segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A DEFESA DO REGIME OU A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO


Um programador do blogue WikiLeaks é detido nos EUA.
Aquele jornal da Net divulgou documentos secretos que apontam crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no Afeganistão.

E assim começa a ser conhecida a verdadeira cara do regime norte-americano, quando se proclama como defensor, sem condições da liberdade de informação. O regime, apenas, coloca uma ressalva: liberdade sim, mas apenas quando não são postas em causa as nossas actividades criminosas. Porque, em causa, segundo a Administração Obama, está "o interesse nacional vital" fora das fronteiras, tal como o regime nazi proclamava.

A saga, naturalmente, vai ter mais argumento e mais continuidade. Em crescendo. Se não houver, uma contra-corrente dos de baixo.

O pesquisador que até norte-americano, chama-se Jacob Appelbaum. Estava em trânsito num aeroporto. Ficou retido lá durante três horas e foi questionado sobre como entrou no país e sua relação com o WikiLeaks.

Na semana passada, o WikiLeaks divulgou uma relação de documentos secretos que apontam crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no Afeganistão.

Os documentos afirmam que pelo menos 195 civis foram mortos pelas tropas aliadas no Afeganistão sem conhecimento público e oficial. Os documentos ganharam destaque em toda a imprensa mundial.

Appelbaum também foi abordado por dois agentes do FBI após apresentar-se na Defcon, principal conferencia hacker do mundo.

Morador de Seattle, Appelbaum desembarcou no aeroporto de Newark, Nova Jersey, vindo da Holanda na quinta-feira de manhã. Na ocasião, as suas malas foram revistadas e o seu computador inspecionado.

Segundo familiares do programador, os agentes federais do Governo de Obama informaram a Appelbaum que ele não estava preso, mas detido apenas para interrogação.

Os agentes inquiriram-no sobre as actividades de WikiLeaks, pediram a sua opinião sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão e tentaram conseguir informações onde a localização do fundador do "site", Julian Assange.

O programador se recusou a responder as perguntas.

Após ter discursado sobre o Projeto Tor na Defcon no sábado, Appelbaum foi novamente abordado por dois agentes do FBI. Estes disseram-lhe que já estava a par da abordagem anterior no aeroporto. Procuravam fazê-lo quebrar. Os agentes recusaram revelar suas identidades.

Olá grande América das liberdades...

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