quinta-feira, 1 de agosto de 2013

EUA: O APRENDIZ DE HITLER TANTO PODE SER BRANCO COMO NEGRO



1 – Um professor catedrático da importante universidade norte-americana de Yale, de nome Amitai Etzioni, escreveu,  nos princípios de Julho, na revista daquela instituição (Yale Journal of International Affairs), um artigo denunciando que o seu governo autorizou um plano para lançar uma guerra nuclear “preventiva” contra a China.

A notícia teve divulgação mundial, mas foi menosprezada, mesmo assim, pelos grandes meios de comunicação dos Estados Unidos, o que a limitou.

Foram políticos e especialistas civis das questões militares que deram relevo à gravidade do passo tomado na vigência da…administração Obama.

Washington não teve sequer a ousadia de desmentir a notícia divulgada.

Para se efectuar este plano teve de existir uma sintonia acordada entre o executivo, as Forças Armadas e, pelo menos, o poderoso complexo industrial militar, ponta de lança de todo o militarismo que enferma o sistema capitalista norte-americano e demonstra que as orientações nazis estão a dominar todo o sistema político do país.

Não é por acaso que um ex-Presidente dos EUA Jimmy Carter, ele próprio no seu tempo apologista – forçado ou não – das intervenções imperialistas norte-americanas em países que lhe não eram subservientes, como o Irão, reconhece agora – e fê-lo curiosamente durante uma recente viagem à Europa  -  que os Estados Unidos “já não funcionam como democracia”.

O aparecimento deste artigo no jornal de Yale surge já depois da Rússia e a China terem realizado, pela primeira vez, grandes manobras aero-navais no Oceano Pacífico, e, particularmente, numa altura em que um importante destacamento castrense russo efectuou um grande exercício no Extremo-Oriente.

 
Foram, aliás, os maiores exercícios militares russos, desde o desaparecimento da URSS.

Vladimir Putin, como Chefe de Estado e comandante-em-chefe das Forças Armadas fez questão de estar presente.

Neles participaram unidades, em número elevado, da Marinha de Guerra, Aviação estratégica (um certo número de aviões transportando armas nucleares foram colocados em estado de prontidão máxima),  tropas do Exército da defesa anti-mísseis,  de cavalaria blindada e de infantaria motorizada.

2 – A fascização em curso nos Estados Unidos da América não é uma frase militante que eu uso. É uma realidade.

Para o efeito, além da declaração de Carter já citada, vou dar-vos a opinião sobre essa evolução política de um antigo governante norte-americano, não muito antigo no tempo, pois pertenceu à Administração Clinton. Logo uma personalidade da própria elite dirigente do país.

Chama-se Paul Craig Roberts e exerceu o cargo de Secretário Adjunto do Tesouro.

Entre outros cargos, foi editor do “Wall Street Journal”, o órgão de comunicação do sistema financeiro norte-americano.

A tradução, minha, provem do castelhano.

Foi retirada da revista “CounterPunch”.

O título do artigo é “Planificação da guerra nuclear?”, com um antetítulo “Duas falsas democracias que ameaçam o mundo”.

”Amitai Etzioni (o catedrático supracitado) colocou uma importante pergunta:  *Quem autorizou os preparativos de uma guerra contra a China?*

Etzioni disse que o plano de guerra não é o tipo de plano de contigência que pode estar disponível para um acontecimento improvável.

Etzioni também informa que o plano de guerra não foi ordenado, nem passou pelo crivo da revisão das autoridades civis norte-americanas.

Vemo-nos confrontados com militares norte-americanos fora de controlo, influenciados pelos neoconservadores que colocam em perigo os norte-americanos e o resto do mundo.

Etzioni tem razão quando diz que é uma decisão crucial de alguns militares influenciados pelos neoconservadores.

É obvio que a China sabe que Washington se está a preparar para uma guerra contra ela.
Se o Yale Journal  sabe, a China também está ciente do processo.

Se o governo chinês é realista, sabe que Washington planifica um ataque nuclear preventivo contra a China.

Nenhum outro tipo de guerra tem sentido do ponto de vista de Washington.

A *superpotência* nunca conseguiu ocupar Bagdad, e, depois de 11 anos de guerra sai derrotada do Afeganistão por uns milhares de talibãs, com armamento ligeiro.

Envolver-se numa guerra convencional com a China seria o fim de Washington.

Quando a China era um primitivo país do Terceiro Mundo, combateu os EUA na Coreia e da refrega chegou-se a um ponto morto.

Hoje, a China é a segunda economia do mundo e supera, rapidamente, a débil economia dos EUA, destruída pela deslocalização de postos de trabalho, fraude nos *bansteres* e a traição corporativa e do Congresso.

O plano de guerra do Pentágono contra a China denomina-se *Batalha Ar-Mar*.

É desenvolvido com a utilização de *forças aéreas e navais inter-operativas que podem executar ataques em profundidade em rede, integrados, para danificar, destruir e desmoronar capacidades inimigas contra o acesso de capacidades de negação de área”.

Sim, *mas o que significa  isso?* Significa muitos milhares de milhões de dólares de benefícios adicionais para o complexo militar/securitário, enquanto que os restantes 99 % sofrem pisados pelas botas castrenses.

Também é óbvio que essa aventura insensata não pode derrotar um grande exército chinês.

Mas, este tipo de ruídos de terçar espadas pode conduzir à guerra, e se os cretinos de Washington iniciam uma guerra, a única maneira em que o poder político norte-americano se poderá impor é com a utilização de armas nucleares.

