1 – Um professor catedrático da importante universidade norte-americana de
Yale, de nome Amitai Etzioni, escreveu,
nos princípios de Julho, na revista daquela instituição (Yale Journal of
International Affairs), um artigo denunciando que o seu governo autorizou um plano para lançar uma guerra nuclear “preventiva” contra a China.
A notícia teve divulgação mundial, mas foi
menosprezada, mesmo assim, pelos grandes meios de comunicação dos Estados
Unidos, o que a limitou.
Foram políticos e especialistas civis das
questões militares que deram relevo à gravidade do passo tomado na vigência
da…administração Obama.
Washington não teve sequer a ousadia de
desmentir a notícia divulgada.
Para se efectuar este plano teve de
existir uma sintonia acordada entre o
executivo, as Forças Armadas e, pelo menos, o poderoso complexo industrial
militar, ponta de lança de todo o militarismo que enferma o sistema
capitalista norte-americano e demonstra que as orientações nazis estão a
dominar todo o sistema político do país.
Não é por acaso que um ex-Presidente dos
EUA Jimmy Carter, ele próprio no seu tempo apologista – forçado ou não – das
intervenções imperialistas norte-americanas em países que lhe não eram subservientes,
como o Irão, reconhece agora – e fê-lo curiosamente durante uma recente viagem
à Europa - que os Estados Unidos “já não funcionam como
democracia”.
O aparecimento deste artigo no jornal de
Yale surge já depois da Rússia e a China terem realizado, pela primeira vez,
grandes manobras aero-navais no Oceano Pacífico, e, particularmente, numa
altura em que um importante destacamento castrense russo efectuou um grande
exercício no Extremo-Oriente.
Foram, aliás, os maiores exercícios
militares russos, desde o desaparecimento da URSS.
Vladimir Putin, como Chefe de Estado e
comandante-em-chefe das Forças Armadas fez questão de estar presente.
Neles participaram unidades, em número
elevado, da Marinha de Guerra, Aviação estratégica (um certo número de aviões
transportando armas nucleares foram colocados em estado de prontidão máxima), tropas do Exército da defesa
anti-mísseis, de cavalaria blindada e de
infantaria motorizada.
2 – A fascização em curso nos Estados
Unidos da América não é uma frase militante que eu uso. É uma realidade.
Para o efeito, além da declaração de
Carter já citada, vou dar-vos a opinião sobre essa evolução política de um
antigo governante norte-americano, não muito antigo no tempo, pois pertenceu à
Administração Clinton. Logo uma personalidade da própria elite dirigente do
país.
Chama-se Paul Craig Roberts e exerceu o
cargo de Secretário Adjunto do Tesouro.
Entre outros cargos, foi editor do “Wall
Street Journal”, o órgão de comunicação do sistema financeiro norte-americano.
A tradução, minha, provem do castelhano.
Foi retirada da revista “CounterPunch”.
O título do artigo é “Planificação da guerra nuclear?”, com um antetítulo “Duas falsas
democracias que ameaçam o mundo”.
”Amitai Etzioni (o catedrático
supracitado) colocou uma importante pergunta: *Quem autorizou os preparativos de uma guerra
contra a China?*
Etzioni disse que o plano de guerra não é
o tipo de plano de contigência que pode estar disponível para um acontecimento
improvável.
Etzioni também informa que o plano de
guerra não foi ordenado, nem passou pelo crivo da revisão das autoridades civis
norte-americanas.
Vemo-nos confrontados com militares
norte-americanos fora de controlo, influenciados pelos neoconservadores que
colocam em perigo os norte-americanos e o resto do mundo.
Etzioni tem razão quando diz que é uma
decisão crucial de alguns militares influenciados pelos neoconservadores.
É obvio que a China sabe que Washington se
está a preparar para uma guerra contra ela.
Se o Yale Journal sabe, a China
também está ciente do processo.
Se o governo chinês é realista, sabe que
Washington planifica um ataque nuclear preventivo contra a China.
Nenhum outro tipo de guerra tem sentido do
ponto de vista de Washington.
A *superpotência* nunca conseguiu ocupar
Bagdad, e, depois de 11 anos de guerra sai derrotada do Afeganistão por uns
milhares de talibãs, com armamento ligeiro.
Envolver-se numa guerra convencional com a
China seria o fim de Washington.
Quando a China era um primitivo país do
Terceiro Mundo, combateu os EUA na Coreia e da refrega chegou-se a um ponto
morto.
Hoje, a China é a segunda economia do
mundo e supera, rapidamente, a débil economia dos EUA, destruída pela
deslocalização de postos de trabalho, fraude nos *bansteres* e a traição
corporativa e do Congresso.
O plano de guerra do Pentágono contra a
China denomina-se *Batalha Ar-Mar*.
É desenvolvido com a utilização de *forças
aéreas e navais inter-operativas que podem executar ataques em profundidade em
rede, integrados, para danificar, destruir e desmoronar capacidades inimigas
contra o acesso de capacidades de negação de área”.
Sim, *mas o que significa isso?* Significa muitos milhares de milhões de
dólares de benefícios adicionais para o complexo militar/securitário, enquanto
que os restantes 99 % sofrem pisados pelas botas castrenses.
Também é óbvio que essa aventura insensata
não pode derrotar um grande exército chinês.
Mas, este tipo de ruídos de terçar espadas
pode conduzir à guerra, e se os cretinos de Washington iniciam uma guerra, a
única maneira em que o poder político norte-americano se poderá impor é com a
utilização de armas nucleares.
A radiação, claro, também matará
norte-americanos.
