sexta-feira, 30 de outubro de 2015

PROLIFERAÇÃO DA DROGA ESTÁ LIGADA AO SISTEMA CAPITALISMO FINANCEIRO

1 – Em Julho de 2015, um dos maiores traficantes de droga mexicano de nome Chapo Gusman, detido numa prisão de alta segurança naquele país, fugiu, depois de lhe terem cavado um túnel por baixo da sua cela, com mais de 1,5 quilómetros de extensão.

Até hoje as autoridades militares e policiais do México não conseguiram sequer aproximar-se dele. Será por acaso?

A revista norte-americana Forbes, em 2009, divulgava que o traficante Gusman teria uma fortuna pessoal de mais de mil milhões de dólares. Quem lhe garante a guarda do dinheiro?

Como se pode fugir, impunemente, de uma prisão de alta segurança, ainda, por cima, um individuo preso por traficância de droga, extorsão, assassinatos em série e dirigir um negócio ilegal lucrativo?

Como emergem nas sociedades mexicana, colombiana, afegã,e noutras *bandos* armados de traficantes que jugulam os próprios aparelhos de Estado?

2 - *De Londres a Hong Kong, as belas fachadas dos grandes centros de negócios com frequência escondem a violência (e a corrupção) das suas origens*.

Assim iniciava, em 2010, o jornal francês Le Monde uma reportagem sobre o grande banco britânico HSBC (Hong Kong & Shangai Banking Corporation, cujas *raízes mergulham em guerras coloniais, envolvendo tráfico de drogas (as duas guerras do Ópio) e comerciais conduzidas pelo Império Britânico na Ásia*.

O repórter do jornal poderia acrescentar a sua extensão dos negócios até Washington a Moscovo, passando por Pequim, Vietname, Afeganistão, seguindo para a Europa, África e toda a Ásia.

A questão é que o negócio da droga está interligado, intimamente, e somente pode medrar, porque está associado ao lúmpen capitalismo financeiro internacional, e, em particular ao bloco ocidental Wall Street/City londrina.

Em 2009, no rescaldo da crise financeira norte-americana de 2007/2008, o então director do Departamento da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), o italiano Antonio Maria Costa era taxativo: Num mercado financeiro em crise e falho de liquidez o narcotráfico serviu para resgatar alguns banco do colapso ao actuar como fonte de capital líquido.

Em entrevista dada na época à revista austríaca «Profil», Costa sustentou que o dinheiro das drogas se tem introduzido no circuito da economia legal ao ponto de haver *indícios de que alguns bancos se salvaram desta forma* do colapso provocado pela crise financeira, primeiro norte-americana, que depois se tornou mundial.

O antigo dirigente da ONU não citou, especificamente, os grandes bancos em questão, mas vendo as empresas do sector que estavam em falência no início e logo após a crise e foram «salvas» pode-se inferir alguns nomes: Lehman Brother´s, Bank of América, que, já em 2010 necessitou de 100 a 200 mil milhões de dólares para se manter *à tona da água*, suíço UBS ou o alemão Commezbank.

 3 -  A difusão da droga, como instrumento de negócio do sistema capitalista, é uma tragédia para a humanidade.

Não é um elemento de produção que sirva o bem-estar dos trabalhadores, nem da evolução da sociedade.

É apenas um produto que serve a ganância do Capital.

Improdutivo como instrumento de consumo, degradante para a condição humana.

É um indício de que o capitalismo está atingir um estádio que já não consegue conter as necessidades das forças sociais que emergem na sociedade.

Recorre a todos os *expedientes*.

Poderá ser um indicativo de que o sistema está a entrar num beco sem saída, não criando empregos, nem produzindo condições para a elevação real do nível de vida.

Se houver capacidade de retirar o controlo financeiro das mãos dos lumpen capitalistas, em grande parte, o negócio da droga desaparecerá.


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