domingo, 1 de agosto de 2010

EUA/IRÂO: MAIS GUERRA PODE DESFAZER O PODER IMPERIAL




























Eles querem sem mais guerra, mas este apetite por sempre mais guerra pode trazer o gérmen da sua destruição



O chefe do Estado-Maior General norte-americano, almirante Michael Mullen, afirmou este domingo que os Estados Unidos têm um plano de ataque ao Irão.

Esta afirmação é do mais alto chefe militar, que, por inerência, pertence ao Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos e, devido ao cargo, o principal conselheiro executivo militar do Chefe de Estado dos EUA.

Pode parecer uma afirmação de circunstância, mas não é, nem um chefe militar de tal envergadura nos EUA faz tais afirmações desgarradas do poder político e, prinicpalmente, de uma decisão estratégica tomada.

É um facto. Todavia, o almirante, que emergiu no seio do complexo militar-industrial do seu país, sabe que um tal ataque, nas condições actuais, certamente, iria destruir parte substancial da sua capacidade militar na região. E além do mais, nos tempos actuais, as Forças Armadas norte-americanas não têm capacidade real de ocupar terreno, nem os seus aliados servem para algo nesse campo.

Potencialmente, apenas Israel tem capacidade técnicas de acompanhar Washington num ataque, mas o seu Exército tem revelado demasiadas debilidades para enfrentar tropas ou insurgentes islâmicos em avanço operacional do terreno.

E, nos dias de hoje, embora Israel apareça com um forte aparato nuclear, certamente, não o irá utilizar, porque tem perfeita noção que o poder militar do Teerão se engrandeceu nos últimos 10 anos. E, mesmo em caso do regime dos mullás não ter a capacidade que parece ter, certamente, irá fazer mossa em contra-resposta num país que somente tem seis milhões de habitantes.

O que na região é uma minoria populacional face às centenas de milhões dos países árabes que os rodeiam.

O almirante, naturalmente, sabe que uma ação militar contra o Irão pode ter - as palavras são dele - "consequências indesejadas que são difíceis de prever numa zona tão instável" como o Médio Oriente, conforme assinalou em entrevista à televisão NBC.

No entanto, considerou, os Estados Unidos não podem deixar Teerão ter armas nucleares: "Para ser franco, tanto uma como a outra opção preocupam-me bastante", disse.

O almirante disse-se "optimista" quanto à possibilidade de os esforços diplomáticos e as sanções da comunidade internacional levem o Irão a abandonar o programa de enriquecimento de urânio.
Como pode suceder isto: eu penso somente com um golpe de Estado interno Irão.

Será que é isto que os americanos, União Europeia, Israel e certos países árabes, ditos pró-ocidentais, mas que tem o "cú arder" com insurgências e divergências internas de grandes proporções?

De uma maneira ou de outra, disse Mullen, "as opções militares estão sobre a mesa e vão continuar sobre a mesa". "Espero que não tenhamos de as utilizar mas elas são importantes", disse.

O caso parece grave no domínio da preparação militar, porque Teerão está a responder com voz grossa.

Será apenas bluff. Eu, pessoalmente, duvido.

O Irão é agora já potência militar regional, embora muito incipiente. Mas está a dar cartas, apesar de "cerceada" pelo Ocidente, em todo o tabuleiro regional - e não só internacional. As suas alianças expandiram-se para a América Latina, e mesmo para o interior da NATO.

Não pudemos esquecer que o Irão, mutilado de muito do seu poder político e económico, venceu o Iraque, numa guerra que lhe foi desgastante de 10 anos, Iraque este que recebeu todo o apoio dos EUA. Ora, a política industrial-militar dessa guerra foi toda canalizada para relançar o seu "poder independente" neste sector. E está a consegui-lo. Por muito que se vocifere, as grandes potências já sabem que o Irão já tem ou está com capacidade de criar bombas atómicas em breve. Certamente, irá mostrar que tem garras, na realidade.

A evolução militar foi real. E de tal maneira, que hoje as suas autoridades iranianas não têm pejo de salientar que o Irão colocará Telavive debaixo de fogo se for atacado por Israel devido ao seu programa nuclear, advertiu o embaixador iraniano nas Nações Unidas citado pela imprensa local.
"Se o regime sionista cometer qualquer agressão contra o território iraniano, colocaremos Telavive debaixo de fogo", disse Mohammad Khazi, citado pelo jornal oficial iraniano Farhang-e Ashti.

Ora, a questão, para as preocupações norte-americanas, (e israelitas, que só existem como protectorado norte-americano) não é somente o Irão. Uma eventual refrega guerrilheira com o Líbano poderá sair muito caro a Israel. Nem os islamistas xiitas, nem Israel negam que o grau de armamento das duas partes cresceu e agora as possibilidades de serem atingidas seriamente cidades israelitas é uma realidade. Os islamistas xiitas podem ser, aliás, o poder político real no Líbano se houver guerra.

Israel igualmente tem a noção que os problema palestiniano pode evoluir para um enfrentamento que produzirá, se prolongado, sangria nas forças internas de Israel.

Ora, é neste imbróglio que as preocupações norte-americanas são evidentes, mas dissimuladas, é que um surgimento de várias frentes de guerra (sendo que uma parte delas de guerrilha) pode fazer desmoronar o fraco poder político na Arábia Saudita, Egipto e Jordânia.

Então, a pradaria envolver-se-á num fogo de bradar aos céus.

E o problema central para o Ocidente, Rússia e China é que esta pradaria é o principal centro petrolífero e de gás natural do Mundo.

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