Melara, Whitehead Sistemi Subacquel, EuroTorp, MBDA, Eurosam,
EuroSysNav, Transporte (AnsaldoBreda, Ansaldo STS, Bredamenarinibus);
Construção (FATA).
Mas
mantém, igualmente, participações accionistas significativas nos restantes
nove mais importantes grupos armamentistas fora de Itália, cujo valor real
se desconhece por serem seus representantes firmas *testas de ferro* laicas,
através dos mais importantes bancos do universos de Wall Street:
Lockheed
Martin (EUA) Mísseis, eletrónica e espaço aéreo. Vendas de 36.270 milhões
dólares em 2011. Lucros líquidos: 2.655 milhões de dólares. 123.000 empregados
(132.000);
Boeing (EUA) Aviões, eletrónica, mísseis, espaço aéreo. Vendas de
31.830 milhões de dólares. Lucros líquidos de 4.018 milhões de dólares. 171.700
empregados (160.500);
BAE Systems (Reino Unido) Aviões, artilharia, mísseis,
veículos militares, naves. Vendas de 29.150 milhões de dólares. Lucros líquidos
de 2.349 milhões de dólares. 93.500 empregados (98.200);
General Dynamics (EUA)
Artilharia, eletrónica. Vendas de 23.760 milhões de dólares. Lucros líquidos de
2.526 milhões de dólares, 95.100 empregados (90.000);
Raytheon (EUA) Mísseis,
eletrónica. Vendas de 22.470 milhões de dólares. Lucros líquidos de 1.896
milhões de dólares. 71.00 empregados (72.400);
Northrop Grumman (EUA) Aviões,
eletrónica, mísseis, navios de guerra. Vendas de 21.390 milhões. Lucros
líquidos de 2.118 milhões de dólares. 72.500 empregados (117.100);
EADS (UE)
Aviões, eletrónica, mísseis. Vendas de 16.390 milhões de dólares. Lucros
líquidos de 1.442 milhões de dólares. 133.120 empregados (121.690);
L-3
Communications (EUA) Eletrónica. Vendas de 12.520 milhões de dólares. Lucros
líquidos de 956 milhões de dólares. 61.000 empregados (63.000)
e United Technologies
(EUA) Aeronaves, eletrónica, motores. Vendas de 11.640 milhões de dólares.
Lucros líquidos de 5.347 milhões de dólares. 199.900 empregados (208.220).
De
onde lhe vêm essas participações?
Da
compra de acções, por métodos legais ou ilegais, normalmente via
*intermediários*, encoberta e estrategicamente dissimulados.
Estão
referenciados em investigações de estudiosos e jornalistas que viveram muitos e
muitos anos no interior dos *corredores* do Vaticano.
Baseiam-se
em testemunhos escritos e presenciais, em processos judiciais, em denúncias ou
cartas dos próprios hierarcas, incluindo papas, cardeais e bispos. (São citados, em número bastante comprimido, no final deste texto).
Diferentes
investigadores, de ideologias diferenciadas, como Avro Manhattan, italiano de
nascimento, com pai norte-americano e mãe suíça/holandesa, formado na Sorbonne
e no London School of Economics, apologista indefectível inicial da Santa Sé, que, pelo seu
papel de católico e resistente antifascista, lhe deu o título de Cavaleiro da
Ordem de Malta, veio a descobrir, após pesquisas de anos, que o Vaticano era (e
é) acionista de referência do Bank of América, dos bancos Rothschids, Hambros
(Reino Unido), Shell, Chase, Morgans, do petróleo/gás, como a Shell, a Gulf
Oil, hoje Chevron, General Motors, General Electrics, Bethlem Steel, Boieng,
Douglas, Curtis Wright, entre outras.
Males
do mundo, dentro dos muros dos aposentos papal?
Mas
o Vaticano, em 1960, já controlava cerca de 5% do mercado de acções (Nino
LoBello), e, apesar de não se saber o crescimento deste controlo desde então,
admite-se que ele se aproxima, actualmente, pelo menos dos 10%.
Em
2013, o director-geral do IOR – O Banco Central da Santa Sé - acossado pela perspectiva de intervenção
estatal italiana, Paolo Cipriani, afirmava, em entrevista ao jornal Il Mondo,
que o banco papal estava bem, sublinhando que administrava seis mil milhões de
euros em activos, tinha 33 mil contas correntes e apoia operações financeiras
em 150 países, embora – frisasse – que não possuía agências exteriores ao
Vaticano.
