domingo, 11 de julho de 2010

EUA/RÙSSIA: QUEM ACREDITAM EM ESPIÔES QUE NÂO O SÃO?












Que caso estranho de espiões que não são espiões!!!











Os grandes meios de comunicação norte-americanos, fielmente seguidos depois por toda a imprensa ocidental, deu, há dias destaque de um anúncio do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América, de 10 (ou 11) cidadãos, aparentemente russos, que espiavam, há mais de 10, para a sua Pátria de naturalidade.
Num espaço de uma semana, esses espiões, apresentados como "membros dos serviços secretos" russos, foram trocados, num ápice, por três "importantes cientistas" da Rússia, presos há anos, por trabalharem para os EUA e...curiosidade das curiosidades, para o Reino Unido. Ora, um destes, no processo de troca, teria mesmo ido residir para Inglaterra.
Segundo o Departamento de Justiça, os espiões não eram bem "espiões", porque não estavam acreditados como tais, nem, ao longo deste anos, fizeram algo que pusesse em causa a segurança dos Estados Unidos.
O que intriga toda esta trama é que o FBI (ou a CIA) estava, há precisamente, 10 anos em cima do acontecimento e, de repente, decidiu actuar, porque os alegados espiões poderiam fugir.
O que - segundo o relato descuidado das autoridades - um até conseguiu fugir. Foi para o Chipre. Foi preso, mas as autoridades colocaram-no em liberdade, após um pagamento de uma caução vulgar. E desapareceu, apesar de constar, como altamente, perigoso, nos ficheiros da INTERPOL. Coisa, aliás, de pouca monta....
O que intriga em todo o relato é que "espiões russos" - logo formados em escolas especializadas - actuassem, duarnte 10 anos nos EUA, com a finalidade de se "infiltrarem na alta sociedade" e "nos serviços secretos" e não tivessem conseguido nada, mesmo nada, de relevante ao serviço de espionagem, quando sabemos que, em casos idênticos, os russos fizeram "infiltrações" profundas no interior das estruturas mais secretas e classificadas, simplesmente comprando pessoas, naturais norte-americanos, que ali trabalhavam.

E cito apenas dois casos recentes, pelas suas repercussões:
O de Aldrich Ames, um funcionário da contra-espionagem da CIA, que se vendeu aos russos, e forneceu a Moscovo, de 1985 a 1994, o nome de dezenas de agentes soviéticos que passavam informações para os EUA. Pelo menos dez deles teriam sido executados. Cumpre prisão perpétua na Pensilvânia.
E o de Robert Hanssen. Foi preso em 2001. Era agente do FBI e deu informações importante aos serviços secretos russos duarnte 22 anos. Cumpre prisão perpétua na Virgínia

Algo está mal contado. Até porque uma das alegadas espiãs faziam questão, há muito, de se considerar russa e actuar como tal. Mas, foi aceite, muito naturalmente nos EUA, como residente.
Mas isso é para uma investigação mais atenta.
A questão agora é política.
A realidade é que os EUA e a Rússia, ambos a baterem no peito glorificando eventuais amizades e parcerias, estão, na realidade, numa feroz concorrência para se colocarem na vanguarda do domínio imperial, e, principalmente, pelo controlo do sistema financeiro internacional.
Há dois anos/três anos, esteve na berra o chamado caso "Litwinenko".
E isto porque Alexander Litwinenko, um obscuro espião russo, a residir, em exílio(?) no Reino Unido, veio a morrer, aparentemente, por enevenamento. Foi um caso mediático, grave e criminoso.
Na altura, o Reino Unidos (e os EUA) fizeram um escarcéu dos demónios e acusaram o então Presidente da Rússia Vladmir Putin, que tentou por todos os meios afastar-se do centro do furação.
Hoje, o caso grave do assassinato de Litwinwenko desapareceu de cena.
Mas, actualmente, sabe-se que Litwinenko não estaria, como peão, a leste dos jogos de controlo do capital financeiro especulativo e das ligações obscuras dos magnates, muitos deles que trabalharam para o KGB, aos negócios mafiosos com o Ocidente.

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