segunda-feira, 12 de julho de 2010

EUA: A PRIVATIZAÇÂO DO EXÈRCITO FAZ DESMORONAR A NAÇÃO















O regime norte-americano está a privatizar as Forças Armadas para se defender


Uma perigosa organização multinacional está a "infiltrar-se" nos mais poderosos Exércitos do Mundo, com especial destaque para os Estados Unidos da América. Chama-se, pura e simplesmente, a privatização das Forças Armadas.

A projecção imperial crescente dos EUA - e por tabela dos seus acólitos mais directos, os britânicos - está a forçar a uma galopante necessidade de guerreiros para preencher o aumento, em extensão e em territoralidade, das ocupações e presenças castrenses em lugares que exigem um prolongado enquadramento das tropas destacadas.

Esta situação traz todo um conjunto de questões e problemas, que estão a ser difíceis de resolver no interior da sociedade norte-americana, em primeiro lugar, e, secundariamente, mais com idêntica dimensão em todos os países ocidentais: Em primeiro lugar, a dificuldade de recrutamento, em segundo lugar, a rotação logística do pessoal militar estacionado e em terceiro lugar, uma constante aversão da parte da população, especialmente os jovens, em fazer parte dos contigentes castrenses colocados fora do seu país.

Embora exista na estrutura militar dos EUA, na sua formação e na sua orientação de actuação no terreno, uma tendência visível para a militarização, o certo é que os soldados nos teatros operacionais apresentam-se sem capacidade de actuação e, na maior parte das vezes, desmoralizados.
O apanágio de pertença a um Exército, como coluna vertebral da Nação, está a desaparecer do grosso dos militares recrutados, surgindo sintomas alarmantes para os estrategas da Administração norte-americana de que as suas Forças Armadas, a prazo, como emanação do cidadão deixarão de existir.

Existe, pois, a noção, entre os jovens (e não só) norte-americanos que a sua participação na defesa da soberania política - ou seja a função social como integrantes, ainda que temporários, de vistirem a farda para defender a Pátria, não se coaduna com a missão de ocupar outros países, de impor outros regimes, missão esta que eles efectuaram, há 30 anos, pensando que a sua acção desempenhava o papel de garante da democracia e mesmo da defesa da liberdade.

Uma parte substancial da população norte-americana considera, hoje, que essa missão é feita para defender estritamente interesses económicos e financeiros de uma minoria que detem as alavancas do poder. Ora, este facto leva, a prazo, ao desmantelamento do próprio Estado.

Querem queiramos, quer não, esta realidade, ainda que não muito avassaladora, significa que uma "subversão" larvar está a trucidar os fundamentos do Estado norte-americano.
De tal maneira, que, possivelmente, num espaço de 10/15 anos, poderemos assistir a factos de recusas maciças de recrutamento interno para garantir a vontade do poder imperial de Washington. Irá, assim o penso, abrir-se uma brecha que colocará em campos opostos sectores importantes dos naturais dos EUA e poderá consumar-se, internamente, uma cisão na própria ordem pública, crivando parte do país de hordas militares que não obedecerão à estrutura central do poder.

Naturalmente, os representantes do sistema financeiro, das bolsas, dos grandes trusts, que dominam os poderes legislativos, judiciais e até militares estão a par da situação e a criar um "agrupamento militar mais ou mais fiel" para os servir no seu domínio do poder político imperial.

Quer o poder político executivo (Departamentos de Estado e de Defsa), que o poder legislativo (Congresso e Câmara de Representantes), quer a cúpula militar ligada ao complexo industrial-financeiro, estão empenhadas na arregimentação acelerada de "forças paramilitares" para colocar, como Forças Armadas efectivas, nos principais Teatros Operacionais militares "ligados os interesses vitais nacionais" no estrangeiro.

Assim, na prática, já se encontram no Iraque e no Afeganistão, perto de 200 mil "assessores", "técnicos" e "seguranças" todos pertencentes a companhias privadas, que são contratadas por responsáveis dos Departamentos de Estado e da Defesa, ligadas, essencialmente, para a defesa dos "interesses vitais" norte-americanos e o poder político favorável aos EUA, internamente.

Segundo o Instituto de Investigações British American Security Information Council (BASIC), que editou, em Setembro de 2005, um relatório de certo modo pormenorizado, naquela data, só no Iraque existiam 68 companhias (cada uma tem entre 150 a 200 homens, pelo menos)castrense privadas, mas consideradas oficiais, com diferentes contratos e mandatos por vezes secretos.

O BASIC refere que o número "não oficial" de companhais militares ultrapassa as 105.

Hoje, estas companhais estarão em número de homens ao nivel do próprio Exército oficial dos EUA.

O BASIC assinala, para 2005, um número aproximado de 930 mercenários mortos e cerca de quatro mil feridos.

