quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

VOLUNTARIADO E DESEMPREGO ESTÃO EM ROTAS DE COLISÃO













A hierarquia da Igreja Católica aproveita o verdadeiro maná em se tornam as dádivas voluntárias em tempo de crise. Os responsáveis católicas são, realmente, de uma pobreza franciscana...















De repente, o tema do "voluntariado", quando aumenta o desemprego, torna-se manchete dos órgãos de comunicação sociais e páginas e mais páginas dos jornais e inunda em reportagens as televisões, dos nossos honestos capitalistas.


À frente coloca-se a Igreja Católica, pois controla as principais redes de rádio nacional (o grupo Renascença) e as centenas de jornais locais e regionais (535 títulos), além de uma agência de notícias Ecclesia, e propaganda paga pelo Estado na RTP e Antena 1.


Depois os grupos privados Cofina (jornais e 11 revistas em Portugal, incluindo do Correio da Manhã, Oliveira (vários jornais diários e revistas, incluindo o DN e o JN, SONAE (Público), Balsemão e outros (SIC, Expresso, Visão e várias revistas), PRISA (TVI, radios Comercial, RCP – Rádio Clube Português, Cidade FM, Best Rock FM, M80 e Romântica FM), Lena (11 jornais regionais, duas rádios regionais, uma editora, uma televisão on-line e um jornal nacional) e, claro, o Estado, actulamente nas mãos do PS (RDP, RTP).


1- Os termos voluntário e a solidariedade são caros a muitas pessoas. Em momentos de crise, quando esta atinge um número cada vez maior de assalariados e pensionistas, e inclusive sectores de baixos rendimentos dos empresários, particularmente, os de nome individual, da pequena mercearia ou da pequena firma industrial, verifica-se uma mobilização excepcional. É uma resposta de comunidade, de sentimento.


Mas, o voluntário que vai ocupar um lugar, em determinado local, deve ponderar muito bem ao fazê-lo. Questionar-se não está na realidade a exercer uma actividade não renumerada, que deveria estar a ser paga a uma pessoa que se encontra no desemprego. Em vez de voluntariado, o que o faz, deveria exigir que o lugar estivesse a ser ocupado por alguèm sem emprego.


2 - Estão hoje a crescer, como cogumelos, instituições e associações que lançam apelos a dávidas e alimentos, que, teoricamente, dizem ser canalizadas para "apoiar os necessitados". É certo que algumas dessas instituições, associações e agremiações fazem distribuição de alimentos. Propagandeiam, em accões de rua, fazem-se acompanhar das lestas televisões, a "doar" algumas dessas ofertas - que não são delas - aos uns quantos dos caridosamente necessitados.


Mas quem as controla, quem lhe faz as auditorias independentes e controladoras ao dinheiro e produtos que recebem?


A Igreja Católica é perita nesse tipo de "pedinchagem", quer, directamente, através dos seus hierarcas, quer das instituições que controlam.
Mas, não se verificam que os "voluntários" bispos ou padres entreguem os milhões de dólares que arrecadam, quer através das dávidas, quer através dos dividendos de bancos e grandes empresas, onde são accionistas, para erguerem unidades produtivas (não lucrativas) que dêem empregos aos muitos milhares de desempregados deste país.


Querem ver um exemplo em como se ensaca dinheiro, sem controlo, por parte da Igreja Católica? Reparem nesta nota da sua Conferência Episcopal:


“Foi aprovado o regulamento do Fundo Social Solidário (sublinhado meu), de carácter emergente, que implica todos os cristãos e visa todos os mais débeis e carenciados, sejam quais forem os seus credos ou origens. Pretende estar ao serviço das dioceses e paróquias, a quem compete apresentar situações e projectos, que fomentem a ajuda local e de proximidade, e iniciativas de promoção humana e desenvolvimento de capacidades das pessoas vítimas de situações de pobreza.

A base financeira do fundo é assegurada por dádivas feitas com o NIB 0033 0000 0109 0040 15012, podendo ser usada a Entidade 22 222 e referência 222.222.222.
Será dada informação pública regular sobre montantes recebidos e aplicados, tipificação dos casos e avaliação do funcionamento.
A Equipa Nacional do Fundo é composta pelo Presidente da Cáritas Portuguesa e representantes da Comissão Nacional Justiça e Paz, da Comissão Justiça e Paz dos Religiosos, da Sociedade São Vicente de Paulo e de outras instituições significativas no campo social.”



A Igreja Católica, através das suas Instituições de Solidariedade Social, recebeu, quase totalmente, do Orçamento de Estado deste ano cerca de 1,2 mil milhões de euros.


É obra. Deste valor, é natural que uma parte seja aplicada na (s) instituição (s), mas, outra parte, certamente bem significativa, ficará retida na origem. Claro que não se conhecem valores, mas, se o Estado controlar, directamente, esse dinheiro haveria valores elevados para apoiarem os desempregados e a produção nacional!!!

3 - Este ano, os patrões - os grandes patrões, naturalmente - tornaram-se caritativos e apelam ao desembolso de uns tostões para os "pobrezinhos".
Claro que não foi o engenheiro Belmiro de Azevedo, que doou mil milhões dos seus 1,2 mil milhões de rendimento pessoal para combater a dívida, nem o Américo Amorim, com idêntica quantia ou outro qualquer.

O que eles estão a fazer é apelar à "caridade" com o dinheiro dos outros.....

Em várias grandes superfícies, foram-me feitos pedidos ou sugestões para "arrendondar" a despesa que eu fiz na altura, "por cima", pois esse dinheiro - explicavam-me "seria distribuido" pelos "pobrezinhos". É lata, não é?
Eles sacam o excedente, colocam-no a render, ficam com juros, e depois, podem dar uns tostões aos "pobres" que sacaram dos clientes. Exactamente, "caridade" com o nosso dinheiro. É cinismo a mais. Eles tem lucros fabulosos, mas ainda pedem uns "excedentes" para meter ao bolso e deduzir nos impostos.


Isto é retirado de um site de uma grande superfície, sobre o "excedente" por cima: "Nestes últimos três anos conseguimos angariar (...) um montante superior a um milhão de euros ".
Sem comentários.

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