quarta-feira, 27 de julho de 2011

OS RICOS, A ESPECULAÇÃO E A RECUSA EM OS TAXAR


















Vivem como nababos, sem participarem na divisão de impostos para harmonia do equilíbrio da dívida




























Depois dos cortes radicais nos salários e pensões dos assalariados e pensionistas, esta notícia é, verdadeiramente, escandalosa, até porque o Executivo de Passos Coelho anuncia, para breve, um Orçamento Rectificativo que vai servir, precisamente, para encher os bolsos desta gente, através da capitalização dos bancos de que são accionistas e beneficiários.






Como se pode ver, pela descrição saída da revista Exame, um magazine especializado do Capital, o grosso dos lucros pessoais destes indivíduos e famílias advêm da especulação bolsista, que está sempre em crescimento.






Não haja dúvida que desde o golpe de Estado do 25 de Novembro, que o domínio económico e político da sociedade portuguesa começou a concentrar-se nos magnates da finança e da especulação financeira, que se constituiu em fracção privilegiada e predominante da grande burguesia portuguesa.






O expoente máxima desse domínio é a formação do governo liderado por Passos Coelho. Eles são os "representantes oficiais" dessa fracção. Como ocupam a Presidência da República, o governo, a Assembleia da República, os principais cargos públicos económicos e financeiros, como a Caixa Geral de Depósitos, a GALP, a EDP, a REN, CIMPOR, REFER (Caimnhos de ferro), TAP (aviação), etc, etc.






Vejamos, precisamente, o teor da notícia, retirada da edição do Público:






"A fortuna dos 25 mais ricos de Portugal aumentou 17,8 por cento, somando 17,4 mil milhões de euros, revela a lista anual da revista Exame, liderada por Américo Amorim. Após três anos consecutivos de queda, os bilionários conseguiram aumentar os seus activos.

O mais rico é, desde há quatro anos, Américo Amorim. Os activos do accionista da Galp Energia e da corticeira Amorim cresceram 18,2 por cento face à edição do ano passado da lista da Exame e atingem, agora, os 2,6 mil milhões de euros.

Alexandre Soares dos Santos, presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins, subiu do quarto para o segundo lugar.

O aumento do património dos mais abastados em Portugal explica-se pelo crescimento da petrolífera portuguesa, e pelo desempenho em bolsa da Jerónimo Martins.

Segundo avançou ao PÚBLICO Filipe Fernandes, autor do estudo e director-adjunto da revista mensal, a fortuna da família Santos, que controla 58 por cento da Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, já é a maior do país. No total, valerá mais de quatro mil milhões de euros. “Estão há 90 anos no negócio, sempre a investir”, sublinha o jornalista.

Ao contrário do que sucedeu no ano passado, Maria Isabel dos Santos e Fernando Figueiredo dos Santos, primos de Alexandre Soares do Santos, estão agora entre os 25 mais ricos.

De acordo com a lista, que é publicada amanhã na Exame, Alexandre Soares dos Santos viu o seu património aumentar 88,9 por cento para 1,9 mil milhões de euros e, ao subir do quarto para o segundo lugar, ultrapassou Belmiro de Azevedo (cai para o terceiro lugar no ranking).

A Exame calcula o ranking anual com base na contabilização de activos, nomeadamente cotações bolsistas.

Os 10 mais ricos

1º Américo Amorim: 2587,2 milhões de euros

2º Alexandre Soares dos Santos: 1917,4 milhões de euros

3º Belmiro de Azevedo: 1297,6 milhões de euros

4º Família Guimarães de Mello: 1006,6 milhões de euros

5º Família Alves Ribeiro: 779,7 milhões de euros

6º Perpétua Bordalo da Silva e Luís Silva: 679,7 milhões de euros

7º Rita Celeste Violas e Sá, Manuel Violas: 650,6 milhões de euros

8º Maria do Carmo Moniz Galvão Espírito Santo: 645,8 milhões de euros

9º Família Cunha José de Mello: 638 milhões de euros

10º António da Silva Rodrigues: 551 milhões de euros "






Ora, esta notícia torna-se mais escabrosa, porque sabemos que nos impostos que o governo lançou e vai lançar nos próximos tempos para "conter" a dívida pública não estão contidos os ganhos de Capital. Ou seja, estão excluidos todos estes magnates.






Mas, o mais grave é que é a própria imprensa do regime que escreve no passado mês de Maio e cito, para que conste, que:

"Os gestores portugueses de patrimónios cortaram a fundo a posição em valores mobiliários portugueses.

"Maio foi o mês da fuga das grandes fortunas de valores mobiliários portugueses, segundo um relatório divulgado hoje pela APFIPP (Associação Portuguesa de Fundos de Investimentos, Pensões e Património).

"Os gestores de patrimónios de sociedades portuguesas cortaram em 5,3 mil milhões de euros a exposição a valores mobiliários nacionais no mês de Maio, segundo um relatório divulgado hoje pela APFIPP. Só em acções nacionais a diminuição das aplicações foi superior a 300 milhões de euros.

"As gestoras de patrimónios fecharam o mês com 12,75 mil milhões de euros investidos em valores mobiliários portugueses.






"Já a aplicação em acções nacionais situou-se em 1,5 mil milhões de euros. O montante total sob gestão teve uma quebra mensal de 2% desde o início do ano, reduzindo-se em 1,13 mil milhões de euros. Fixou-se em 59,8 mil milhões de euros no final de Maio.

Os maiores clientes das gestoras de patrimónios portuguesas são seguradoras e fundos de pensões. A maior parte dos investimentos feitos pelos gestores de patrimónios são em obrigações e títulos de dívida pública
".






Ponto final.





Como conclusão.






O Estado está na dependência directa desta casta financeira especulativa. Que quanto mais especula e trafica com o dinheiro arrecadado aos assalariados, mas rica fica e coloca de tanga financeira novamente o próprio Estado.






Não se consegue reorientar a gestão administrativa estatal para conseguir um equilíbrio, quer nos Orçamentos, quer no dever e haver desse mesmo Estado sem retirar o poder a estes agiotas e apostar numa produção nacional, por um lado, mas principalmente, por outro lado, e acima de tudo, conseguir uma harmonia de contas públicas no interior da União Europeia.






O que pressupõe cortar radicamente com a especulação bolsista, a traficância bancária com o dinheiro público, a entrega das empresas produtoras europeias ao dominio do Capital financeiro parasitário. Ou seja, em termos práticos, esse senhores tem de ser severamente taxados.






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