Segundo um relatório da Directoria de Contabilidade Geral da Administração dos Estados Unidos (Government Accountability Office), desde 2003, foram concedidos contratos num valor superior a 766 milhões de dólares às companhias privadas de segurança.

O relatório do BASIC especifica os trabalhaso e o papel dessas companhias no Iraque nesse ano: a companhia Airscan vigia os oleodutos e os poços petrolíferos; a Blackwater esteve ao serviço dos políticos, tais como, Paul Bremer, que chefiou, como pró-consul dos EUA, a Reconstrução e Assistência Humanitária no Iraque - de Abril a Maio de 2004 - e pôs à sua disposição "grupos móveis de segurança".

Por seu turno, a ISI Group protege pessoas e edifícios dentro da chamada zona verde, onde estão os edifícios do governo do Iraque. A Cochise e a OS&S serve como "guarda-costas" personalidades importantes (VIP) e a Centurion Risk dá´preparação e logistica a pessoas ligadas a organizações internacionais, bem como correspondentes da imprensa estrangeira e da televisão convidados pelos ocupantes.

A Triple Canophy fez contratos para escoltas e transportes militares iraquianos.

As empresas Titán e WWLR, teoricamente, tinha um contrato para tradução, mas estiveram ligadas aos interrogatórios a prisioneiros de guerra e ensinaram às tropas não só os rudimentos do árabe, mas também vários dialectos.

Muitas outras empresa ali operam.

Assinalamos apenas o contrato da Group 4 Securiror (G4S): ultilização de homens armados em acção e vigilância de pessoas, objectos, edifícios. Servem ainda de apoio aos aviadores em combate.

A Combat Support está, praticamente, integrada na acção militar directa, dando apoio ao exército norte-americano em combate, sobretudo às unidades de assalto.

A Kellog, Brown & Root, como aparente unidade de administração militar, contratou mais de 50 mil pessoas, desde pedreiros até mecânicos de automóveis, engenheiros electricistas e cozinheiros.

As companhias militares privadas não só se estabeleceram no Iraque, mas também em quase toda a península árabe.

Cita-se a propósito, na versão do BASIC, a Arábia Saudita, que tem mercenários armados em quase todas as frentes e substituíram o exército ou a polícia nacionais.

Convém referir o caso da Blackwater Worldwide, que actuou se refreio no Iraque apenas mando do vice-presidente Dick Cheney e o Secretário da Defesa Donal Rumsfeld.

Pois, um grupo especial do Congresso norte-americano está a analisar um novo contrato entregue à empresa paramilitar de segurança Xe Serviços, que mudou o nome de Blackwater para poder operar no Afeganistão.

Responsáveis do Departamento de Estado e outros assessores do governo estão a explicar perante a Comissão de Contratos em Tempos de Guerra como a empresa obteve um negócio de cerca de 120 milhões de dólares.

A empresa Xe Services foi escolhida no mês passado para parceiro operacional da Agência Central de Inteligência (CIA).

Mas, apesar desta privatização, os EUA necessitam de mais homens. Aliás, crescentemente.

O jornal New York Times noticiou, no domingo, que os Estados Unidos vão fornecer vistos temporários a imigrantes que ingressarem nas Forças Armadas do país.

Até agora, os imigrantes tinham que possuir residência permanente (o green card) para poderem ingressar nas Forças Armadas.

Mas, segundo o jornal, os estrangeiros com vistos temporários vão ter seus processos de residência acelerados, se eles se alistarem.

Mas claro que esta aceleração da privatização do Exército tem os seus opositores internos.
Segundo o Times alguns oficiais e veteranos opõe-se à iniciativa, argumentando alguns estrangeiros venham a ser de lealdade duvidosa face ao país, ou mesmo que, como "terroristas", se infiltrem no Exército.

Ou seja, naturalmente, muitos dos actuais detentores do poder sentem que a sua velha sociedade esteja a fenecer e que os membros da nova estrutura castrense contribuam para o rompimento de uma outra.


2 comentários:

  1. Enviei um comentário. Mas recordei-me que não fui justo: Primeiro de pequenino deveria ser escrito ente aspas ("de pequenino") e referia-me, claro, à experiência do bloguista.
    De Pontessorense deveria ter falado de um Oficial que ( talvez por ser piloto) voava no meio do capim. Eu vi:
    o capim "desviar-se" para António Lobato VARELA passar a caminho de Guidage -em 1970 (?)- ajudar os meus companheiros CCaç.3 à espera de ataque de envergadura de respeito.
    E ainda não é tudo: daqui a pouco lembro outra.... -tabancadomontijo-
    Afonsoeirohápouconascido- CCAÇ3
    e.... Boa Saúde joaomanuelfelixdias

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  2. Rectifico: Antonio Lobo VARELA.jmf.dias

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