terça-feira, 1 de março de 2011

LÍBIA: O IMPERIALISMO PREPARA UM NOVO IRAQUE




1 - Existe um envolvimento crescente dos Estados Unidos da América e de Israel - e por cumplicidades, cobardias e fraquezas evidentes das eleites diorigentes dos países europeus - nas recentes movimentações ocorridas em alguns países do Magrebe.

Além da movimentação popular, o que está a ocorrer na Líbia traz a mão evidente dos serviços secretos norte-americanos na evolução dos acontecimentos.

Os actos de rebelião realizados pelos jovens desempregados em todos os países, onde se deram mudanças de governos - Tunísia e Egipto, aqueles ficaram sempre refens do Exército, que é uma instituição criada pelas ditaduras militares então existentes, montada e corrompida pelos norte-americanos.

2 - Ora, na Líbia, as revoltas que se deram não tiveram a repercussão esperada, porque a estrutura policial-militar não estava estribada na ossatura do aparelho imperial de Washigton. Os rebeldes estão a lutar sem um programa, e não conseguiram um interlocutor momentâneo para lhe entregar o poder.

O curioso é que o centro da contestação na Líbia se radica, até agora, principalmente, em Bengazi, uma cidade distante dois mil quilómetros da capital, sem a pujança económica daquela, e situada muito próximo do Egipto, cuja liderança militar, a propósito de auxílio à população, tem entrado na região, estabelecendo um comité militar, praticamente desconhecido.

3 - Para completar a mistificação, os Estados Unidos da América, que não têm um domínio da produção petrolífera no país - Khadafi jogou até agora com a diversificação dos centros de produção por vários países - ameaça com a intervenção militar, levando vários navios para junto da costa libia, tal como o fez há cerca de 15 anos, o então Presidente norte-americano Bill Clinton.

Está em jogo mais uma intervenção brutal do imperialismo norte-americano e dos lacaios europeus, com a subserviente Rússia, nos assuntos internos de um país.

4 - É mais um crime contra a humanidade e os povos que os EUA estão a montar, usando com o pretexto estafado da defesa dos direitos humanos (o que não fez no Egipto, nem em Israel).

5 - O curioso é que aqueles que se reclamam de esquerda estão calados, por cobardia, por não denunciarem uma situação - intervenção nos assuntos internos de um país - porque esse país é governado por um ditador. Uma questão é a governação interna do país; outra é a intervenção externa. Tem de se decidir.

Deixemo-nos de hipocrisias. Quem tem de derrubar esse ditador são os revoltosos internos da Líbia e não os imperialistas que somente pretendem controlar as riquezas do país.

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