terça-feira, 1 de junho de 2010

QUEM AFUNDOU A CORVETA SUL-COREANA?

O anúncio, simultaneamente, feito em Seul e Wsahinton, de que iria ser renovado, no passado dia 27, o acordo sobre a permanência da base militar norte-americana no Japão, depois da actual coligação governativa no poder em Tóquio ter sido formada sob os auspícios de acabar com a presença estrangeira no país, e, devido ao facto de a reviravolta do principal partido japonês do chefe do executivo Yukio Tatoyama, optando por romper a coligação com o outro principal partido do governo, levou os analistas e investigadores das questões políticas da Ásia a concentrar-se nas explicações.

Tatoyama justificou o volte-face, precisamente, com a "situação actual na península coreana e na Ásia". Mas, nos últimos meses, nada havia de especial na península coreana. A não ser a eminência dos EUA terem de retirar de Okinawa.

Os EUA foram o único país a felicitar o PM japonês com o facto de ...ter acabado a coligação do partido do chefe do executivo com o Partido Social-Democrata. Ora, tanto a líder do Partidos SD, Miziho Fukushima, com os restantes membros daquele que, igualmente, saíram do governo, não consideraram que "a situação entre as Coreais" merecesse a presença castrense de Washington em Okinawa.

Ora, os investigadores e analistas viraram-se então para o anúncio feito dias antes pela Coreia do Sul de que a corveta Cheonan, que fora afundada em Março, com a morte de 46 membros da guarnição, tinha sido atingida por um torpedo de um submarino norte-coreano.

Este anúncio foi baseado num "relatório" de uma "comissão independente internacional" que, até agora, ninguém conhece os seus membros. O alarido em torno deste caso partiu somente de Seúl e Washington, com a inefável Clinton, talvez comprometida, a afirmar que a "Coreia do Norte não deveria fazer mais provocações". Mas se houve um caso de tal gravidade, uma agressão, aparentemente, em águas internacionais, provocada pela Coreia do Norte, a um aliado "estratégico" dos EUA, a resposta da administração norte-americana passa apenas pela "contenção"?

Algo está mal explicado. E este imbróglio adensa-se, porque tanto a Rússia, com a China, afirmaram que iriam, elas próprias, investigar o sucedido, porque havia "discrepâncias" nos relatos dos factos e - imagine-se - desconheciam o relatório provindo de Seul.

O curioso é que os especialistas navais, mesmo ocidentais, assinalam que não conseguem descortinar que tipo de torpedo é, depois de verem as fotos divulgadas pelas autoridades sul-coreanas.

E, deste então começaram a surgir interrogações mais pertinentes:
a corveta Cheonan, que estava preparada para a luta antisubmarina, por ser um medelo moderno, deveria ser portadora de um sonar com tecnologia muito sofisticada e navegava em águas onde estavam instalados outros sensores anti-submarinos, inclusive acústicos.

Pelos relatos, que provieram da parte sul-coreana, logo após o afundamento, não foram referenciados indícios de que o ataque partisse de um torpedo. Admitiram, então, que poderia ter sido uma mina, possivelmente ali instalada ainda no tempo da guerra da Coreia de 1953. Ainda baseando-se nos relatos da época do afundamento, Março portanto, não havia praticamente navegação na zona e o mar estava relativamente calmo.

Convem precisar: o navio de guerra sul-coreano foi ao fundo muito perto da ilha de Baengnyeong, em frente da costa norte-coreana, mas numa área da costa ocidental da Coreia do Sul.

Toda a região está coberta por sofisticados meios militares, quer de vigilância, quer de artilharia de costa. O local de navegação é bastante estreito. A ilha atrás citada tem, além do mais, um quartel onde está instalada uma unidade dos serviços secretos militares dos Estados Unidos (com presença de sul-coreanos) e comporta ainda uma unidade especial da Armada norte-americana, os SEALS.

Os investigadores, citados na imprensa norte-americana, reportam que, na altura do afundamento, estava ali estacionados na base, ou fundeados perto, quatro navios dos EUA, que participavam num exercício conjunto com os sul-coreanos.



















Segundo o relato da imprensa sul-coreana, e depois por reflexo internacional, na altura do anúncio feito de que teria sido um torpedo a arma do afundamento, um membro da comissão independente, que não quis dar a sua identidade, sustentou:







"Está confirmado que a explosão foi provocada por um torpedo", e adiantou que o "tipo de alumínio" encontrado nos destroços "não existe" na Coreia do Sul.

"Este torpedo não era nosso e há apenas um país capaz de atacar um navio de guerra sul-coreano", revelou, taxativo, sem permitir o contraditório, o citado investigador, rereferindo-se à Coreia do Norte.

Mas, agora, já existem vários investigadores a afirmar que os aros metálicos e os químicos parecem ser de origem alemã.

Algo aconteceu nos últimos dias, depois da China e da Rússia terem anunciado que iriam fazer as suas próprias investigações, os grandes meios de comunicação social dos EUA deixaram de dar relevo ao acontecimento.

Viraram-se para a assinatura do acordo de Okinawa.

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