1 - Nas últimas semanas, saltou para a praça pública, em particular para o nosso jornalismo actual de pacotilha o facto de um grupo de advogadas, que se organizou em escritório profissional ter organizado um vídeo promocional, onde se apresentam vestidas e arranjadas à "la mode" do mercado dos dias de hoje da classe média feminina, para passarem a mensagem que lhe interessava para a "sua carreira" profissional.
Mereceram as advogadas, pela sua forma promocional, os epítetos que de iam de praticamente as apelidarem de prostitutas até à abertura de inquérito oficiais pela parte da Ordem de Advogados por "violação das regras de publicidade" e "de decoro" que, eventualmente, ultrapassam as regras estatutárias daquele resquício institucional feudal.
Mas, o que se estranha nestas críticas ao trabalho profissional destas advogadas é, justamente, à sua pose como mulheres, ou seja à sua condição feminina.
Elas, como mulheres, nas suas poses, procuram atrair os homens para o seu negócio - e eventualmente mulheres se forem lésbicas, o que é apenas uma questão de mensagem para "encher o olho", a não ser que considerem a sua mensagem mediática um acto de angariar clientes para a prostituição.
E isso, é grave, para quem faz as críticas deste ponto de vista, porque está a fazer um processo de intenções.
É pura difamação.
2 - Já não é difamação a promiscuidade entre os grandes escritórios de advogados e o grande capital, que representam aquele quer nas empresas, quer no seu governo.
Elas, a promiscuidade e a sua propaganda descarada - está inserida nos seus "sites", existe e é de uma gravidade extrema, porque, aí sim, é um acto de negócios fraudulentos, perfeitamente pornográficos, pois os advogados não estão a defender uma causa pública, mas sim a serem gerentes económicos e políticos do bordel que é o grande capital.
Aqui sim deveria actuar a Ordem dos Advogados com mão de ferro, e a Procuradoria Geral da República deveria investigar e proceder judicialmente contra as ligações ilegais entre a advocacia e os negócios obscuros das grandes empresas capitalistas.
(Mas claro quer esses escritórios de advogados, quer a PGR, quer o governo, estão sim a procurar criminalizar as denúncias públicas que os jornalistas ainda conseguem fazer...Isto sim é fascismo na sua forma mais descarada)
Mas isso, dirão alguns, é utopia querer actuar sobre o grande capital e os seus agentes. Eles são os garantes do poder económico.
Tretas. Eles são vampiros em decadência.
Claro só é utopia, porque não se actua, nem se quer actuar, radicalmente, sobre quem destrói, paulatinamente, o actual regime político.
3 - Vejamos a prostituição política no seu melhor.
Apenas alguns casos.
A recente notícia de que José Luís Arnaut, antigo Ministro de Durão Barroso e de Santana, advogado sem curricullum profissional relevante, mas integrado, como número dois, numa grande firma, a do ex-ministro Rui Pena (o seu último cargo governamental Defesa Nacional, geriu, entre outros negócios, o processo de aquisição de submarinos), foi escolhido para um lugar de topo da empresa especulativa financeira norte-americana Goodman Sachs.
Factual, sinistra, perfeitamente, enquadrada como um caso de investigação policial por ligação íntima do poder político aos negócios mais obscuros de Wall Street.
Rui Pena & Arnault em reunião e com os lumpen capitalistas, como Mira Amaral e António Mexia
Qual a razão porque Paula Teixeira da Cruz é ministra da Justiça? Pela sua actividade curricular profissional? Não, porque é dirigente do PSD e membro destacado de uma das mais importantes firmas de advogados do país ( FCB&Associados).
Onde actuam:
Direito Societário e Comercial; Direito Público, Administrativo, do Ambiente; Direitos Reais, Imobiliário e Construção; Resolução de Litígios; Direito Laboral e da Segurança Social; Direito Fiscal;Direito Bancário e Mercado de Capitais; Propriedade Intelectual.
4 - Onde estão os promiscuos (machos e fêmeas) advogados representantes directos do poder económico possíveis integrantes do poder polítíco?
Façam uma pesquisa.
Eis os nomes das principais firmas de "lobos" desse poder:
Retirado do jornal "Diário de Notícias" do suplemento "Notícias Sábado", de 27 de Novembro de 2011.
Refere, na sua introdução, a reportagem que, em Lisboa, entre o Parque Eduardo VII, a Avenida da Liberdade e a Praça dos Restauradores se encontra a maioria das grandes firmas de advogados.