Negou,
terminantemente, então, que houvesse no IOR contas secretas ou, simplesmente,
numeradas.
De
acordo com a imprensa italiana, o Estado papal tem, no entanto, muito mais
património só em Itália, desfiando o periódico que ele é proprietário de certa
de 20% a 30% dos imóveis italianos, desde igrejas, escolas, hospitais, clínicas
privadas e público-privadas e numerosos hotéis.
E
citavam um relatório que especificava: "... O pontífice tem ainda mil apartamentos registados em seu
nome na capital italiana, Roma”.
Entretanto, um novo golpe de asa, é tirado da
Cúria papal, perante o alarme de que o dinheiro depositado não cobria os gastos
e as despesas, nos primeiros dias de
Dezembro presente, o cardeal australiano George Pell, que foi colocado pelo
actual Papa para dirigir o correspondente ao Ministério das Finanças laicos,
lançou com trombetas numa entrevista programada milimetricamente à revista Catholic
Herald, que *tinham sido descobertas centenas de milhões
de euros* (reparem centenas de milhões!!!!) *escondidos em contas privadas no
Banco do Vaticano*.
“É
importante salientar – dissertou o prelado - que o Vaticano não está falido. Além
do fundo de pensões, que precisa de ser fortalecido para os próximos 15 a 20
anos, a Santa Sé está a pagar o que deve, ao mesmo tempo que vai adquirindo
ativos e investimentos substanciais”, referiu ainda.
(O pormenor
é interessante - vai adquirir activos e fazer investimentos substanciais. Ou
seja, entrar num caminho mais acelerado da especulação financeira).
Para que necessita, uma instituição espiritual que
pretende, apenas, salvar as almas do inferno, encher-se de dinheiro para
aumentar as desigualdades no mundo e depois bater no peito que está contra a
pobreza?.
4 – O
curioso é que o Papa Francisco, a +pop-star+ tirado da cartola dos apaniguados da religião
católica, na sua denúncia de perseguições este ano se tivesse *esquecido* na
sua mensagem dos crimes horrendos,
nazis, praticados pelo poder de Estado norte-americano, em todas as partes do
mundo, na perseguição e morte aos que considerava «inimigos» do seu poder.
E, em
especial, a cumplicidade de toda a comunidade de *raiz cristã* do
mundo ocidental na prática e encobrimento desses crimes, massacres, mortandades
e todo um conjunto de maldades inumanas perfeitamente organizadas.
Ora, o humanista Papa católico
ocidental não podia estar a leste do que foi divulgado por uma Comissão oficial
do Congresso dos Estados Unidos da América, nem dos numerosos relatórios sobre
torturas, massacres de centenas de milhares de pessoas, experiências nazis
praticadas, oficial, e com o beneplácito de todos os Presidentes daquela Nação,
pelo menos desde o general Dwight Eisenhover.
(Tudo isto foi divulgado antes do
relatório do Congresso em documentos desclassificados da CIA, que, em parte,
foram transcritos num livro titulado *Jóias de Família*, de Eric Frattini, que,
na versão portuguesa, foi, curiosamente, prefaciado pelos antigos chefes dos
serviços secretos espanhol e português).
Centremo-nos no relatório do
Congresso.
Cujo expoente relator foi uma senadora democrata, membro do lobby judaico, Dianne Feinstein, presidente do Comité dos Serviços Secretos do Senado.
A divulgação: 9 de Dezembro de 2014.
Os excertos divulgados do relatório
da Comissão do Senado sobre o programa de tortura secreta da CIA, revelam uma
grande, monstruosa e racionalmente maldosa organização criminosa.
O que foi divulgado perfaz 525
páginas,
sabendo-se que foram expurgadas – conluio com os dois partidos
plutocratas que dominam a política de Washington – e «desclassificadas» de um
original que contem 10 vezes mais de denúncias e actividades secretas.
Do que se retira deste relatório
«desclassificado», apesar de minoritário e limado, é a relação de que as
torturas, massacres, mortes, de pretensos *terroristas* tiveram como objectivo
central o facto de serem cobaias para «controlo mental» de amigos – o que
pressupõe cidadãos e soldados do país - e inimigos, e não conduziram a resultados
palpáveis, mesmo do ponto de vista de «segurança nacional».
