1
– Em Julho de 2015, um dos maiores traficantes de droga mexicano de nome Chapo
Gusman, detido numa prisão de alta segurança naquele país, fugiu, depois de lhe
terem cavado um túnel por baixo da sua cela, com mais de 1,5 quilómetros de
extensão.
Até
hoje as autoridades militares e policiais do México não conseguiram sequer
aproximar-se dele. Será por acaso?
A revista
norte-americana Forbes, em 2009, divulgava que o traficante Gusman teria uma
fortuna pessoal de mais de mil milhões de dólares. Quem lhe garante a guarda do dinheiro?
Como
se pode fugir, impunemente, de uma prisão de alta segurança, ainda, por cima,
um individuo preso por traficância de droga, extorsão, assassinatos em série e
dirigir um negócio ilegal lucrativo?
Como
emergem nas sociedades mexicana, colombiana, afegã,e noutras *bandos* armados
de traficantes que jugulam os próprios aparelhos de Estado?

2
- *De Londres a Hong Kong, as belas fachadas dos grandes centros de negócios
com frequência escondem a violência (e a corrupção) das suas origens*.
Assim
iniciava, em 2010, o jornal francês Le Monde uma reportagem sobre o grande
banco britânico HSBC (Hong Kong & Shangai Banking Corporation, cujas
*raízes mergulham em guerras coloniais, envolvendo tráfico de drogas (as duas
guerras do Ópio) e comerciais conduzidas pelo Império Britânico na Ásia*.
O
repórter do jornal poderia acrescentar a sua extensão dos negócios até
Washington a Moscovo, passando por Pequim, Vietname, Afeganistão, seguindo para
a Europa, África e toda a Ásia.

A
questão é que o negócio da droga está interligado, intimamente, e somente pode
medrar, porque está associado ao lúmpen capitalismo financeiro internacional,
e, em particular ao bloco ocidental Wall Street/City londrina.
Em
2009, no rescaldo da crise financeira norte-americana de 2007/2008, o então
director do Departamento da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), o italiano
Antonio Maria Costa era taxativo: Num mercado financeiro em crise e falho de
liquidez o narcotráfico serviu para resgatar alguns banco do colapso ao actuar
como fonte de capital líquido.
O
antigo dirigente da ONU não citou, especificamente, os grandes bancos em
questão, mas vendo as empresas do sector que estavam em falência no início e
logo após a crise e foram «salvas» pode-se inferir alguns nomes: Lehman
Brother´s, Bank of América, que, já em 2010 necessitou de 100 a 200 mil milhões
de dólares para se manter *à tona da água*, suíço UBS ou o alemão Commezbank.
3
- A difusão da droga, como instrumento
de negócio do sistema capitalista, é uma tragédia para a humanidade.
Não
é um elemento de produção que sirva o bem-estar dos trabalhadores, nem da
evolução da sociedade.
É
apenas um produto que serve a ganância do Capital.
Improdutivo
como instrumento de consumo, degradante para a condição humana.
É
um indício de que o capitalismo está atingir um estádio que já não consegue
conter as necessidades das forças sociais que emergem na sociedade.
Recorre
a todos os *expedientes*.
Poderá
ser um indicativo de que o sistema está a entrar num beco sem saída, não
criando empregos, nem produzindo condições para a elevação real do nível de
vida.
Se
houver capacidade de retirar o controlo financeiro das mãos dos lumpen
capitalistas, em grande parte, o negócio da droga desaparecerá.
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