domingo, 8 de agosto de 2010

EUA e UE VÃO TER MAIS CONFRONTOS NA ECONOMIA







A guerra especulativa entre UE e EUA vai intensificar-se

Os Estados Unidos da América continuam a ter uma forte economia, talvez a maior do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB), aparentemente, pujante, isto para o ano de 2009.

Todavia, é evidente que a recente crise financeira, que se globalizou, impôs - melhor dizendo - vai impondo aos Estados Unidos uma espécie de subversão que está a fazer vir do de cima debilidades evidentes em todo o sistema económico do país.

O sector laboral norte-americano era, há cerca de 10 anos, um campo de atracção para milhões de imigrantes, de todos os lados, que lhe deram, com baixos salários, uma das maiores taxas de rendimento na apropriação de mais valia.

A aspiração a um posto de trabalho nos EUA levou a que milhares de pessoas arriscassem a vida, apesar de imperar o maior sistema repressivo fascista à livre circulação de pessoas, que, no entanto, entravam, clandestinamente, na mesma, sob a protecção e corrupção das próprias autoridades norte-americanas que usavam o seu mercado de trabalho - o continuam a usar - como um imneso campo de tráfego negreiro.

Hoje, esses imigrantes, aqueles que se integraram, estão a ser uma das forças de subversão de toda a sociedade norte-americana. Qualquer organização estatal, nacional ou local, ou mesmo a simples eleição de um "xerife" (autoridade político-policial de uma vila ou condado) depende do voto "imigrante", imigrante este que, já nem sequer deseja falar inglês.

Fizemos esta pequena deambulação para quê?:

Para referir, que os EUA já não são os primeiros nos relatórios oficiais sobre a Competividade Global.

Significa isto que a crise financeira veio mostrar que ela está assente numa crise económica produtiva. Ou seja, o sistema financeiro especulativo recria-se e reassume-se na não produção, na corrupção, nas fraudes mais elaboradas e descaradas, no enriquecimento ilícito, nas traficâncias mais absurdas, que foram colocando nos lugares de topo do aparelho político e económico elementos completamente desclassficados que estão a dominar o poder central da grande burguesia norte-americana.

E quando sucedeu isto, com maior evidência: a partir da ascenção à Presidência d República de John Kennedy.

Com os Kenedys, e por isso levaram certamente o Presidente à morte, a máfia e os arrivistas financeiros, que se vieram a organizar em torno dos lobbies judeus, começou a surgir uma "fauna negocial do sistema especulativo" que se imiscuiu em todo o aparelho de Estado, com especial relevância para a bolsa e o sistema bancário, obras monumentais de entretimento e lazer, do impressionante complexo industrial-militar, companhias ficticias de import-export, rotações monumentais de capitais em aplicação em produção fora do país, visando o lucro mais fácil, mais fraudulento e mais barato.

A dívida pública dos EUA é, nos dias de hoje, a de maiores dimensões do mundo. Dizem os especialitas, reportando-se a finais de 2009, que já deve ultrapssar os 12 biliões de dólares, e estará a incrementar-se a uma taxa aproximada de 3,83 mil milhões de dólares por dia.

O que quer isto dizer? Que a governação dos EUA não pode colocar a produção nacional em movimento, minimamente harmonioso, sem conseguir restabelecer uma margem segura de equilíbrio entre o que é receita e o que despesa do Estado.

A actual Administração tem procurado impor leis que, em teoria, visam limitar a actividade dos maiores bancos, impedindo de fomentar lucros especulativos em aplicação desenfreada em capitais de risco.

Essa lei, negociada com Wall Street e os principais bancos, alguns dos quais foram os motores da actual crises financeira, está em vigor. Os bancos não tem nada a opor desde que não mexam "na organização" das suas operações.

O exemplo descarado: O JP Morgan e o Goldman Sachs, que estiveram no centro da crise, que receberam milhares de milhões do dinheiro dos contribuintes, via Administração Obama, para "os salvar", estão neste momento mais poderosos, praticando exacatamente o mesmo sistema de especulação.

O capital especulativo está preocupado com essas "limitações". Claro que não.