A reportagem assinala diferenças - tácticas, estratégicas, de ligações multinacionais e até culturais - das grandes empresas de advogados, mas ao assinalar os seus principais sócios e consultores é uma única orientação a ligação directa ao poder económico-político do grande capital.
E os seus líderes estão e estiveram dentro do poder governamental e ao mesmo tempo dentro do poder económico é a realidade.
Comece-se pela multinacional Uría Menéndez/Proença de Carvalho (UMPC) .
Vejamos os "lobos" do lado espanhol: Aurelio Menéndez é Presidente Honorário da Uría Menéndez. Pertenceu ao Tribunal Constitucional Espanhol, Minsitro da Educação e Ciência entre 1976/77. Conselheiro de Estado entre 1992/2006.
Do lado português: Proença de Carvalho. Ministro da Comunicação Social no 4º Governo Constitucional, presidido por Mota Pinto (1978/79), Presidente da Rádio Televisão Portuguesa (1980/83), Presidente do Conselho de Administração da Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva (1993/2007).
Actualmente é Presidente do Conselho de Administração da Cimpor - Cimentos de Portugal, SGPS, S.A., Membro do Conselho Geral da AEM - Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado, em representação da Cimpor - Cimentos de Portugal, SGPS, S.A., Membro da Comissão de Remunerações do Banco Espírito Santo, S.A. e Presidente da Assembleia Geral de numerosas sociedades, entre elas a Galp Energia, SGPS, S.A., a Socitrel, S.A., a Renova, S.A., etc.
Será em breve PCA da Controlinveste, proprietário do DN,JN, Jornal do Função, TSF, entre outros meios de comunicação social.
Quatrecasas Gonçalves Pereira (CGP).
Do lado espanhol. Emílio Quatrecasas.
É membro do conselho de administração de Áreas, Accenture, Cofiber, Confederación Empresarial de Madrid e outras sociedades comerciais, do conselho directivo do Institut d'Educació Contínua (Universitat Pompeu Fabra) e do conselho académico e social da
Universitat Internacional de Catalunya.
Também é Presidente da Associação Barcelona Global, bem como Vice-presidente do Conselho Directivo da Asociación para el Progreso de la Dirección (APD) e Presidente da APD zona Mediterrâneo e membro do Conselho Consultivo do Patronato Foment del Treball Nacional.
Da parte portuguesa. André Gonçalves Pereira.
Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa de Janeiro de 1981 a Junho de 1982.
Antigo representante de Portugal nas Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional e UNESCO.
Administrador (não-executivo) da Fundação Calouste
Gulbenkian, desde 2002, bem como de várias sociedades comerciais.
Faz-se ainda uma referência especial a uma dos escritórios, com maiores vínculos políticos ao poder sócio-económico-político do actual regime: a AMPereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins e Associados (PLMJ), que existe desde os finais dos anos 60 do século passado, fundada por António Maria Pereira e Luís Saragga Leal, e que hoje o seu rosto mais proeminente é José Miguel Júdice.
(António Maria Pereira foi destacado militante do PSD, seu deputado entre 1987 e 1995 e, acima de tudo, Presidente do Comité Político Parlamentar da NATO. Jose Miguel Júdice foi um dos protagonistas da ascensão de Cavaco Silva ao poder, como "jovem turco" do PSD, em associação, então, com Durão Barroso, Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa. Depois já apoiou em eleições municipais Maria José Nogueira Pinto e António Costa).
É desta firma que Rui Machete é consultor destacado - foi Presidente do PSD, vice-Primeiro-Ministro e Ministro da Justiça, agora é MNE.
Eis a sua actividade "comercial mercantil" como advogado.
Correia, Seara, Caldas, Simões e Associados, onde pontifica esse activo político/comentador futebolístico chamado Fernando Seara e o antigo Ministro da Defesa - que trabalhou no dossié dos submarinos - Júlio Castro Caldas;
José Pedro Aguiar-Branco & Associados, cujo sócio governamental é o actual Ministro da Defesa.
BrancoAPORT – Advogados Portugueses em Consórcio, com um nome sonante do CDS, Sílvio Cervan;
Abreu & Associados, onde submergem Luis Marques Mendes e Paulo Teixeira Pinto;
Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, com personalidades como José Manuel Galvão Teles e António Lobo Xavier;
E a Sociedade Rebelo de Sousa e Advogados Associados, com o irmão do dito Marcelo, de nome Pedro e Manuel Porto.
Um rol imenso de podridão....
Um rol imenso de podridão....
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