E, que o
relacionamento directo entre a Al Qaeda e o 11 de Setembro de 2001 (Torres
Gémeas) não foi provado, mas utilizado, por pura manipulação (quem assinala tal
é o relatório divulgado!), para realizar tudo o que se seguiu.
Os congressistas que assinaram o
documento fizeram uma selecção *preparada* para – no fundo – não envolverem
todo o sistema estatal de poder dos Estados Unidos.
Assim, restringem as pessoas alvo do
programa torturador nazi da CIA a apenas 119.
Mas, o que aconteceu, realmente, aos
cerca de 100 mil prisioneiros, que documentos judiciais, relatos de
investigadores e, inclusive de antigos funcionários das diferentes instituições
paramilitares e militares tornaram públicas, inclusive, via Wikileaks.
Só em estabelecimentos do Exército,
navios da Marinha de Guerra, prisões secretas da Europa à Síria, do Afeganistão
ao Iraque, e outras, o programa da CIA envolveu, portanto, tal como
referenciamos atrás cerca de 100 mil prisioneiros.
Só em
Guantánamo, passaram, pelo menos, 775 pessoas, que foram torturadas e
humilhadas.
Naturalmente,
uma personalidade, como o
actual papa romano, poderia estar a leste das
denúncias da Cruz Vermelha Internacional que ressaltava: “estes prisioneiros
vão vítimas de tortura, desrespeitando os direitos humanos e a convenção de
Genebra” (Dos jornais – 18 de Janeiro de 2007, que frisavam, aliás, o facto
tenebroso que o Pentágono aceitará depoimentos sob coacção em Guantánamo) ?.
Nem,
certamente, o Chefe de Estado do Vaticano deixava passar em claro o que a
imprensa mundial divulgou: um ex-guarda de Guantánamo descreve os crimes
cometido naquela prisão, incluindo o transporte dos detidos em jaulas, abuso
sexual cometido por médicos, tipos diferenciados de tortura, espancamentos
brutais que deixavam o chão encharcado em sangue, desprezo pelas práticas
religiosas dos mesmo detidos (obrigando-os a comer carne de porco ou a assistir
a actos ofensivos sobre os preceitos do Alcorão), bem como a detenção de crianças, como prisioneiros. (Jornais de 18
de Fevereiro de 2009).
Nenhum destes prisioneiros, catalogados e sinalizados, até
hoje, foi acusado formalmente de qualquer crime, nem sequer levado a
julgamento.
Sorrateiramente, e aos poucos, têm sido colocados em
países diversificados (Desde o carniceiro Egipto dos militares, ao deificado
Uruguai de José Mugica, passando, nos últimos dias, pelo Quirguistão.
5 – Mas um *retalho* deste relatório veio
mostrar algo de mais
horripilante e que as Administrações norte-americanas têm autorizado, pelo
menos, desde 1953, sob a chancela e anuência oficial – secreta – do então
Presidente general Eisenhover.
Do relatório cita-se que, em Maio de 2003, um responsável da CIA
informou o Inspector-Geral da Agência que o trabalho de um dos *psicólogos*
torturadores era a continuação dos métodos de antanho, realizadas no Vietname
para obter *confissões para fins de propaganda*.
O dr.Mengele americano
Ficamos, assim, a saber que a *escola* nazi de métodos de
experiência de *cobaias* humanas, tal como as realizava o médico alemão Josep
Mengele, tinha – e tem continuação – nas entranhas sórdidas do aparelho secreto
da chamada *medicina militar* norte-americana.
Ou seja, as operações tipo *MKLULTRA* desenrolam-se. Continuamente,
com outros intervenientes.
Começaram, em 1953, sob a supervisão directa do director da CIA,
na altura Allen Dulles, com a cobertura presidencial, para práticas infames e
bárbaras, de controlo da mente utilizando drogas legais e ilegais e substâncias
químicas, assim como métodos de infame tortura levada ao extremo, como mortes
horrorosas, que, além de testadas em pretensos inimigos, se sujeitavam, sem o
saberem, os próprios soldados norte-americanos
O supervisor deste programa, até à sua reforma, foi um judeu
nazi, licenciado em química,chamado Sidney Gottlieb (o nome verdadeiro era
Joseph Scheider).
Começou, entre outras experiências, a administrar LSD, sem conhecimentos dos
visados em civis e depois em militares – em larga escala – para – as palavras
são suas e estão em relatórios - *criar técnicas que visam romper a psique
humana a ponto de levar o indivíduo a efectuar qualquer coisa, que lhe seja
pedida*.