A radiação, claro, também matará norte-americanos.

A guerra nuclear está, pois, na agenda de Washington.

A ascensão dos nazis neoconservadores levou a que fossem negados os acordos de desarmamento nuclear de Reagan e Gorbachov.

O extraordinário livro publicado em 2012, na sua maior parte verdadeiro, *About the Untold History of the United States*, de Oliver Stone e Peter Kuznick, descreve a orientação post Reagan, segundo a qual o ataque nuclear preventivo é a primeira opção de Washington.

Durante a guerra fria, as armas nucleares tinham um efeito defensivo.

O propósito era impedir a guerra nuclear porque os EUA e a URSS mantinham um suficiente poder de retaliação para garantir a *destruição mútua*.
MAD, como lhe chamavam, significa que as armas nucleares não ofereciam uma vantagem ofensiva a qualquer dos lados.

O colapso soviético e a concentração da China na sua economia, em lugar de fortalecer as suas forças armadas, tiveram como consequência que Washington adquirisse vantagem no armamento nuclear que, segundo duas personagens norte-americanas do  textoDr. Insolito, Keir Lieber e Daryl Press, dá à administração dos Estados Unidos a capacidade do primeiro ataque.

Lieber e Press escrevem que a *precipitada decadência do arsenal da Rússia e o ritmo glacial da modernização das forças nucleares da China* criaram uma situação em que aqueles dois países não poderiam responder a um primeiro ataque de Washington.

O plano *Batalha Ar-Mar* do Pentágono e o artigo de Lieber e Press na revista *Foreign Affairs* tornaram a China e a Rússia cientes que Washington está a considerar a possibilidade de ataques nucleares contra os dois países.

Para assegurar que a Rússia será incapaz de retaliar, Washington está a colocar misséis anti-balísticos nas fronteiras russas, numa violação do acordo EUA-URSS.

Devido ao facto de que a imprensa norte-americana se transformou num corrupto Ministério da Propaganda governamental, o povo dos EUA não tem a menor ideia de que Washington, influenciado pelos neoconservadores, está a planear uma guerra nuclear.

Os Estados Unidos não estão conscientes do que está a suceder, tal como ignoram a recente declaração do ex-Presidente Jimy Carter, que foi produzida na Alemanha, segundo a qual os EUA já não são uma democracia.

A possibilidade de pôr em marcha uma guerra nuclear surgiu, precisamente, há 11 anos quando o Presidente George W. Bush, por intercepção do vice-Presidente Dick Cheney e dos neoconservadores que dominavam a sua administração, aprovou a uma lei que chamou de *Revisão da Orientação Nuclear 2002*.

Este documento neoconservador, aprovado pelo Presidente mais cretino dos EUA, provocou consternação e condenação no resto do Mundo e fez com que se iniciasse uma nova corrida aos armamentos.

O Presidente russo, Vlamidir Putin, anunciou, de imediato, que a Rússia gastaria todo o dinheiro que fosse necessário para manter a sua capacidade de retaliação nuclear.

Os chineses conseguiram em pouco tempo desenvolver tecnologia que lhe permitiu destruir um satélite em órbita com um míssil.

O Presidente da Câmara de Hiroshina, a cidade japonesa vítima de um enorme crime de guerra norte-americano, declarou: *O Tratado de Não Proliferação Nuclear, o acordo internacional central que guia a eliminação das armas nucleares, está à beira do colapso.

A causa principal é a política nuclear dos EUA que, ao sustentar, abertamente, que pode efectuar um primeiro ataque nuclear preventivo e ao relançar um programa de investigação de mini-bombas nucleares e outras, denominadas `armas nucleares utilizáveis`parece adorar tal tipo de armamento como se fosse um Deus*.

As sondagens em todo o mundo mostram, claramente, que Israel e os EUA surgem como as maiores ameaças à paz e à vida no planeta.

Todavia, estes dois governos, que se tornam em tudo ilegais, pavoneiam-se, auto-declarando-se *as maiores democracias do mundo*.

Nenhum deles aceita qualquer responsabilidade perante o direito internacional, os direitos humanos, as Convenções de Genebra ou mesmo perante o seu próprio direito constitucional.

EUA e Israel são governos canalhas, em retrocesso à era de Hitler e Stálin.

As guerras posteriores à II Grande Guerra Mundial tiveram como centro Washington e Israel.

Nenhum outro país apresenta tais ambições imperiais expansionistas.

O governo chinês não ocupou Taiwan, mas poderia fazê-lo se quisesse.

O governo russo não ocupou, até agora, antigos territórios constitutivos da própria Rússia como a Geórgia, a qual sob a pressão de Washington lançou um ataque sobre o país de Putin, que foi, instantaneamente, jugulado pelo Exército russo.

Putin poderia ter afastado o títere georgiano de Washingtom e incorporar a Geórgia na Federação Russa, da qual fez parte durante vários séculos e que muitos consideram com pertença daquele Estado.

Durante os últimos 68 anos, a maioria das agressões militares foram originadas pelos Estados Unidos e Israel.
Contudo, esse dois provocadores de guerra armam-se em vítimas de agressão.
Israel tem um arsenal nuclear ilegal, não reconhecido e sobre o qual não presta contas à comunidade internacional.
Washington já elaborou um plano de guerra baseado no primeiro ataque nuclear.
O resto do Mundo tem razão em considerar que esses dois irresponsáveis governos canalhas são ameaças directas à vida na terra”.

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