1 –
Querem ver o retrato dos verdadeiros Estados Unidos da América reparem na
actual sociedade de Los Angeles.
Alguns
dados sobre a cidade e a sua área metropolitana: Los Angeles – conhecida nos
EUA por LA - é a segunda cidade mais populosa dos EUA, com perto de 3.800.000
habitantes, dados do Censo de 2012. A sua área metropolitana comporta perto de
17,7 milhões de habitantes.
Los
Angeles é considerada a terceira cidade norte-americana na especulação
financeira, logo seguida de Nova Iorque e Chicago, bem como uma urbe mundial
onde se centram comércio internacional, meios de comunicação social, indústria
do entretimento, produções cinematográficas, musicais e televisivas.
Afirma-se,
actualmente, como o maior centro industrial norte-americano, principal na
tecnologia de ponta, a indústria
aeroespacial, e ainda a produção
de roupas, móveis,computadores, softwares, borracha e pneus, bem como produtos
químicos, electrónicos, vidro e
cerâmica, ferro e aço, brinquedos e a pesca.

Hotel Sunset Boulevard
Hotel Sunset Boulevard
2
- A realidade.
A
LA da ilusão, com as luxuosas limusinas, os néons, o desfiles de *bonecas e
bonecos* articulados que chamam estrelas de cinema, surgem as milhares de
pessoas que medigam, não têm lugar para dormir, nem assistência médica
Em
LA, e de acordo com números estatísticos oficiais, mais de 500 mil cidadãos
norte-americanos (desconhece-se a quantidade de imigrantes ilegais nas mesmas
situações e são milhões, não só na cidade, mas na Califórnia) vivem, não na
pobreza, mas em extrema pobreza.
Pelo
meio dos guindastes da construcção de grandes prédios e vivendas para a grande
e média burguesias de Los Angeles, o recenseamento municipal dos sem-abrigo (Autoridade
de Serviços a Moradores da Rua) registou que existem 50 mil pessoas a viverem
pelas avenidas na conhecida Sunset Boulevard dos filmes e outras diversões, em
cidades-tendas do sul da cidade.
Porque
é que isto sucede?

mãe solteira nas ruas de LA
Deve-se
à degradação do nível de vida em todos Estados Unidos da América, que se dizem
campeões dos direitos do homem.
E,
em particular em Los Angeles.
Em
Junho deste ano, o departamento de estatísticas daquela cidade registou um número
elevado de pedidos de subsídios de desemprego – 281.000. O que significou um
aumento de 3,7% face ao mês anterior. As previsões adiantavam uma subida de
apenas 0,7%.
Os
números oficiais aponta um decréscimo do desemprego de cerca de 10% este ano,
face ao mesmo período do ano anterior, mas os resultados reais sobrepõem-se ao
arranjo estatístico.
A
situação dos sem-abrigo em Los Angeles não é pior do que em Nova Iorque, embora
nesta última o seu número seja superior. As autoridades nova-iorquinas,
todavia, fazem o possível para os retirar do meio da rua, para não dar muito
nas vistas. E assim criam casas de recolhimento à noite para os *mendigos*,
evitando a propaganda inconveniente de os ver morrer de frio.

sem- abrigos de LA em tendas
3 –
A razão deste estado de coisas em Los Angeles prende-se com a gestão da
economia dos EUA, ou seja o próprio sistema capitalista vigente.
O que
sucedeu nas ultimas décadas na região de Los Angeles foi a destruição de um
número elevado de emprego, tanto no sector público, como privado, com
relevância para o desaparecimento, por exemplo da indústria automobilística, a
partir dos anos 90 do século passado.
Embora
tivesse acorrido nesse período à região de LA a indústria aeroespacial, tal
facto não representou um acréscimo maior para o emprego que se perdeu.
Realmente,
assistiu-se a um incremento da pobreza, no meio de uma aparente e superficial
ilusão de boa vida, com a indústria de lazer.
Igualmente
se registou uma diminuição do salário real e a existência de empregos temporários.
Atingiu além da classes proletárias, também a pequena burguesia trabalhadora.
Os
apoios estatais diminuiriam nos direitos à educação e à saúde.
Por
detrás dos filmes de Hollywwod, onde estes personagens,praticamente, não
entram, mas casas e moradias da lumpen grande burguesia local, como os magnates
judeus do cinema, a paisagem real das ruas de Los Angeles está a ser percorrida
por pessoas a procurar comida nos contentores.
Eis,
a imagem da América profunda.
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