Inclusive, assassinatos premeditados.
Teve recursos estatais substanciais, e, as
experiências – bem ou
mal sucedidas – não poderiam tem rastos que as levassem à CIA.
Uma das instituições, superiormente autorizadas – foi a Fundação Rockefeller, uma organização, aparentemente, dedicada a um *altruísmo* científico de evolução de pesquisas médicas para beneficiar a sociedade.
Sabe-se, desde, pelo menos, os anos 80 do século passado –
e, naturalmente a avisada Santa Sé, também, estava a par, já que conta com a maior rede de
informação mundial ao seu serviço – que, com outros nomes, as operações
continuaram com o *Mengele* norte-americano, como a MONGOOSE, em que Gottlieb,
com o apoio da CIA, da Máfia, e da própria diplomacia, engendrou vários venenos
e métodos de acção para assassinar um Chefe de Estado estrangeiro, neste caso
Fidel Castro.
Foi também sob a supervisão de Gottlieb que um lenço do assassinado general Abdul Karim Qassim, presidente do Iraque, que nacionalizou a produção petrolífera,
foi embebido numa toxima botulínica.
E os últimos relatos que envolviam Gottlieb, ainda no
activo, os directores da CIA e os Presidentes em exercício estavam contidos, na
recentemente desclassificada, Operação +Phoenix+, onde psiquiatras do grupo
daquele criminosa nazi judeu efectuaram, nos anos 60/70, experiências terríveis
sobre detidos vietnamitas na prisão de Bien Hoa, nos arredores de Saigão.
Gottlieb, também, pertenceu à equipa que levou ao
assassinato do jovem empossado primeiro-ministro da República do Congo/Zaire
Patrice Lumumba, aprovada, primeiro, por Eisenhover e continuada pelo muito
católico John Kennedy. (Uma pequena curiosidade, um jovem elemento da CIA, acobertado
como diplomata, que contribuiu para a morte de Lumumba, chama-se Frank
Carllucci).
O relatório truncado e preparado pelo Congresso dos EUA
não especifica tudo o que de horripilante foi praticado pelos diferentes órgãos
para-policiais e das Forças Armadas dos EUA desde o 11 de Setembro.
Concretamente, não descreve os continuados raptos e
sequestros que foram efectuados por comandos do Exército, Marinha, Fuzileiros,
durante o mandato de George W. Bush, e, mantidos por Barack Obama; os campos de
concentração/prisões secretos, desde Guantánamo, navios da Navy até vários
países europeus e do Médio e Extremo Oriente.
Propositadamente, foram omitidos os nomes dos torturadores
e sequestradores e, principalmente, daqueles que fizeram assassinatos
deliberados. Naturais dos Estados Unidos e seus cúmplices estrangeiros.
Sabe-se, de várias
fontes e relatórios que
vice-presidente Dick Cheney, a conselheira de Segurança Nacional Condoleezza Rice, o secretário da
Justiça John
Ashcroft, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld, secretário de Estado Colin
Powell e o director da CIA George Tenet, participaram em reuniões
sobre este assunto na Casa Branca, presididas por Bush filho.
Foram-lhe
mostradas no palácio presidencial em simulações e
viram, pessoalmente, a gravações de algumas sessões.
Sabe-se
que foi dada ordem para destruir esses registos.
Baseando-nos
neste relatório parcial, sabe-se o programa de tortura da CIA foi ordenado pelo
presidente George W. Bush, a 17 de Setembro de 2001, seis dias após o *11 de
Setembro*.
Tudo
estava perfeitamente delineado e orientado, pois os dirigentes criminosos
procuraram enquadrar, legalmente, os seus actos, dando-lhe o carácter de leis,
com a rotulagem de *secreto*.
Quem cumpriu esta missão foi o próprio Ministro
da Justiça (Procurador-Geral).
Desde
relatório da CIA até documentos de altos responsáveis militares eram,
propositadamente, adulterados, para sustentar que foram feitas confissões
dentro de toda a legalidade.
John O.
Brennan foi vice-director da CIA (2001-05).
Acumulava
com o cargo de director do Centro Nacional Antiterrorista.
Foi ele
o primeiro e principal operacional e
*cabeça*do programa secreto para obter
confissões sob tortura.
