sábado, 18 de dezembro de 2010

DROGA: QUEM A CONTROLA É O CAPITAL FINANCEIRO





Thaçi é um democrata, com os mesmos valores de Bush e do Conselho da Europa.
















Um relatório do Conselho da Europa, divulgado na semana passada, tornava público, o que já era público, e as autoridades dos Estados Unidos e da União Europeia tentaram desmentir ao longo destes anos: Hashim Thaçi, primeiro-ministro de Kosovo, é um chefe mafioso, produto, único e exclusivo, da engrenagem política mafiosa de Washington e de Bruxelas.


Thaçi foi o chefe militar no terreno, de milícias criminosas e fascistas, da intervenção aérea da NATO, forçada e impulsionada pelos EUA, contra aquele território, visando o desmembramento total da antiga Jugoslávia e, acima de tudo e principalmente, o controlo efectivo pela mesma NATO (ou seja os norte-americanos) daquele parte territorial da Sérvia.

Quando a NATO/EUA planeava a intervenção armada na antiga Jugoslávia, com a conivência efectiva do Vaticano e da Alemanha (convém não esquercer que os primeiros acontecimentos na antiga Jugoslávia começaram pela Croácia, que esteve ligada ao antigo Sacro Império Alemão!), surgiu, em 1997, Thaçi, como um dos chamados comandantes do Exército de Libertação do Kosovo, exército este que era uma milícia armada e dinanciada pela CIA e pelos serviços secretos ocidentais anglo-saxónicos.

Relatórios de várias entidades europeias, elaborados já no tempo da guerra (1999) retratavam Thaçi como um chefe mafioso à frente de um grupo envolvido em assassínios, tráfico de orgãos e de drogas. ( O senador judeu norte-americano Joe Libermann, membro destacado e influente da AIPAC, antigo candidato à vice-Presidência daquele país afirmou o seguinte: "Os EStados Unidos e o Exército de Libertação do Kosovo lutam pelos mesmo valores e princípios -...-a luta do UÇK é a luta pelos direitos humanos e os valores norte-americanos)

O caso tornou-se tão evidente que a antiga Procuradora do chamado Tribunakl Internacional (TPI), que tentava a todo custo envolver apenas personalidades e dirigentes sérvios, teve de dar a mão à palmatória e denunciar o envolvimento de Thaçi no tráfico de orgãos foi Carla Del Ponte.

Em 2008, a antiga procuradora do TPI para a ex-Jugoslávia publicou no livro “La Caccia” (A Caça) que, depois da guerra, o UCK raptou 300 sérvios do Kosovo e transportou-os para a aldeia de Gurre, na Albânia.

Terão sido tirados, então, os orgãos antes da execução dos prisioneiros. Os orgãos iam depois para o estrangeiro pelo aeroporto de Rinas.

A Human Rights Watch enviou uma carta ao primeiro-ministro Thaçi, em 2008, a solicitar-lhe a abetura de um inquérito, devido à gravidade dos factos denunciados por Carla Del Ponte.

A ministra da Justiça de Thaçi, Nekuibe Kelmendi, rejeitou as alegações, e afirmou que eram “fabricadas”.

Desde então Kosovo (e por extensão a Albânia, que se tornou, na prática um protectorado norte-americano na Europa) foi referenciado em crescendo com um dos maiores centros de passagem, praticamente, impune de drogas do Afeganistão e do Oriente para a Europa e Estados Unidos. Mas não só um centro de tráfico humano, como a prostituição para as mesmas regiões.




Ora, tal facto, desligado dos outros grandes centros de produção e passagem de droga, nada teria de especial. Seria, isso mesmo, um caso isolado apenas. Todavia, se analisarmos e seguirmos o rasto do dinheiro e da "corrente material" que o impulsiona e sustenta como potência dominante, teremos de reconhecer que os Estados Unidos aparecem sempre, mas sempre, ligados ao seu controlo nos mais diferentes aspectos a começar pelo próprio aparato militar (de ocupação e distribuição), passando pela rede de distribuição e acabando na importância do mercado e do seu sistema financeiro.


A) Comecemos pela cocaína.


Baseamo-nos dos dados do Departamento da Droga e do Crime das Nações Unidas (UNODC), relatório de 2010.


Segundo o documento, m 2009, a Colômbia cultivou, aproxidamente, 43 % da produção mundial, seguido do Perú com 38%. (ou seja mais de 80 por cento do total mundial!)

Continuamos a seguir o relatório, estima-se que o valor do mercado de cocaína a nível mundial seja da ordem dos 88 mil milhões dólares (os cásculos oscilam entre os 80 mil e os 100 mil milhões de dólares norte-americanos).

O controlo da produção de cocaína na Colômbia e no Perú está nas mãos dos militares (que utilizam, naturalmente, os traficantes "civis" na sua distribução). Mas quem controla, na realidade, os Exércitos desses países: os destacamentos castrenses e paramilitares dos EUA (por terra, mar e ar, incluindo os sofisticados métodos tecnológicos de satélites, que tudo vêem nas movimentações na selva!!!).