Kenneth Feinberg, o responsável governamental pelos pagamentos do Programa de Alívio para Ativos Problemáticos do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (Tarp), anunciou, no final de Julho passado, que 17 grandes instituições financeiras norte-americanas fizeram pagamentos "mal recomendados" de 1,6 mil milhões de dólares em salários e prémios para executivos de topo entre o final de 2009 e o começo de 2010, no auge da crise financeira.

Feinberg não chegou a declarar que qualquer das empresas violou o interesse púbico (a censura mais forte que a lei permite que ele fizesse). As empresas citadas são Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Citigroup, American Express, AIG, Bank of America, Boston Private Financial Holdings, Capital One Financial, CIT Group, M&T Bank, Regions Financial Corp., SunTrust Banks, Bank of New York Mellon, Morgan Stanley, PNC Financial Services Group, US Bancorp e Wells Fargo.

O rapaz governamental criticou a "falta de motivo razoável" para os pagamentos, mas disse que não vai buscar uma restituição, argumentando que isso poderia levar a "acções judiciais privadas e a mais investigações do Congresso". O que, certamete, digo-o eu, iria saber-se ainda mais das falcatruas!

Mas, o que está por trás deste crescente endividamento público, que interessa aos arrivistas financeiros no poder, é que o seu pagamento irá ser feito pelas classes assalariadas e com mais privações. Se não houver um movimento em sentido contrário.

Porque o desemprego está a aumentar.

A notícia é do passado dia 6: A administração pública norte-americana colocou mais 131 mil pessoas no desemprego em Julho (e estes empregos já eram precários) e a entrada de pessoas para o sector privado está sendo mui insuficiente, segundo o Ministro do Trabalho norte-americano (Departamento de Trabalho).
O sector privado criou apenas 71 mil vagas de trabalho e o sector público demitiu 202 mil pessoas, 143 mil que haviam sido contratadas para efectuar o Recenseamento de 2010.

Segundo o Departamento do Trabalho, em Junho, já tinha havido 221 mil desempregados em junho, acima do cálculo anterior de corte de 125 mil. Apenas 31 mil empregos foram criados pelo sector privado em Junho.

O relatório sobre o mercado de trabalho dos EUA mostrou, ainda, que 45% dos desempregados, ou 6,6 milhões de pessoas, estavam sem trabalho há mais de seis meses até Julho. Quanto mais tempo sem trabalho, maior a dificuldade para recolocação, uma vez que os empregadores resistem a contratar pessoas que passam longos períodos sem trabalhar.

Convém referir esta situação: o número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego subiu 19 mil, para 479 mil, após ajustes sazonais, na semana até 31 de julho, informou hoje o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.

O total de novos pedidos é o mais elevado desde Abril. Os economistas esperavam queda de 2 mil pedidos. O número da semana anterior foi revisado em alta para 460 mil, dos 457 mil informados anteriormente.

Um facto continua imparável desde que a crise começou: a venda de casas voltaram a cair em Junho passado. O o término do subsídio do governo acabou, o que significa que o mercado irá piorar.

Naquele mês, foi registada uma queda de 18,6%, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o índice da Associação Nacional dos Correctores Imobiliários (NAR, na sigla em inglês).

Face a Maio, as vendas pendentes de residências usadas caiu 2,6%, para 75,7 em junho.

Também em junho, as encomendas à indústria dos EUA caíram 1,2%, para 406,41 mil milhões de dólares, informou o Departamento de Comércio. O declínio, o segundo consecutivo, foi superior ao estimado por analistas consultados pela Dow Jones, de 0,5%.

Excluindo o sector de transportes, as encomendas encolheram 1,1% em Junho. Em Maio, a queda ficara em 1,8%, em dado revisado. Excluindo o sector de transportes, a queda foi de 1,2%.

A realidade para o país ainda é mais negra: Em finais de Julho, os EUA reconhecem que recessão foi mais profunda. O que levou também a uma revisão em baixa da projecções do PIB.

A questão que se vai colocar, com veemência, nos próximos tempos é que o euro está em fase de recuperação face ao dólar e a própria produção industrial europeia parece ter melhor encaminhamento que os EUA. Aí teremos especulações desenfredadas, novamente, sobre a moeda europeia, sem uma política comum para enfrentar esse ataque.

Os assalariados europeus são a peça essencial na resposta às novas restrições que os governamentaes da UE vão querer impor.











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