Em
2009, tornou-se conselheiro do presidente Barack Obama sobre questões de
Segurança Interna.
Depois,
quatro anos depois, nomeado director da CIA.
Tudo
isto sucedeu e foi publicado ao longo dos anos, e, agora, confirmado pelo
próprio Congresso.
Foi o
maior acto de barbárie nazi do século XXI.
E o
Papa desprezou-o, como o seu antecessor Pio XII o fez com os crimes
hitlerianos.
6 – Finalmente,
uma parte do discurso moralista sobre os refugiados, deslocados, fugitivos de
conflitos (velhos e crianças), como se o Papado não estivesse conivente com
esta desumanidade.
Se a
Santa Sé acabasse com os negócios usurários, extremamente lucrativos, desde a
finança, à educação e à saúde.
Se o Papado não optasse pela política bolsista
capitalista, certamente, uma grande parte do problema estaria resolvido.
Mas,
cinismo dos cinismos, a Santa Madre Igreja Católica Romana está mais preocupada
com o rumo dos negócios.
Vamos
aos factos.
A
chegada de um Papa, membro destacado e interveniente da ultra-poderosa
Companhia de Jesus, e o primeiro Sumo Pontífice americano, as relações
económico-financeiras do inquilino da Santa Sé intensificaram-se com o capital
financeiro, em especial o norte-americano.
Embora,
como sempre fez a Igreja Católica, ao longo dos séculos, sempre que a sociedade
entrava em crise prolongada, forjasse a sua propaganda, exaltando a humildade e
a pobreza, a realidade é outra.
A
primeira preocupação do novo Papa – e naturalmente da Companhia de Jesus, que o
superintende – foi a chamada *reestruturação* do IOR, o Banco do Vaticano,
atolado na corrupção e nos negócios fraudulentos.
Para
isso, recorreu aos caros serviços de três multinacionais, cujos capitais
centrais, pertencem a empresas ou grupos norte-americanos, a McKinsey, a KPMG e
a Ernest & Young, especialistas, com vocações diferenciadas, nas
assessorias técnicas nas imagens de gestões económicas e estratégicas,
nomeadamente de fusões e aquisições de empresas, bem como nos seguros de risco,
investimento ostensivo de capital e na harmonização e manipulação de impostos.
A
justificação oficial do Papado: queremos instalar a transparência negocial e
melhorar os métodos de gestão.
A
realidade destas empresas: quer a KMGP, quer a Ernest & Young, são das
principais grandes firmas multinacionais, denunciadas em 2014 como fazendo
parte do monumental escândalo financeiro internacional de omissão deliberada de
fuga ao fisco, que ficou conhecido Luxemburgo Leaks.
Enfim,
todas elas laboram e actuam – em conivência com os clientes – em sistema de
off-shores financeiros.
Convém
assinalar que os grandes negócios da Companhia de Jesus, desde a participação
no sistema bancário até ao controlo do sistema educacional, passando pela
saúde se centram nas Américas.
Além da
retórica papal sobre a componente moral de reformar a Igreja Católica, o que
está a suceder é que o IOR se está a estender, ramificar, entrar em negócios
bolsistas mais «silenciosos» e eficazes sobre o vector capitalista
norte-americano, que lhe está a ser transmitido pelas suas agências
multimilionárias, na realidade ligadas ao capital de Wall Street.
Eis a face real do
moralismo católico.
Referências:
"O Empório do Vaticano", Nino LoBello, 1970, Editorial IBIS;
"Os biliões do Vaticano", Avro Manhattan, Attica Pressa, 1972;
"Scandali, affari e misteri, tutti i segrede dello IOR", jornal +La Reública+, 26 de Janeiro de 2008;
"CIA - As jóias da família", Eric Frattinni, Bertrand Editora, 2014;
"A Santa Aliança - cinco séculos de espionagem do Vaticano", Eric Frattinni, Campo das Letras, 2005;
"A verdadeira história dos voos da Cia - os táxis da tortura", Trevor Paglen e A. C.Thompson, Campo da Actualidade.
"Vaticano S.A.", Gianluigi Nuzzi, Editorial Presença, 2010;
"Sua Santidade - As cartas secretas de Bento XVI", Gianluigi Nuzzi, Bertrand Editora, 2012;
"Os abutres do Vaticano", Eric Frattini, Bertrand Editora, 2013;
"Os Diários Secretos do Vaticano", John Travis, Saída de Emergência, 2013.
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