B) Sigamos agora o ópio.

Relatório: a produção da maior parte dos opiácios ilícitos do mundo têm lugar no Afeganistão (6.900 toneladas métrias de ópio, a que corresponde cerca de 89% da produção mundial em 2009), e também se produzem quantidades importantes em Myanmar (300 toneladas métricas, México é o terceiro produtor mundial de ópio, com um volume, em 2008, (325 toneladas) semelhante ao de Myanmar em 2009.

Em 2008, os preços oscilavam desde valores abaixo dos três mil dólares norte-americamos por Kg no Afeganistão, a entre 10.300 e 11.800 dólares por Kg na Turquia, a um préço médio de 44.300 dólares por kg na Europa (tida como a área de maior consumo no mundo). Faça-se então as contas.

Quem controla o Afeganistão? O Exército de ocupação dos EUA (castrense e paramilitar) e os seus aliados. Sem o seu consentimento não existe tráfico de droga.

(Antes da guerra entre a URSS e o Afeganistão (1979-1989), a produção de ópio era quase nula no Afeganistão, bem como, aliás, no Paquistão. No início de 1979, as operações clandestinas da CIA estimularam a sua produção (financiando as actividades da guerrilha islâmica, como a Al Kaeda, treinada e controlada por aquela, sobretudo junto à fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, tornando-se, então, a primeira fonte primária mundial de heroína, que veio a fornecer 60% do consumo norte-americano, que depois se expandiu para a Europa).

Com a chegada ao poder dos talibãs, a produção de ópio tinha caido 90% em 2001. Esta proibição desencadeou uma penúria acentuada no mercado europeu e norte-americano) .

C) México

Nos últimos meses, no México, em especial no Estado de Chihuahua, que faz fronteiras com os norte-americanos Texas e Novo México, tem havido um intenso ajustes de contas, incluindo com a polícia e o Exército, cujo objectivo central é o controlo efectivo da rede de distribuição para os EUA. (No México, como nos Estados Unidos é do conhecimento público que as autoridades políticas e policiais, pelo menos da regiões fronteiriças estão altamente comprometidas com a traficância de droga).

A questão, segundo um homem avisado como o antigo Secretário de Estado norte-americano George Shultz, em declarações a Mary Anastasia O'Grady, colunista do Wall Street Journal, "é preciso se preocupar com o que está acontecendo com o México, e é preciso perceber que o dinheiro que financia tudo isso vem dos Estados Unidos."


Ou seja, por detrás da lamentação de um antigo responsável pelo sucedido nos últimos tempos, Shultz, está a referir e a revelar que "o dinheiro que financia" pode levar os detentores do Capital (naturalmente o capital dominante, o financeiro especulativo, a levar o seu poder de Estado a empreender guerras, ocupações, controlo de rotas terrestres, marítimas e aéreas para "manter o seu mercado a funcionar".


A confissão, aliás, veio com a recente crise financeira mundial e o seu "relator" é, precisamente, o responsável do UNODC, o italiano Antonio Costa.

Retiro as suas declarações do jornal inglês, Daily Mail, de Janeiro deste ano.



"Ao debaterem-se com um severo abalo financeiro, os bancos absorveram milhares de milhões de dólares de dinheiro de drogas", refere António Maria Costa, director do Departamento das Nações Unidas sobre Drogas e Crime [UNODC na sigla em inglês].

"Costa disse ao Observer que o dinheiro de drogas "salvou os bancos do colapso" no auge da crise financeira global, informou o Daily Mail.

O director do UNODC disse que havia sinais de alguns bancos terem sido resgatados por milhares de milhões de dólares que "tinham origem no comércio de drogas e noutras actividades ilegais".

Falando do seu escritório em Viena, Costa referiu-se ao problema enfrentado por muitos bancos na segunda metade de 2008, ao verem-se incapazes de fazer empréstimos mútuos.

"O sistema estava basicamente paralisado devido à indisponibilidade dos bancos para emprestar dinheiro uns aos outros," disse ao jornal.

Os analistas sustentam que na sequência do colapso do banco de investimentos Lehman Brothers em Setembro de 2008, o sistema de mercado interbancário ficou também paralisado e deixou de conseguir manter o fluxo constante de liquidez para os bancos.

Isto, afirmam, abriu caminho para os bancos absorverem dinheiro de drogas, que veio em salvação de alguns deles.

Costa assinalou a existência de indícios sustentando a ideia de que os rendimentos do crime organizado eram o "único investimento de capital líquido" disponível para alguns bancos que no ano passado estavam à beira do colapso.

As Nações Unidas estimam que os barões e os cartéis internacionais da droga encaixam anualmente mais de 300 mil milhões de dólares.


E naturalmente, os seus representantes políticos e económicos, acrescentou eu..

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