A guerra nuclear está, pois, na agenda de
Washington.
A ascensão dos nazis neoconservadores
levou a que fossem negados os acordos de desarmamento nuclear de Reagan e
Gorbachov.
O extraordinário livro publicado em 2012,
na sua maior parte verdadeiro, *About the Untold History of the United States*,
de Oliver Stone e Peter Kuznick, descreve a orientação post Reagan, segundo a
qual o ataque nuclear preventivo é a primeira opção de Washington.
Durante a guerra fria, as armas nucleares
tinham um efeito defensivo.
O propósito era impedir a guerra nuclear
porque os EUA e a URSS mantinham um suficiente poder de retaliação para
garantir a *destruição mútua*.
MAD, como lhe chamavam, significa que as
armas nucleares não ofereciam uma vantagem ofensiva a qualquer dos lados.
O colapso soviético e a concentração da
China na sua economia, em lugar de fortalecer as suas forças armadas, tiveram
como consequência que Washington adquirisse vantagem no armamento nuclear que,
segundo duas personagens norte-americanas do textoDr. Insolito, Keir Lieber e Daryl Press, dá à administração dos
Estados Unidos a capacidade do primeiro ataque.
Lieber e Press escrevem que a *precipitada
decadência do arsenal da Rússia e o ritmo glacial da modernização das forças
nucleares da China* criaram uma situação em que aqueles dois países não
poderiam responder a um primeiro ataque de Washington.
O plano *Batalha Ar-Mar* do Pentágono e o
artigo de Lieber e Press na revista *Foreign Affairs* tornaram a China e a Rússia cientes que Washington
está a considerar a possibilidade de ataques nucleares contra os dois países.
Para assegurar que a Rússia será incapaz
de retaliar, Washington está a colocar misséis anti-balísticos nas fronteiras
russas, numa violação do acordo EUA-URSS.
Devido ao facto de que a imprensa
norte-americana se transformou num corrupto Ministério da Propaganda
governamental, o povo dos EUA não tem a menor ideia de que Washington,
influenciado pelos neoconservadores, está a planear uma guerra nuclear.
Os Estados Unidos não estão conscientes do
que está a suceder, tal como ignoram a recente declaração do ex-Presidente Jimy
Carter, que foi produzida na Alemanha, segundo a qual os EUA já não são uma
democracia.
A possibilidade de pôr em marcha uma
guerra nuclear surgiu, precisamente, há 11 anos quando o Presidente George W.
Bush, por intercepção do vice-Presidente Dick Cheney e dos neoconservadores que
dominavam a sua administração, aprovou a uma lei que chamou de *Revisão da
Orientação Nuclear 2002*.
Este documento neoconservador, aprovado
pelo Presidente mais cretino dos EUA, provocou consternação e condenação no
resto do Mundo e fez com que se iniciasse uma nova corrida aos armamentos.
O Presidente russo, Vlamidir Putin,
anunciou, de imediato, que a Rússia gastaria todo o dinheiro que fosse
necessário para manter a sua capacidade de retaliação nuclear.
Os chineses conseguiram em pouco tempo
desenvolver tecnologia que lhe permitiu destruir um satélite em órbita com um míssil.
O Presidente da Câmara de Hiroshina, a
cidade japonesa vítima de um enorme crime de guerra norte-americano, declarou:
*O Tratado de Não Proliferação Nuclear, o acordo internacional central que guia
a eliminação das armas nucleares, está à beira do colapso.
A causa principal é a política nuclear dos
EUA que, ao sustentar, abertamente, que pode efectuar um primeiro ataque
nuclear preventivo e ao relançar um programa de investigação de mini-bombas
nucleares e outras, denominadas `armas nucleares utilizáveis`parece adorar tal
tipo de armamento como se fosse um Deus*.
As sondagens em todo o mundo mostram,
claramente, que Israel e os EUA surgem como as maiores ameaças à paz e à vida
no planeta.
Todavia, estes dois governos, que se
tornam em tudo ilegais, pavoneiam-se, auto-declarando-se *as maiores
democracias do mundo*.
Nenhum deles aceita qualquer
responsabilidade perante o direito internacional, os direitos humanos, as
Convenções de Genebra ou mesmo perante o seu próprio direito constitucional.
EUA e Israel são governos canalhas, em
retrocesso à era de Hitler e Stálin.
As guerras posteriores à II Grande Guerra
Mundial tiveram como centro Washington e Israel.
Nenhum outro país apresenta tais ambições
imperiais expansionistas.
O governo chinês não ocupou Taiwan, mas
poderia fazê-lo se quisesse.
O governo russo não ocupou, até agora,
antigos territórios constitutivos da própria Rússia como a Geórgia, a qual sob
a pressão de Washington lançou um ataque sobre o país de Putin, que foi,
instantaneamente, jugulado pelo Exército russo.
Putin poderia ter afastado o títere
georgiano de Washingtom e incorporar a Geórgia na Federação Russa, da qual fez
parte durante vários séculos e que muitos consideram com pertença daquele
Estado.
Durante os últimos 68
anos, a maioria das agressões militares foram originadas pelos Estados Unidos e
Israel.
Contudo, esse dois provocadores de
guerra armam-se em vítimas de agressão.
Israel tem um arsenal nuclear ilegal,
não reconhecido e sobre o qual não presta contas à comunidade internacional.
Washington já elaborou um plano de
guerra baseado no primeiro ataque nuclear.
O resto do Mundo tem razão em considerar que esses dois irresponsáveis
governos canalhas são ameaças directas à vida na terra”.
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